VAMOS
APRUMAR A CONVERSA? DESNORTEIO
– Na minha vida eu levei muita pancada. Foi bordoada de quase rachar no meio. No
desenfreio alinhei todo viés, escapei de revestrés pra ajeitar o desnorteio. No
aperreio eu passei toda desdita, fiz de premio pra conquista o que ganhei no
pisoteio. Mas pra que tanta se apenas uma basta, quanto mais a vida arrasta
mais se aprende a lição. Eu vou menino e piso bredo nas manobras, vai que um
dia a sorte sobra pra aprumar a direção. Eu dei topada, levei tombo e ralei
mais, no ademais muita asneira no passeio. E no recreio da maior das presepadas,
fui gaiato nas quebradas fiz vergonha sem ter freio. Pra cabeceio só queria era
abafar e a mulherada se achegar pra viver no meu rodeio. Mas pra que tanta se
apenas uma basta, quanto mais a vida arrasta mais se aprende a lição. Eu vou
menino e piso bredo nas manobras, vai que um dia a sorte sobra pra aprumar a
direção. Hoje aprendi que na vida tudo prova. Não tem corcova que aguente a
danação. Não dá mais não, ser roto do esfarrapado ou sujo do malavado, ser
jeitoso sabidão, ser outro então com a paz de responsável cultivando o
sustentável modo de ser cidadão. (Desnorteio, Luiz Alberto Machado). Veja mais
aqui e aqui.
Imagem: Suzanna and the Elders (1746), do pintor francês Joseph-Marie Vien (1716-1809)
Curtindo Carta de Amor (Ato 1 & 2 – Biscoito Fino, 2013), da cantora Maria Bethânia.
TÉCNICA
E CIÊNCIA ENQUANTO IDEOLOGIA
– No livro Técnica e ciência enquanto
ideologia (Edições 70, 1968), do filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas, o autor aborda temas
como a ideologia da sociedade industrial, as teses de Herbet marcuse, a
industrialização e capitalismo em Max Weber, ciência e tecnologia na sociedade
caputalista, Husserl, ideologia e dominação de classe, nova ciência e nova
técnica, a neutralidade científica e tecnológica, teoria da ação comunicativa,
conhecimento e interesse, entre outros assuntos. Da obra destaco o trecho para
reflexão: [...] O crescimento das forças
produtivas institucionalizadas com o progresso técnico-cientifico rompe com
todas as proporções históricas. É isso que dá ao quadro institucional sua
chance de legitimação. A ideia de que as relações de produção possam ser
medidas pelo potencial das forças produtivas desenvolvidas é descartada pelo
fato de que as relações de produção existentes se apresentam como a forma de
organização tecnicamente necessária de uma sociedade racionalizada. [...] Ao nível do seu desenvolvimento
técnico-científico, as forças produtivas parecem portanto entrar numa nova
constelação com as relações de produção; elas agora não mais funcionam como
fundamento da crítica das legitimações em vigor para os fins de um iluminismo
político, mas, em vez disso, convertem-se elas próprias no fundamento de
legitimação. Isso é concebido por Marcuse como uma novidade na história
mundial. Mas, se é assim que as coisas se comportam, será que a racionalidade,
que se encontra incorporada nos sistemas do agir racional com respeito a fins,
não deve então ser compreendida como uma racionalidade que sofreu uma
especifica restrição? Em vez de reduzir a racionalidade da ciência e da técnica
a regras invariantes da logica e do agir controlado pelo sucesso, não seria
preferível pensar que ela absorveu em si um a priori material, surgido
historicamente e portanto perecúvel? Marcuse responde afirmativamente a essa
questão: “Os princípios da ciência moderna foram estruturados a priori de modo
a poderem servir de instrumentos conceituais para um universo de controle
produtivo que se perfaz automaticamente; o operacionalismo teórico passou a
corresponder ao operacionalismo prático [...] Marcuse deve essa concepção de que a racionalidade da ciência moderna é
uma formação histórica tanto ao ensaio de Husserl sobre a crise da ciência
europeia, como à destruição heideggeriana da metafisica ocidental. No contexto
materialista, foi Bloch que desenvolveu o ponto de vista segundo o qual a racionalidade
da ciência desfigurada no capitalismo rouba também, à técnica moderna, a
inocência de uma pura força produtiva. Mas só Marcuse faz do conteúdo político
da razão técnica, o ponto de partida analítico para uma teoria da sociedade
capitalista em fase tardia. Desde que a sua pretensão era não só a de
desenvolver filosoficamente esse ponto de vista, mas também a de confirma-la
pela análise sociológica, as dificuldades da concepção podem ser evidenciadas.
[...]. Veja mais aqui.
TATILISMO
DOS IMPROVISUAIS – No
livro Hora aberta (Poemas Reunidos –
Vozes, 2003), estão reunidos livros do poeta e professor universitário Gilberto Mendonças Teles, entre eles,
Álibis (2000), Cone de Sombras (1995), Plural de nuvens (1984), Saciologia
Goiana (1982), Arte de Armar (1977), A raiz da fala (1972), Sintaxe invisível
(1967), Sonetos do azul sem tempo (1964-67), Pássaro de pedra (1962), Fábula de
fogo (1961), Planície (1958), Estrela-D´Alva (1956), Alvorada (1955), Poemas
avulsos (1950-57), Caixa-de-fósforo (1955-2002) e os inéditos Arabiscos &
Improvisuais. Entre eles destaco o poema Tatilismo: Estou mesmo contíguo. / Terno e próximo, / tateio a densidade das
paredes, / toco a força do barro e, digital, / vou apalpando o limo, o lodo, o
gesso, / o que se faz de seda – o signo alado / que ainda move o céu quase
intangível / na sua consistência. / Algumas vezes, / tomo a forma de chuva: é
quando sinto / o visco, o peso, o comichão da terra, / quando inteiro me
planto, agarranhando / os pelos da raiz e me aderindo / à substancia da imagem
que te grava / no carbono da noite. / Unida ao gesto, / a mão que te copia e te
faz cócegas / disfarça o movimento e te assinala, / te despe e te inicia no
sentido / do mais puro e compacto – o da matéria: / mármore, cobre, zinco,
essas linguagens / granuladas nos poros e nas fibras / indóceis da manhã. / Eu
sempre tive / olhos nas pontas líricas dos dedos. / Sou dátitlos, troqueis e
muitos iambos / para escandir um dia os teus veludos / e por dentro alisar o
teu mais íntimo / refúgio de silêncio. / Pele a pele, / conservo o teu desejo.
/ Palmo a palmo, / manuseio teu ritmo, e no alvoroço, / viajamos na sombra o
nosso impulso. / O amor vai-se fazendo corpo a corpo / na espessura da vida.
Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
CONDIÇÃO
MULHER & ARTE – A
escritora, jornalista, pedagoga, ativista republicana e feminista portuguesa Ana de Castro Osório (1872-1935) foi a
pioneira na luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres, fundando o
Grupo Português de Estudos Feministas (1907) e a Liga Republicana das Mulheres
Portuguesas (1909), entre outras instituições, marcando profundamente a
história da literatura em Portugal. Ela é autora de livros como As mulheres
portuguesas (Manifesto Feminista, 1905), Infeliz: histórias vividas (1898),
Ambições (1903), bem como escreveu comédias para o teatro, tais como Bem prega
Frei Tomás (1905), A comédia de Lili (1903), A bem da pátria: as mães devem
amamentais seus filhos e a educação da criança pela mulher, além de livros
sobre a educação das crianças. Foi a criadora da literatura infantil em seu
país ao publicar os contos dos irmãos Grimm, em dez volumes; Alma infantil –
animais (1903), entre outras obras. Merece portanto destaque por luta e sua
obra! Veja mais aqui, aqui e aqui.
A
TRAJETÓRIA DE ARLETE – A
atriz Arlete Salles ganhou seu
primeiro como atriz revelação, em 1958, quando integrava a companhia teatral de
Barreto Junior. Ela era locutora, depois de ter sido instrumentadora num
consultório odontológico, para depois ir pro cinema, pro teatro e televisão.
Foi locutora inicialmente na Rádio Jornal do Commercio, em Recife, seguindo em
1960 para os Diários Associados, até transferir-se com Lúcio Mauro para o Rio
de Janeiro, trabalhar como atriz na TV Tupi. No cinema ela participou dos
filmes Terra sem Deus (1963), O grande gozador (1972), A dama das camélias
(1972), O sexo das bonecas (1974), A cartomante (1974), A extorsão (1975) e só
voltou ao cinema com Acredite, um espírito baixou em mim (2006), Irma Vap – o
retorno (2006), A ilha do terrível Rapaterra (2006), A casa da mãe Joana
(2008), Polaroides urbanas (2008) e Até que a sorte nos separe 2 (2013). No
teatro, ela participou de A partilha (1990), A vida passa (2000), Todo mundo
sabe que todo mundo sabe (2003), Veneza (2003), Hairspray (2009), Amores,
perdas e meus vestidos (2010), A partilha (2012) e O que o mordomo viu (2014).
Essa pernambucana de Paudalho merece aplausos de pé por sua grandiosa carreira.
Veja mais aqui.
BLUE
VELVET – O suspense
neo-noir e surrealista Blue Velvet
(Veludo azul, 1986), dirigido por David Lynch e trilha sonora de Angelo
Badalemti, baseada na música homônima interpretada por Bobby Cinton e In dreams
de Roy Orbison, contando a história de uma pequena cidade que aparentemente é
normal, mas que é envolvida num mundo obscuro e assustador, levando um jovem a
investigar a um tentador e erótico mistério que envolve uma cantora boate
perturbada e um sádico viciado num chocante e assustador envolvimento de
sentimentos. O destaque do filme vai para linda atriz e modelo italiana Isabella Rosselini. Confira mais aqui.
AGENDA
DE EVENTOS: SARAU MARGINAL & VARAL DE POESIAS – Neste dia 20
de Junho, acontecerá no horário das 18:30 às 22hs, na Rua Professor Lúcio
Santos, no Parque São José em Três Corações (MG), mais uma edição do Sarau Marginal, com as seguintes
atrações: Declamando poesias: Poeta Paulo D'Barros & Poeta Gustavo Valin.
Varal de Poesias & grupos de Rap: Era XXI, Léo Vínicius, MNiggaz, Rafael
Raciocínio Tático & muito mais: "Um lugar onde não há atividades
culturais, a violência vira espetáculo" (Info. Meimei Corrêa). Veja mais
aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA
Leda
with the Swan – marble,
do arquiteto e escultor italiano Bartolomeu
Ammanati (1511-1592)
Veja mais sobre:
Tudo em mim mestiço sou, O povo brasileiro de Darcy Ribeiro, o anarquismo de Emma Goldman, A história da vida de Helen Keller, a música de Haydn &
Guilhermina Suggia, A escultura de Luiz Morrone, a pintura de Pisco Del Gaiso & Martin Eder, Os
Fofos Encenam & Viviane Madu aqui.
E mais:
Os tantos e muitos Brasis aqui.
Tudo é Brasil aqui.
Água morro acima, fogo
queda abaixo, isto é Brasil
aqui.
Preconceito, ó, xô prá lá aqui.
Ih, esqueci!, A natureza de Anaximandro de Mileto,
Tutameia de Guimarães Rosa, a poesia reunida de Lelia Coelho Frota, a música de
Ida Presti, Geração Trianon & Anamaria Nunes, o cinema de Krzystof
Kieslowski & Irène Marie Jacob, a pintura de Lavinia Fontana & a arte
de Márcio Baraldi aqui.
Zezé Mota, O grande serão de Guimarães
Rosa, a música de Milton Nascimento & Caetano Veloso, a entrevista de
Rejane Souza, Rafael Nolli, a arte de Isabelle Adjani, Sóstenes Lima &
Vestindo a Carapuça aqui.
A psicanálise de Karen Horney &
Homofobia é crime aqui.
Cantador & Cantarau Tataritaritatá aqui.
Fecamepa: Quando o estreitamento do
compadrio está acima da lei, aí, meu, as panelinhas mandam ver e só os
privilegiados se banqueteiam aqui.
Brincarte do Nitolino, Menino de engenho de José Lins do Rego,
A canção de Allen Ginsberg, a música de Charles Lecocq, O signo teatral de
Ingarden & Cia., O choque das civilizações de Samuel Huntington, Noite
& neblina de Alain Resnais, a pintura de Raoul Dufy & a arte de
Catherine Deneuve aqui.
A vida se desvela nos meus olhos fechados, Outras mentes de John Langshaw Austin, Humilhados e
ofendidos de Fiodor Dostoiévski, Daniel Deronda de Georg Eliot, a pintura de
Top Thumvanit & Rico Lins, a música de Mísia, a fotografia de Edward
Weston, a arte de Stephanie Sarley & Krzyzanowski aqui.
Carta de amor, Espécies naturais de Willard Van Orman
Quine, Mulher da cor do tango de Alicia Dujovne Ortiz,
a música de Dori Caymmi, Memórias de Prudhome de Henry Monnier, a
fotografia de João Roberto Riper, Poema da paz de Madre Teresa de Calcutá, a
arte de Tanja Ostojić & Luciah Lopez aqui.
A fome e a laranjeira, Princípios da filosofia do direito de
Hegel, Declaração da Independência do Espírito de Romain Rolland, O diário de Frida Kahlo, a música de Bach & Janine Jansen, a fotografia
de Sebastião Salgado, a xilogravura de Fernando Saiki, a arte de David Padworny & Tempo de amar de Genésio Cavalcanti aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.