É PRECISO VER O QUE É QUE É CERTO PARA NÃO TEIMAR EM VÃO - UMA: DEUS SALVE O BRASIL! – Como é que
pode uma coisa desta, hem? O planeta recluso e o meu país nas ruas, a saúde uma
catástrofe – o SUS é um libelo velado. Não há comando, só bate-cabeça! O
desgoverno está no tratamento da crise como se fosse apenas mote eleitoral e
pulveriza tudo: enquanto digladiam suas abobrinhas por aí, faltam leitos,
vacinas e... respeito à vida. No Congresso Nacional muito lero-lero,
disse-me-disse; a Justiça tacanha e acuada – o rabo preso pros interesses de
tão poucos em detrimento de todos; por isso a economia é um enigma revelado,
todos sabem que a dinheirama sumiu e em que bolsos, ainda se falando em bilhões,
trilhões, duplipensar e nada feito, a maioria precarizada. E agora? O que será,
não se sabe. Da minha parte, vou de Gabriela Mistral: Onde houver uma árvore para
plantar, plante. Onde houver um erro para emendar, conserte. Onde houver um
esforço de que todos fogem, faça. Seja aquele que afasta as pedras do caminho.
Façamos a parte que nos cabe. DUAS: HÁ
QUEM VEJA, HÁ QUEM ENXERGUE – Os olhos estão bem abertos, mas não apreendem
nada. Ninguém sabe direito o que está acontecendo no mundo desde a década de
1980; no Brasil de 2015 para cá, a coisa piorou tanto que deu o créu. Há quem
veja, há quem enxergue. O que parece mesmo confuso é que ninguém se deu conta
do que dizia William Wordsworth: A vida é dividida em três períodos - o que
foi, o que é, e o que será. Aprendemos com o passado para nos beneficiarmos do
presente, e aprendemos com o presente para viver melhor no futuro. Encha o seu
papel com os sopros do seu coração. É isso. TRÊS: MUDANDO DE ASSUNTO PARA NÃO FICAR TÃO PARA BAIXO – Está
evidente que o tempo não está lá para o que se diga de lirismo, sei que a coisa
está feia mesmo. Contudo, há de arrancar um restinho de esperança seja lá de
onde for, é possível – como, não sei -, está comprovado quando cruzo às pressas
com as pessoas pelas ruas: os olhares estão ávidos de vida. A vida sempre
resiste, por isso sempre digo que só a poesia torna a vida suportável. Prova
disso, Almada Negreiros: As palavras dançam nos olhos das pessoas
conforme o palco dos olhos de cada um. A alegria é a coisa mais séria da vida! E
vamos aprumar a conversa, gente! © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS: [...] o
século XX [...] À medida que a mulher
foi ganhando dinheiro, passou a controlar a sua procriação e foi em busca do
prazer. Este se tornou um tema novo para os casais. Hoje as coisas estão
bastante diversificadas também. Os homens também alegam estar com dor de
cabeça, o que antes eram coisas das mulheres. Os homens estão sentindo o
impacto destas transformações. A autoestima masculina está tão baixa [...] As relações parentais mudaram muito. As
mulheres, por estarem no mercado de trabalho, passaram a ter filhos cada vez
mais tarde. [...] Para o homem
brasileiro, o casamento é o momento de constituir família. Portanto, brigas ou
infidelidades não causam tantos arranhões. Para as mulheres é uma questão de
amor e sobretudo o desejo de viver uma paixão. Quando elas não veem cumprida
esta agenda, querem mudar de parceiro. [...] A história da homossexualidade no Brasil é horrível. Os casais
homossexuais sempre sofreram brutalmente. O jovem homossexual, seja homem ou
mulher, sofre muito com a segregação familiar. Se olharmos para trás, veremos
que esta perseguição começa no século XVI, com as visitas da Santa Inquisição
ao Brasil. Lá, já perseguiam os sodomitas. Eles perseguiam mais os homens do
que as mulheres. [...] Toda a
medicina do século XIX vai perseguir o que foi chamado de “missexuais”. Vai
definir que estas pessoas são doentes. Vemos isto inclusive nos manuais de
educação sexual que são publicados durante o governo Getúlio Vargas. A intenção
era extirpar os homossexuais do Brasil. A obsessão pela virilidade torna o
homossexual um bode expiatório. Como se não bastasse, o anúncio da chegada da
Aids no Brasil, nos anos 80, foi feito no programa Fantástico, com o locutor,
de voz fúnebre, anunciando a doença como uma doença de gays. [...] Foi algo desumano e que só se explica pelo
profundo machismo da nossa sociedade. [...]. Trechos de uma entrevista
concedida pela historiadora Mary Del Priore, por ocasião do
lançamento de sua obra Histórias
íntimas (Planeta, 201), na qual procura mostrar como a
sexualidade e a noção de intimidade foram mudando ao longo do tempo,
influenciadas por questões políticas, econômicas e culturais, e passaram de um
assunto a ser evitado a todo custo para um dos mais comentados no mundo
contemporâneo. Ela também é autora da série Histórias
da gente brasileira (Leya
Casa Da Palavra, 2016), obra em que ela destaca o povo com seus
hábitos e vida cotidiana,
aquelas que retratam intimamente a vida da gente brasileira desde a Colônia, o
Império, a República e a atualidade. Ela também organizou a obra História das Mulheres no Brasil (Contexto, 2002),
contando a trajetória das mulheres, do Brasil colonial aos dias
atuais e que traz a participação de duas dezenas de historiadores além da
consagrada escritora Lygia Fagundes Telles, por meio de textos que destacam a
história das mulheres como algo que envolve também a história das famílias, do
trabalho, da mídia, da literatura, da sexualidade, da violência, dos
sentimentos e das representações, abarcando os mais diferentes espaços (campo e
cidade, norte e sul do país) e extratos sociais (escravas, operárias,
sinhazinhas, burguesas, donas de casa, professoras, bóias-frias), como também derruba
mitos, encoraja debates, estimula a reflexão e coloca a questão feminina na
ordem do dia. Sobre o povo brasileiro ela diz que: é preciso olhar pelo retrovisor para ver como nossa gente era, como
morava, se vestia, comia, trabalhava, ria, amava e sonhava. De que forma seus
problemas foram ultrapassados de geração em geração. Mas é preciso também olhar
pelo buraco da fechadura, para enxergar como se comportava em sua intimidade
nos momentos de medo, dor ou prazer. No que concerne às mulheres
brasileiras, ela expressa que: Muitas vezes o
sexo feminino foi referenciado na história como “mulheres de vida fácil”. Ao
contrário disso, desde os primórdios a luta pela sua sobrevivência ou dos seus
foi a marca de suas ancestrais. A dupla jornada de trabalho existiu para a
maior parte delas. O trabalho no campo ou na cidade, em casa ou nas ruas, era
acrescido de muitas outras tarefas, fundamentais para a estabilidade da família. Merece também
destaque a sua obra de História do cotidiano (Contexto, 2001),
em que ela reúne artigos agrupados em capítulos sobre o corpo, família,
convívio, mulher, crianças, jovens e velhos, resgatando informações que se
encontram escondidas pela sociedade, em ela chama atenção: [...] É preciso proteger e libertar nossa sociedade
do que ela pode fazer com ela mesma. É preciso proteger nela sua integridade,
sua identidade subjetiva e genealógica, a dignidade de suas formas e das suas
cores originais contra o materialismo e o desmantelamento do corpo. Xô Barbies,
próteses, anabolizantes, anoréxicas e oxigenadas! Abaixo a insistência em
fabricar mulheres sem marcas nem diferenças capazes de individualizá-las. Num
país onde são tantas as variáveis corporais, onde graças e desgraças são
distribuídas de acordo com as diversas heranças biológicas e sociais, a
imposição de um modelo 137 'perua' importada só é boa quando se trata de
veículo de passeio sobre quatro rodas! [...]. Veja mais aqui & aqui.
AUT-AUT - Eu quero o sol, eu quero
o sol ardente / Que a intoxicação me dará seu esplendor, / Ou mesmo a noite
escura e o forte rugido da tempestade alta e furiosa. / O nevoeiro cinzento que
o coração detesta: dá-me o céu azul ou a tempestade. / Eu quero liberdade! / Eu
quero toda a minha liberdade ilimitada! / Ou até o cativeiro sombrio e apertado
de quatro vigas e a caixa pregada. / Oh, se o infinito não me é concedido, eu,
as asas quebradas, jaz enterrado / E eu quero o seu amor; todo o amor ardente e
ilimitado ou ódio intenso. / Mas seja ódio ou amor, eu quero imenso! / Não
suporto um olhar indiferente. / O amor que sofre e tudo dá, ou o ódio que não
se curva e não perdoa. / Tudo ou nada que eu quero: risadas ou lágrimas, / O
sol dourado ou o furacão negro, o caixão estreito ou todo o universo, / E do
seu olhar seu martírio ou encantamento! / Dê todos os seus beijos e todo o
coração, / Ou a sublime cruz de dor! Poema da poeta italiana
nascida na Inglaterra, Annie Vivanti
(1866-1942).
GURIATÃ
O documentário
musical Guriatã (2018), dirigido por
Renata Amaral, conta a história do Mestre Humberto de Maracanã, o maior
cantador de Bumba Boi da Ilha de São Luís (MA), falecido em 2015, reunindo
registros de longos anos retratando a personalidade multifacetada e a
excepcional obra daquele que liderou por mais de quatro décadas o Batalhão de
Ouro do Bumba Boi de Maracanã. Veja mais aqui.
A ESCULTURA DE HÉLÈNE SARDEAU
A arte da escultora
estadunidense nascida em Antuérpia, Hélène
Sardeau (1899- 1969). Veja mais aqui.
PERNAMBUCO ART&CULTURAS
A ARTE DE TIAGO AMORIM
A arte de mestre Tiago
Amorim - Sebastião Wilson Ferreira de Amorim -, artesão
com suas esculturas em cerâmica, além de pintor e desenhista.
O pensamento do escritor, professor, advogado e arquiteto Evaldo
Coutinho (1911-2007) aqui.
O teatro
de Newton Moreno aqui.
A arte
de Oriana Duarte aqui.
Onde há fumaça, há fogo - crônicas de uma usina de açúcar, do
agrônomo pernambucano, José Moura aqui.
Assim
falou Telles Júnior aqui.
Cidadania
na sala de aula aqui.
O
monstro do Riacho dos Cachorros aqui.
&
OFICINAS ABI – 2º SEMESTRE 2020