DIÁRIO DE QUARENTENA – UMA: O QUE SOU AGORA -
O amor me fez e eu me reconstruo a cada dia. Onde a vida eclodiu, lá
estava e fui pleno. O tempo passou e Junichiro Tanizaki ensina: Quanto mais velhos ficamos, mais
pensamos que tudo estava melhor no passado. Se não fosse pelas sombras, não
haveria beleza. O meu coração é apenas um, não pode ser conhecido por ninguém
além de mim. Fui feito pelo que passou, hoje sou apenas
isso. Olho para frente e o futuro se desfaz no instante, a vida é só agora.
DUAS: O TEMPO & O TEMPO – Tudo o que fiz, agora eu sei, foi uma luta
contra o relógio e o calendário. Vencê-lo era o meu propósito. Até que Antônio Cândido me avisar com
sabedoria: Isso é uma monstruosidade.
Tempo não é dinheiro. Tempo é o tecido da nossa vida, é esse minuto que está
passando. Ao sair, ele ainda acrescentou: Portanto, eu tenho direito a esse tempo. Esse tempo pertence a meus
afetos. Antes era tudo. Agora, sou apenas feito de lembranças, remorsos e sofreguidão.
Não quero mais a pressa, para onde vou nada mais restará.
TRÊS: PARA QUEM VAI & QUAL O LUGAR – Trilhei o que pude de
emoção, não foi tudo, algo mais; nem nunca tive sangue frio, calor nas mãos. Cada
trajeto, uma aventura; cada retorno, um aprendizado. Ouvi Alexandre Dumas: Por vezes é
penoso cumprir o dever, mas nunca é tão penoso como não cumpri-lo. O mais feliz
dos felizes é aquele que faz os outros felizes. Fiz a minha parte, ou pelo
menos tentei por mais desmazelado, quando o hostil rondava ao fazer o meu
próprio caminho. Nisso ele reiterou: Só
os que padecem um extremo infortúnio estão aptos a usufruir uma extrema
felicidade. Talvez esta a esperança que me reste, seguir em frente, nada
mais importa. Até segunda. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS: Coragem
é o preço que a vida exige em troca de paz. A alma que não aceita, não se
desapega das coisas pequenas. Uma aventura só por si já tem valor. Nunca
interrompa alguém que está fazendo algo que você disse que não poderia ser
feito. Quanto mais a pessoa faz, enxerga e sente, mais será capaz de fazer e
mais autêntico, poderá ser o seu modo de apreciar as coisas fundamentais como o
lar, o amor e uma companhia compreensiva. O jeito mais eficiente de fazer algo
é fazendo. Todos têm oceanos para sobrevoar, desde que você tenha coragem para
fazer isso. É inconsequência? Talvez... Mas o que os sonhos sabem sobre
limites? As mulheres devem tentar fazer as coisas que os homens tentaram.
Quando falhamos, o erro deve ser um desafio para outras. Todas as coisas que eu
nunca disse, por tanto tempo, estão aqui, em meus olhos. A coisa mais difícil é
a decisão de agir, o resto é apenas tenacidade. Pensamento
da aviadora estadunidense Amelia Earhart (1897-1937), pioneira na
aviação do seu país, autora e defensora dos direitos das mulheres. Foi a
primeira mulher a voar sozinha sobre o Oceano Atlântico, estabelecendo recordes
e escrevendo livros sobre suas experiências. Durante a pandemia da Gripe
Espanhola, ela estava ocupada com a tarefa de enfermeira em um hospital de
Toronto, quando teve complicações e foi hospitalizada por mais de um ano. Ao
iniciar seus voos tornou-se uma celebridade internacional e lembrada como um
ícone por sua forma de viver e agir. Ela desapareceu no Oceano Pacífico,
enquanto tentava realizar um voo ao redor do globo terrestre, declarada morta
em 5 de janeiro de 1939. Sobre ela muitas obras: o filme Flight for Freedom (1943), de Rosalind Russel; a música Amélia (1976) de Joni Mitchel; o
documentário televisivo Amelia Earth
(1976); o livro Sahara (1992), de Clive Cussler; o filme Amelia
Earhart: The Final Flight (1994); a biografia I Was Amelia Earhart
(1996); a canção Someday We'll Know
(1999), dos New Radicals; a canção Thinking
Amelia (2000), de Deb Talan; a canção Aviator
(2004), de Nemo; a canção I Miss My Sky
(2005), de Heather Nova; a canção Amelia Earhart (2005), de Curtis Eller's
American Circus; a The Ballad of Amelia Earhart (2007), de Tom
McRae; a canção Amelia's Missing (2007), de Jon Mclaughlin; o filme Amelia (2009), de Mira Nair; entre
outras homenagens e registros. Veja mais aqui e aqui.
A POESIA
DE BELLA
AKHMADULINA
PENSEI QUE ERAS MEU INIMIGO - Pensei que eras meu inimigo, / a minha grande
infelicidade. / Mas inimigo não és - só um mentiroso / e são vãs as tuas
manobras. / Diante do carrossel / eu joguei cara ou coroa. / Queria, com essa
moeda, / saber se te amo ou não. / Meu lenço ficou caído / no chão, no jardim
Aleksándrov. / Aqueci as mãos; mas todos souberam / o que eu pensava - e que
também mentia. / As mentiras devem estar voando / à minha volta como corvos. / Mas
da próxima vez que te despedires / não verás, em meus olhos, nem azul nem
negro. / Ah, continua vivendo, não fique triste. / Por mim está tudo bem. / Mas
como tudo isso é inútil, / como é tudo absurdo! / Você indo para um lado, / eu
indo para outro.
BELLA AKHMADULINA - Poemas da poeta Bella Akhmadulina (1937-2010),
extraídos do livro Poesia Soviética (Algol.2007),
com seleção, tradução e notas de Lauro Machado Coelho. Veja mais aqui e aqui.
A ARTE DE MONIQUE SCHENKELS
A arte da
premiada artista visual, designer gráfica e industrial Monique Schenkels. Veja mais aqui.
PERNAMBUCULTURARTES
Salve os que amam
a vida / sem ter medo da morte / Salve os que amam a liberdade / sem ter medo
de prisões e fuzilamentos / Porque a história continua / “devagar e sempre” /
como diz um negro velho / meu vizinho...
Salve, poema extraído da obra O poeta do povo (Ediouro/Segmento Farma, 2008), do poeta, teatrólogo,
pintor, cineasta, ator e folclorista Solano Trindade (1908-1974),
que militante do Movimento Negro. Veja mais aqui.
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A
história de amor de Fernando e Isaura, do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna
(1927-2014) aqui.
A música
do arranjador, maestro,
compositor e multi-instrumentista Moacir
Santos (1926-2006)
aqui.
Contribuição
à história do Ginásio Municipal dos Palmares, do Professor Brivaldo Leão de Almeida aqui.
Poetas de Pernambuco aqui.
Labatut, Zé Cravo & Maria
Rosa aqui.
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