VAMOS
APRUMAR A CONVERSA? A
vida passa em cada passo do caminho, vou passarinho professando a minha fé. Vou
bem cedinho pela estrada que se espalma, o Nordeste em minha alma, nos catombos
do trupe. Vou Severino percorrer légua tirana, com toda aventura humana no
solado do meu pé. Sou cantador e carrego no canto minha vida no manto que
reveste o valor, pra onde eu for eu me valha do encanto, pra chegar em qualquer
canto com a verdade do amor. Vou com meu canto em cada canto lado a lado, vou
com cuidado afinando o meu gogó. Sem ter espanto, todo só de luz armado, tino
aceso e aprumado, evitando um quiprocó. Vou confiante, entre o céu e a terra, a
ponte no destino do horizonte, vou bater até no sol. Sou cantador e carrego no
canto, minha vida no manto que reveste o valor. Pra onde eu for, eu me valha do
encanto, pra chegar em qualquer canto com a verdade do amor. Digo bem alto e
minha crença toma abrigo, sem ter asilo na redoma do mundão. Sigo o sermão no
rumo a rota do estradeiro, assuntando o paradeiro na melhor entonação. Passo
nos peitos a ficar comendo orvalho, se cantar é o meu trabalho Deus me dê toda
canção. Sou cantador e carrego no canto, minha vida no manto que reveste o
valor. Pra onde eu for, eu me valha do encanto pra chegar em qualquer canto com
a verdade do amor. (Cantador © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados).
Veja mais aqui e aqui.
Imagem: Sleeping Venus and Cupid, do pintor francês Nicolas Poussin (1584-1665)
Curtindo o Concerto para Piano e Orquestra em Lá menor - op. 16 -, do compositor norueguês Edvard Grieg (1843-1907), com as pianistas Patricia Glatzl & Lígia Moreno, com a regência da Orquestra do maestro Flávio Augusto.
SIMULACRO
E SIMULAÇÕES – A obra Simulacro e simulações (1961 – Relógio
D´Água, 1991), do sociólogo e filósofo francês Jean Baudrillard (1929-2007), aborda sobre a precessão dos
simulacros, o cenário retro da história, o holocausto, China Syndrom,
Apocalipse Now, o efeito Beaubourg: implosão e dissuasão, hipermecardo e
hipermercadoria, a implosão no sentido dos media, publicidade absoluta e zero,
clone story, hologramas, crash, simulação e ficção científica, os animais e o
território da metamorfose, o resto, o cadáver em espiral, o último tango do valor,
niilismo, entre outros assuntos. Logo de primeira o autor traz uma epígrafe do
Eclesiastes: O simulacro nunca é o que
oculta a verdade – é a verdade que oculta que não existe. O simulacro é
verdadeiro. A obra traz a definição de simulacro como a geração pelos
modelos de um real sem origem nem realidade que não são apenas abstrações
fictícias, porém representando com um real que coincide com os vestígios
imaginários dessa mesma realidade e que são produzidos a partir de um sistema
operacional que envolve uma diversidade de componentes como a memória, modelos
e matrizes de comando que são reproduzidos em séries e por muitas vezes. Com
isso, ressalta a estratégia do real, observando que a hiper-realidade e a
simulação são totalmente dissuasivas de todo o princípio e de todo fim, razão
pela qual o nuclear torna-se o auge da simulação, considerando, porém, que há o
terror da vertente espetacular de todo um sistema de fragmentação projetado no
interior dos paradigmas da realidade, onde tudo é hiperfuncional, por que a
circulação e o acidente, a técnica e a morte, o sexo e a simulação são como uma
só grande máquina sincrônica. O autor, então, nos convoca a entender a
realidade que há por trás do espelho, na qual a sua pluralidade pode ser
questionada a partir das perspectivas do simulacro e simulações. Veja mais
aqui e aqui.
UM
ESTADO MUITO INTERESSANTE
(Foto: Bel Pedrosa) – Entre
os selecionados da antologia 26 Poetas
hoje (Aeroplano, 2007), organizada por Heloisa Buarque de Hollanda, está a premiada
escritora e pesquisadora pós-graduada em cinema, Zulmira Ribeiro Tavares. Entre os seus poemas destaco o Um estado
muito interessante: Conheço o meu país / no escuro – pelo tato. / E se
me amarram as mãos nas costas / conheço pelo cheiro. / E se me tapam o nariz / ainda
assim conheço o meu país / pelo que dele sobra / à minha volta. / Não conheço o
meu país pela boca. / Não conheço o meu país pelos ouvidos. / Não conheço o meu
país pelos olhos. / O que a boca solta o ouvido não encontra, / o papel não
grava, o olho não recorta. / Conheço o meu país / mas não o conheço de dentro.
/ Também não o conheço de fora. / Conheço-o de lado. / Quer dizer que o conheço
/ sem relevo. / Muito curioso esse país rasante / como um voo rasteiro. / Meu
país bicho-de-concha / para dentro de sua casca / sem contorno. / Muito curioso
esse país no escuro / sem local exato de pouso / para os dedos. / Muito curioso
esse país de cheiros / sem apoio. / Muito curioso / e muito interessante. / O
termo é este. / Um país interessante / é como uma mulher em estado
interessante? / Uma mulher em estado interessante / sempre acaba / em trabalho
de parto? / inevitavelmente? não há outra saída / além daquela prevista na
barriga? / Um país muito barrigudo / é uma mulher inchada – /
de basófia ou filhos? / A comparação não cabe, entre pessoas / estados, de
corpo, alma / e federativos? / Ou cabe até demais? / É isto mesmo: / Tudo cabe em um país. / Ou não? / Como tirar a
dúvida? / Por exclusão / do que primeiro? / estados? almas? / pessoas? / o que
fica? sobra? federação? filhos? / O que faço / se não controlo as respostas / pela
boca; assobio? / Deixo passar em brancas nuvens / o que o olho não / Por que
não me conformo / pelo meu país a gastar menos / a só usar uma narina e um
dedo? / Por que o anseio / de vir a conhecer a raiz dos cheiros / relevos
posição dos corpos mares rios / rotas ares esquadrias? / Tão sentimental vou
indo / olhos de leitura sem legenda / e boca sem sentenças / indo estou
voltando / ao ponto de partida / No escuro meu país é simples. / Dois sentidos
bastam. / E sobram. / Sem nenhum sentido / meu país teria / a mais perfeita
ordem. Veja mais aqui.
O
RATO NO MURO – A peça
teatral Rato no Muro (1967 – Nankin,
2000), da poeta, ficcionista e dramaturga Hilda
Hilst (1930-2004), traz a representação do rato como único ser que pode
enxerfar além dos limites e que mesmo vivendo em lugares imundos conseguir ir,
observar e voltar entre os muros onde se encontram vivendo freiras, estas
inquirindo sempre o que há além dos muros de sua clausura. Da obra destaco o
trecho: (Entram a Irmã Superiora e a Irmã D, carregando um
pequeno caixão como de uma criança. Branco) TODAS JUNTAS - Oh! SUPERIORA - Ela se matou. Não tinha mais para
quem dar o seu pão e o seu leite. IRMÃ H - Mas ela está aí? Neste caixãozinho? SUPERIORA
- Ela era uma
mulher-criança. E as mulheres-crianças ficam deste tamanho quando morrem. IRMÃ
A - E ainda existe
alguém que se mata por causa de um gato? Que se mata? SUPERIORA
- É evidente, se
ela está morta. IRMÃ C - E não seria por outra coisa? Talvez
pelas próprias culpas? IRMÃ H - (em aflição) Não fale assim, não fale assim, meu Deus, nós temos
que chegar até o muro. (vai até a janela) Olhem, olhem aquela ferida enorme nas
montanhas de pedra... Tudo isso não deve ser em vão. Ninguém arranca as
vísceras de uma montanha por nada. IRMÃ I - Mas se arrancam as vísceras do rato,
porque não arrancariam as da pedra? SUPERIORA - (para a Irmã D) Eu não disse que elas ficam patéticas diante da
morte? IRMÃ H - (com
firmeza) Nós queremos chegar até o muro. SUPERIORA
- Vocês sabem que
é impossível. IRMÃ D - É inútil, é inútil. TODAS
- (menos a Irmã G e Irmã D) Por quê? SUPERIORA
- Porque sempre
foi assim. IRMÃ D - Sempre. IRMÃ
B - Não é verdade o
que elas dizem. Nós podíamos quase encostar no muro, na hora da meditação e da
leitura. Não é verdade? SUPERIORA - É verdade somente nessa hora. Mas
assim mesmo vocês nunca chegaram muito perto. Por quê? IRMÃ
B - Não sei... IRMÃ
H - Vocês sabem? IRMÃ
A - Eu não. IRMÃ
C - Eu também não sei.
IRMÃ
F - Nem eu. IRMÃ
D - (ri altíssimo) Elas nem sabem o que querem. Chegaram tão perto... SUPERIORA
- É porque o muro
parece tão irreal agora que vocês o desejam. IRMÃ H - A senhora quer nos confundir. IRMÃ
G - Nós nos
confundimos sempre. IRMÃ C - (referindo-se à Superiora) Só quando ela está por perto. Temos
medo. - Vocês têm medo de mim? IRMÃ
F - Mas aos poucos
perderemos. SUPERIORA - Vocês têm medo é disto. (aponta o caixão) IRMÃ I - Imagine, eu posso até tocá-lo. IRMÃ
A - Eu também. E
vocês? IRMÃS B, C E F Nós não temos medo. (tocam o caixão) Pronto. IRMÃ H - Nem temos medo... Deles. SUPERIORA
- Deles, quem? IRMÃ
H - A senhora sabe
muito bem. Os seres. SUPERIORA - Os estrangeiros? IRMÃ
I - Os que vieram na
noite. SUPERIORA - Cada uma de vocês pensará sempre nessa
possibilidade. IRMÃ H - Que possibilidade? SUPERIORA
- De chegar até o
muro. IRMÃ A - De subí-lo. IRMÃ B - Transpô-lo. IRMÃ
C - Ver mais
adiante. IRMÃ D - É inútil. É inútil. IRMÃ
F - (vibra as mãos como se fossem asas, cada vez mais
alto) Como um
pássaro... como um pássaro! IRMÃ H - É preciso que nós façamos tudo na
noite. A noite é sempre melhor para essas empresas. IRMÃ
I - (olhando pela janela) Lua... Baça. IRMÃ
H - (em aflição) O quê? IRMÃ I - Lua... Baça. IRMÃ
H - (indo rapidamente até a janela) Apenas uma névoa. Vamos. SUPERIORA
- E se eu disser a
vocês que isso é impossível. IRMÃ B - Nós temos força. Somos em maior
número. IRMÃ A - Todos esses ritos, todos os dias...
sempre na sombra. IRMÃ C - E eu estou cansada de sangrar. IRMÃ
F - Como um
pássaro... como um pássaro! IRMÃ G - Eu não me canso de comer. È uma coisa
do ventre. É doença. SUPERIORA - É culpa. (Todas voltam para a Superiora) IRMÃS
A, B, C e F(tom cantante, crescente. Tensão) Ai... Sim... Aaaííí... A... Í. IRMÃ
H - Parem! Parem!
Vocês não vêem que ela está tentando nos deixar sem resposta? Que quando ela
fala na culpa nós pensamos no tempo? E que diante dela nós nos comportamos como
um brinquedo de corda? Que estamos fartas de ficar diante da morte e da
renúncia? IRMÃ G - Olha o rato. SUPERIORA
- (para a Irmã H. Severa) O rato é você. Que deseja subir e
ver. (tom crescente, procurando tensão) IRMÃ
D - No entanto, no
entanto. SUPERIORA - Ainda que tu subisses... IRMÃ
D - Aquela pedra
lisa... SUPERIORA - E assistisses... IRMÃ
D - Ao mais fundo,
ao mais alegre. SUPERIORA - O mais triste... IRMÃ
D - Ainda que
tocasses... SUPERIORA - Áquela pedra rara... IRMÃ
D - E deixasses o
vestígio... SUPERIORA - De uma mancha... IRMÃ
D - Escura ou
clara... SUPERIORA E IRMÃ D - Ainda... Ainda. SUPERIORA
- Não seria o
suficiente... IRMÃ D - Para o teu desejo de ser mais. SUPERIORA
- E mais, e
mais... (apontando a Irmã G) como a tua vontade enorme de comer! IRMÃ
G - (tom cantante) Oh, Senhor de todas as nossas culpas,
entristecei-vos. SUPERIORA - Hein? Como disseram? IRMÃ
H - Não respondam,
por favor, na respondam! TODAS - (menos a Irmã H) (tom agudo) Alegrai-vos para que nós não nos
esqueçamos de todas as nossas culpas. IRMÃ H - Parem pelo amor de Deus, parem! SUPERIORA
- São muitas? TODAS
- (menos a Irmã H) (tom cantante) Muitíssimas. SUPERIORA
- Quantas? IRMÃ
H - Não, não
continuem! (repetindo “PAREM”, até a exaustão) TODAS
- (diversos tons) Tan... Tas, tan... Tas, tan... Tas, tan... Tas. (Irmã H aproxima-se da Irmã I, agarrando-a sempre repetindo
“PAREM”. Rola pelo chão) FIM. Veja mais aqui, aqui e aqui.
ET DIEU... CRÉA LA FEMME – O filme Et
Dieu... cré la femme (E Deus criou a
mulher, 1956), dirigo pelo cineasta, produtor e roteirista cinematográfico
francês Roger Vadin (1928-2000), com roteiro do diretor e Raoul Lévy, e música
de Paul Misraki, conta as experiências de uma órfã de dezoito anos com desejos
sexuais à flor da pele e mania de andar descala, fato que chama muita atenção e
acende os desejos masculinos ao seu redor. Ela passa a ser cobiçada por
ricaços, incluindo o ancião que pretende usá-la como atração num novo cassino a
ser construído, mas que é obstruído pelos proprietários que se negam a vender o
terreno desejado. Eis que o filho mais velho da família, retorna ao lar para
avaliação da situação familiar, logo se ver seduzido pela jovem que já se
depara com a ameaça dos seus guardiões de enclausura-la num orfanato. Eis que
ela se casa com o irmão mais novo e os problemas começam a surgir causando
escândalos que ultrapassam os limites cênicos e envolvem as plateias de
diversos países. Por conta da sedutora presença da jovem o filme foi banidos em
diversos países católicos – incluindo além da Europa, os Estados Unidos onde a
Liga da Decência Católica condenou com veemência – e exigiam censura moral,
tudo por conta das cenas de nudez da atriz e ativista francesa Brigitte Bardot, como do biquíni usado
e altamente contestado pela sociedade conservadora e pelas cenas de dança
descalça. Eis, então, que o diretor resolve fazer uma refilmagem em 1988,
substituindo a voluptuosa BB – ícone de popularidade da Bardotmania e símbolo
sexual dos anos 50 e 60 - pela atriz Rebecca De Mornay. Entre outros tantos
escândalos pela belíssima BB, um fato bastante polêmico foi o de ter sido
premiada com a Legião de Honra Francesa e, sem cerimônia, recusou o prêmio.
Veja mais aqui, aqui e aqui.
IMAGEM DO DIA
Composição Humana, série erótica do pintor,
desenhista e tapeceiro japonês, pioneiro do abstracionismo no Brasil, Manabu Mabe (1924-1997).
IMAGEM DO DIA
Imagem: The Reading girl (1886) do pintor
e artista gráfico inglês Theodore
Roussel (1847-1926)
Veja mais sobre:
Quem desiste jamais saberá o gosto de
qualquer vitória, A
linguagem & as outras ciências de Roman Jakobson, Nos caminhos de Swan de
Marcel Proust, a pintura de Henry Asencio, a arte de Regina José Galindo, a
fotografia de Thomas Karsten, Tortura nunca mais, a música de Secos &
Molhados & Luiza Possi aqui.
E mais:
Se nada acontecesse, nada valeria, A opinião pública & publicada de
Michel Maffesoli, O escritor e seus fantasmas de Ernesto Sábato, a música de
Gilberto Gil, a pintura de Edvard Munch & Howard Chandler, Beatriz Segall,
o cinema de Eliane Caffé, a fotografia de Ludovic
Florent, a arte de Isabel Câmara & Leo Lobos aqui.
Novelas de aprendizado de Autran Dourado,
Tônio Kroeger de Thomas Mann, a música de Gilberto Gil, Luiza Possi & Celia
Demézio aqui.
Educação, professor & inclusão, Emir
Ribeiro & Velta aqui.
Estratégias de aprendizagem aqui.
Papel do professor na aprendizagem aqui.
A arte de Maria Dapaz aqui.
Vamos aprumar a conversa: Fernando
Fiorese, Pensamento complexo de Edgar Morin, O
pirotecno Zacarias de Murilo Rubião, As criadas de Jean Genet, o cinema de
Rainer Werner Fassbinder & Hanna Schygulla, a música de Alanis Morissete, a
arte de Marilyn Monroe & a pintura de Thomas Gainsborough aqui.
Pax Profundis de Cagliostro, Arte & Gestalt
de Janie Rhyne, A teus pés de Ana Cristina César, O professor filósofo de
Marquês de Sade, Beijo no asfalto de Nelson Rodrigues, a coreografia de Márcia
Haydée Salavarry Pereira da Silva, a pintura de Darel Valença Lins, a música de
Bicho de Pé & Programa Tataritaritatá aqui.
Uivo & outros poemas de Alllen
Ginsberg aqui.
Do que fui pro que sou, Borges e os orangotangos eternos Luís
Fernando Veríssimo, Moby Dick de Herman Melville, o cinema de Matheus
Nachtergaele & Xico Sá, Novíssima arte brasileira de Katia
Canton, a pintura de Andre Kohn, a música de Robertinho de Recife &
a arte de Simone Gutierrez aqui.
Da inocência e da injustiça milenar, A crise do entendimento de Maurice
Merleau-Ponty, Histórias do tempo de Lya Luft, a música de Yo-Yo Ma, o cinema
de Milos Forman & Natalie Portman, a cerâmica de Deise Furlani, a pintura
de Patrick Palmer, a arte de Oswaldo Guayasamin & Ilya
Kabakov aqui.
Se um dia o sonho da vez, Os nascimentos de Eduardo Galeano,
Expressões sistemática de Gilbert Ryle, a poesia de Elizabeth Bishop, a gravura
de W. G. Collingwood, a arte de Rosa Esteves
& Carla Shwab, a pintura de Lavinia Fontana, a música
de Dandara & Paulo Monarco aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na
Terra:
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.