terça-feira, março 10, 2020

MARIA BONOMI, CORBINIANO, MARCELA SAID, MARTA KOHL & ISA GRINSPUM


TODO DIA É DIA DA MULHER – UMA: COMO SE FOSSE - As calçadas das ruas do mundo e eu à toa, vida de ninguém. Ela subitamente ali, olhos nos meus, riso encantador de musa. A surpresa quase impossível, não fosse cinema tão real. Um abraço afetuoso e uma folia de confetes e serpentinas dentro de mim. Dançamos a Sede de décadas sonhadas, o nosso idílio. Deu-me um beijo inesperado e eletrizante, carne em minhas mãos, a cintura dela inquieta, como se a avenida barulhenta e alvoroçada nada mais fosse que nossas línguas a se confundirem na escuridão de um quarto de hotel ao crepúsculo, um quase imperceptível amanhecer. A intimidade era uma cena repisada na memória tantas vezes revista das que ela já fora tão distante, agora ali inteira, lado a lado, hálito e respiração, a entrega de sua alma de menina travessa. Ela deu-me tudo, mais que o meu merecimento. Quem? Juliette Binoche: Estou cheia de dúvidas... Cada novo filme é como um julgamento. Antes de me colocar na frente da câmera, não sei se vou cair ou se vou voar - e é exatamente assim que quero que fique. DUAS: DE SOLIDÃO & ENTREGA – A presença dela era sempre algo mais que o indefinível, o que de mim havia se desfeito. E nos refazíamos a cada encontro, beijos de valsas intermináveis, entregas que se faziam árias na eternidade. Íamos e não. Na primeira vez ela tatuou seus lábios na minha alma, jamais esquecera. Na segunda, passou a viver dentro de mim: era comigo que ela vivia para que eu pudesse ser vivo para sempre. Na terceira, confundíamos nossas vidas e nunca mais deixei que ela se fosse de mim. Mas havia de partir e levou tudo, dias e noites, um incontável amanhã. E ela poetou, frente a frente. Quem? Anna Akhmátova: Bebo ao lar em pedaços, / À minha vida feroz, / À solidão dos abraços / E a ti, num brinde, ergo a voz… / Ao lábio que me traiu, / Aos mortos que nada vêem, / Ao mundo, estúpido e vil, / A Deus, por não salvar ninguém. E nos servimos um do outro para que a vida fosse além do átimo fugaz de um gozo perene. TRÊS: ELA & UM DESEJO - Era aniversário dela. O que presentear, nem sabia ou podia: só ao coração, uma canção, nada mais. Eu tinha os seus olhos e nada mais era maior que a nudez dela no espetáculo da vida. Era minha e cantei Desejo, era apenas o que tinha mesmo para dar. E nos embalamos nos versos da minha canção e nos refizemos em cada tom, renascemos e amamos além da conta, impetuosa e completamente. Havia sempre uma revelação a ser feita. E ela se despiu, corpalma. Quem? Mônica Bellucci: O amor não tem idade. É fundamental aceitar que a beleza desaparece com o tempo. Aceitei papéis degradantes para denunciar a violência contra a mulher. Ela sempre, nua & linda, no meu coração. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: [...] O adulto está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de um modo diferente daquele da criança e do adolescente. Traz consigo uma história longa (e provavelmente mais complexa) de experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas. Com relação à inserção em situações de aprendizagem, essas peculiaridades da etapa da vida em que se encontra o adulto fazem com que ele traga consigo diferentes habilidades [...] e, provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e sobre seus próprios processos de aprendizagens. [...]. Trechos extraídos do artigo Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem, da pedagoga, psicóloga e professora Marta Kohl de Oliveira, extraído da obra Educação de jovens e adultos (Mercado das Letras, 2001), organizado por Vera Masagão Ribeiro.

DEVERES DA ARTE – [...] Tenho a obrigação de rever as obras anteriores. E cada uma vem plena, com toda razão de ser que teve no momento de sua criação. Isso já é bastante. Então, ainda não comecei a olhar para trás. [...] minha obra não está feita, está se fazendo. Sobrou pouco tempo para que se faça. Há mais tempo para trás do que para frente, a menos que ocorra algum milagre da ciência. Então, o fato de ter pouco tempo me mantém em uma busca permanente para completar. [...] O que eu faço é uma espécie de relato. O relato do vivido, o relato do percebido, o relato daquilo que me atinge. Eu tento conviver com o que está acontecendo e traduzir essa convivência em termos visuais. [...] Eu ilustro essa experiência de vida. Há um caminho. Mas, como diz o provérbio, o caminho se faz ao caminhar. Ele é recorrente apenas como experiência. O que eu aprendi ontem estou usando hoje. E estou aprendendo hoje aquilo que usarei amanhã. [...]. Trechos da entrevista concedida ao Relatório 2014 com exposição dedicada a Maria Bonomi (Revista Pesquisa FAPESP, 2015), pela gravadora, escultora, pintora, muralista, curadora, figurinista, cenógrafa e professora Maria Bonomi. Veja mais aqui e aqui.

O CINEMA DE MARCELA SAID
Não tenha medo, em uma primeira escrita, se as coisas parecerem muito explícitas, porque elas podem ser tecidas por trás.
MARCELA SAID - A arte da cineasta chilena Marcela Said, que dirigiu o drama Los Perros (2018), contando a história de uma mulher que é membro de uma importante família chilena que, apesar dos privilégios, encontra-se inteiramente infeliz em sua própria casa, por se sentir desprezada pelo pai e pelo marido. Assim, ela encontra refúgio nos braços do seu professor de equitação, acusado de diversos crimes durante a ditadura. A partir deste caso amoroso, ela contempla o passado de sua família. Também dirigiu o drama/comédia El Verano de los Peces Voladores (2013), que conta a história das férias de uma adolescente chilena na casa da família, durante um período em que a ameaça de guerrilha está cada vez mais presente. Além destes, o documentário The Young Butler (El mocito, 2011), contando a história de um trabalhador agrícola no sul do Chile, que por muitos anos trabalhou como agente das máquinas repressivas do regime de Pinochet. Foi ele o jovem mordomo que trouxe as xícaras de café no meio das sessões de tortura, quem alimentou os prisioneiros e jogou fora seus corpos. Vinte anos depois, ele está sendo levado a tribunal e forçado a se lembrar, um retrato psicológico de um ser humano destruído por seu passado, por ter participado dos horrores e crimes da ditadura de Pinochet, mas que hoje enfrenta sua consciência e procura redenção. Por fim, I Love Pinochet (2001), documentário que mostra os "pinochetistas'' e os seus diferentes aspectos de suas vidas, exibindo sua paixão e agradecimentos ao homem que, segundo eles, salvou o Chile do comunismo internacional, com o sangrento golpe de Estado no dia 11 de setembro de 1973. Veja mais aqui.

A ESCULTURA DE CORBINIANO
Quem vê essas esculturas lindas pode identificar que era um homem dedicado à beleza, à contemplação. As pessoas estão sempre passando com pressa, independentemente do público, a obra existe, está lá, existe, vai sempre embelezar o lugar. O reconhecimento na arte é algo extremamente complexo, é muito difícil. O grande valor independe do reconhecimento. Isso vale nada. Depois que o tempo passa, é a obra que fica, a obra vai permanecer.
CORBINIANO – A arte do escultor José Corbiniano Lins (1924-2018), que fez parte do movimento de Arte Moderna do Recife, na década de 1950, participando de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Veja mais aqui, aquiaqui.

TODO DIA É DIA DA MULHER PERNAMBUCANA
A arte da socióloga, cineasta e roteirista Isa Grinspum Ferraz, que foi coordenadora e criadora de projetos para editoriais e televisão na Fundação Roberto Marinho e exibidos pela Rede Globo, atuou com Darcy Ribeiro para o programa Escola pela TV, coordenou o Projeto Especial Núcleo da TVE; concebeu e dirigiu a série de documentário O Povo Brasileiro, baseada em obra de Darcy Ribeiro e exibida no canal TV Cultura e canal GNT; diretora dos documentários Marighella (2012) e A cidade do Brasil (2018), entre outros projetos e realizações.
A literatura do premiado escritor, crítico, editor e jornalista pernambucano Raimundo Carrero aqui, aqui, aqui & aqui.
Frevo de Várzea, do poeta Wilson Araújo aqui.
Brivaldo Leão & Ginásio Municipal aqui, aqui & aqui.
A arte de Joacir aqui.
A xilogravura de Perron Ramos aqui.
Água Preta aqui, aqui & aqui.
UNA: Roteiro documentário curta-metragem aqui.
&
OFICINAS ABI
Veja detalhes das oficinas da ABI aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.


PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

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