TODO DIA É DIA DA MULHER – UMA: PODIA ATÉ SER, POR QUE NÃO? - A
poeta chegou nua, cabelos longos, seios nos ombros da minha noite exaltada:
abraço de mar no meu insulado coração. Dela, beijos de mel na minha boca
faminta. Enaltecida, sussurrou ao meu ouvido atento todos os seus poemas de
amor da sua carne divinizada entre lençóis, nuvens e estrelas. Amanheceu-me
ensolarada com um sorriso reluzente e uma frase inesquecível. Quem? Elizabeth Barrett Browning: Ilumine seu amanhã
com seu hoje! Você é algo entre um sonho e um milagre. Ninguém está sozinho se
tiver Deus e a companhia de bons livros. Realmente, inesquecível. DUAS: QUANDO NELA EU OUTRO – Seus olhos
nos meus, o éden agora: vestes deslizam na sua escultura desnuda. Sua língua é
um pincel atrevido no meu tórax erradio: uma égua sem véus na montaria da minha
clava aguerrida. O seu sexo uma pintura viva e abstrata. A loucura e o seu
aranzel como se morta rosa despetalada sem saber se renascia levada apenas
pelo gesto. Quem? Georgia O'Keeffe: A visão de outra pessoa nunca será tão boa
quanto a sua própria visão de si mesmo. Viva e morra com isso, porque no final
é tudo que você tem. Perca e você se perderá e tudo mais. Eu deveria ter me
escutado. Ah, a nudez dela na minha lente e sonho. TRÊS: NELA OPERÓTICA – Ela não se diz má, assimétrica e angelical
imperfeita a solfejar uma Bachianinha do Villa enquanto cata insetos na minha pele embriagada, porque sou asteroide
vagante na sua mão carinhosa. O seio robusto explode o decote amotinado, rasga
a saia coxa exposta e o sexo vulcânico assoma do torso de uma deusa furiosa,
semblante safado nos lábios pedintes. Quem? Kiri Te Kanawa: Eu realmente acredito
que tenho sido uma boa pessoa. Não é perfeito - esqueça o perfeito - mas apenas
aprendendo o que eles me ensinaram e vivendo de acordo com meus próprios
valores. Eu poderia ter pisado em algumas formigas - e algumas outras coisas
também - mas nunca machuquei ninguém. Ah, sua voz na minha
loucura. Todas elas, um só ser em mim. © Luiz Alberto Machado.
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DITOS
& DESDITOS: [...] Somente as
novas tempestades revolucionárias foram fortes o suficiente para varrer
preconceitos grosseiros contra a mulher e somente o povo trabalhador é capaz de
efetuar a completa equalização e liberação da mulher, construindo uma nova
sociedade. Se eu alcancei algo neste mundo, não
foram minhas qualidades pessoais que originaram isso. Em vez disso, minhas
realizações são apenas um símbolo do fato de que a mulher, afinal, já está em
marcha para o reconhecimento geral. Somente as novas tempestades revolucionárias
foram fortes o suficiente para varrer preconceitos ocultos contra a mulher e
somente o povo produtivo é capaz de efetuar a completa equalização e libertação
da mulher construindo uma nova sociedade. [...]. Pensamento da líder revolucionária e teórica russsa Alexandra Kollontai (1872-1952). Veja mais aqui, aqui e aqui.
BASEAR A
VIDA NO OUTRO – [...] Esse é
todo o problema do amor. Não se trata de apoiar sua vida no outro, mas
preservar sua vida para si, recentrar em si para poder abrir-se ao outro. Esse é
o eixo central dos problemas do amor, um eixo do mito do amor. Um quer se
apoiar no outro, quer descansar no outro, pois crê que o amor é a solução a
tudo o que falta e assim demanda no outro o amparo a sua fragilidade. Mas isso
é falso. O outro não pode preencher nossas faltas. Em geral se pensa que o amor
é a solução a tudo o que falta, e então o outro vai nos curar. Repito: isso é
falso. O outro não pode nos preencher completamente, e os problemas pessoais
irão irromper. Para se resolver os problemas é preciso acertar-se consigo
mesmo. Pode-se amar tendo confiança relativa. O outro existe, é um ser humano
como a gente. Entretanto, é diferente da gente. A confiança que se precisa
aprender é a confiança em si. [...]. Palavras da jornalista médica psiquiátrica
e psicanalista francesa Elsa Cayat (1960-2015),
autora das obras Un Homme +
Unne Femme = Qoui (“Um homem + uma mulher = o que é”) e Desir et la Putain – Les Enjeux Cachés de
la Sexualité Masculine (O desejo e a puta – Os desafios escondidos
da sexualidade masculina). Ela foi a única mulher entre as 12 vítimas dos
terroristas no ataque jihadista contra o Charlie Hebdo, enterrada
no trecho israelita do Cemitério de Montparnasse, em 15 de janeiro de 2015.
A MÚSICA DE SIMONE SABACK
Aperta-me nas mãos
Busca as soluções.
Planta-me num jardim
Fora do alcance de qualquer ser.
Ali crescerá uma canção
Que dirá o que eu não posso.
Planta-me.
Mas antes retira minhas mágoas.
Seca o suor de minha pouca idade.
Antes purifica-me.
Antes,
Ama-me.
A MÚSICA DE SIMONE SABACK - Poema Planta-me, extraído do livro Mesmo
sangue (1980), da poeta, compositora, intérprete, roteirista e jornalista Simone Saback. Ela começou sua carreira como cantora em show com temporadas na
Sala Funarte, dedicando-se em seguida em atuar como produtora no fomento do
mercado candango do Teatro e da Música. Depois trabalhou na Revista Manchete e
nos jornais Correio Brasiliense, Jornal de Brasília e Última Hora. Atuou como
roteirista para cinema e televisão, além de ter várias de suas músicas gravadas
por Zélia Duncan, Ana Carolina, Frejat, Simone, Cassia Eller, Fábio Jr, entre
outros.
&
ÁGDA MOURA
[...] tenho o projeto musical autoral, “O canto do
meu canto” , onde toco com músicos da cidade. [...] Com teatro, sou integrante do grupo Avani Lopes, que é formado por
grandes artistas que cresci admirando. Estudo arquitetura. Junto aos meus
amigos, organizamos o movimento Lamparina, que funciona como uma intervenção
urbana cultural a espalhar arte pelas ruas, nossas tradições e a história da
cidade. Nas escolas do município, produzo atividades e oficinas culturais com
contação de histórias, poesia, dinâmicas teatrais e música. E assim vão se
desenhando os projetos que naturalmente vão se atribuindo.
ÁGDA MOURA - A arte da cantora, compositora, atriz,
desenhista e multi-instrumentista Ágda
Moura, que no seu repertório autoral, apresenta conexões
estreitas com temas que valorizam a simplicidade da vida e evidencia um diálogo
entre composições com arranjos contemporâneos, conectados ao rock pernambucano,
ao blues e ao folk, com elementos rítmicos da tradição do maracatu, ciranda e coco.
Veja mais aqui.
A ARTE DE RUTH KLIGMAN
Arte é minha vida. Sinto-me
privilegiado como artista, como mulher, como uma pessoa com uma grande história.
RUTH KLIGMAN – A arte da pintora estadunidense Ruth Kligman (1930-2010),
musa dos mais importantes artistas do século 20 e paixão amorosa do artista
Jackson Pollock (1912-1956). Veja mais aqui.
TODO DIA É DIA DA MULHER PERNAMBUCANA
AMÉLIA
BRANDÃO, A TIA AMÉLIA
A arte
da pianista e compositora Amélia Brandão
(1897-1983), que começou sua carreira como erudita e transformou-se em figura
representativa do choro, homenageada por figuras de peso, a exemplo de Pablo
Neruda e Vinicius de Moraes, entre outros.
Antonio de Brito Alves: o príncipe dos advogados, do jornalista Carlos Cavalcante(1949-2011) aqui.
As artesanias de Epifânio aqui.
Os quadrinhos de Nel Angeiras aqui.
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OFICINAS ABI