DUAS DE OUTRAS TANTAS DOS DITOS & DESDITOS - Ao fechar os olhos pude refletir melhor entre o
apoteótico avanço tecnológico e a desigualdade social, a explosão produtiva e a
desertificação de áreas continentais, o estratosférico conhecimento e a
indigência intelectual, a riqueza paradisíaca de poucos e a pobreza grassando
nas periferias das cidades e para muitos, demais. Contradições tantas quantas
ideologias, até o capitalismo emperrar e se engasgar com a pandemia, enquanto
direitos são usurpados como se mandonismo fosse um disfarce do que é democrático.
Indagar sobre a vida, imediatamente na cara aquela: tudo tem um preço. Hem? Como
sempre fui desindinheirado, tudo que tenho é a força do meu braço, é dele que
me valho. Foi aí que me vi naquela do Carlos Eduardo Novaes, na sua As
Confidências de um espermatozoide careca (Nórdica, 1986): Na verdade
há um mundo de sensações a serem exploradas no corpo humano. Para excitar um
parceiro você pode trabalhar com
as mãos, os pés, os lábios e a língua. Melhor
sorrir, como a piada de outro: A história
de Cândido Urbano Urubu (Nórdica, (1975). Das companheiras, dei de pronto com
Alice naquele A mulher
integral (1975): Mas nós não vamos lutar pela
igualdade de oportunidades, igualdade de salários, igualdade de direitos,
enfim. E essa luta tem que começar
aqui. Sim, sim,
aquiesci. Aqui e agora, mesmo. Por isso mesmo, ao meditar, só tenho o presente,
nada mais.
TRÊS PERSPECTIVAS SÓ
COM A DA VEZ – Sim, apenas o
presente, mesmo que reduzam a ganhar ou perder, ou empatar, das três, nenhuma:
a vida intensa, plena, na condição de que possa ser o último dia. E fazer o
melhor porque, na prova dos noves, somando experiências, dividindo emoções,
subtraindo o desagradável e multiplicando as esperanças, ninguém amanhã, já que
os mais próximos já pinotaram pra outra, os conhecidos estão longe e ao redor
só expectativas. Afinal, amanhã nem existe de mesmo, só quando agora, ao flagrar
o exato momento em que a fotógrafa e artista visual austríaca Birgit Jürgenssen (1949-2003) me diz: É como estar a par dos segredos do laboratório de um alquimista,
animado por suas franquezas e fraquezas humanas. No horizonte
quantas direções e lá vou eu. Até mais ver.
A ARTE DE CAROL DE ANDRADE
Em tudo que eu fotografo, eu procuro poesia. Procuro
uma forma de passar aquele quadro que eu estou imaginando, aquele recorte
lúdico do que é, na verdade, uma cidade caótica. O Recife-sonho seria um lugar
com mais gente sentada na calçada, na cadeira de balanço vendo criança brincar
na rua. E não o trânsito, barulho e sujeira.
A arte da fotógrafa Carol
de Andrade, que é formada em Fotografia pelas
Faculdades Integradas Barros Melo (AESO). Veja mais aqui e aqui.


