DIÁRIO DO GENOCÍDIO NO FECAMEPA – UMA:
QUANTOS MORTOS & UMA CÉDULA DE 200 - Amigamigos
que se vão, outros tantos que nem sei insepultos na memória. Há quem siga
indiferente, não sei fingir, Quintanaecoa nos meus passos: A
amizade é um amor que nunca morre. Ah, esses moralistas... Não há nada que
empeste mais do que um desinfetante! Todos seguem comigo da vigília ao sono, como
se Emile Brontë contasse solícita: Tenho tido sonhos que ficam comigo o resto
da vida e alteram minhas ideias. Vão mergulhando dentro de mim, como o vinho
mergulha na água e mudam a cor do que penso. É tudo vivo demais para
esquecer, como se golpes em duzentas efígies dos que são meus ao menoscabo duma
cédula espúria e oportunista, como se o disfarce de um sorriso apócrifo escondesse
a catástrofe.
DUAS: NÃO É UM FILME, COMO SE FOSSE! - O desencanto vem
acompanhado de vozes, muitas vozes, palavras que atravessam a carne, enfiam-se
coração adentro alma afora. Bergman
sorri com uma advertência: Tuas palavras servem
à tua realidade; as minhas, servem para a minha. Se trocarmos as palavras, elas
passam a não valer nada. São muitas e diferentes, não há como não ouvi-las,
reverberam no que sou.
TRÊS: O QUE FAÇO & TODOS NÓS – As mãos nas ideias, o
que tenho e mais nada. Enquanto brotam aos borbotões, as colho com afeto,
trato-as, cuido e as deixo viver mais que o átimo do seu estalo e ela cresce
menina-moça para ser uma sedutora mulher exuberante a me embriagar de paixão. Ela
que me trouxe em uníssono a fala de Michelangelo Antonioni no instante quase perdido: Você não deve me pedir
para explicar tudo o que faço. Não posso. É isso. Você deve ser um pintor que
tira uma tela e faz o que gosta com ela. Faço o que gosto, mãos
à obra. Até. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS: É quando
não acreditamos que somos suficientes para nós mesmos que começamos a procurar
pessoas nas quais nos afogarmos. Poema da socióloga, poeta e contadora de
histórias do Malawi, Upile Chisala,
que também é ativista dos direitos humanos e autora da obra Eu destilo melanina e mel (Leya, 2020), na qual está mais este poema: Estou pingando melanina e mel. Eu sou negra
sem pedir desculpas. Veja mais aqui.
DESTAQUE: O que eu realmente sou é uma matemática. Em vez de ser
lembrada como a primeira mulher nisso ou naquilo, prefiro ser lembrada pelos
teoremas que provei e pelos problemas que resolvi. Pensamento da matemática e ativista estadunidense Julia Robinson (1919-1985), que foi a
primeira mulher a pertencer à Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos,
atuando como conselheira da nação em medicina, ciência e engenharia. Também foi
presidente da Sociedade Americana de Matemática (AMS), a primeira mulher no
cargo, e suas realizações renderam inúmeros prêmios e homenagens. Ainda hoje é
realizado o festival de Julia Robinson, organizado pelo Instituto Americano de
Matemática, que tenta incentivar crianças e adolescentes a descobrir o mundo
interessante e surpreendente da matemática através da formação de clubes e
associações e do desenvolvimento de museus interativos.
O TEATRO
DE CRISTINA LEIFER
De vida quero me inebriar. Ela vem abraçada com a morte. É uma dança. E
eu... apenas uma mulher comum. Dancemos! É dia! Se me restam poucos dias, não
posso passá-los com medo. Todo mundo brinca perguntando: “O que você faria se
lhe restassem poucos dias”? Por que a morte não pode ser leve? Por que temos
medo de olhá-la de frente, sem pudor?
CRISTINA LEIFER - A arte
da atriz e diretora Cristina Leifer, que tem realizado a oficina Falasser – Construindo uma Dramaturgia do Eu e tem apresentando
o espetáculo Ensaios Sobre o Fim, texto
adaptado por ela a partir do livro homônimo do psicanalista Wilker França, uma
peça intimista com teatro, música, performance e poesia, por meio dos
contrastes morte e vida; ficção e realidade; luz e sombra; clássico e contemporâneo;
realista e barroco; coloquial e teatral. Veja mais aqui.
A ARTE DE COURTNEY BROOKE
Sempre fui atraída pelo conceito de espírito humano como
energia, luz e que nossa forma atual é apenas nosso vaso. Estou interessada em
explorar a maneira como a luz se move à nossa volta e dentro de nós. Essa luz
linear que criamos através da história, que como indivíduos e coletivamente
somos o passado e o futuro em uma explosão de luz caótica. Cada imagem é um
pontinho, um marcador de um momento e de possibilidade. Estou constantemente
tentando encontrar aquele lugar onde o que é, o que poderia ter sido e o que
poderia ser convergem. O mundo dos "sonhos" não tem, em minha
opinião, nenhuma razão para ser diferente do mundo que está acordado. É deste
lugar que meu estilo toma forma.
COURTNEY BROOKE – A arte
conceitual da fotógrafa estadunidense Courtney
Brooke. Veja mais aqui e aqui.
PERNAMBUCULTURARTES
A arte da fotógrafa Herminia de Carvalho Menna da Costa, pioneira da fotografia feminina pernambucana no início do século XX. (Fonte: Acervo Fundaj).
A arte da fotógrafa Herminia de Carvalho Menna da Costa, pioneira da fotografia feminina pernambucana no início do século XX. (Fonte: Acervo Fundaj).
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Das musas de ontem e hoje, do
poeta, professor e pesquisador Amaro Matias Silva (1922-2002) aqui.
A arte
de Celso Madeira (Acervo do Barro Igarapeba) & de Wilmison da Silva Calado
(Wil de Igarapeba) aqui.
A rua das
viúvas aqui.
A
Estação do Bem – Catende aqui.
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