
Justificou-se a realização
desse estudo, tendo em vista a violência contra a mulher ser um tema atual que
vem ao longo dos tempos se desenrolando e que envolve a sociedade como todo,
independente do nível econômico e tendo sua ocorrência em todos os países do
planeta, seja entre ricos ou pobres. Justifica-se mais em razão da adoção da
igualdade e da dignidade humana nas previsões constitucionais vigentes, não se
podendo mais admitir qualquer forma de agressão e de impunidade nas questões de
violência contra mulher.
Objetivou efetuar uma análise
acerca das causas, consequências e das formas de combate e de atuação do Estado
e das políticas públicas no enfrentamento do problema da violência contra a
mulher, analisando historicamente a trajetória da mulher diante da violência,
observando a questão de gênero, o patriarcalismo e a luta feminista,
identificando os fatores que contribuem para a violência contra a mulher e
observando a definição das políticas públicas nesses casos.
Por metodologia o estudo foi
desenvolvido com base na pesquisa de natureza descritiva, documental e
bibliográfica, baseada na edição do corpo legislativo originário de leis e
jurisprudências, bem como de livros, revistas, publicações especializadas
impressas e online, no sentido de compreender toda dimensão da temática
proposta.
Para tanto, tornou-se
necessário discorrer ao longo do estudo realizado sobre a construção histórica
das relações de gênero, considerando os fundamentos para análise da opressão da
mulher, uma revisão da literatura acerca dos direitos da mulher com lutas e
conquistas, até aferir as políticas públicas efetivadas à luz do amparo legal
de combate à violência contra a mulher.
Observou-se, com isso, que a
mulher é vítima de um sistema patriarcal, pautado na sua desvalorização e
respondendo ao estado mandonista do universo masculino, em detrimento dos
direitos da mulher. O enfrentamento da redoma patriarcal e a condução machista
levam às insistentes lutas pelo reconhecimento dos direitos da mulher, a
igualdade de gênero, o respeito pelo principio da dignidade humana e ao
exercício da cidadania.
O Brasil, neste sentido, deu
um passo importante quando da promulgação da Constituição Federal de 1988,
instituindo o Estado Democrático de Direito, espaço para desenvolvimento de
afirmação da mulher, respeitando-se seus direitos e condições igualitárias na
sociedade. Nem mesmo as previsões constitucionais foram suficientes para coibir
a violência contra a mulher, havendo necessidade da edição de uma série de instrumentos
legais regulamentando as referidas previsões, a exemplo da criação das
Delegacias de Defesa da Mulher, a criação do Conselho Nacional, bem como a
promoção de medidas, ações e programas, como o Programa Nacional de Prevenção e
Combate à Violência Doméstica e Sexual, as Normas Técnicas do Ministério da
Saúde, o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM), culminando com a
edição da Lei Maria da Penha que visa coibir a prática nefasta da violência
contra a mulher. E em conformidade com os autores pesquisados, apesar desses
programas, ações, planos e aparato legal, ainda assim, não conseguiu prevenir,
coibir ou erradicar a violência contra a mulher.
É evidente que os problemas
focados neste trabalho, hoje estão intimamente ligados à educação e à cultura
brasileira, havendo necessidade de informação, difusão e ampliação a respeito
dessas medidas tomadas, para que toda população brasileira tome conhecimento de
sua existência. O Brasil ainda se mantém em cima de sociedade patriarcal e
machista, com problemas diversos de todas as ordens possíveis, desde
econômicos, sociais, culturais, políticos, ambientais e educacionais, que fazem
com que o desrespeito e a infrigência contra a dignidade humana e a cidadania
do brasileiro, sejam constantemente assolados na requerência de posturas e
comportamentos efetivos por parte das autoridades e da sociedade em geral,
visando coibir e erradicar por completo a violência contra a mulher. Veja mais aqui.
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o sexo porque todo dia é dia delas aqui.
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Casanova, Federico Fellini, Emmylou Harris, Hans Christian Andersen, Harriet
Hosmer, Max Ernst, Raínha Zenóbia & Os contos de Magreb aqui.
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Pequena história da formação social
brasileira, de Manoel Maurício de Albuquerque aqui.
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