
A arte
do pintor estadunidense Eric Wallis.
Curtindo
o akbum Cello Sonatas Myaskovsky, Kabalevsky (Naxxos, 2012), com a
violoncelista alemã Ina-Esther Joost Bem-Sasson
& o pianista Allan Sternfield.
PENSAMENTO DO DIA – Um de nossos
problemas contemporâneos é a abundancia de informação irrelevante, a
dificuldade em selecioná-la e a perda de memória do passado. Pensamento do
escritor, filósofo e bibliófilo italiano Umberto Eco (1932-2016). Veja
mais aqui.
CRÍTICA CIENTÍFICA, O QUE É AFINAL? [...] Os defensores da crítica científica esqueceram-se de nos dizer o que
devemos fazer à opinião. Deixar de a ter? admitamos que mitir opinião não seja
crítica. Então o que é: eis ao que o crítico cientifico não sabe responder
[...] se ciência é sinônimo de rigor e
escrúpulo na apreciação de adequada informação, de conhecimento profundo da
matéria em questão – então viva a crítica científica! Mas se é mais uma
manifestação da estafada crença na impessoalidade – então, ai da pobre crítica
científica. [...]. Trechos extraídos da obra Clareza e mistério da crítica
(Fundo de Cultura, 1961), do poeta, ensaísta, crítico literário e professor
universitário português Adolfo Casais Monteiro (1908-1972). Veja mais aqui.
A MULHER, AS MULHERES - [...] Não
existe “opressão feminina” nem “especificidade da problemática feminina”
isoladamente. Existe o fenômeno da subordinação da mulher ao homem em termos de
relações sociais entre homem e mulher ou, em outras palavras, relações sociais
de gênero. É sempre no contexto de uma determinada sociedade que as relações
sociais de gênero são vividas. Consequentemente, nas sociedades capitalistas,
como são na maioria os países latino-americanos, o estudodas relações sociais
de gênero só abrange seu pleno significado no contexto global da análise da
sociedade dividida em classes. [...]. Trecho extraído da obra As mulheres... da República Dominicana: “se
alguém quiser saber...” (Global, 1982), da escritora, socióloga e militante
feminista Moema Viezzer. Veja mais
aqui e aqui.
A EDUCAÇÃO & A TÉCNICA - [...] se a técnica, em termos simples, significa a maneira considerada
correta de se executar uma tarefa, a competcnia técnica significa o
conhecimento, o domínio das formas adequadas de agir: é, pois, o saber-fazer.
Nesse sentido, ao nos defrontarmos com as camadas trabalhadoras nas escolas,
não parece razoável supor que seria possível assumir o compromisso político que
temos com elas sem sermos competentes em nossa prática educativa. O compromisso
político assumido apenas no nível do discurso pode dispensar a competência
tencica. Se se trata, porém, de assumi-lo na prátca, então não é possível
prescindir dela. Sua ausência não apenas neutraliza o compromisso político, mas
também o converte em seu contrário, já que dessa forma caímos na armadilha da
estratégia acionada pela classe dominante que, quando não consegue resistir às
pressões das classes populares pelo acesso à escola, ao mesmo tempo em que
admite tal acesso esvazia seu conteúdo, sonegando os conhecimentos também
(embora não somente), pela mediação da incompetencia dos professores. [...].
Extraído da obra Pedgogia
histórico-critico: primeira aproximação (Autores Associados, 2008), do filósofo e pedagogo Dermeval Saviani. Veja mais aqui e aqui.
A LITERATURA, A FILOSOFIA & A CIÊNCIA – [...] A
literatura deve ser um meio para que possamos enfrentar a tristeza da
realidade, os nossos medos e o silêncio. Ela deve tentar pronunciar palavras,
os nossos medos e o silêncio. Ela deve tentar proununciar palavras, pois temos
medo do desconhecido e do inominável. Acredito que todas as histórias – tanto
as minhas como as de outros escritores - são apenas elaborações lingüísticas
complexas que tentam dar um nome a nossas feriadas, a nossos medos,
tornando-os, deste modo, menos assustadores. É o imenso valor ético e civil das
narrações 9...] Se muitas pessoas lêem meus livros, é porque sentem, como eu,
medo da realidade, ainda que não tenham consciência disso. [...] Se conhecemos
o que nos assusta, podemos enfrentá-lo. Nomear é conhecer. Portanto, os
escritores nos ajudam a dominar nossos medos. Pessoalmente, prefiro a dominação
das narrações à dominação exercida pela ciência, a filosofia ou a religião. No
filósofo, no erudito ou no padre, há sempre uma espécie de autoridade que não
se encontra no escritor. [...]. Pensamento do escritor e artista popular
italiano Alessandro Baricco.
MEDO DE LEITURA – [...] Cada livro era um mundo em si mesmo e nele eu
me refugiava. Embora eu me soubesse incapaz de inventar histórias como as que
meus autores favoritos escreviam, achava que minhas opiniões freqüentemente
coincidiam com as deles e (para usar a frase de Montaigne) Passei a seguir-lhes
o rastro, murmurando: 'Ouçam, ouçam . Mais tarde, fui capaz de me dissociar da
ficção deles; mas na infância e em boa parte da adolescência, o que os livros
me contavam, por mais fantástico que fosse, era verdade no momento da leitura,
e tão tangível quanto o material de que o próprio livro era feito. Walter
Benjamin descreveu a mesma experiência. "O que meus primeiros livros foram
para mim — para lembrar isso eu deveria primeiramente esquecer todo o
conhecimento sobre livros. É certo que tudo o que sei deles hoje baseia-se na
presteza com que eu então me abria para eles, mas se conteúdo, tema e assunto
agora são extrínsecos ao livro, antes estavam exclusiva e inteiramente dentro
dele, não sendo mais externos ou independentes do que são hoje seu número de
páginas ou seu papel. O mundo que se revelava no livro e o próprio livro jamais
poderiam ser, de forma alguma, separados. Assim, junto com cada livro, também
seu conteúdo, seu mundo, estava ali, à mão, pálpavel. Mas, igualmente, esse
conteúdo e esse mundo transfiguravam cada parte do livro. Queimavam dentro
dele, lançavam chamas a partir dele; localizados não somente em sua
encadernação ou em suas figuras, estavam entesourados em títulos de capítulos e
capitulares, em parágrafos e colunas. Você não lia livros; habitava neles,
morava entre suas linhas e, reabrindo-os depois de um intervalo, surpreendia-se
no ponto onde havia parado. [...] O medo popular do que um leitor possa fazer
entre as páginas de um livro é semelhante ao medo intemporal que os homens têm
do que as mulheres possam fazer em lugares secretos de seus corpos, e do que as
bruxas e os alquimistas possam fazer em segredo, atrás de suas portas trancadas.
[...] Trechos extraídos da obra História
da Leitura (Companhia das Letras, 2004), do escritor, tradutor e editor
argentino Alberto Manguel.
A CARTA - Assim não se esperam cartas. / Assim se espera – a carta. / Pedaço de
papel / Com uma borda / De cola. Dentro – uma palavra / Apenas. Isto é tudo. / Assim
não se espera o bem. / Assim se espera – o fim: / Salva de soldados, / No peito
– três quartos / De chumbo. Céu vermelho. / E só. Isto é tudo. / Felicidade? E
a idade? / A flor – floriu. / Quadrado do pátio: / Bocas de fuzil. / (Quadrado
da carta: / Tinta, tanto!) / Para o sono da morte / Viver é bastante. / Quadrado
da carta. Poema da poeta e tradutora russa Marina Tsvetáyeva (1894-1941).
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