quinta-feira, dezembro 09, 2010

ARRABAL, SARA TEASDALE, AGUALUSA, BATESON, TORRES GARCÍA, MALEBRANCHE, TOLIHHO & BESTINHA!


 
A arte do pintor, desenhista, escultor, escritor e professor uruguaio Torres García (1874-1949).

O DESTERRO DAS CENAS & PALAVRAS: O MEMENTO MÍNIMO PÂNICO DE ARRABAL - A Espanha e o desaparecimento do pai ainda criança. Para quem foi preso e julgado por seu engajamento durante o regime franquista, a fuga e o exílio: tido por perigoso e impedido de retornar ao seu país. Nascem, então, as narrativas que eclodiram aos borbotões: de Baal Babilônia (1977) às cenas de ¡Adiós Babilonia! (1992), a jovem serial killer sonhadora pelas ruas de Nova York. Outras com Fiesta y ritos de la confusión (1963), El entierro de la sardina (1966),  a novela La torre herida por el rayo (1983), La piedra iluminada (1985), La virgen roja (1987), Un teniente abandonado (1988), La hija de King Kong (1988), La extravagante cruzada de un castrado enamorado (1989), El mono (1994), Levitación (2000), Porté disparu (2000), Champagne pour tous (2002) e La matarife en el invernadero (2003), novelas que garantiram prêmios. As obras poéticas La piedra de la locura (1963) e Mis humildes paraísos (1985), ilustradas por Picasso, Dalí, Magritte, granjearam prestígio. A obra dramática completa com mais de duas dezenas de textos teatrais reunidas em dois volumes que começa o El triciclo (1953), passando por Guernica (1959), El Jardín de las delicias (1967), Bestialidad erótica (1968), El Cielo y la Mierda (1972), El cementerio de automóviles (1959), O Arquiteto e o Imperador da Assíria (1967), entre outras, o fazem até hoje um dos autores mais encenados no mundo. A obra cinematográfica que compreendem sete longas-metragens, entre eles: o drama Viva la muerte (1971), inspirado em sua própria infância e que se passa no final da Guerra Civil Espanhola, contando a história de Fando, um menino cujo pai foi entregue às autoridades como um suposto comunista por sua mãe simpatizante da falange; o Iré como un caballo loco (1973), que mostra a viagem daquele que matou a mãe e fugiu para o deserto, onde conheceu uma personagem fantástica e seguem para Paris para conhecerem a civilização moderna, a aparente felicidade e as contradições que esconde; o El árbol de Guernica (1975), centrada na guerra civil espanhola, iniciada em 1936; Borges: una vita di poesia (1992), que enfoca as últimas intervenções públicas de Borges, ocorridas em Tóquio, Genebra e Milão, poucas semanas antes de sua morte em 14 de junho de 1986; La odisea del Pacífico (1980) e El cementerio de automóviles (1959). Do seu poema Clitoris: em qualquer inocência (2007), a verve poética, vida, carne e sangue: Janela do mar para a tempestade e suas ondas / Sol da amêndoa para o dardo e a suas trombetas / Lua do crepúsculo para o que é lascivo e seus caprichos / Carne do impudico para o desejo e seus tumultos / Concubina do púbis para o macho e seus males / Pimenteira da fusão para a alcova e suas tigresas / Harmonia da verticalidade para o carnívoro e seus boquetes / Selo de ejaculação para o criador e suas alucinações / Joia do orgasmo para flauta e seus dedos / Pleno de existência para a intimidade e seus ritos / Oficina do amor para o martírio e suas brasas / Coração do espasmo para a ejaculação e a lambida / Flor do furor para o sádico e suas mordidas / Moinho de delícias para a pistola e seus tiros / Margarida de Eros para o libidinoso e seus raios / Nicho de enigma para a penetração e os seus raios / Ostra de adoração para o tronco e seus carnavais / Botão de ligar o cacete e seus caprichos / Rosa de beijos para o adorador e seus charutos / Grelo de loucura para o bulício e suas dileções / Concha de sedução para o precioso e seus hímens / Escudo de delírio para o que é rouxinol e seus caprichos. / Topete de ardor para a fantasia e seus nós / Mandolina de calor para a flecha e suas intrigas / Morango de dilúvio para o delirium e o seus tremens / Ninho de culto para o marquês e suas ataduras / Gaveta de ereção para o clavicórdio e suas paixões / Tufo de sortilégio para a adaga e os seus toques. / Tesouro de febre para o falo e suas queimaduras / Cetro da chama para a cerimônia e seus frenesis. Este, Fernando Arrabal. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.


DITOS & DESDITOS - Os maiores problemas do mundo são o resultado da diferença entre como a natureza funciona e a maneira como as pessoas pensam. Pensamento do biólogo, pensador sistêmico, epistemólogo da comunicação e antropólogo inglês Gregory Bateson (1904 – 1980). Veja mais aqui.

ALGUÉM FALOU: Eu amo o bem e a alegria. Eu odeio o mal e a dor. Eu quero ser feliz. E não estou enganado em crer que as pessoas, os anjos e até mesmo os demônios tenham estas mesmas inclinações. Assim como nossos olhos precisam de luz para ver, nossa mente precisa de ideias para poder conceber. Pensamento do filósofo francês Nicolas Malebranche (1638-1715). Veja mais aqui.

UM ESTRANHO EM GOA - [...] Senti-me naquele momento na pele de um mergulhador aprisionado numa síbita noite de sépia. Aquilo não parecia a simples escuridão que resulta da ausência de luz, mas antes algo de poderoso e de maligno, como se o negrume estivesse sendo segregado pelo chão. Um chão-choco, um monstruoso animal das profundezas. [...] Trechos da obra Um estranho em Goa (Gryphus, 2000), do escritor angolano José Eduardo Agualusa. Veja mais aqui.

O BEIJO - Esperei que me amasse, / E ele minha boca beijou, / Mas sou como um pássaro ferido / Que para o sul não voou. / Pois embora eu saiba que ele me ame, / Esta noite meu coração está abatido; / Seu beijo não era tão maravilhoso / Como em todos os sonhos que eu havia tido. Poema da poeta estadunidense Sara Teasdale (1884-1933).


TOLINHO & BESTINHA – Noveleta que conta a odisséia dos macobebas Tolinho & Bestinha,












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Tem horas que até o amor fala grego, Lev Vygotsky, Rachel de Queiroz, Ledo Ivo, Chick Corea & Friedrich Gulda, William Shakespeare, Jean-Luc Godard, Auguste Rodin, Agnolo Bronzino & Marina Vlady aqui.

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PATRICIA CHURCHLAND, VÉRONIQUE OVALDÉ, WIDAD BENMOUSSA & PERIFERIAS INDÍGENAS DE GIVA SILVA

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