
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especiais com os álbuns Carioca, Stone Alliance, Patamar
& Makenna Beach do músico instrumentista Márcio
Montarroyos (1948-2007); Libertango,
Storm & Sitarki da violoncelista croata Ana Rucner; Rudepoêma
de Villa-Lobos, Rapsódia Brasileira de Radamés Gnatali & Fantasia op. 28 de
Scriabin, com o pianista brasileiro Roberto Szidon (1941-2011); e a
Suíte 1 & 5 de Bach & a Sonata nº 2 de Myaskovsky, com a violoncelista
russa Natalia Gutman. Para conferir é só ligar o som e curtir.
PENSAMENTO DO DIA - A
escravatura humana atingiu o seu ponto culminante na nossa época sob a forma do
trabalho livremente assalariado. Pensamento do dramaturgo, escritor e
jornalista irlandês George Bernard Shaw (1856-1950). Veja
mais aqui e aqui.
SOCORRO DO TREM DO BONITO – O município do Bonito foi
assentado em meio a diversos pés de serras, verdadeiras couraças naturais que
embalam a cidade [...] irrigados
pelos rios Sirinhaém e Una. A fertilidade do solo, a amenidade do clime, a
salubridade e as boas fontes de águas, atraíram, desde finais de sec. XVIII,
toda sorte de aventureiros, muitos até endinheirados, que ali fundaram fazendas
e engenhocas obtidas às terras por sesmarias. Outros sem grandes chances na vida,
buscavam abrigo naquela terra como moradores e agregados havendo aqueles, como
os retirantes das secas que por ali se abrigavam buscando conforto para suas
miseráveis vidas. [...] Foi essa
gente sofrida que, aproveitando as sobras de terras, as brechas, digamos assim,
entre uma sesmaria e outra se arrancharam com suas famílias, fundando no
outeiro a capela da Conceição (1812), mais tarde matriz da cidade. [...] Paulatinamente, o Bonito foi crescendo e
adaptando-se às novas realidades [...] Afora
o sesmarialismo, muitas terras foram conquistadas no tapa. [...] Nesses mundos onde se desenvolveram sítios,
engenhos e engenhocas, a casa senhorial era o centro nevralgico das decisões. [...]
Por volta do segundo quartel do sec. XIX,
teve inicio no Bonito o cultivo da cana. [...] Diante dessas expectativas, a cana passou a invadir quase todo
altiplano bonitense dilatando-se por várzeas, brejos e montanhas,
registrando-se decréscimo no final do século mediante a consciência da
cafeicultura. [...]. A região onde desemboca
o rio Sirinhaem, o rio dos siris para os nativos, foi conquistadas aos índios
em 1565. Após esse empreendimento, os índios foram expulsos de suas terras e
estas repartidas em datas de sesmarias vicejando posteriormente engenhos de
açúcar. Mais tarde o colonizador adentrou pelo mato reconhecendo todo o curso
do dito rio até chegar suas nascentes no agreste em Camocim de São Félix. [...]
De seus aflientes Bonito Grande, Riacho
Seco, Tanque de Piabas, Várzea Alegre e Tese. [...]. Trechos extraídos da
obra Velhos engenhos e antigas famílias
do Bonito (CEHM, 2010), de Flávio José Gomes Cabral. Já no texto Estrada de ferro Ribeirão-Cortês-Bonito,
de Severino Rodrigues de Moura, extraídop da Revista de História Municipal
(CEHM, dez. 2008), encontramos o seguinte relato: A população do Bonito tinha o sonho de construir uma estrada de ferro
ligando sua cidade a Ribeiro desde meados do século passado. [...] Em 1904 a linha férrea Ribeirão-Nonito foi
anexada à Great Western e em seguida à Rede Ferroviária do Nordeste (RFN) até
sua extinção. [...] Um certo dia, a
locomotiva descarrilou no ramal do Engenho Limão, com todas as carroças de
cana. O acidente apresentou proporções bem maiores do que aqueles ocorridos
antes, tendo o maquinista que pedir socorro ao gerente da usina. [...] Teve que pedir ajuda em Ribeirão. No
entanto, o trem de socorro também descarrilou, sendo preciso vir um terceiro
trem. Foi um Deus nos acuda. Parecia um formigueiro em vérpera de trovoada. [...]
mais uma vez pediu socorro à estação de Ribeirão,
passando o seguinte telegrama: Trem de carga caiu. Pedi socorro. Socorro veio.
Também caiu. Agora peço socorro para socorrer socorro e trem de cana. Ass.:
Norberto. Veja mais aqui.
ÍNTIMO DAS AUTORIDADES – O sujeito tinha o apelido de
“Sombra”. Era funcionário do cerimonial no palácio do governo estadual [...]
Jornalistas e repórteres fotográficos
credenciados, ficavam enfurecidos da vida devido as reais dificuldades em
fotografarem as autoridades sem a presença do “individuo indesejavel”. [...]
Verdadeiro batalhão de fotógrafos e
jornalistas se posicionava a fim de clicarem o Presidente da República. [...]
Quem estava logo na frente? Ele, o
inconveniente e intrometido Sombra. Ajeitou o cabelo e a gola do surrado paletó,
dirigiu-se aos fotógrafos e perguntou: Como vocês querem que eu saia? Disse um
dos repórteres: Que saia da frente, para fotografarmos o presidente! Trechos
extraídos da obra Sátiras políticas:
porque rir faz bem à saúde (Livro Rápido, 2000), do escritor e advogado Paulo Dantas Saldanha.
A SUCATA & ARTES VISUAIS – [...] As possibilidades de
construções com sucatas são infinitas, baratas e podem sem muito criativas.
Além disso, as sucatas podem ser utilizadas em muitas outras atividades, como
complemento de outra técnica. [...] Se
a sucata não for valorizada, fica muito próxima de mero lixo e com isso não
desperta nenhum interesse para a criação. [...]. Trecho extraído da obra 300 propostas de artes visuais (Loyola,
2009), das artistas plásticas Ana Tatit
& Maria Silvia Monteiro Machado,
tratando sobre pintura, desenho, recortes, colagens, bonecos, máscaras,
modelagens, fantoches, mosaico, escultura e construções com materiais variados,
jogos e brinquedos com sucata, sucatário, outras técnicas e atividades.
O ATOR NO SÉCULO XX – [...] perfila-se
uma volta a comunhão por pequenos grupos, a celebração de um rito em que
celebrantes e fieis respiram juntos, mobilizem suas forças fisiológicas e
pesquisas, querem sair de si mesmo, comunicar-se numa troca fraterna. O ator
continua sendo aquele que propõe essa troca, que dá ao outro, que recebe e se
oferece de novo, qualquer que seja sua mensagem. [...] Ator-poeta, trovador falando ou cantando [...] o prazer de atuar se confunde com o prazer de viver para quem o mal de
viver se traduz pela dor que se canta e repartindo o que se encanta. [...].
Trecho da obra O ator no século XX
(Perspectiva, 2008), de Odette Aslan
que trata sobre as formas de interpretação, os problemas do gestual, modo de
formação, busca da personagem, reações contra o naturalismo, pesquisas antes e
depois da revolução russa, revisão do espaço, radio, cinema, televisão,
teatros-laboratórios, comunidades teatrais, tendencias atuais, ética pessoal e
de grupo e o ator do amanhã. Veja mais aqui e aqui.
SER POETA - Fiz-me
poeta / por exigência da vida, das emoções, dos ideais, da raça. / Fiz-me poeta
/ sabendo que nem só se finge a dor que deveras sente / e crendo que através da
poesia posso exprimir / a arte do cotidiano, vivida em cada poema marginal.
Poema extraído da obra Quilombo Hoje –
Cadernos Negros 15 (Edição dos Autores, 1992), da poeta, pesquisadora,
artista plástica e educadora Lia Vieira. Veja mais aqui.
CRÔNICA DO ARVOREDO & ANDARILHOS DE
MAURÍCIO MELO JÚNIOR
[...] Já não me
lembro bem dos detalhes, sei apenas que li num livro emprestado por um amigo. A
memória também não alcança os nomes do amigo, do livro, do autor. Sei somente
que era alto e escondia o rosto por trás de uma barba espessa, o amigo; e o
volume tinha capa amarela e marrom. Vivíamos a tensão do vestibular;
implacável, inadiável. Vivíamos uma cidade cercada pelos mistério da história,
pelo fascínio de um cotidiano de transformações concretizadas ao desejos dos
minutos. Tínhamos a sensação de que o mundo hirava em função de nós. E o mundo
não nos bastava, embora tivesse sido feito para abrigar somente a nossa
juventude. O amanhã era apenas a conseqüência do Sol que à tarde dormia. Por
isso vivíamos com intensidade o Recife. [...].
Trecho da obra Crônica
do arvoredo (Bagaço, 2006).
[...] Seu moço saia
do caminho, a conversa é comigo e Deus. No meio, somente os macacos do exercito
e a esperança de uma briga boa. Desarrede, desarrede que não tenho prosa pro
senhor. Doido, eu? Pois o senhor ainda não topou com doido na vida e já disse
pra não querer me enfrentar. Num avance, peste, num avnce que seu tempo pode tá
findo. Pois, lá vai brincadeira que já num tenho tempo pra prosa. Pá, pá e que
fique nas agonias do fim. [...]
Trecho da obra Andarilhos:
caminhos só ida, volta à seca (Bagaço, 2007), ambos os livros do jornalista
e escritor Maurício Melo Júnior.
Veja mais aqui, aqui e aqui.
Veja mais:
A poesia de Jorge de Sena aqui.
&
A ARTE DE ISMAEL
NERY
POESIA REVISTA
2018
Acaba de ser lançado o edital da Poesia Revista para reunião anual
de textos poéticos e colunistas de São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, com
tema Amor e distribuída em bibliotecas nacionais, em saraus e pelos poetas
participantes do projeto. A publicação é destnada a jovens e adultos, visando o
fomento da cultura e literatura na formação de público leitor e com objetivos
voltados para valorização do escritor e suas habilidades textuais, incentivo da
leitura, oportunizar aos autores a veiculação de seus trabalhos com divulgação
nacional e internacional. Os interessados confiram aqui.