quarta-feira, julho 01, 2020

ALCEU VALENÇA, ACHILLE MBEMBE, KJERSTI ALVEBERG, LETÍCIA ARAUJO & BACAMARTEIROS



DIÁRIO DE QUARENTENA – UMA: AUTORRETRATO, ALTER MUITOS EGOS - Do que fui pro que sou, antes e depois, meu coração Caravaggio é abraço de graça: sou da paz em flor mais que a ternura, porque não me faço guerra. O poema legisla em causa própria. Arte, será? George Sand afetuosamente terna: A arte é uma demonstração de que a natureza é a prova. A arte não é um estudo da realidade positiva; é uma busca da verdade ideal. Voo do que sinto ao suor, sou beijo paratodos.

DUAS: REINVENTO & SOBREPUJO – Voo sem leme ou bússola, apenas amanheço como se eu não tivesse amparo, a não ser nos meus próprios gestos inseguros ou a me debater tremulante aos estertores. Reinvento a clausura e o momento, Leibniz que alerta: Mais importante que as invenções é como foram inventadas. Não é tempo que perdemos, é vida. Retomo a passada, recrio caminhos antes ermos e sou direção da venta aonde for.

TRÊS: O QUE ME FALTA NÃO É PERDA - Minhas mãos são ruas do lado de lá e de cá, porque ouvi de Bakunin: A liberdade do outro estende a minha ao infinito. Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma. Sou voo livre palhássaro por fogáguas e terrares... Dê-me a sua mão, entrega. Até amanhã ou nunca mais. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: [...] Na lógica da sobrevivência, ‘cada homem é inimigo de todos os outros’. Mais radicalmente, o horror experimentado sob a visão da morte se transforma em satisfação quando ela ocorre com o outro. É a morte do outro, sua presença física como um cadáver, que faz o sobrevivente se sentir único. E cada inimigo morto faz aumentar o sentimento de segurança do sobrevivente. [...]. Trecho extraído da obra Necropolítica (N-1, 2018), do historiador, filósofo e cientista político camaronês Achille Mbembe, que no seu estudo As formas africanas de auto-inscrição (Estudos afro-asiáticos, 2001), observou que: [...] Para além da evidência das fraturas e da difração, a experiência dos escravos africanos no Novo Mundo reflete uma plenitude de identidade mais ou menos comparável, mesmo que as formas de sua expressão difiram, e mesmo que não haja nenhum livro. Tal como os judeus no mundo europeu, eles têm que “narrar a si mesmos” e “narrar o mundo”, e lidar com este mundo a partir de uma posição na qual suas vidas, seu trabalho e seu modo de falar (langage) são parcamente legíveis, pois estão envolvidos em embalagens fantasmagóricas. Eles têm que inventar uma arte de existir em meio à espoliação, mesmo que agora seja quase impossível invocar o passado e lançar sobre ele algum encantamento, exceto talvez nos termos sincopados de um corpo que constantemente é transformado de ser em aparência [...]. Veja mais aqui.

DESTAQUE: Sob o céu de Recife / e sinto o cheiro da chuva / na terra molhada do quintal. / Me guardo agora / dentro de uma velha casa. / Lá fora as folhas balançam / no vento e na chuva. / O limoeiro / A pitangueira / A cana. / Sim, existo! Poema da poeta, professora e blogueira Letícia Araujo, que edita o blog Poemas de um espírito – Meus poemas e meus poetas e outros como Allegro Cannabis, Avenida Acácia, Vitrola, Universo Paralelo & Rock and Roll. Veja mais aqui, aqui e aqui.

BACAMARTEIRO
[...] Todos os anos, no dia de São João, sobem ao serrote do Bom Jesus duas centenas, talvez, de matutos com seus clavinotes e, até a tardinha, divertem-se a fazer disparos cerrados, dando vivas ao santo festejado. Escurecendo, descem agrupados com chapéus de couro, armas a tiracolo, sacola de munições vazia, num vozear entusiástico, numa ruidosa alegria [...].
BACAMARTEIRO - Trecho extraído da obra A filha de dona Sinhá (Casa do Estudante, 1952), do jornalista, escritor e professor Mario Sette (1886-1950). Nos dicionários do Cascudo encontra-se que bacamarte é uma arma de fogo que se parece com uma garrucha alongada, alargada na boca e reforçada na coronha, oriunda do bacamarte de amurada que era uma das armas mais especializadas em uso nos séculos XVIII e XIX, na França. E o bacamarteiro é atirador de bacamarte, antiga arma de fogo com ruidosos disparos de efeitos psicológicos junto dos assistentes. Ainda hoje, acompanhados por um zabumba, esses atiradores se apresentam durante as festas joaninas assustando os menos avisados e oferecendo aos espectadores toda a técnica de manejo do bacamarte e a prova da boa pólvora de indústria caseira, sempre sob o comando de militares. Veja mais aqui e aqui.

A ARTE DE KJERSTI ALVEBERG
A arte da premiada coreógrafa, bailarina e dançarina norueguesa Kjersti Alveberg. Veja mais aqui.

PERNAMBUCULTURARTES
Minha vida parece um filme, como se eu estivesse fazendo um documentário de tudo. As músicas guardam minha memória visual, são HDs de lembranças.
A arte do cantor, compositor, instrumentista e advogado Alceu Valença, que teve uma mostra Ocupação Alceu Valença, organizada pelo Itaú Cultural, em São Paulo, 2019/2020, com a trajetória do artista e que serviu de base para o longa-metragem A luneta do tempo, um musical com direção e participação dele, ganhador da melhor trilha musical do Festival de Gramado de 2014. Veja mais aqui, aqui & aqui.
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A arte do pintor, desenhista, ilustrador e professor Darel Valença Lins (1924-2017) aqui, aqui & aqui.
A arte do escultor, desenhista, gravador, ceramista e professor Abelardo da Hora (1924-2014) aqui.
Os tempos da Praieira, do advogado, jornalista, historiador e político brasileiro Costa Porto (1909-1984) aqui.
O sol além da minha rua, do escritor e editor Paulo Caldas aqui.
O livro Palpo a quimera e o tremor, de Vital Corrêa de Araújo aqui.
A poesia do poeta popular Paulo José dos Santos aqui.
Una dos Ambulantes de Deus aqui.
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Barra de Guabiraba aqui & aqui.
 


PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

  Imagem: Foto AcervoLAM . Ao som do show Transmutando pássaros (2020), da flautista Tayhná Oliveira .   Lua de Maceió ... - Não era ...