AS
ILUSÕES DA PÓS-MODERNIDADE
– A obra As ilusões
do pós-modernismo (The Illusions of Postmodernism, 1996 – Zahar, 1998), do filósofo e crítico literário britânico Terry Eagleton, tratando da temática sob a perspectiva dos
primórdios, ambivalências, histórias, sujeitos, falácias e contradições. Da
obra destaco o trecho inicial: A palavra pós-modernismo refere-se em geral a uma forma de cultura
contemporânea, enquanto o termo pós-modernidade alude a um período histórico específico.
Pós-modernidade é uma linha de pensamento que questiona as noções clássicas de
verdade, razão, identidade e objetividade, a ideia de progresso ou emancipação
universal, os sistemas únicos, as grandes narrativas ou os fundamentos
definitivos de explicação. Contrariando essas normas do iluminismo, vê o mundo
como contingente, gratuito, diverso, instável, imprevisível, um conjunto de
culturas ou interpretações desunificadas gerando um certo grau de ceticismo em
relação à objetividade da verdade, da história e das normas, em relação às
idiossincrasias e a coerência de identidades. Essa maneira de ver, como
sustentam alguns, baseia-se em circunstâncias concretas: ela emerge da mudança
histórica ocorrida no Ocidente para uma nova forma de capitalismo — para o
mundo efêmero e descentralizado da tecnologia, do consumismo e da indústria
cultural, no qual as indústrias de serviços, finanças e informação triunfam sobre
a produção tradicional, e a política clássica de classes cede terreno a uma
série difusa de "políticas de identidade". Pós-modernismo é um estilo
de cultura que reflete um pouco essa mudança memorável por meio de uma arte
superficial, descentrada, infundada, autorreflexiva, divertida, caudatária,
eclética e pluralista, que obscurece as fronteiras entre a cultura
"elitista" e a cultura "popular", bem como entre a arte e a
experiência cotidiana. O quão dominante ou disseminada se mostra essa cultura —
se tem acolhimento geral ou constitui apenas um campo restrito da vida
contemporânea — é objeto de controvérsia. Embora essa distinção entre
pós-modernismo e pós-modernidade me pareça útil, não lhe dediquei especial
atenção neste livro. Optei por adotar o termo mais trivial "pós-modernismo"
para abranger as duas coisas, dada a evidente e estreita relação entre elas.
Como aqui interessam-me mais as idéias do que a cultura artística, não me detenho
em obras de arte isoladas. Tampouco analiso teóricos específicos, o que pode causar
estranheza a alguns. Minha preocupação reside menos nas formulações rebuscadas da
filosofia pós-moderna do que na cultura, no meio ou mesmo no modo de ver e
reagir do pós-modernismo. Tenho em mente menos os vôos filosóficos mais elevados
sobre o assunto do que aquilo em que um tipo específico de aluno provavelmente acredita
hoje; e embora considere muitas das coisas que eles crêem falsas, tentei dizer
isso de uma forma tal que pudesse convencê-los de que não era assim que pensavam
originalmente. Ao fazê-lo, acuso vez por outra o pós-modernismo de fabricar alvos
imaginários, de caricaturar as posições de seus adversários, acusação esta que bem
poderia retirar por conta própria. Mas isto se dá, em parte, porque aspiro
precisamente a essas marcas "populares" do pensamento pós-moderno, e,
em parte, porque o pós-modernismo constitui um fenômeno tão híbrido, que
qualquer afirmação sobre um aspecto dele quase com certeza não se aplicará a
outro. Portanto, pode acontecer de um determinado teórico haver, em sua obra,
questionado ou mesmo rejeitado algumas das visões que atribuo ao pós-modernismo
de um modo geral; todavia, elas constituem um tipo de sabedoria reconhecida, e
nesse sentido não me considero culpado de paródia excessiva. Ao contrário,
embora predomine uma análise negativa do tema, tentei admitir o lado bom do
pós-modernismo sempre que possível, chamando atenção tanto para seus pontos
fortes como para os fracos. Não se trata apenas de se posicionar a favor ou
contra o pós-modernismo, conquanto, na minha opinião, haja mais motivos para se
opor a ele do que para apoiá-lo. Da mesma forma que se dizer "pós-modernista"
não significa unicamente que você abandonou de vez o modernismo, mas que o
percorreu à exaustão até atingir uma posição ainda profundamente marcada por
ele, deve haver algo como um pré-pós-modernismo, que percorreu todo o
pós-modernismo e acabou mais ou menos no ponto de partida, o que de modo algum não
significa que não tenha havido mudanças. [...] Uma palavra, enfim, que sirva de consolo aos
adversários. Tentei criticar o pós-modernismo sob o aspecto político e teórico,
em vez de simplesmente apelar ao senso comum. No entanto, parece-me inevitável
que conservadores que invectivam o pós-modernismo por razões que considero as
mais indignas endossem alguns dos meus argumentos. Os radicais e os
conservadores, afinal de contas, necessariamente compartilham um terreno comum,
caso contrário haveria entre eles um conflito sobremaneira mais grave. Os
radicais, por exemplo, são tradicionalistas, assim como os conservadores; o que
os distingue é que eles aderem a tradições inteiramente diferentes. Conviria
àqueles pós-modernistas que sustentam que os radicais devem abster-se de criticar
uns aos outros para não acirrar o ânimo dos reacionários lembrar as limitações de
uma política baseada mais no oportunismo que na verdade, por mais que prefiram o
último termo posto entre alarmantes aspas. Se, com efeito, os leitores
conservadores se virem apoiando sinceramente a transformação socialista da
sociedade depois de lerem este livro, ficarei muito satisfeito. [...] Veja
mais aqui.
Imagem: Nude orientalista, do pintor francês Léon Bonnat (1833-1922)
Curtindo dvd da ópera-bufa Orphée aux Enfers (Pioneer Classics, 1997), do compositor e violoncelista do Romantismo franco-germano Jacques Offenbach (1819-1880), performed in French conductor Marc Minkowski & Orchestre de l'Opéra national de Lyon & Orchestre de chambre de Grenoble Chorus & Choeur de l'Opéra national de Lyon Pluton-Aristée.
VAMOS APRUMAR A CONVERSA: PSICOLOGIA & JORNALISMO – Dando andamento às atividades do Projeto de Extensão Infância, Imagem e Literatura: uma experiência psicossocial na comunidade do Jacaré – AL, realizado pelos graduandos dos cursos de Psicologia, Jornalismo e Publicidade do Centro Universitário Cesmac e orientado pelo Professor Ms Cláudio Jorge Morais Gomes, realizou-se nesta sexta-feira, dia 19, visita à comunidade Recanto da Ilha - Jacaré -, na cidade de Marechal Deodoro, Alagoas. Na ocasião ocorreram diversos contatos com moradores no sentido de viabilizar um evento voltado para as crianças da localidade, cumprindo o cronograma de atividades do projeto. Na ocasião diversos moradores foram contactados, os quais manifestaram satisfação na realização do evento e, ao mesmo tempo, expressaram a sua realidade destacando a presença de alguns problemas que estão ocorrendo no local. Veja detalhes aqui.



IMAGEM DO DIA
Desenho da desenhista e artista plástica
pernambucana Silvia Pontual (In.
Poemas de Ascenso Ferreira. Nordestal, 1981).
Veja mais sobre:
Quando tudo é manhã do dia pra noite, Agonia da noite de Jorge Amado,
Posthuman bodies de Halbertam & Livingstone, a música de Bizet & Adriana Damato, Folclore musical de Wagner Ribeiro, a
pintura de Aleksandr Fayvisovich & Bryan Thompson, a
fotografia de Christian Coigny, a arte de Mirai Mizue & Luciah Lopez
aqui.
E mais:
Preconceito, ó! Xô pra lá, Diários de viagem de Franz Kafka, Cantos de Giacomo
Leopardi, A revolta de Atlas de Ayn Rand, a música de Leoš
Janáček & Cheryl Barker, o cinema de Alessandro Blasetti & Sophia Loren, Jacques Lacan & Maguerite Anzieu: o
caso Aimée, a arte de Liliana Castro, a pintura de Helmut Breuninger &
Hermann Fenner-Behmer aqui.
Todo dia é dia da mulher, O processo de Franz Kafka, a música de
Leoš Janáček, a pintura de Anna Chromý, a arte de Ibys
Maceioh & Karyme Hass aqui.
O trânsito e a fubica do
Doro aqui.
O dia da criação de Vinícius de Morais aqui.
Lagoa da prata, Conheço o meu lugar de Belchior, O folclore no Brasil de Basílio
de Magalhães, Chão de mínimos amantes de Moacir da Costa Lopes, Culturas
e artes do pós-humano de Lucia Santaella, a fotografia de Tatiana
Mikhina, a arte de Joseph Mallord William & Wesley
Duke Lee aqui.
A lenda do açúcar e do álcool, Educação não é privilégio de Anísio Teixeira, História da
filosofia de Wil Durant, a música de Yasushi Akutagawa, Não há estrelas no céu
de João Clímaco Bezerra, Cumade Fulôsinha de Menelau Júnior, Maria Flor de João
Pirahy & a arte de Madison Moore aqui.
Cruzetas, os mandacarus de fogo, Concepção dialética da história de Antonio Gramsci, O escritor e seus fantasmas de Ernesto
Sábato, Sob os céus dos trópicos de Olavo Dantas, a pintura de Eliseo Visconti & Benício, a fotografia de Rita-Barreto & a arte de Rosana
Sabença aqui.
O passado escreveu o presente; o futuro,
agora, Estudos sobre
teatro de Bertolt Brecht, Sociolinguistica de Dino Preti, a música de Adriana
Hölszky, Nunca houve guerrilha em Palmares de Luiz Berto, a pintura de Dimitra Milan
& Vera Donskaya-Khilko, a escultura de Antonio Frilli
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giratória de Mário Quintana, a música de Vanessa
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