
Imagem: The Wave Italian female nude, do
pintor do Quattrocento italiano, Piero
della Francesca (1415-1492). Veja mais aqui.
Curtindo o álbum Gershwin (Phillips, 1980), do duo de pianistas
francesas Katia & Marielle Labeque.
Veja mais aqui.
EPÍGRAFE – Nenhuma
época soube tantas e tão diversas coisas do homem como a nossa. Mas em verdade,
nunca se soube menos o que é o homem, frase atribuída filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976). Veja mais aqui, aqui e aqui.
QUEM
É VOCÊ? – O médico
fisiologista francês Charles Richet
(1850-1935), descobridor da soroterapia e da anafilaxia, laureado com o Nobel
de Medicina de 1913, é autor de diversos livros, como o A evolução do homem e a
inteligência, A grande esperança, O sexto sentido e O tratado de Metapsíquica,
destacando, entre as suas obras, a sua reflexão sobre Quem é você?: Por que existes? Não és realmente curioso se
nunca fizeste esta pergunta. Feliz negligencia, não obstante bem singular! Pois
jamais pediste para viver e a existência te foi imperiosamente imposta. Por
quem? Para quê? Por quê? No entanto tens parte o direito de o saber, ou pelo
menos de interrogar o destino, interrompendo o curso do teu trabalho, dos teus
prazeres, dos teus amores e de tuas inquietações. Mas não! Contenta-te com
viver, antes vegetar, porque viver sem refletir sobre seu destino é lamentável.
Andas, dormes, comes, bebes, amas, choras, ris, estás triste ou alegre e jamais
te preocupas com a sorte que esperam teus bisnetos, bem com o universo
misterioso que te cerca, universo esse estranhamente colossal, do qual não és
mais que um átomo. Então nunca procuraste saber por que existes? Eis aí o que
seria bom saber. Eis aí o que é justo aprofundar. Mas tu não és curioso. Veja
mais aqui.
O
RETRATO DE EURÍDICE – No
livro Da preguiça como método de trabalho
(Globo, 1987), do poeta, tradutor e jornalista Mário Quintana (1906-1994), destaco o texto O retrato de Eurídice: Não sei por que há de a gente desenhar objetivamente
as coisas: o galho daquela árvore exatamente na sua inclinação de 47 graus, o
casaco daquele homem justamente com as ruguinhas que no momento apresenta, e o
próprio retratado com todos os seus pés-de-galinha minuciosamente
contadinhos... para isso já existe a fotografia, com a qual jamais poderemos
competir em matéria de objetividade. Se tivesse o dom da pintura, eu seria um
pintor lírico. Quero dizer, o modelo serviria tão-só de ponto de partida. E se
me dispusesse a pintar Eurídice, talvez viesse a surgir na tela um hastil, o
arco tendido da lua, um antílope, uma flamula ao vento, ou uma forma abstrata
qualquer, injustificável a não ser pelo seu harmonioso ímpeto em câmara lenta,
pela graça da linha curva em movimento, porque Eurídice afinal é tudo isso... é
tudo isso e outras coisas que só os anjos e os demônios saberão. Veja mais
aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
GUARDA-CHUVA – No livro Itinerário (José Olympio, 1983), do poeta, jornalista, professor e
memorialista Mauro Mota (1911-1984),
destaco o poema Guarda-chuva: Meses e
meses recolhida e murcha, / sai de casa, liberta-se da estufa, / a flor
guardada (o guarda-chuva). Agora, / cresce na mão pluvial, cresce. Na rua, /
sustento o caule de uma grande rosa / negra, que se abre sobre mim na chuva.
Veja mais aqui e aqui.
BAQUE – Em 2005, tive a oportunidade assistir
no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, à montagem do premiado
espetáculo Baque, do dramaturgo estadunidense
Neil Labute com direção de Monique Gardenberg, contando uma história que mostra
o lado ácido e trágico de ser humano, em três momentos distintos: “Ephigênia in
Orem”, um simpático homem de negócios, vítima da tirania das corporações
capitalistas modernas, vai lentamente desfiando sua tragédia pessoal; “Um bando
de santos”, um jovem casal de universitários paulistas relembra um fim de
semana inesquecível no Rio de Janeiro; e “Medea Redux”, uma jovem parece estar
tentando achar uma linguagem para justificar sua própria vida, enquanto
registra a sua história para um gravador, numa delegacia de polícia. O destaque
do espetáculo fica por conta da atriz de teatro, cinema e televisão Deborah Evelyn. Veja mais aqui.
O
CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS –
O filme Clã das adagas voadoras (Shí
miàn mái fú, 2004), dirigido pelo cineasta chinês Zhang Yimou, conta
uma história passada na dinastia Tang, no século I, quando terríveis conflitos,
no qual o governo corrupto é incapaz de lutar contra os grupos rebeldes que se
insurgem. O mais poderoso e prestigiado deles é o Clã das Adagas Voadoras, tendo dois soldados do exército
oficial, recebem a missão de capturar o misterioso líder deles e para tanto
elaboram um plano que consiste em envolve-los no disfarce de um combatente
solitário, para conquista da confiança da bela revolucionária cega e, assim,
conseguir infiltrar-se no grupo. No entanto a dupla não contava com a paixão
que ela despertaria nos dois. O destaque fica por conta da atuação da atriz
chinesa Zhang Ziyi. Veja mais aqui e aqui.
VEJA MAIS
João Guimarães Rosa, Sofia Gubaidulina, Quintiliano, História do Brasil, Carlo Goldoni, Tsai Ming-liang, Howard Rogers, Alberta Watson & Zinaida Serebriakova aqui.
Herbert de
Souza – Betinho, Augusto de Campos, Psicologia
Social, SpokFrevo Orquestra, Alan Parker, Pink
Floyd, Rinaldo Lima & Graça Carpes aqui.
Ezra
Pound, Paco de Lucía, O probo orgasmo, Lendas Árabes, Tertuliano, Coisas de Cinema, Wesley
Duke Lee, Thomas Couture & Glória Kirinus aqui.
IMAGEM DO DIA
Todo dia é dia da atriz chinesa Zhang
Ziyi.
CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
Imagem: As noites longas, do pintor português Manuel Ribeiro de Pavia.