VAMOS
APRUMAR A CONVERSA? BIG SHIT BÔBRAS:
Doro queria ser presidente. Diz ele: depois de Lula, qualquer tem essa ambição.
– É só... -, melhor falar dele: fez trejeitos, se amostrou como pôde,
esgoelou-se, estrebuchou, estertorou e nada. Percebeu que umbigo não tem
ouvidos, tudo só vinga na base da telinha e das vitrines. Foi na TV, os cegos
deram-no por invisível; foi pras rádios, tudo mouco. Armou-se dum megafone no
meio da feira, nada. Encheu o mundo de pernas, secou os cambitos. O que fazer?
Criatividade: jogou um vídeo na rede com suas lorotas; seis meses depois só um
acesso, o dele. Nem um mais pra remédio. Insistiu por anos, persistiu. Inovou e
botou banca: um sonso com as manguinhas de fora. Perseverou, mas prevalecia
condições aversivas. Bateu com a cabeça no muro, entrou na contramão. Restou
ficar nu e dar uma de doido: comeu merda e rasgou dinheiro. Ganhou uma camisa
de força, uma pecha de lelé e depois do diagnóstico são, mais nada. E como mais
nada havia por tentar, questionou-se: que fazer? Desistiu. A indiferença dos
outros venceu. Veja mais aqui.
Imagem: The beautiful model, do pintor francês Andre Derain (1880-1954)
Curtindo o álbum duplo e ao vivo Back in the World (Parlophone/EMI, 2003), do cantor e compositor inglês Paul McCartney.
A
MISÉRIA DO HOMEM – No
livro Pensamentos (Pensées, 1670), do filósofo, físico e
teólogo francês Blaise Pascal
(1623-1662) encontro o capítulo XXI que trata sobre a miséria do homem: [...] Nada é mais capaz de nos fazer entrar no
conhecimento da miséria dos homens do que considerar a causa verdadeira da
agitação perpétua na qual passam a vida. A alma é lançada no corpo para ai
fazer uma estadia de pouca duração. Sabe que é apenas uma passagem a uma viagem
eterna e que só dispõe do pouco tempo que dura a vida para se preparar. Às
necessidades da natureza lhe arrebatam uma parte muito grande dela. Só lhe
resta muito pouco de que possa dispor. Mas, esse pouco que lhe resta a incomoda
tanto e a embaraça de modo tão estranho que ela só pensa em perdê-la. É, para
ela, uma pena insuportável ser obrigada a viver consigo e a pensar em si.
Assim, todo o seu cuidado consiste em se esquecer de si mesma e deixar correr
esse tempo tão curto e tão precioso sem reflexão, ocupando-se com coisas que a impedem
de pensar nisso. Eis a origem de todas as ocupações tumultuárias dos homens e
de tudo o que se chama de divertimento ou passatempo, nos quais, de fato, não
se tem por fim senão deixar neles passar o tempo sem o sentir, ou antes, sem se
sentir a si mesmo, e evitar, perdendo essa parte da vida, a amargura e o
desgosto interior que acompanhariam necessariamente a atenção que se prestasse
a si mesmo durante esse tempo. A alma não acha nada em si que a contente; não
vê nada que não a aflija quando medita. É o que a constrange a transbordar-se e
a procurar, na aplicação às coisas exteriores, perder a lembrança do seu estado
verdadeiro. Sua alegria consiste nesse esquecimento, e basta, para torná-la
miserável, obrigá-la a se ver e a estar consigo. Encarregam os homens, desde a
infância, do cuidado de sua honra, do seu bem, e ainda do bem é da honra dos
seus amigos Atormentam-nos com negócios, com a aprendizagem das línguas e das
ciências, e fazem-nos entender que não poderiam ser felizes sem a sua saúde, a
sua honra, a sua fortuna e a dos seus amigos estarem em bom estado, e que uma
só coisa que falte os tornaria infelizes. Assim, dão-lhes cargos e negócios que
os fazem labutar desde o despontar do dia. Eis, direis, uma estranha maneira de
torná-los felizes; que se poderia fazer de melhor para torná-los infelizes?
Como! que se poderia fazer? Bastaria tirar-lhes todas as suas preocupações: e,
então, eles se veriam, pensariam no que são, de onde vêm, para onde vão; e,
assim, não se pode ocupá-los e desviá-los tanto; e eis porque, depois de lhes
terem preparado tantos negócios, se eles têm algum tempo de folga,
aconselham-nos a empregá-lo exclusivamente em diversões, passatempos e
ocupações. [...] Daí resulta que os homens gostem tanto do barulho e
do reboliço; daí resulta que a prisão seja um suplício tão horrível; daí
resulta que o prazer da solidão seja uma coisa incompreensível E, finalmente,
que o maior motivo de felicidade da condição dos reis consista em procurar
diverti-los sem cessar e proporcionar-lhes todas as variedades de prazeres. Eis
tudo o que os homens puderam inventar para tornarem-se felizes. E os que assim
se fazem de filósofos, e que acreditam que o mundo seja bem pouco razoável para
passar o dia inteiro a correr atrás de uma lebre que não desejassem comprar,
não conhecem a nossa natureza. Essa lebre não nos preservaria da visão da morte
e das misérias que nos desviam dela, mas a caça nos preserva. E assim, quando
acusados de que o que procuram com tanto ardor não poderia satisfazê-los, se
respondessem, como deveriam fazê-lo se meditassem bem, que procuram tão somente
uma ocupação violenta e impetuosa que os desvie de pensar em si, e que é por
isso que se propõem um objeto atraente que os encante e os atraia com ardor,
deixariam seus adversários sem resposta. Mas, não respondem isso, porque não se
conhecem a si mesmos; não sabem que é somente a caça e não a presa o que
procuram. [...] Veja mais
aqui.
OS
VERSOS SATÂNICOS – O
livro Os versos satânicos (Companhia
das Letras, 1998), do escritor britânico de origem indiana Salman Rushdie, conta em sua história de dois indianos muçulmanos
que sobreviveram a um atentado a bomba de separatistas sikh em um avião e faz
referências a alguns versículos Gharanigh, que são versos do Corão. Da obra
destaco o trecho inicial: "Para
nascer de novo", cantava Gibreel Farishta despencando do céu, "é
preciso morrer primeiro. Ho ji! Ho ji! Para pousar no seio da terra, é preciso
voar primeiro. Tat-taa! Taka-thun! Como sorrir de novo, se não se chorou
primeiro? Como conquistar o coração da amada, mister, sem um suspiro? Baba, se você quer nascer de
novo..." Pouco antes do amanhecer de uma manhã de inverno, no dia de
Ano-Novo, ou por aí, dois homens de verdade, adultos, vivos, caíram de grande
altura, vinte e nove mil e dois pés, em direção ao canal da Mancha, sem a
garantia de pára-quedas nem de asas, caíram do céu limpo. "Tem de morrer,
estou dizendo, tem de morrer, tem de morrer", e assim foi, sob uma lua de
alabastro, até que um grito alto atravessou a noite: "Pro inferno com essa
música", as palavras suspensas, cristalinas, na branca noite gelada.
"Nos filmes você usava playback e só mexia a boca, portanto me poupe desse
barulho infernal." Gibreel, o solista desafinado, brincava ao luar,
cantando seu gazal improvisado, nadando no ar, borboleta, de peito, se enrolava
numa bola, abria braços e pernas no quase-infinito do quase alvorecer, adotava
posturas heráldicas, rampante, agachado, opondo leveza à gravidade. Ele rolou,
feliz, na direção da voz sardônica. "Alô-alô, Salad baba, é você, que bom. Que tal,
Chumch?" Ao que o outro, uma sombra meticulosa caindo de cabeça, o terno
cinzento com todos os botões do paletó abotoados, braços colados ao corpo,
confiante na improbabilidade do chapéu-coco na cabeça, fez uma careta de quem
não gosta de apelidos. "E aí, Spoono", Gibreel gritou, provocando uma
segunda careta de ponta-cabeça, "A Própria Londres, bhai! Lá vamos nós! Aqueles filhos da
puta lá embaixo não vão nem saber o que foi que caiu em cima deles. Se foi
meteoro ou raio ou a ira de Deus. Saído do nada, baby. Drrraaammm! Rrram, na?
Que chegada, yaar. É ou não é: splat." Saindo do nada: um big bang, seguido
de estrelas cadentes. Um começo universal, um eco em miniatura do nascer do
tempo... o jato jumbo Bostan, vôo
AI-420, desintegrou-se sem aviso prévio, muito acima da grande, podre, bela,
branca de neve, iluminada cidade, Mahagonny, Babilônia, Alphaville. Mas Gibreel
já a batizou, não devo interferir: Própria Londres, capital de Vilayet,
cintilando, piscando, acenando na noite. Enquanto nas alturas himalaias um sol breve
e prematuro explodia no ar empoeirado de janeiro, um bip desaparecia das telas
de radar, e o ar rarefeito se enchia de corpos, despencando do Evereste da
catástrofe para a palidez leitosa do mar. Quem sou eu? Quem mais está aí? [...]
Veja mais aqui.
A COROA SUBMERSA NA NOITE
DAS NUVENS– Dois poemas
do poeta do Romantismo alemão Ludwig Uhland
(1787-1862) merecem destaque, o primeiro deles A coroa submersa: No alto daquele monte / Há uma casa
pequenina, / Panorama deslumbrante / Da porta se descortina; / Livre e justo
lavrador / Lá mora, que ao fim do dia / Cânticos ergue ao Senhor / E o gume da
foice afia. / Embaixo um pântano existe / Sombrio, onde jaz no fundo / Coroa,
em que já se viram / A glória e o poder do mundo; / Carbúnculos e safiras / Lá
estão à noite a brilhar; / Ali ela vive há séculos, / Ninguém ainda foi a
buscar. Também o seu Noite Nuvens merece ser mencionado: Nuvens / Completamente
mergulhado no mais puro brilho, / Nuvens em luz completamente,
/ Tinha tão sufocante escurecido. / Sim!
suspeitando meu coração me diz: / Uma
vez que desligá-lo é se tão tarde, / Quando
o sol se põe, /
Me esclarece alma de sombra. Veja mais aqui.
TEATRO
CORDEL – Um trabalho
meritório de todos os aplausos possíveis é o do escritor, educador e contador
de histórias Cesar Obeid, com as
atividades de recriação do cordel e do repente na educação, teatro, eventos e
literatura. Tenho acompanhado sua trajetória há alguns anos, podendo constatar que ele é autor de diversos livros voltados para o universo infanto-juvenil e, também para as mais diversas faixas etárias, desenvolvendo ainda atividades na União
dos Cordelistas e Repentistas do Nordeste (UCRAN), afora escrever regulamente
para jornais e revistas sobre a temática, bem como participar de gravações de programas
de rádio e televisão. Seu trabalho indubitavelmente é duma relevância ímpar, fato que me legou, algum tempo atrás, a procurá-lo para conceder uma entrevista exclusiva
pra gente e que, nada melhor, trazê-la aqui para o conhecimento do excelente
material dele. Confira aqui.
BLADE
RUNNER – O filme de
ficção científica Blade Runner (Blade Runner, o caçador de androides,
1982), dirigido pelo diretor e produtor inglês Ridley Scott, baseado no romance
Do androids dream of electric sheep?,
do escritor de ficção científica estadunidense Philip K. Dick, conta uma
história que se passa duma futurista, poluída e decadente cidade no ano de
2019, povoada pelo consumismo exacerbado e num processo de colonização que
envolve a aventura de exploração de outros planetas em razão do colapso
material e moral da civilização humana. Descreve um futuro em que a humanidade
inicia a colonização espacial, para o que cria seres geneticamente alterados -
replicantes - utilizados em tarefas pesadas, perigosas ou degradantes nas novas
colônias. Esses replicantes são banidos da terra depois de um motim, usados em
trabalhos perigosos nas colônias extraterrestres. Alguns deles escapam e
retornam à terra para exigir mais tempo de vida. No final, as questões que
afligem os replicantes acabam se tornando as mesmas que afligem os humanos.
Como diz a personagem de Edward James Olmos (Gaff), quase ao término do filme:
"[...] que pena que ela não
viverá... mas quem é que vive?" Trata-se de um final catastrófico,
deprimente e melancólico do processo de globalização, com clonagem de animais
extintos e replicantes humanos que dividem a convivência sombria e desanimadora
de uma profusão credos, culturas, costumes e etnias. O destaque do filme é o
trabalho da atriz estadunidense Sean
Young. Veja mais aqui.
AGENDA
DE EVENTOS: EXPOSIÇÃO DE
POESIA VISUAL – Acontecerá neste domingo, 21 de junho, no espaço cultural Taller Siglo XX
Yolnada Hurtado en Santiago de Chile , a La Exposición Poesía Visual dos artistas Pamela Galleguillos,
Hernán Paravic, Carolina André e Leo Lobos, apresentando uma série de trabalhos
criativos e de talento nas áreas de desenho, pintura e escultura em metal. II –
CONFRARIA: NÓS POETAS - Acontecerá no próximo dia 23 de junho, as comemorações
dos 150 anos da Biblioteca Pública Estadual, de Maceió, com uma programação que
vai de Varal de Poesias & Confraria: Nós Poetas, bate papo informal com
escritores alagoanos, vendas de livros, leituras de poesias, cordel e prosa. A
programação se estenderá até o dia 26 de junho na Biblioteca Pública Estadual. Veja
mais aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA
Imagem: Venus Victrix (1805-1808) – A
princesa do prazer Paulina Bonaparte -,
do escultor, pintor, desenhista e arquiteto italiano Antonio Canova (1757-1822).
Estátua que traz a primeira princesa reinante da Guastalla, da França e
consorte de Sulmona e Rossano, Maria Paola Buonaparte (1780-1825), em mármore,
que causou uma série de escândalos na França e na Itália por sua fama de
predadora sexual e por sua promiscuidade na coleção de amantes das mais
diversas classes sociais.
Veja mais sobre:
Uma coisa quando outra, A aventura da modernidade de Marshall
Berman, a poesia de Adolfo Casais Monteiro, a música de Tom Jobim & Maucha
Adnet, Arquiteturas líquidas de Marcos Novak, Renie
Britenbucher & Adriana Garambone, a arte de Alyssa
Monks & Luciah Lopez aqui.
E mais:
Os vexames dum curau no sul, O absurdo & viver para quê de
Thomas Nagel, Voragem de Junichiro Tanizaki, Eu mesmo de Emílio de Meneses, Mão
na luva de Oduvaldo Vianna Filho, a deusa Pax, a música de Rosalia de Souza, o
cinema de Olivier Assayas & Maggie Cheung, a pintura de Pierre-Auguste
Renoir & Suzanne Frie aqui.
Doro & a copa do mundo, a música de Astor Piazzola, a poesia de Adolfo Casais
Monteiro, Adriana Garambone, A arte de Roberto Burle Marx & Antônio Miranda
aqui.
Desenvolvimento psicossocial de Erik
Erikson & Justiça à poesia com Simone Moura Mendes, o ator Chico de Assis e
a cantora Wilma Araújo & o violonista Marcão, entre poetas e outros
participantes aqui.
Vamos aprumar a conversa,O eu profundo & os outros eus de
Fernando Pessoa, Culto da feminilidade de André Van
Lysebeth, Psicologia social & Lev Vygotsky, o cinema de Philippe
Blasband, as gravuras de Lasar Segall, a música de Guinga & Quinteto
Villa-Lobos, a pintura de Luciano Freire & a xilogravura de Manassés Borges
aqui.
O espelho de João Guimarães Rosa aqui.
Brincarte do Nitolino & festejos
juninos, Guerra
& paz de Cândido Portinari, a música de Egberto Gismonti, Platero e eu de
Juan Ramón Jiménez, Menino antigo de Carlos Drummond de Andrade, Família
composta de Domingos Pellegrini, a pintura de Jamilton Barbosa Correia,
Contador de histórias & Maria de Medeiros aqui.
Vamos aprumar a conversa,Simulacro & simulações de Jean
Baudrillard, a música de Patricia Glatzl & Lígia Moreno, Um estado muito
interessante de Zulmira Ribeiro Tavares. O rato no muro de Hilda Hilst, o
cinema de Roger Vadin & Brigitte Bardot,Composição humana de Manabu Mabe, a
pintura de Theodore Roussel & Nicolas Poussin aqui.
A rodagem de Badalejo & a bodega de
Água Preta, O
analista de Bagé de Luis Fernando Veríssimo, a música de Meredith Monk, Iniciação ao teatro de Sábato
Magaldi, Narração & narrativas de Samira Nahid Mesquita, o cinema de
Hector Babenco, a arte de Vanice Zimermam, a pintura de Robert
Luciano & Vlaho Bukovac aqui.
O dono da razão, Canção do exílio de Murilo Mendes,
Identidade & etnia de Carlos Rodrigues Brandão, Socioantropologia da
educação de Maria Sérgio Michaliszyn, a arte de Francisco Zúñiga, a pintura de Jules Pascin, Peace in earth & a música de Jú
Martins aqui.
Não era pra ser, nem foi, Entre a vida e a morte de Nathalie
Sarraute, a música de Galina Ustvolskaya, Aquarium World de
Takashi Amano, o ativismo de Emmeline
Parnkhurst, o cinema de Sarah Gravon & Carey Mulligan, as
gravuras de Jean-Frédéric Maximilien de Waldeck,
a pintura de Paul-Émile Chabas & Carlos Alberto Santos aqui.
A esperança equilibrista, O espaço da cidadania de Milton Santos,
Admirável mundo novo de Aldous Huxley, Saberes necessários de Edgar Morin, a
música de Vivaldi & Michala Petri, a fotografia de Andreas
Feininger, a pintura de Gianluca Mantovani & Jose
De la Barra, a arte de Daniele Lunghin & Dave
Stevens aqui.
Eita! Vou por ali no que vem e que vai, a literatura de Ítalo Calvino, Os
tempos da Praieira de Costa Porto, O efêmero de Louise
Glück, a música de Edson Zampronha, Neurofilosofia e Neurociência Cognitiva,
Betina Muller, a arte de Laszlo Moholy-Nagy & Anke
Catesby aqui.
Faça seu
TCC sem Traumas: livro, curso & consultas aqui.
Fecamepa –
quando o Brasil dá uma demonstração de que deve mesmo ser levado a sério aqui.
Cordel
Tataritaritatá &
livros infantis aqui.
História da mulher: da antiguidade ao século
XXI aqui.
Palestras: Psicologia, Direito &
Educação aqui.
A croniqueta de antemão aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.