A PROFESSORA
& A FESTA DO ESPALHAFATO - Acordei com uma
surpresa: Carma estava ao meu lado, brincando com um Mané-Gostoso: - Cadê o meu
netinho, munitinho! Eita! Acordar assim ao lado dela era mais que sonhar,
companhia que sempre me proporcionara o maior prazer, exatamente por seu
sorriso sempre presente em todos os momentos e isso até hoje. Logo também
apareceu Pai Lula trazendo um catavento: - Esse é mais um presentinho pro meu
neto! Presente duplo e dos que eu mais gostava: Mané-Gostoso e catavento. O dia
seria por isso maravilhosamente demais. Ah, mas eles estavam assim porque
pregaram uma surpresa para mim. Gostou, meu netinho? Gostei Carma. E também do
presente de Pai Lula. Ah, mas ainda temos uma supresinha pra você. Mais
surpresa ainda? Sim, uma surpresa inesquecível que sabemos que você vai adorar
ainda mais no dia de hoje. Mas hoje não é meu aniversário, Carma! A gente sabe
que não é seu aniversário. Acontece que uma pessoa muito especial veio lhe ver.
E logo entrou Tia Conça: - Cadê meu sobrinho predileto! E logo entrou me
abraçando e me beijando. Ah, se for Tia Conça a surpresa, aviso logo que já
gostei. Não, meu sobrinho, não sou eu a surpresa do dia, é muito melhor. Muito
melhor? Sim. Muito, muito? Sim. O que poderia ser melhor do que acordar
ganhando presentes e carinho de Carma, Pai Lula e Tia Conça? Não há nada melhor
que isso! Ah, há sim, meu netinho, não é Pai Lula? É Carma, há sim. Pois se
coisa há melhor que vocês três eu ainda não sei, o que poderia ser? Ah, então
feche os olhos que vamos levá-lo pra surpresa que você gostará muito, venha.
Bem, vendaram meus olhos e me encaminharam quarto afora, acredito que
atravessamos a sala de jantar e parece que havíamos chegado à varanda. Chegando
lá, ouvi que tinha mais gente no recinto, contaram até três no maior viva e de
repente vejo diante de mim, a professora Hilda! Nossa! Que bom estar com a
minha professorinha! Logo ela abraçou-me dizendo: O motivo é parabanizá-lo pela
passagem de ano na escola, você foi aprovado! Que bão! Eu não me continha em
pé, abracei a professorinha e saí abraçando um por um: Bichim, o Cravo,
Mindinho, Jeguim, Alvoradinha, a Rosa, Seu-Vizinho, Gordim, Maior-Todos,
Maluquim, Ciganinha, Fura-Bolos, Nitinha, Iaravi, Cata-Piolho, o
Super-Pontinho, as fadinhas, até o Lobisomem Zonzo e os animais todos do
terreiro. Virou uma festa só. A professorinha iniciou, então, encenações,
dramatizou de improviso coisas do tempo que ela fazia teatro e contracenou
comigo, com todos os presentes, até com os passarinhos, borboletas e outros
bichos que foram chegando. Enquanto ela desfilava personagens, recitava
poesias, rodopiava com danças e levantava a plateia pra brincar de caboclinos,
de bumba-meu-boi, de fandango e de quadrilha, rastava pé no coco, na embolada,
e quando a cena voltava ela encerrava com passos na maior frevada. E foram
servidos doces, salgados, ponches e frutas pra gente se esbaldar na maior
brincadeira. Pai Lula puxou uma adivinha, Tia Conça o que é o que é, Carma com
um trava-língua e professorinha recitou quadrinhas que muito alegraram aos
presentes. Salvas e palmas, cada um agradecia pelo momento, eu mesmo fiquei tão
emocionado e ao chegar a minha vez, não sabia o que dizer. Foi aí que saí com
essa: Meus amigos, minhas amigas, obrigado a todos vocês, vamos entoar cantigas
e fazer tudo outra vez. Aplaudido pela generosidade dos que ali se
apresentavam, cada um contou história: a do Falange, falanginha, falangeta, a
do Cravo e da Rosa, a do Alvoradinha nas águas, a da Princesa e do Jacaré, a da
Turma do Brincarte, a do Frevo e do Teatro, a do Lobisomem Zonzo, até que no
fim de tudo, findamos era contando a história do Reino Encantado de Todas as
Coisas. Ai entrou pela perna de pinto, saiu pela perna de pato, cada um sua
lorota no maior espalhafato! (Veja mais abaixo) © Luiz Alberto Machado.
Direitos reservados. Veja mais aqui.
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje na Rádio Tataritaritatá especiais com a saudosa cantora Elis Regina (1945-1982) ao vivo & no Monteux Jazz Festival; do compositor e guitarrista estadunidense Al Di Meola ao vivo com One of these nights & Jazzwoche Burghausen; a cantora e compositora Claudia Telles com seus grandes sucessos & o violonista Felipe Coelho com Cata Vento & Musadiversa. Para conferir é só ligar o som e curtir.
Hoje na Rádio Tataritaritatá especiais com a saudosa cantora Elis Regina (1945-1982) ao vivo & no Monteux Jazz Festival; do compositor e guitarrista estadunidense Al Di Meola ao vivo com One of these nights & Jazzwoche Burghausen; a cantora e compositora Claudia Telles com seus grandes sucessos & o violonista Felipe Coelho com Cata Vento & Musadiversa. Para conferir é só ligar o som e curtir.
PENSAMENTO DO DIA: ISONOMIA – [...] A
igualdade perante a lei refere-se ao cumprimento de determinado dispotivo
normativo, devendo abranger de forma uniforme todas as pessoas, bens ou
situações que estejam em igualdade de situações. [...] A garantia de igualdade entre os homens e as mulheres também abrange os
homossexuais, tanto os masculinhos quantoos femininos, os bissexuais e os
transexuais. A Constituição, ao garantir a intimidade e ao proibir a
discriminação, protegeu a livre opção sexual, impedindo qualquer tipo de
preconceito. [...]. Trechos extraídos do Curso de direito constitucional (Forense, 2008), do professor e
pós-doutor pela Université Montesquieu Bordeaux IV, Walbert de Moura Agra. Veja mais aqui, aqui & aqui.
PANELAS – O município de Panelas está localizado na microrregião
do Brejo Pernambuco, na região do agestre, e formada administrativa pelos
distritos sede, Cruzes, São José e São Lázaro. Obteve a sua autonomia municipal
em 18 de maio de 1870, pela Lei Provincial 919, desmembrando-se de Caruaru e de
São Bento do Una. A Maratona de Cruzes é realizada desde 1983, tornando-se um
evento tradicional esportivo, reunindo além de desportistas, atividades
culturais como bacamarteiros, bumba-meu-boi, capoeira, mamulengo, banda de pífanos
e Antônio da Boneca, além de três dias de muito forró com bandas reconhecidas
nacionalmente. A Maratona de Cruzes recebe cerca 60 mil pessoas ao longo de sua
programação. A vila de São José do
Bola foi criada na década de 1940, recebendo esta denominação
porque havia uma intensa vegetação com inúmeros tatus-bola, com eventos que
reúnem o tradicional "Casamento do Matuto" e concurso de fantasia de
carros-de-bois. Também são destaques locais a vila de São Lázaro, a escultura
em homenagem ao Festival Nacional de Jericos, a escultura feita de pedra em
homenagem ao trabalhador localizada na entrada da cidade de Panelas, o
Escorrego do Sítio Contador, a Serra, o Cruzeiro e o Mirante Serra da Bica. Veja mais aqui.
O HOMEM E A MULHER - [...] O
homem, por mais freaco que possa ser moralmente, não deixa de estar numa
estrada de ideais, de invenções e descobertas, tão rápido que o trilho
incadescente lança faíscas. A mulher, fatalmente deixada para trás, continua na
trilha de um passado que ela mesma pouco conhece. Está distanciada, para nossa
infelicidade, mas não quer ou não pode ir mais depressa. O pior é que ambos não
parecem ter pressa de se aproximar. Parece que nada têm para dizer um ao outro.
O lar está frio, a mesa muda e a cama gelada. [...] Cumpre dizer claramente a coisa como ela é. Eles já não têm ideias
comuns, nem linguagem comum, e mesmo sobre o que poderia interessar as duas
partes, não sabem como falar. Perderam-se muitro de vista. Em breve, se não se
tomar cuidado, apesar dos encontros fortuitos, já não serão dois os sexos, mas
sim dois povos. [...] Trechos extraídos da obra A mulher (Martins Fontes, 1995), do filósofo e historiador francês e
Jules Michelet (1798-1874). Veja
mais aqui e aqui.
O CARTEIRO E O POETA - [...] Com
um gesto de toureiro desprendeu o avental de Beatriz, sedoso rodeou sua cintura
e despencou seu pau pelas coxas, como ela gostava, conforme provavam os
suspiros que tão fluidamente soltava com essa seiva enlouquecedora que
lubrificava sua boceta. Com a língua molhando a orelha e as mãos levantando
suas nádegas, meteu de pé, na cozinha, sem se preocupar em tirar a sala. – Vão
nos ver, meu amor – arquejou a garota, ajeitando-se para que o pau entrasse até
o fundo. Mario começou a girar com golpes secos e, empapando os seios da garota
de saliva, balbuciou: - Pena não ter o Sonu aqui para gravar esta homenagem a
dom Pablo. E, num átimo, promulgou um orgasmo tão estrndoso, borbulhante,
desmedido, estranho, bárbaro e apocalíptico que os galos acharam que tinha
amanhecido e começaram a cocoricar com as cristas infladas, os cachorros
confundiram o uivo com o apito do norturno ao sul e começaram a ladrar para a
lua como se estivessem acompanhando um convenio incompreensível, o companheiro
Rodriguez, ocupado em moldar as orelhas de uma universitária comunista com a
rouca saliva de um tango de Gardel, teve a sensação de que um catafalto lhe
cortava o ar na garganta e Rosa, viúva do Gonzalez, teve que tentar cobrir com
o microfone na mão o “Hosana” de Mario, trinando mais uma vez A vela com um
sonsonente operático. Agitando os braços como asas de moinho, a mulher
estimulou Domingo Guzmán e Pedro Alarcón a redobrarem pratos e tambores,
sacurdirem maracás, soprarem trombetas, trutucas ou, em sua falta, aumentarem o
som da flauta, mas o maestro Guzmán, contendo o menino Pedro com um olhar,
disse: - Fique tranqüilo, maestro, que se a viúva está tão saltitante é porque
agora é a vez da filha. [...] desgarrou-se
o orgasmo de Beatriz em direção à noite sideral, com uma cadencia que inspirou
aos casais nas dunas (“um assim, filhinho”, pediu a turista ao telegrafista),
que deixou escarlates e fulgurantes as orelhas da viúva e que inspirou as
seguintes palavras ao pároco, em seu desvelo lá na torre: magnificat, stabat,
pange língua, dies ira, benedictus, kirieleison, angélica. Ao final do último
trinado, a noite inteira pareceu umedecer e o silêncio que se seguiu teve algo
de turbulento e turvo. [...]. Trechos extraídos da obra O carteiro e o poeta (Record, 1996), do
escritor chileno Antonio Skarmeta.
Do bairro mais velho e escuro,
Deixo os meus brincos, lavrados
Em cristal, límpido e puro...
E àquela virgem esquecida
Rapariga sem ternura,
Sonhando algures uma lenda,
Deixo o meu vestido branco,
O meu vestido de noiva,
Todo tecido de renda...
Este meu rosário antigo
Ofereço-o àquele amigo
Que não acredita em Deus...
E os livros, rosários meus
Das contas de outro sofrer,
São para os homens humildes,
Que nunca souberam ler.
Quanto aos meus poemas loucos,
Esses, que são de dor
Sincera e desordenada...
Esses, que são de esperança,
Desesperada mas firme,
Deixo-os a ti, meu amor...
Para que, na paz da hora,
Em que a minha alma venha
Beijar de longe os teus olhos,
Vás por essa noite fora...
Com passos feitos de lua,
Oferecê-los às crianças
Que encontrares em cada rua...
Poema extraído da obra Poemas (Maianga, 2004), da poeta
angolana Alda Lara (1930-1962). Veja mais aqui.
Veja mais:
Homenagem à professora Hilda Galindo
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