
DITOS & DESDITOS: Não existe senão um só templo no universo, e
é o corpo do homem. Curvar-se diante do homem é um ato de reverência diante
desta revelação da carne. Tocamos o céu quando colocamos nossas mãos num corpo
humano. Pensamento do poeta alemão Novalis
(Georg Philipp Friedrich von Hardenberg – 1772-1801).Veja mais aqui & aqui.
ALGUÉM FALOU: O
corpo é o inconsciente visível. Pensamento do médico, psicanalista e
cientista natural Wilhelm Reich (1897-1957). Veja mais aqui & aqui.
MILAGRÁRIO PESSOAL – [...] Retirou
da pasta uma folha de papel e mostrou-me uma centena de palavras capturadas
pelo seu programa. Li-as em voz alta, comovido, num arrebatamento que foi
crescendo à medida que a perfeição delas se desenhava, se armava, iluminando o
passado e o futuro da nossa língua. Estão ainda mais perfeitas, murmurei
[...] Sim, acrescentei eu: Ou menina,
Afago, Açucena, Lume, Pitanga, Langue, Morena, Quissanje, Morança, Desamparinho
Iara riu: Quissanje? Pitanga? É a sua coleta africana, professor? Pitanga não
tem origem africana, corrigi-a. Vem do tupi e significa avermelhado. Quissanje,
sim, claro. Já açucena e afagar são de proveniência árabe. E as duas últimas?
Inventou-as agora? Não, claro que não. Morança é um termo do crioulo guineense.
Designa um agregado familiar. E desamparinho, em minha opinião uma das mais
belas palavras do crioulo cabo-verdiano, dá nome àquela hora feliz, ao final da
tarde, quando o dia cede lugar à noite, o calor esmorece e os velhos se sentam
nos passeios, fruindo o fresco e as cigarras, e vendo as moças passarem sacudindo
as ancas. Então não valem, contestou Iara. Essas últimas não valem. Só valem
palavras portuguesas. Ora essa! foi a minha vez de protestar. São palavras
portuguesas! Os crioulos de base portuguesa, como aqueles que existem em Cabo
Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe ou em Casamance, no Senegal, todos
eles preservam termos da nossa língua. Alguns que esquecemos. Outros que nunca
utilizamos, mas que partilham o espírito do idioma. Também eles nos pertencem.
[...]. Trechos extraídos da obra Milagrário pessoal (Língua
Geral, 2010), do escritor angolano José
Eduardo Agualusa.
NOTURNO A ROSARIO – Eu / Pois bem! Preciso /
te dizer que eu te adoro / te dizer que eu te amo / sinceramente; / que eu
sofro muito, / que eu choro muito, / que eu não posso mais fazer isso / para o
choro que eu te imploro / Eu imploro e falo com você em nome / da minha última
ilusão. II - Quero que você saiba / que muitos dias atrás / Estou doente e
pálido / tanto para não dormir;/ que todos já morreram / minhas esperanças / que
minhas noites negras são / tão preto e sombrio, / Não sei mais onde / o futuro
estava subindo. III - À noite, quando eu coloco / meus templos no travesseiro /
e para outro mundo que eu quero / meu espírito volta, / Eu ando muito, muito, /
e no final do dia / caminhos da minha mãe / eles se perdem em nada / e você
volta novamente / Na minha alma para aparecer. IV - Eu entendo que seus beijos
/ eles nunca devem ser meus, / Eu entendo isso em seus olhos / Eu nunca vou nos
ver / e eu te amo e na minha loucura / e delírios ardentes / Eu abençôo seu
desdém, / Eu adoro seus desvios, / e em vez de te amar menos / Eu te amo mais. V
- Às vezes eu penso em te dar / meu eterno adeus, / apagar você em minhas
memórias / e afundar na minha paixão / mais se tudo for em vão / e a alma não
te esquece, / O que você quer que eu faça / pedaço da minha vida? / O que você
quer que eu faça / com esse coração? VI - E então eu já estava / Seu santuário
concluído / sua lâmpada acesa / seu véu no altar; / o sol da manhã / atrás da
torre do sino, / tochas cintilantes, / fumando o incensário, / e abrir lá a
distância / a porta da casa... VII - Como seria bonito / viver sob esse teto, /
os dois sempre unidos / e amando a nós dois; / voce sempre apaixonado / Eu
sempre satisfeito, / as duas almas, / os dois um único baú, / e em nosso meio /
minha mãe como um deus! VIII - Imagine como é lindo / as horas daquela vida! / Quão
doce e linda a viagem / por uma terra assim! / E eu sonhei com isso, / minha
santa noiva; / e delirante nele / com uma alma trêmula, / Pensei em ser bom / para
você, não mais para você. IX - Deus sabe que era / meu sonho mais lindo / minha
ânsia e minha esperança, / minha felicidade e meu prazer; / Deus sabe que nada
/ Eu codifiquei meus esforços, / mas te amar muito / sob a casa rindo / que me
envolveu em seus beijos / quando ele me viu nascer! X - Essa foi a minha
esperança... / mais desde seus olhares / opõe-se ao abismo profundo / que
existe entre os dois, / Adeus pela última vez, / amor dos meus amores; / a luz
da minha escuridão, / a essência das minhas flores; / a lira do meu poeta, / Minha
juventude, tchau! Poema poeta mexicano Manuel Acuña
(1849-1873). Veja mais aqui e aqui.
BONNY BROWN – É cantor e violonista que participa de eventos e realizações, possui vários discos gravados e é presença marcante na noite pernambucana. Veja a entrevista que ele concedeu pra gente aqui.

SERVIÇO:
O que?
Programa Tataritaritatá
Quando? Hoje,
terça, 26 de agosto, a partir das 21hs
Onde? Aqui no
MCLAM - blog do Programa Domingo Romântico
Apresentação:
Meimei Corrêa
Veja mais sobre:
Os encantos de Valkyria Freya, Paulo Freire, Daniel Goleman, a
literatura de Pierre Michon,o teatro de Mario Viana,o cinema de Ferenc
Moldoványi, a música de Vânia Abreu, a pintura de Carolyn Weltman, a arte de
Alexis Texas, Merari Tavares, Saúde no Brasil, Fracasso Escolar & Professor
e aluno aqui.
E mais:
A poesia de Benhjamim Péret, Dolls &
Cátia Rodrigues aqui.
Paixão, a literatura de Francis Scott
Fitzgerald & Djuna Barnes, o teatro de Sarah Kane, o cinema de Ken Loach, a
música de Regina Carter, a pintura de Pal Fried
& Carolyn Weltman & Jane Graverol, a fotografia de Wang Huaxiang,
Jurema Barreto de Souza, Gestão em Saúde, A relação entre professor & aluno
aqui.
A música de Kylie Minogue, a poesia de
Cláudio Manuel da Costa, o teatro de Michael Frayn,o cinema de Michel Gondry, a fotografia de Jeanine Toledo, a
pintura de Carl Larsson, Lucilene Machado, Kate
Winslet, Hope 2050, aecamepa, Administração Hospitalar & Síndrome de
Burnout, Transtornos & Distúrbios da Aprendizagem aqui.
O alvo do pódice, Cervantes, Márcia Tiburi, Giovanni
Sartori, a literatura de Rick Moody, o teatro de Mário Prata & Fernando
Rojas, o cinema de István Szabó, a música de Ferruccio
Busoni & Gertrud Schilde, a pintura de Omar Ortiz & Emerico Imre
Toth, Rachel Weisz, Ádila J. P. Cabral, A Trajetória da Mulher & O cérebro
na escola aqui.
Solfejo de uma ária amanhecida & a pintura de Max
Klinger aqui.
Cecília Meireles, Pablo Milanés.
Pedrinho Guareschi & O mistério da Consciência,
o cinema de Jean-Luc Godard, a
pintura de Johan Christian Dahl, Juliette Binoche e Myriem
Roussel, Costinha, O sufrágio feminino & Programa
Tataritaritatá aqui.
Leibniz, Manoel Bentevi, Alceu
Valença, Helena Cristina & Programa Tataritaritatá aqui.
Hermann Hesse, a poesia de Wislawa
Szymborska, a literatura de Evelyn Lau, a música de Christoph
Willibald Gluck & Daniella Alcarpe, a fotografia de Bárbara
Angel aqui.
Franz Kafka, a pintura
de Anna Chromý, a música de Leoš
Janáček & Karyme Hass & Ibys Maceioh aqui.
Adolfo
Casais Monteiro, Roberto Burle Marx, a
música de Astor Piazzola, a poesia de Antonio Miranda, Adriana
Garambone & Doro na Copa
do Mundo aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Ela... Art by Ísis Nefelibata
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.