Curtindo a ópera-oratório El Niño (Nonesuch, 2001), do compositor estadunidense John Adams, com performance de Lorraine
Hunt Lieberson, Dawn Upshaw e Willard White, sob a regência de Kent Nagano.
DITOS & DESDITOS – Não há
caminho para a luz que faça economia da descoberta da sombra que está em nós, ou
seja, é impossível ir em direção à nossa luz sem que, ao mesmo tempo, tenhamos
que enfrentar a sombra que nos habita. Pensamento do psicoterapeuta e mestre zen
alemão, Karlfried Graf Dürckheim (1896-1988). Veja mais aqui & aqui.
Art bt Vesselin Andreev
QUANDO O NATAL NÃO TINHA PAPAI NOEL - E era uma vez um
lugar esquecido nos confins do tempo, sem rádio e sem notícias das terras
civilizadas, num remoto sertão onde ninguém jamais ouvir falar de Papai Noel.
Esse lugar existe. Eu nasci lá. E se lá não tinha Papai Noel, não tinha
presentes, ceias, cartões de Boas Festas, propaganda, votos de um Feliz Natal.
Desconhecíamos essas coisas, o que era bom. Não faziam falta. O nosso Natal era
uma festa singela. Para o menino Jesus. Como era? Quando dezembro chegava, a
meninada se assanhava. “Oba!” Estava na hora de reunir a turma, dormir uns nas
casas dos outros, aninhados aos magotes em camas, redes e esteiras, na maior
algazarra. Na verdade, ninguém queria dormir. E isso era o melhor da festa, que
começava com uma espécie de desafio: vencer o sono e a noite numa animação sem
fim, à espera do sol raiar, quando finalmente pegaríamos a estrada, a cominho
dos pés de serra e dos tabuleiros, em busca dos ornamentos para a lapinha. E o
que era a lapinha? Um, presépio. A representação da manjedoura onde nasceu o
menino Jesus. Meninos, eu conto: íamos ao mato em bando, em bíblica alegra.
Priminhos de mãos dadas com priminhas, que não escapavam de uns beliscões
safadinhos, incentivados por animadíssimas tias. E assim íamos: cheios de prosa
e dando muita risada, à cata de Jericó, uma planta prateada que seca sem
morrer, e de gravatá, que vocês conhecem com o nome de bromélia, para a
instalação da lapinha no melhor canto da sala de visitas. Passávamos dias e
dias na montagem de um cenário que correspondesse ao imaginário do velho povo,
como rezava a tradição, que vinha dos pais de nossos pais e assim para trás, desde
que o mundo, aquele mundo, passou a comemorar o Natal. Depois era esperar as
visitas para contemplar a nossa réplica da gruta sagrada, feita de pedras e
galhos de árvores, ao fundo de uma planície de areia, repleta de boizinhos de
barro, rios de cerâmica com peixinhos de verdade e os res magos em seus
cavalos. E tudo sob uma tênue luz de um candeeiro, porque assim eram as nossas
noites, tão simplezinhas quanto no tempo de Jesus. Um dia chegou o motor da luz
no povoado. Fechamos a casa, lá na roça, com lapinha e tudo. fomos ver as
novidades de perto. A igreja estava toda acesa, promovendo quermesses e
anunciado a Missa do Galo. Era um novo tempo. Ali na praça iluminada, cheia de
atrações nunca antes vistas ou imaginadas, éramos de casa em casa, disputando espaço
em suas janelas, para apreciar os presépios, cada um mais deslumbrante do que o
outro, graças aos efeitos da eletricidade. Com pó motor da luz, chegava o
Serviço de Alto Falantes A Voz do Sertão. E com ele, as músicas de Natal.
Começava uma outra história, um outro Natal. Era a chegada de Papai Noel. Conto extraído da obra Sobre Pessoas (Leitura, 2007), do premiadíssimo escritor,
jornalista e ocupante da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras, Antônio
Torres. Veja mais aqui.
RICARDO ALFAYA – Um dos primeiros presentes que a Internet
me deu, foi conhecer a poesia do poetamigo, advogado e jornalista Ricardo
Alfaya. Participamos de debates, fóruns, trocamos figurinhas, publicamos em
sites e portais, enfim, pude ser agraciado da sua generosidade e seu talento.
Certa feita, num ano lá de dois mil e tanto,
recebo o volume Rios – coletânea de
poemas e fortuna crítica, reunião dele com os poetamigos Tanussi Cardoso,
Márcio Catunda, Elaine Pauvolid e Thereza Christina Rocque da Motta, num
lançamento da Íbis Libris. Ele havia me enviado o livro e eu estava batucado de
como registrar esse pessoal bom poesia. Depois de muito remoer as catracas do
quengo, tive um estalo: vou entrevistá-los todos duma vez só. E assim contatei
um a um e todos toparam. Uma empreitada braba, mas deu certo. Publiquei no Guia de Poesia.
Depois disso, em 2008, perambulando pela
rede, deparei-me com vários de seus poemas publicados em vários sites e
portais. Aí, não tive dúvida: reuni alguns dos seus poemas no meu blog Varejo Sortido.
Hoje é aniversário dele e como eu havia
visitado seu site no Recanto das Letras, resolvi fazer-lhe essa pequena
homenagem, destacando alguns dos seus mais novos poemas. Eis:
AS MANHÃS DO AMANHÃ
Os dias morrerão um a um.
Suas folhas cairão na vala comum.
Desde já, mortas as manhãs do amanhã.
DA LUZ VIESTE
A inconsistência da solidez.
O mundo que vemos não é o mundo.
Apenas a luz, refletida em cada tez.
Aquela mesma e única luz, em todos os
corpos escondida.
Fogo que esfriou, claridade que
condescendeu e desceu, até formar este nós.
A luz, a que em breve voltaremos, logo
após todos os pós.
POESIA IN NATURA
A poesia inaugura.
A poesia in natura.
A poesia que brota do chão.
Que vai além das raízes, que extrai novas
diretrizes,
que diz "sim" ao homem e, à
violência, "não".
Poesia de creme, que não treme.
Que não crime, nem reprime.
Poesia de nuvem e neve.
Que se joga e se atreve.
TEATRO ENTRE QUATRO PAREDES
Entre as quatro paredes de um poema,
posso ser o rei nu,
o dedo do menino que aponta,
a ponta de uma montanha nevada,
um cisco no olho de um grão de cevada.
Posso ser o anjo da Anunciação de Maria,
o Zeus criador do entrudo,
o Príncipe Encantado, a alma apaixonada.
Com meu jeito torto de Torquato,
dá até para encarnar:
Quincas, Quixote, Quaresma, Quasímodo,
quase todo personagem que exista no
mundo.
Cada poema é o palco e o ator;
a peça e o próprio teatro.
Em geral tudo acontece em sumário único
ato.
O poema aplaude a rara plateia e logo
volteia e se retira.
Nada é de verdade,
Nada é de mentira.
VISITA
FATAL*
Lutou
como um homem,
como um
cão,
como um
trovão.
Deu
golpes com os punhos,
com
pedras,
com caneta,
com
facão.
Rolou na
arena,
caiu da
cama,
engoliu
areia,
comeu
grama.
Bateu,
apanhou, morreu.
Mas não
entregou o ouro
e nem
mesmo o Outro:
Foi um
touro,
resistiu.
No fim,
veio a
polícia,
a
cidade,
a
milícia,
o
Estado.
Mas foi
só quando
chegou a
idade,
que
sucumbiu.
Daqui meus parabéns de feliz aniversário,
poetamigo Alfaya.
DIREITO DE
FAMÍLIA – A obra Direito
civil brasileiro: direito de família, de Carlos Roberto Gonçalves, aborda
temas como noções do direito de família, princípios, família e casamento,
evolução histórica, natureza jurídica, finalidades, do processo de habilitação
e dos impedimentos do casamento, das causas suspensivas, da oposição dos
impedimentos e das causas suspensivas, da celebração e das provas do casamento,
espécies de casamento válido e da inexistência e da invalidade do casamento, da
eficácia jurídica do casamento, da dissolução da sociedade e do vínculo
conjugal, da separação judicial por mútuo consentimento e a pedido de um dos
cônjuges, divorcio, proteção da pessoa dos filhos, das relações de parentesco,
da filiação, do reconhecimento dos filhos, da adoção, do direito patrimonial e
do regime de bens entre os cônjuges, do usufruto e da administração dos bens de
filhos menores, dos alimentos, do bem de família, da união estável e do
concubinato, da tutela e da curatela, entre outros importantes assuntos. REFERÊNCIA:
GONÇAVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: direito de família. São
Paulo: Saraiva, 2014. Veja mais aqui.
ALIMENTOS NO
CÓDIGO CIVIL – O livro Alimentos
no código civil: aspectos civil, constitucional, processual e penal,
coordenado por Francisco José Cahali e Rodrigo da Cunha Pereira, trata da
teoria geral dos alimentos e dos alimentos decorrentes do parentesco, alimentos
decorrentes da união estável e do concubinato, alimentos da investigação de
paternidade e na guarda compartilhada, procriação, paternidade, direito do
nascituro e os alimentos no Estatuto da Criança e do Adolescente, sexo e afeto,
rito processual na prestação alimentar, litisconsórcio e tutela antecipada, a
execução de alimentos pela via da dignidade humana, renúncia aos alimentos decorrentes
do casamento e da união estável, transmissão da obrigação aos herdeiros,
direito penal, abandono material, obrigação alimentar na Justiça Federal, entre
outros temas. REFERÊNCIA: CAHALI, Francisco; PEREIRA, Rodrigo (Coords).
Alimentos no código civil: aspectos civil, constitucional, processual e penal.
São Paulo: Saraiva, 2006. Veja mais aqui.
Veja mais sobre:
As mulheres soltam o verbo, o verso &
o sexo porque todo dia é dia delas aqui.
E mais:
William Shakespeare, Émile Zola, Giovani
Casanova, Federico Fellini, Emmylou Harris, Hans Christian Andersen, Harriet
Hosmer, Max Ernst, Raínha Zenóbia & Os contos de Magreb aqui.
Literatura e História do Teatro aqui.
Pequena história da formação social
brasileira, de Manoel Maurício de Albuquerque aqui.
A linguagem na Filosofia de Marilena
Chauí aqui.
A poesia de Chico Buarque aqui.
Vigiar e punir de Michel Foucault aqui.
Norberto Bobbio e a teoria da norma
jurídica aqui.
Como se faz um processo, de Francesco
Carnelutti aqui.
As misérias do processo penal, de
Francesco Carnelutti aqui.
Boca no trombone aqui.
Todo homem que maltrata uma mulher não
merece jamais qualquer perdão aqui.
Teóphile Gautier, Ricardo Machado,
Neurodesenvolvimento & transdisciplinaridade aqui.
James Baldwin, Naná Vasconcelos, Raul
Villalba, Wanderlúcia Welerson Sott Meyer, Ronald Augusto, Monique Barcello
& Lia Rosatto aqui.
A literatura de Antonio Miranda aqui.
Biziga de amor & Programa
Tataritaritatá aqui.
O Teatro da Espontaneidade &
Psicodrama aqui.
Walt Withman, Mariza Sorriso, Holística,
Psicologia Social & Direito Administrativo aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.