quarta-feira, abril 02, 2008

ALCÂNTARA MACHADO, DIANE ACKERMAN, MICHEL RIBON, SHERE HITE, MARIA ESTHER MACIEL, HÉLÈNE GRIMAUD, TERAPIAS FAMILIARES & PSICOLOGIA SOCIAL


 
Curtindo a arte da pianista francesa Hélène Grimaud. Veja mais aqui e aqui.

MEIA NOVE – Ela achega-se requerente e dissoluta, palpitante e seminua. O seu perfume me inebria e flagro o seu olhar manhoso a denunciar o cio. Encosta os seus lábios aos meus, um beijo e todo afago, arrepiando-se ofegante com as minhas mãos a deslizarem seu dorso, alcançar-lhe as ancas voluptuosas prontas pro prazer. As suas mãos acariciam-me a face enquanto move seu ventre esfregando-se ao meu sexo protuberante. Levanto a sua saia e o seu sexo quente bafeja faminto encostado ao meu. Movo-lhe até o sofá, sentamos quase desnudos e corro os dedos por baixo da blusa até os seus seios nus e hirtos a encher-me a palma espalmada carinhosamente. Roço-lhe a pele eriçada e arranco a blusa para, em seguida, alisar suas coxas embaixo da saia e tocar-lhe o sexo úmido embaixo da calcinha. Faço-a deitar-se a beijar-lhe as faces, mordo seus ombros, lambidas nos seus seios, beijos no seu umbigo, a demover a saia e a calcinha para deixá-la completamente nua, entregue às minhas investidas. Enquanto isso, ela quase desfalecida toca meu pênis por cima da calça, desatacando-a e descendo o zíper para apertá-lo por cima da cueca e cravar suas unhas para arrancá-lo duro a puxá-lo até os lábios para beijinhos contidos e arrepiantes. Sobre as suas coxas lambo-as até o clitóris e meus dedos se insinuam a acariciar sua vagina e ânus. A sua língua contorna a glande e ensaia com os lábios abocanhá-lo lenta e calmamente. Um dos meus dedos se atreve a mergulhar no poço ensopado de seu prazer, para um outro enfiar-se delicadamente medonho no cu. Ela suspira deliciosamente e agita o quadril para que eu enfie mais nos seus orifícios, fazendo com que minhas lambidas sejam mais intensas e profundas na sua vulva. Sinto meu membro inteiro na sua boca, engolido até a garganta em sua fome ofegante de felatriz, eu mais firme na cunilingua passeio com a chupada e o toque a tatear tímida e consequentemente em ritmos de tira e bota, entra e sai, vai e volta na sua intimidade enlouquecida. Ela transpira inquieta e eu mais ousado a chupá-la de forma a exaltá-la em abocanhar insana e selvagemente até à garganta, agarrada ao meu tronco na chupada de babar me aprontando pro gozo aos seus zis orgasmos. Vamos até as últimas instâncias e no ápice de nossa libidinosa chupação, derramo na sua abóbada palatina a seiva inteira jorrada das profundezas do desejo explodido, enquanto ela eletrizada descarrega seus estertores de múltiplos e extremos prazeres. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


PENSAMENTO DO DIAA poesia é função da alma e não de atributos das paisagens. Pensamento do escritor Alcântara Machado (1901-1937). Veja mais aqui.

AS MULHERES - [...] Bela é a visão de uma mulher, contagiante ao toque e mortífera a sua posse... um mal necessário, uma tentação natural... um mal da natureza, retratado em cores enganosas... mentirosa por natureza... como [as mulheres] são mais frágeis tanto mental como facialmente, não admira sejam enfeitiçadas pela bruxaria [mais do que os homens]... uma mulher é mais carnal do que um homem... toda bruxaria provém da luxúria carnal, que nas mulheres é insaciável. [...]. Conclusões de conversa entre dois teólogos dominicanos, com sua grande experiência de inquisidores do papa, extraído da obra Uma história natural do amor (Bertrand Brasil, 1997), da escritora e naturalista estadunidense Diane Ackerman. Veja mais aqui.

NUDEZ - [...] Se a nudez é uma experiência naturalista, o nu é um conceito de arte. O rosto de um corpo despido deixa de ser o polo de atração da vida expressiva, ele já não exprime tudo: perplexo, nosso olhar não sabe onde olhar. Além disso, ameaçada por suas próprias desordens e profundamente perturbadora, pois anuncia a embriaguez ou a violência dos prazeres possíveis que o cerimonial da roupa e dos adornos já não atenua, a nudez é reformulada pelo olhar da arte para se tornar o Nu. Adorno que aderiria à totalidade um corpo, apresentação melódica da nudez remodelada, o nu artístico é enfim o corpo seguro de si mesmo e por isso oferecido sem reservas ao divino prazer da contemplação. [...] O nu suscita uma emoção específica; é como se o nosso próprio corpo de carne que o percebemos, e as sensações que agitam nosso ser multiplicam, sublimando-a, a emoção erótica que o nu nos proporciona. [...]. Trecho extraído da obra A arte da natureza (Papirus, 1991), do filósofo e crítico de arte francês Michel Ribon. Veja mais aqui.

RELATÓRIO HITE – O livro Relatório Hite sobre sexualidade masculina, de Shere Hite, aborda assuntos como ser homem, relacionamento com mulher, intercurso e a definição de sexo, como os homens veem as mulheres e o sexo, outras formas de sexualidade masculina, violação, sexo pago a mulher e pornografia, amor e sexo entre homens, a sexualidade dos homens mais velhos, homens que falam de suas vidas, frustrações e queixas, felação, cunilíngua, masturbação, prazer físico, ejaculação precoce, entre outros temas. REFERÊNCIA: HITE, Shere. Relatório Hite sobre sexualidade masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991.

PANORAMA DAS TERAPIAS FAMILIARES – Os dois volumes do Panorama das terapias familiares, organizados por Mony Elkaim, abordam temas como o inicio da terapia familiar, as terapias integracionais, psicanalítica, abordagens sistêmicas, estrutural, estratégia de terapia familiar, abordagem trigeracional, coalisões integracionais, conselho conjugal, psicodrama, psicopedagogia, psicoterapia familiar, abordagem comportamental, experiencial, discussões, construtivismo, construcionismo social, técnicas narrativas, entre outros assuntos. Fonte: ELKAIM, Mony (Org.). Panorama das terapias familiares. São Paulo: Summus, 1998.

PSICOLOGIA SOCIAL – O livro Psicologia social: desdobramento e aplicações, de Maria de Fatima de Sena Silva e Cassio Adriano Braz de Aquino, traz questionamentos sobre o ser social, alteridade, trajetória acadêmico-política, psicologia do trabalho, saúde, psicologia comunitária, responsabilidade social e ambiental nas empresas, perspectivas psicossocial do tempo livre, entre outros assuntos. REFERÊNCIA: SILVA, Maria de Fátima; AQUINO, Cassio. Psicologia social: desdobramento e aplicações. São Paulo: Escrituras, 2004.

PSICOLOGIA SOCIAL PARA AMÉRICA LATINA – O livro Psicologia social para America Latina: o resgate da psicologia da libertação, organizado por Raquel S. L. Guzzo e Fernando Lacerda Junior, aborda a realidade interpelante e o projeto de uma psicologia da libertação, sentido e necessidade, a teologia da libertação, ética e constituição social, a psicologia de Martin-Baró ou o imperativo da crítica, psicologia ambiental, política e comunidade, globalização, pobreza e justiça social, processos de liberação social, violência política e o conflito armado, psicologia cultural, entre outros temas. REFERÊNCIA: GUZZO, Raquel; LACERDA JUNIOR, Fernando. Psicologia social para America Latina: o resgate da psicologia da libertação. Campinas: Alinea, 2009.

DIÁLOGOS COM A PSICOLOGIA SOCIAL – O livro Diálogos em Psicologia Social, organizado por Ana Maria Jacó-Vilela e Leny Sato, aborda temas como ciência, saber e legitimação social, lugar de critica, memória e afetividade, memória histórica e geracionais, armadilhas e alternativas nos processos educacionais e na formação de professores, educação não-formal e juventude, transcendência e violência, direitos humanos, gênero e sexualidade, historia da formação do psicólogo, infância, adolescência, família, mídia, poder, violência e política, processos organizativos, comunidade e políticas sociais, democracia, promoção da saúde, entre outros assuntos. REFERÊNCIA: JACÓ-VILELA, Ana Maria; SATO, Leny (Orgs). Diálogos em Psicologia Social. Porto Alegre: Abrapso/Evangraf, 2007.

PSICOLOGIA SOCIAL COMUNITÁRIA – O livro Psicologia social comunitária: da solidariedade à autonomia, organizado por Regina Helena de Freitas Campos, trata de temas como psicologia social comunitária, histórico e fundamento da psicologia comunitária, comunidade e a desapropriação cientifica de um conceito antigo quanto a humanidade, relações comunitárias e dominação, a instituição como via de acesso à comunidade, qualidade de vida e habitação, cultura e consciência, entre outros assuntos. REFERÊNCIA: CAMPOS, Regina (Org.). Psicologia social comunitária: da solidariedade à autonomia. Petropolis: Vozes, 2005.

METODO HISTÓRICO-SOCIAL NA PSICOLOGIA SOCIAL – O livro Método histórico-social na psicologia social, organizado por Angelo Antonio Abrantes, Nilma Renildes da Silva e Sueli Terezinha Ferreira Martins, aborda de questões como a dialética conttra a cilada negadora da práxis psicossocial, os efeitos encatatorios da forma-mercadoria, dialética do singular-particular-universal, marxismo contemporâneo, capitalismo, o método da pesquisa materialista histórico e dialético, psicologia socio-histórica e o fazer científico, pesquisa-ação em psicologia social e saúde, entre outras abordagens. REFERÊNCIA: ABRANTES, Angelo; SILVA, Nilma; MARTINS, Terezinha (Orgs). Método histórico-social na psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2005.


MUSA DA SEMANA: MARIA ESTHER MACIEL

DESTERRO

Desabitado o corpo
resta a sombra
do anjo sem nome

O reino do longe
é aqui: na terra
insone, onde a pedra
consome a falsa raiz.

ONDE O POEMA

Entre o nervo e o osso
Entre o eco e o oco
Entre o mais e o pouco
Entre a sombra e o corpo
Entre a voz e o sopro
Entre o mesmo e o outro

CONCEITO

Teu corpo:
um porto
que eterniza
meus navios

um parto
que traduz
o meu avesso

a parte
que arremata
meu desejo

AMOR

Na véspera de ti
eu era pouca
e sem
sintaxe
eu era um quase
uma parte
sem outra
um hiato
de mim.

No agora de ti
aconteço
tecida em ponto
cheio
um texto
com entrelinhas
e recheio:

um preciso corpo
um bastante sim

MANUSEIO

Tépidas
essas mãos
que divagam
devagar
por meus relevos
óbvios
e demoram
fundo
no obscuro
ponto
onde o corpo
se abisma
e silencia,
absurdo.

MARIA ESTHER MACIEL - A poeta, ensaísta e professora de Literatura da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Maria Esther Maciel, é mestre em Literatura e doutora em Literatura Comparada pela UFMG, com pós-doutorado em Literatura Comparada pela University of London. Ela publicou os livros “Dos haveres do corpo” (poesia), “As vertigens da lucidez: poesia e crítica em Octavio Paz” (estudo crítico), “Triz” (poesia), “Vôo Transverso: poesia, modernidade e fim do século XX” (ensaios), “A memória das coisas – ensaios de literatura, cinema e artes plásticas” (ensaios) e “O livro de Zenóbia” (ficção), dentre outros. Tem vários artigos, poemas e contos publicados em revistas nacionais e estrangeiras. É pesquisadora do CNPq e desenvolve, atualmente, o projeto de pesquisa “Bestiários Contemporâneos – animais na literatura”. Integra também o projeto internacional "Problematizing Global Knowledge - The New Encyclopaedia Project", do Theory, Culture & Society Centre, da Nottingham Trent University (Inglaterra). Ela também concedeu uma entrevista exclusiva para o Guia de Poesia. E, por fim, é a escolhida para ser a MUSA DA SEMANA. Confira mais aqui e a Entrevista no Guia de Poesia.

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