MANUAL DE ESTUPIDOLOGIA – UMA: CONDIÇÃO HUMANA & BANALIZAÇÃO DA
MALDADE – Que mundo é este hem? Que coisa! Da para enxergar? Em
tempos da Idiocracia do Coiso e seu mínions, cafos & fabos, anestesiados pelo ódio, enquadrados na Lei do Cipolla (aquele mesmo que
assinala que o estúpido é mais perigoso que o bandido) e no emburrecimento, imbecilização
e insanidade, questiona-se se não seria própria da barulhenta barbárie a
afeição pela espetacularização da desgraça e a sedução pelo sangreiro em que a
banalidade do mal se sobrepusesse à potência do bem, levados pela vingança e o
julgamento de quem estiver fora desses padrões. Quanta mediocridade! O alerta
de Hannah Arendt: Vivemos tempos sombrios, onde as piores
pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança. Ela nos ensina
que o mal não está somente no outro. Hem? Afinal, quem comete o mal? Se não é o
outro e não sou eu, quem? Ninguém é culpado. Mesmo? Quem é ninguém? Nenhum alguém,
nem eu? Cadê minha sombra que me esqueci do que sou e não sei. DUAS: A CONDIÇÃO HUMANA ENTRE A NORMOSE
& A DESUMANIDADE - Alô, alô! Tem alguém aí? Ah, não! Segue-se atolados
na normose, simples servidão a cumprir regulamentos e regras simplesmente, não precisa
pensar e nem procurar sentido algum para nada, viver apenas burocraticamente,
livre de ter escolhas entre o verdadeiro e o falso. Não ao justo ou direito, o
menor prejuízo; não a verdade, a ignorância diante de tantas informações. Isso é
vida? A simples sobrevivência com as muletas tecnológicas e mais nada: não se
precisa mais de ninguém. Ouvi Bernard Shaw: O maior pecado para com os nossos semelhantes, não é odiá-los mas sim
tratá-los com indiferença; é a essência da desumanidade. Eita! Ou, por mim,
Anatole France: Preferi sempre a
loucura das paixões à sabedoria da indiferença. É que a indiferença, então,
seria ou não a nossa condição de desumanidade. O que fizeram da minha utopia? TRÊS: CREPÚSCULO DAS RELIGIÕES, DISTOPIAS
& DATAÍSMO – Qual que é: quem tem dinheiro, ganha; quem não tem,
amealha amarguras e nunca esqueça dos dízimos, viu! Isso é igual a Mateus 13,13
do Novo Testamento. Agora, sim, a lei do dataísmo
em vigência nos leva pelos algoritmos, entre bits e metadados: o ser humano,
então, é só o combustível para converter tudo em dinheiro e lucro, apenas. Tudo
para o panteão da riqueza comandado pelo deus dinheiro e deus lucro, santos
ricaços e tudo o mais da acumulação terrena. Vôte! Inconformado, quase um
patafísico e na tentativa de ser apenas um estúpido a menos, vou cantando Bob Dyllan: Quando não se tem nada, não há nada a perder. E vamos aprumar a
conversa, gente! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais
abaixo e aqui.
DITOS & DESDITOS: [...] É
sabido que na infância o tempo não passa, na adolescência demora-se, na idade
adulta corre, na velhice precipita-se. Nunca ninguém morre, só quem nós matamos
na memória, no pensamento e no coração. Pensamento da escritora e
dramaturga portuguesa, Rosa Lobato de
Faria (1932-2010), autora desse belíssimo poema: De todas as palavras escolhi água, / porque lágrima, chuva, porque mar
/ porque saliva, bátega, nascente / porque rio, porque sede, porque fonte. / De
todas as palavras escolhi dar. / De todas as palavras escolhi flor / porque
terra, papoila, cor, semente / porque rosa, recado, porque pele / porque
pétala, pólen, porque vento. / De todas as palavras escolhi mel. / De todas as
palavras escolhi voz / porque cantiga, riso, porque amor / porque partilha,
boca, porque nós / porque segredo, água, mel e flor. / E porque poesia e porque
adeus / de todas as palavras escolhi dor.
A MÚSICA DE AMANDA PALMER
É o seguinte: todo mundo parte de alguma carência. Queremos que nos
vejam, nos entendam, nos aceitem, se conectem com a gente. Todos nós queremos
que acreditem na gente. A única coisa é que os artistas costumam ser mais…
veementes a respeito disso. As pessoas sempre querem alguma coisa de você. Seu
tempo. Seu amor. Seu dinheiro. Que você concorde com elas, com as posições
políticas e pontos de vista delas. E você nunca consegue dar o que querem. Mas
você nunca consegue dar às pessoas o que elas querem. Mas pode lhes dar outra
coisa. Pode lhes dar empatia. Pode lhes dar compreensão. E isso é muito, e
suficiente.
AMANDA PALMER - A arte da artista, cantora, compositora e
pianista estadunidense Amanda Palmer, autora do livro A arte de pedir (Intrínseca, 2015),
resultante de uma palestra homônima e que trata essencialmente de recorrer ao
outro, sem temor, sem vergonha e sem reservas, considerando que por que não
pedimos ajuda, dinheiro, amor, com a mesma naturalidade com que pedimos uma
cadeira vazia num restaurante ou uma caneta, na rua, para fazer uma anotação. Ela
defende que é digno e necessário, e é a conexão entre quem dá e quem recebe que
enriquece a vida humana. Longe de ser um manual sobre como pedir, o livro é uma
provocação bem-vinda e urgente, que incita o leitor a superar seus medos e
admitir o valor de precisar e doar ajuda, sempre.
&
O CANTO DE TIÊ
A arte
da cantora e compositora Tiê
Gasparinetti Biral, que já lançou quatro álbuns de estúdio e vem
despontando como grande artista. Veja mais aqui.
A ARTE DE DJANIRA
MOTTA E SILVA
A arte da pintora, desenhista,
ilustradora e cenógrafa Djanira Motta e Silva (1914-1979);
&
A ARTE
DE MÁ MATIAZI
PERNAMBUCULTURARTES
Delírios gráficos é como tenho chamado parte de meu trabalho em que me
expresso através de colagens. É um misto de brincadeira e experimentação. As
imagens são criadas a partir de um processo muito intuitivo, tratam da
necessidade de se sentir livre, de se lançar e desfazer certezas, procurar
caminhos desconhecidos. Qualquer caminho que tenha coração.
A arte
da ilustradora e designer gráfica Karina
Freitas, que tem seu trabalho reunido no Projeto Curadoria e Cargo Collective.
A literatura
do escritor, dramaturgo, tradutor e advogado Hermilo
Borba Filho. (1917-1976) aqui & aqui.
A poesia de Oliveira de Panelas aqui.
A música de Maria Dapaz aqui.
Biblioterapia
aqui.
Camões &
Camonge aqui.
Tolinho
& Bestinha aqui.