domingo, outubro 23, 2011

LYN HEJINIAN, RIMBAUD, LOIS WEBER, BARBARA KONOPKA, NEIL GAIMAN, EDUCAÇÃO & SEXUALIDADE

 

A arte da artista multimídia polonesa Barbara Konopka, que participou de exposições, fotogramas, vídeo-instalações, performances e festivais, é autora musical e músico-instrumentista, formada em produção televisiva e especialista em Comunicação Visual-Realização TV. Veja mais abaixo.

 

A DOR DA TORTURA – À memória de Helenira Resende de Souza Nazareth (1944-1972) – Era ela uma destacada atleta de basquete e se tornou uma das fundadoras do grêmio de representação do alunado. Mudou-se para a capital com o objetivo de cursar Letras, tornando-se presidente do Centro Acadêmico da faculdade e daí passou a ser uma importante liderança estudantil, apelidada de Preta, a oradora da turma. Depois cursou Filosofia na mesma USP, quando foi flagrada escrevendo no muro da Mackenzie: Abaixo as leis da ditadura! Era 1967, a sua primeira prisão. Presa novamente por convocar estudantes para uma passeata, em 1968. Tornou-se vice-presidente da UNE e delegada do Congresso promovido pela entidade, sendo presa pela terceira vez. Desta vez, no ônibus dos presos, ela conseguiu entregar a um transeunte um bilhete para a família. Foi transferida para o presídio feminino do Carandiru, onde ficou por dois meses. Libertada às vésperas do AI-5, caiu na clandestinidade e mudou-se para o Araguaia, adotando o codinome de Fátima, integrando destacamento da guerrilha. Estava jurada de morte pelo delegado Fleury e inscrita no Livro Negro do exército. Foi emboscada por fuzileiros navais, em 29 de setembro de 1972. Ferida no tiroteio e metralhada nas pernas, recusou-se a entregar a localização de militantes. Por conta disso, foi torturada até a morte a golpes de baioneta. Diz-se que foi enterrada nas proximidades do igarapé Tauarizinho, em Oito Barracas. No local, havia uma poça de sangue. É considerada desaparecida desde então pela família e foragida para as Forças Armadas: seus restos mortais jamais encontrados. O que se passou com ela está registrado no livro A lei da selva (Geração, 2006), do jornalista, historiador e professor Hugo Studart, e no Relatório Arroyo - Relatório sobre a luta no Araguaia (1974), escrito por Ângelo Arroyo. Veja mais abaixo e aqui, aqui e aqui.

 

A arte da artista multimídia polonesa Barbara Konopka.

 

DITOS & DESDITOS - A voz da consciência e da honra é bem fraca quando as tripas gritam. A ignorância não fica tão distante da verdade quanto o preconceito. Pensamento do escritor e filósofo francês Denis Diderot (1713-1784). Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU: É errado dizer: eu acho. Deve-se dizer: as pessoas pensam em mim. Pensamento do poeta Arthur Rimbaud (1854-1891). Veja mais aqui.

 


HIPOCRITAS - A Verdade estaria aparentemente nua, o que causou revolta em parte da plateia mais moralista e alguns conselhos de censura do governo americano, porém, o dado mais significativo não reside na suposta e ousada nudez da atriz (historiadores ainda discutem se ela usava ou não um collant nas cenas, podendo ser assim o primeiro nu frontal do cinema), e sim, na crítica social aguda que o filme propõe. Expressão da cineasta estadunidense Lois Weber (1879-1939) sobre o seu filme drama Hypocrites - The Naked Truth (1915), inspirado na pintura de Adolphe Faugeron e que contém várias cenas de nudez e inclui a primeira aparição de nudez frontal em um filme não pornográfico, da atriz estadunidense Margaret Edwards. O filme considerado anticlerical, segue as histórias paralelas de um asceta cristão primitivo e um ministro moderno, com a maioria dos atores em papéis duplos. É a história de um monge medieval que se dedica à estátua da Verdade, na qual uma mulher nua está expressa e ele é assassinado pela multidão, demonstrando a hipocrisia da congregação. O filme foi considerado chocante e polêmico, cujo lançamento foi atrasado por muitos meses pela dificuldade de distribuição, afora tumultos e ter sido proibido e censurado em diversas localidades. A cineasta é considerada uma das diretoras mais importantes do cinema estadunidense e foi a primeira mulher a dirigir um longa-metragem, O Mercador de Veneza, em 1914. Ela também foi a primeira diretora mulher a ter o próprio estúdio, o Lois Weber Productions. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.

 

TORTURADA, CONHECI A BESTA HUMANA - Fui levada para o Dops, onde me submeteram a torturas como cadeira do dragão e pau de arara. No pau de arara, davam choques em varias partes do corpo, inclusive nos genitais. De violência sexual, só não houve cópula, mas metiam os dedos na minha vagina, enfiavam cassetetes no ânus. Isso, além das obscenidades que falavam. Havia muita humilhação. Eles tiraram sarro ao mesmo tempo que nos batiam. E eu fui muito torturada, juntamente com o Gustavo, porque descobriram que era meu companheiro. E ele fazia parte da direção da VAR-Palmares. A pior coisa que existe é ver um companheiro ser torturado. Uma vez, eles sumulariam que iam me degolar. Pegaram uma facona, saíram comigo e disseram para o Gustavo: “É a última vez que você vai vê-la”. Aí, eles saíram comigo com aquela faca na garganta e me botaram numa Kombi. Depois, pararam o carro e ficaram discutindo o que fazer comigo. Acabaram me deixando de volta no presidio. Foi uma encenação, mas achei que estava indo ser morta. Isso me deixou com trauma durante muitos anos. Eu não conseguia sequer mexer com faca grande na cozinha... No total, fiquei presa durante um ano e meio. Depoimento da médica veterinária, Ignez Maria Serpa Ramminger, de 70 anos, relembra as sessões de espancamento que sofreu no Dops em 1970, durante a ditadura militar: Sou médica veterinária da prefeitura de Porto Alegre, tenho 70 anos, sou mãe de três filhos e tenho três netas. Aos 21 anos , fui presa pela ditadura militar e sofri diversos tipos de tortura durante o ano em que fiquei presa sem julgamento. Durante o parto dos meus primeiros filhos, a dor das contrações me faziam recordar do terror da sala de tortura: Nos dois primeiros partos, a dor das contrações faziam eu lembrar das sessões de tortura. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

A MORTE FALA SOBRE A VIDA – [...] A vida, e não me parece que seja o primeiro a fazer esta comparação, é uma doença: transmitida sexualmente e invariavelmente fatal. [...]. Trecho extraído da obra Death talks about life (DC/Vertigo, 1994), do escritor, roteirista e quadrinista britânico Neil Gaiman, autor da frase: As ideias surgem quando sonhamos acordados. As ideias surgem quando estamos aborrecidas. As ideias estão sempre a surgir. A única diferença entre os escritores e as outras pessoas é que nós reparamos quando o fazemos. É também atribuída a ele a frase: Cometam erros interessantes, cometam erros incríveis, cometam erros gloriosos e fantásticos. Desobedeçam às regras. Façam o mundo mais interessante por estarem aqui. Veja mais aqui.

 

UM POEMA & UMA PROSA POÉTICAELEGIA: Eu agora escrevo em preconcepções / Aquelas de sexo e cordas/ Muitos frêmitos violentos ocorrem à carne da / imaginação/ E a imaginação tem em verdade carne a destruir / E a carne tem imaginação a lacerar / A boca é apenas um corpo preenchido de imaginação / Você pode imaginar seus conteúdos? / O gotejar a um balde / E seus atos / As elipses e encadeamento à parte / A pluma / O espectador / A imaginação, vazia, nada possui que a confirme / Há apenas o cantar dos pássaros / Os sons do grito original / Estranho exemplo / A imaginação deseja ser abraçada pela liberdade / É esvaziada para poder ser objeto de desejo / Mas a imaginação precisa da observância à carne / em resposta – seus incrementos de vigilância – uma / progressão vagarosa / Precisa ser bela e não consegue libertar-se. MY LIFE: Nenhum filhote, nenhum cão será capaz disso, e certamente papagaio nenhum. Ninguém pode perguntar a outro uma questão retórica. Podemos somente ler rochas desgarradas e precisamos primeiro aprender seus nomes. Tal registro, projetado em uma tela, soprando o desértico passado, tomaria dezesseis dias e quatro horas. Ele descansa ao sol para aumentar seu horrível bronzeado. Nos pequenos potes, comida para um Bebê Gerber. Através das janelas de Chartres, sem vista, a luz transmite a cor como uma cena. O que é, então, uma janela. Entre arar e arpar. Uma pausa, uma rosa, alguma coisa no papel, das verdadeiras espirais orgânicas não temos falta. Na manhã tudo é malva, próximo ao avermelhado. O simbolismo da rosa depende da sua pureza de cor. Agora que ela é idosa e famosa, intelecto em vez de beleza, ela continua a usar a moda daquela época antiga. Ela perguntou quais eram alguns dos outros nomes que nós tínhamos pensado em lhe dar quando ela nascesse e que nome teria se nascesse menino. Nós queríamos um tópico próprio para as ocasiões em que os homens conversassem sobre esportes. A rosa vermelha, em seu vermelho, não deixa vazar nenhum amarelo. Em outras palavras, ele desenvolve o argumento. Nós estamos “numa viagem” como se a viagem em si fosse um meio-de-transporte. Então, eu quis visitar Giverny e os jardins de Monet. Eu posso fazer ainda o som de galope nas minhas coxas. Ao alcance do grau em que ver e ouvir são atividades mais do que receptividades. A analogia óbvia é com a música. O concerto de cantos gregorianos teve lugar na ala medieval do museu, onde a música balançava as paredes. Os funcionários de vendas aglomeravam-se na porta, trabalhando de comissão. Uma criança tola aterrorizada. Para pôr seus ovos o mosquito precisa de um banquete completo de sangue. E, completamente, de novo, nunca a política se retira. Você não pode assumir “nenhum remorso”, meramente porque o não-envolvimento das superfluidades é descrito como “sem o menor remorso”. O simbolismo da rosa depende de seus espinhos. É mais ou menos factual e difícil de perder. Numa noite, fiz o trabalho de escrita de toda a semana. Não tínhamos de pensar em cozinhar pois tínhamos sido convidados. Eu me rebelei, então, contra os mundos construídos por mim mesma e me retirei para o empírico mundo em volta. O cachorro estava estirado na luz do sol, não o sol. O número de pernas não importa, não mais do que o número de rodas de um carro. Aquelas partículas no ar são micróbios dentro do espectro. A entomologia das coisas na página. Pensando lá na infância, eu me lembro dos outros mais claramente do que de mim, mas, quando penso em épocas mais recentes, eu começo a presenciar minhas memórias. Eu me encontro lá, à toa, pontual, antecipadamente. É duro fazer um coração ir par a par pá pá pá com a descrição, mas com aquela música pesada na maior pisada eu vou pela batida beat, e, a contração, crispo. No tempo seco, tenho olhos enxutos. O vento sopra onde o pássaro começa o vôo. Horizonte inteiramente livre onde o céu encontra o mar. Embalam-se na luz, o leviatã e a égua, cujas ondulações são rebentos, cavalinhas. Imagine: nunca ser incompreensível. Poemas extraídos da obra My Life (Green Integer, 2002), da poetam ensaísta e tradutora estadunidense Lyn Hejinian.

 


EDUCAÇÃO, INTERDISCIPLINARIDADE, TRANSVERSALIDADE & ORIENTAÇÃO SEXUAL
- A interdisciplinaridade, como questão gnosiológica, surgiu no final do século passado, pela necessidade de dar uma resposta à fragmentação causada por uma epistemologia de cunho positivista. As ciências haviam-se dividido em muitas disciplinas e a interdisciplinaridade restabelecia, pelo menos, um diálogo entre elas, embora não resgatasse ainda a unidade e a totalidade do saber. Desde então, o conceito de interdisciplinaridade vem se desenvolvendo também nas ciências da educação. Elas aparecem com clareza em 1912 com a fundação do Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra, por Edward Claparède, mestre de Piaget. Toda uma discussão foi travada sobre a relação entre as ciências mães e as ciências aplicadas à educação: por exemplo, a sociologia (da educação), a psicologia (da educação) etc. e noções correlatas foram surgindo, como intradisciplinaridade, pluridisciplinaridade e transdisciplinaridade. A intradisciplinaridade‚ entendida, nas ciências da educação, como a relação interna entre a disciplina "mãe" e a disciplina "aplicada". O termo interdisciplinaridade, na educação, já não oferece problema, pois, ao tratar do mesmo objeto de ciência, uma ciência da educação "complementa" outra. Diga-se o mesmo quanto à pluridisciplinaridade. É a natureza do próprio fato/ato educativo, isto é, a sua complexidade, que exige uma explicação e uma compreensão pluridisciplinar. A interdisciplinaridade é uma forma de pensar. Piaget (1980) sustentava que a interdisciplinaridade seria uma forma de se chegar à transdisciplinaridade, etapa que não ficaria na interação e reciprocidade entre as ciências, mas alcançaria um estágio onde não haveria mais fronteiras entre as disciplinas. Após a 2ª Guerra Mundial, a interdisciplinaridade aparece como preocupação humanista além da preocupação com as ciências. Desde então, parece que todas as correntes de pensamento se ocuparam com a questão da interdisciplinaridade. O projeto de interdisciplinaridade nas ciências passou de uma fase filosófica (humanista) de definição e explicitação terminológica, na década de 70, para uma segunda fase (mais científica) de discussão do seu lugar nas ciências humanas e na educação, na década de 80. Atualmente, no plano teórico, busca-se fundar a interdisciplinaridade na ética e na antropologia, ao mesmo tempo que, no plano prático, surgem projetos que reivindicam uma visão interdisciplinar. A interdisciplinaridade visa a garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com as fronteiras das disciplinas. Para isso, integrar conteúdos não seria suficiente. Seria preciso uma atitude e postura interdisciplinar. Atitude de busca, envolvimento, compromisso, reciprocidade diante do conhecimento. A interdisciplinaridade se desenvolveu em diversos campos. Na educação ela teve um desenvolvimento particular. Nos projetos educacionais a interdisciplinaridade se baseia em alguns princípios, entre eles: Na noção de tempo: o aluno não tem tempo certo para aprender. Não existe data marcada para aprender. Ele aprende a toda hora e não apenas na sala de aula. Na crença de que é o indivíduo que aprende. Então, é preciso ensinar a aprender, a estudar etc. ao indivíduo e não a um coletivo amorfo. Portanto, uma relação direta e pessoal com a aquisição do saber. Embora apreendido individualmente, o conhecimento é uma totalidade. O todo é formado pelas partes, mas não é apenas a soma das partes. É maior que as partes. A criança, o jovem e o adulto aprendem quando têm um projeto de vida e o conteúdo do ensino é significativo para eles no interior desse projeto. Aprende-se quando se envolve com emoção e razão no processo de reprodução e criação do conhecimento. A biografia do aluno é, portanto, a base do seu projeto de vida e de aquisição do conhecimento e de atitudes novas. A metodologia do trabalho interdisciplinar implica em: integração de conteúdos; passar de uma concepção fragmentária para uma concepção unitária do conhecimento; superar a dicotomia entre ensino e pesquisa, considerando o estudo e a pesquisa, a partir da contribuição das diversas ciências; e ensino-aprendizagem centrado numa visão de que aprendemos ao longo de toda a vida. O conceito chegou ao final desse século com a mesma conotação positiva do início do século passado, isto é, como forma (método) de buscar, nas ciências, um conhecimento integral e totalizante do mundo frente à fragmentação do saber, e na educação, como forma cooperativa de trabalho para substituir procedimentos individualistas. A ação pedagógica através da interdisciplinaridade aponta para a construção de uma escola participativa e decisiva na formação do sujeito social. O seu objetivo tornou-se a experimentação da vivência de uma realidade global, que se insere nas experiências cotidianas do aluno, do professor e do povo e que, na teoria positivista era compartimentada e fragmentada. Articular saber, conhecimento, vivência, escola comunidade, meio-ambiente etc. tornou-se, nos últimos anos, o objetivo da interdisciplinaridade que se traduz, na prática, por um trabalho coletivo e solidário na organização da escola. Assim sendo, um projeto interdisciplinar de educação deverá ser marcado por uma visão geral da educação, num sentido progressista e libertador. A interdisciplinaridade deve ser entendida como conceito correlato ao de autonomia intelectual e moral. Nesse sentido a interdisciplinaridade serve-se mais do construtivismo que é uma teoria da aprendizagem que entende o conhecimento como fruto da interação entre o sujeito e o meio. Nessa teoria o papel do sujeito é primordial na construção do conhecimento. Portanto, o construtivismo tem tudo a ver com a interdisciplinaridade. A relação entre autonomia intelectual e interdisciplinaridade é imediata. Na teoria do conhecimento de Piaget (1978) o sujeito não é alguém que espera que o conhecimento seja transmitido a ele por um ato de benevolência. É o sujeito que aprende através de suas próprias ações sobre os objetos do mundo. É ele, enquanto sujeito autônomo, que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo que organiza seu mundo.
INTERDISCIPLINARIDADE & TRANSVERSALIDADE - A interdisciplinaridade questiona a segmentação entre os diferentes campos de conhecimento produzida por uma abordagem que não leva em conta a inter-relação e a influência entre eles - questiona a visão compartimentada da realidade sobre qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se constituiu. Enquanto isso a transversalidade diz respeito à possibilidade de se estabelecer na prática educativa, uma relação entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados e as questões da vida real e de sua transformação. Uma e outra, pedagogicamente, alimentam-se mutuamente, pois o tratamento das questões sociais dos temas transversais expõem as inter-relações entre os objetivos de conhecimento, de forma que não é possível fazer um trabalho pautado na transversalidade tomando-se uma perspectiva rígida (Brasil, 1998). O princípio da interdisciplinaridade permitiu um grande avanço na idéia de integração curricular. Mas ainda a idéia central era trabalhar com disciplinas. Na interdisciplinaridade os interesses próprios de cada disciplina são preservados. Já o princípio da transversalidade e de transdisciplinaridade busca superar o conceito de disciplina. Aqui, busca-se uma intercomunicação entre as disciplinas, tratando efetivamente de um tema/objetivo comum (transversal). Assim, não tem sentido trabalhar os temas transversais através de uma nova disciplina, mas através de projetos que integrem as diversas disciplinas. Mello (1998:69) reitera nossa propositura: Tais conteúdos, mais diversificados e específicos, podem e devem ser tratados, integrando-os aos conteúdos básicos, sem necessidade de fragmentar o tempo escolar em um grande número de disciplinas estanques. Da mesma forma, conteúdos voltados para a realidade sociocultural local seriam incorporados à estrutura curricular permeando os conteúdos básicos, numa forma inovadora e transdisciplinar. Daí, entende-se que a transversalidade promove uma compreensão abrangente dos diferentes objetos do conhecimento, bem como a percepção da implicação do sujeito de conhecimento na sua produção, superando a dicotomia entre ambas. Hernández (1998:61/4) que trata especificamente da "organização do currículo por projetos de trabalho" vinculada à perspectiva do conhecimento globalizado e relacional: Essa modalidade de articulação dos conhecimentos escolares é uma forma de organizar a atividade de ensino e aprendizagem, que implica considerar que tais conhecimentos não se ordenam para sua compreensão de uma forma rígida, nem em função de algumas referências disciplinares preestabelecidas ou de uma homogeneização dos alunos. A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação a: 1) o tratamento da informação, e 2) a relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimentos próprios (...) Globalização e significatividade são, pois, dois aspectos essenciais que se plasmam nos Projetos. É necessário destacar o fato de que as diferentes fases e atividades que se devam desenvolver num Projeto ajudam os alunos a serem conscientes de seu processo de aprendizagem e exige do professorado responder aos desafios que estabelece uma estruturação muito mais aberta e flexível dos conteúdos escolares. Por essa mesma via, a transversalidade abre espaço para a inclusão de saberes extra-escolares, possibilitando a referência a sistemas de significado construídos na realidade dos alunos.
A TRANSVERSALIZAÇÃO: A ORIENTAÇÃO SEXUAL – Os temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN´s, incluem Ética, Meio ambiente, Saúde, Pluralidade Cultural e Orientação sexual. Estes temas expressam conceitos e valores fundamentais à democracia e à cidadania e correspondem a questões importantes e urgentes para a sociedade brasileira de hoje, presentes sob várias formas na vida cotidiana. Por esta razão, são amplos o bastante para traduzir preocupações de todo país porque são questões em debate na sociedade através dos quais, o dissenso, o confronto de opiniões se coloca (Brasil, 1998). Por serem questões sociais, os Temas Transversais têm natureza diferente das áreas convencionais. Tratam de processos que estão sendo intensamente vividos pela sociedade, pelas comunidades, pelas famílias, pelos alunos e educadores em seu cotidiano. São debatidos em diferentes espaços sociais, em busca de soluções e de alternativas, confrontando posicionamentos diversos tanto em relação à intervenção no âmbito social mais amplo quanto à atuação pessoal. São questões urgentes que interrogam sobre a vida humana, sobre a realidade que está sendo construída e que demandam transformações macrossociais e também de atitudes pessoais, exigindo, portanto, ensino e aprendizagem de conteúdos relativos a essas duas dimensões. Nas várias áreas do currículo escolar existem, implícita ou explicitamente, ensinamentos a respeito dos temas transversais, isto é, todas educam em relação a questões sociais por meio de suas concepções e dos valores que veiculam nos conteúdos, no que elegem como critério de avaliação, na metodologia de trabalho que adotam, nas situações didáticas que propõem aos alunos. Por outro lado, sua complexidade faz com que nenhuma das áreas, isoladamente, seja suficiente para explicá-los; ao contrário, a problemática dos temas transversais atravessa os diferentes campos do conhecimento. As áreas convencionais devem acolher as questões dos Temas Transversais de forma que seus conteúdos as explicitem e que seus objetivos sejam contemplados. Por exemplo, a área de Ciências Naturais inclui a comparação entre os principais órgãos e funções do aparelho reprodutor masculino e feminino, relacionando seu amadurecimento às mudanças no corpo e no comportamento de meninos e meninas durante a puberdade e respeitando as diferenças individuais. Dessa forma, o estudo do corpo humano não se restringe à dimensão biológica, mas coloca esse conhecimento a serviço da compreensão da diferença de gênero (conteúdo de Orientação Sexual ) e do respeito à diferença (conteúdo de Ética). Assim sendo, através da Ética, o aluno poderá entender o conceito de justiça baseado na equidade e sensibilizar-se pela necessidade de construção de uma sociedade justa, adotar atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças sociais, discutindo a moral vigente e tentando compreender os valores presentes na sociedade atual e em que medida eles devem ou podem ser mudados (Brasil, 1998). Através do tema Meio ambiente o aluno poderá compreender as noções básicas sobre o tema, perceber relações que condicionam a vida para posicionar-se de forma crítica diante do mundo, dominar métodos de manejo e conservação ambiental (Brasil, 1998). A Saúde é um direito de todos. Por esse tema o aluno compreenderá que saúde é produzida nas relações com o meio físico e social, identificando fatores de risco aos indivíduos necessitando adotar hábitos de auto-cuidado (Brasil, 1998). A Pluralidade Cultural tratará da diversidade do patrimônio cultural brasileiro, reconhecendo a diversidade como um direito dos povos e dos indivíduos e repudiando toda forma de discriminação por raça, classe, crença religiosa e sexo. A orientação sexual, numa perspectiva social, deverá ensinar o aluno a respeitar a diversidade de comportamento relativo à sexualidade, desde que seja garantida a integridade e a dignidade do ser humano, conhecer seu corpo e expressar seus sentimentos, respeitando os seus afetos e do outro. Infere-se a crença no fato de que a sexualidade e a Orientação Sexual constituem uma disciplina a ser ministrada por um profissional específico dentro da escola. Neste sentido Werebe (1981) assevera que a concepção da sexualidade como um processo isolado e independente falseia a visão que se deveria ter sobre ela. Já Foucault (1999:36), lembra que a disciplina é uma das formas de interdição ao discurso por delimitar seus poderes e os sujeitos que dela podem falar, definindo, então  disciplina: "(...) por um domínio de objetos, um conjunto de métodos, um corpus de proposições consideradas verdadeiras, um jogo de regras e de definições, de técnicas e de instrumentos". Foucault faz entender que talvez o processo de "disciplinarização" da sexualidade seja uma maneira anônima e discreta de censurá-la, pois a disciplina constitui-se num "princípio de limitação". Ressalta também, que, no interior de seus limites, a disciplina define o que é verdade ou não e repele para fora de si toda uma teratologia do saber. Isso significa que, através da disciplina, delimitam-se para o discurso o que pode e o que não pode ser dito como verdade, quem pode e quem não pode enunciar esse discurso. Enfim, essa é mais uma maneira de enquadrar a sexualidade dentro de certos limites, pois como diz Foucault (1999:36), "A disciplina é um princípio de controle da produção do discurso. Ela lhe fixa os limites pelo jogo de uma identidade que tem a forma de uma reatualização permanente das regras". Nesse entendimento, a sexualidade, ao ser considerada uma disciplina, torna-se refém dos limites desta. Talvez essa visão da Orientação Sexual ou da sexualidade como uma disciplina seja um legado dos paradigmas de cientificidade que, apoiados nos pilares do certo/errado e do falso/verdadeiro, regeram o pensamento ocidental nos últimos dois séculos. É mais uma forma de interdição à sexualidade, conduzindo-a ao discurso disciplinar e privando-a da liberdade que gozaria fora dele. Nessa perspectiva, a percepção da sexualidade como um tema transversal e interdisciplinar anularia todas as limitações impostas pela disciplina. Pelo contrário, ao ser vista como disciplina, a sexualidade será encarada como uma verdade a ser repassada juntamente com suas regras, limites e definições. Nesse sentido, no momento em que ela deixasse de ser "a" disciplina e seu conteúdo passasse a diluir-se em "todas" as disciplinas como um tema "transversal", ela estaria escapando do campo de domínio disciplinar. A proposta de estudo da sexualidade como tema transversal, apresentada nos PCN (Brasil, 1998), é busca considerara sexualidade como algo inerente à vida e à saúde que se expressa no ser humano, do nascimento até morrer, relacionando-se com o direito ao prazer e ao exercício da sexualidade com responsabilidade. Também engloba as relações de gênero, o respeito a si mesmo e ao outro e à diversidade de crenças, valores e expressões culturais existentes na sociedade democrática e pluralista. Inclui, ainda, a importância da prevenção das doenças sexualmente transmissíveis/Aids e da gravidez indesejada na adolescência, entre outras questões polêmicas, pretendendo contribuir para a superação de tabus e preconceitos ainda arreigados no contexto sociocultural brasileiro. Por um viés mais holístico que busca um redimensionamento dos aspectos cognitivos, afetivos e sociais com suas inter-relações, os novos paradigmas político-pedagógicos tentam resgatar a dimensão integral do cidadão. O projeto de transversalidade situa a sexualidade como um tema que atravessa todas as áreas do saber, contextualizando-a e problematizando-a em seus aspectos biológicos, psicológicos, sociais, políticos, religiosos, éticos e culturais. Reduzir a sexualidade ao biológico, segundo Souza (1993), é um legado secular que trouxe conseqüências marcantes em toda a história da humanidade. Já o oposto, ou seja, a capacidade de associar a cultura ao biológico, é um traço que caracteriza a existência humana, diferindo-a de outras espécies animais. No entanto, defende-se que qualquer proposta de transversalidade deve ser precedida de uma avaliação abrangente dos valores, conceitos e visões de mundo que rondam as representações dos educadores. O trabalho de Orientação Sexual na escola é entendido como problematizar, levantar questionamentos e ampliar o leque de conhecimentos e de opções para que o aluno ele próprio escolha o seu caminho. Isto quer dizer que em relação às questões de gênero, por exemplo, o professor deve transmitir, pela sua conduta, a equidade entre os gêneros e a dignidade de cada um individualmente Já no diálogo entre escola e família deverá se dar de todas as formas pertinentes a essa relação. Optou-se por integrar a Orientação Sexual nos Parâmetros Curriculares Nacionais por meio da transversalidade, o que significa que tanto a concepção quanto os objetivos e conteúdos propostos por Orientação Sexual encontram-se contemplados pelas diversas áreas do conhecimento (Brasil, 1998). Com isso, vê-se que as questões referentes à sexualidade não se restringem ao âmbito individual. Pelo contrário, muitas vezes, para compreender comportamentos e valores pessoais, é necessário contextualizá-los social e culturalmente. É nas relações sociais que se definem, por exemplo, os padrões de relação de gênero, o que homens e mulheres podem e devem fazer por serem homens e mulheres, e, principalmente, quais são e quais deverão ser os direitos de cidadania ligados a sexualidade e à reprodução. O índice de gravidez indesejada na adolescência, abuso sexual e prostituição infantil, o crescimento da epidemia de AIDS, a discriminação salarial das mulheres no mercado de trabalho, o preconceito contra homossexuais, são algumas das questões sociais que demandam posicionamento em favor de transformações que garantam a todos a dignidade e a qualidade de vida previstas pela Constituição brasileira. Por outro lado, os valores que se atribui à sexualidade e aquilo que se valoriza são também produtos socioculturais. Como nos demais Temas Transversais, diferentes códigos de valores se contrapõem e disputam espaço. A exploração comercial, a propaganda e a mídia em geral têm feito um uso abusivo da sexualidade, impondo valores discutíveis e transformando-a em objeto de consumo. Assim, como indicam inúmeras experiências pedagógicas, a abordagem da sexualidade no âmbito da educação precisa ser explícita, para que seja tratada de forma simples e direta; ampla, para não reduzir sua complexidade; flexível, para permitir o atendimento a conteúdos e situações diversas; e sistemática, para possibilitar uma aprendizagem e um desenvolvimento crescentes. A proposta de Orientação Sexual caracteriza-se por trabalhar o esclarecimento e a problematização de questões que favoreçam a reflexão e a ressignificação das informações, emoções e valores recebidos e vividos no decorrer da história de cada um e que tantas vezes prejudicam o desenvolvimento de suas potencialidades. Ressalta-se a importância de se abordar a sexualidade da criança e do adolescente não somente no que tange aos aspectos biológicos, mas também e principalmente aos aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos e psíquicos dessa sexualidade. No trabalho de Orientação Sexual são muitas as questões às quais se deve estar atento. Em primeiro lugar, trata-se de temática muito associada a preconceitos, tabus, crenças ou valores singulares. Para que o trabalho de Orientação Sexual possa se efetivar de forma coerente com a visão pluralista de sexualidade proposta, é necessário que as diferentes crenças e valores, as dúvidas e os questionamentos sobre os diversos aspectos ligados à sexualidade encontrem espaço para se expressar. Será através do diálogo, da reflexão e da possibilidade de reconstruir as informações, pautando-se sempre pelo respeito a si próprio e ao outro, que o aluno conseguirá transformar e/ou reafirmar concepções e princípios, construindo de maneira significativa seu próprio código de valores. Para isso, optou-se por integrar a Orientação Sexual nos Parâmetros Curriculares Nacionais, através da transversalidade, o que significa que tanto a concepção quanto os objetivos e conteúdos propostos por Orientação Sexual encontram-se contemplados pelas diversas áreas do conhecimento. Dessa forma, o posicionamento proposto pelo tema de Orientação Sexual, assim como acontece com todos os Temas Transversais, estará impregnando toda a prática educativa. Cada uma das áreas tratará da temática da sexualidade através da sua própria proposta de trabalho. Ao se apresentar os conteúdos de Orientação Sexual, serão explicitadas as articulações mais evidentes de cada bloco de conteúdo com as diversas áreas. Além disso, o trabalho de Orientação Sexual implica o tratamento de questões que nem sempre estarão articuladas com as diversas áreas do currículo — seja porque se tratam de questões singulares e que necessitam, então, de um tratamento específico, seja porque permeiam o dia-a-dia na escola das mais diferentes formas, surgindo de maneira emergente e exigindo, do professor, flexibilidade, disponibilidade e abertura para trabalhar essas questões. As manifestações da sexualidade, diferentes em cada etapa do desenvolvimento, são um exemplo disso. E, muitas vezes, o professor encontrará aí excelente oportunidade para desenvolver um trabalho extraprogramação. A sexualidade provoca nas crianças uma grande variedade de sentimentos, sensações, dúvidas, dentre outras. Todas essas manifestações são objetos de trabalho do tema Orientação Sexual. Embora não sejam passíveis de serem programadas, elas acontecem inevitavelmente e, para isso, o professor deverá estar preparado: deverá se planejar para trabalhar essas situações no momento em que elas acontecerem. A atitude do professor de acolhimento a essas expressões e de disponibilidade para ouvir e responder a questões é fundamental para o trabalho que se propõe. O trabalho de Orientação Sexual deverá, portanto, se dar de duas formas: dentro da programação, através dos conteúdos já transversalizados nas diferentes áreas do currículo, e extraprogramação, sempre que surgirem questões relacionadas ao tema, tais como aborto, virgindade, homossexualidade, pornografia, prostituição e outras. O trabalho de Orientação Sexual pode ser planejado com maior detalhamento tendo como ponto de partida a montagem do programa feita por cada turma. Cabe então ao educador responsável a organização dos temas (a partir das questões trazidas pelos alunos), a inclusão de tópicos essenciais por vezes não levantados pelos jovens (prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, por exemplo) e o estabelecimento de regras necessárias para o trabalho. Essas regras devem garantir a privacidade de cada um, o respeito às posições divergentes, a construção de um clima de grupo amistoso e acolhedor onde possa ocorrer o diálogo. Ao questionar e criticar os tabus e preconceitos ligados à sexualidade e trabalhar com conhecimentos e informações que visam a promoção do bem-estar e da saúde, esse trabalho se entrelaça com objetivos e conteúdos contemplados também em outros temas, principalmente Ética e Saúde. Segundo Lima (1996), as escolas têm o papel de trabalhar as informações biológicas da sexualidade, algumas vezes usadas como pano de fundo para discussões psicológicas. A escola, assim, apresenta-se como local privilegiado para trabalhos preventivos; porém, de acordo com Focesi (1990), ela somente estará educando em saúde, se levar em consideração à realidade do indivíduo, desenvolvendo suas percepções e sensações, orientando-o para comparar e analisar sua realidade e refletir sobre ela. A eficácia de um projeto de orientação sexual nas escolas tem sido, tema de permanente debate. Do ponto de vista de Lima (1996), o primeiro passo para qualificar um projeto como eficaz, é preciso que haja objetivos claros a serem alcançados, uma vez que a eficiência não é um parâmetro solto e isento. Portanto, ela propõe que, para começar, a escola trace uma metodologia competente para abarcar dois níveis de trabalho, que, a seu ver, são necessários: o biológico/informações e o psicológico/atitudes. De acordo com Lima (1996), o modelo de prevenção a ser utilizado, em primeiro lugar, deve excluir as "palestras", muito utilizadas e, segundo ela, superadas. Defende ainda, que trabalhar com os próprios adolescentes a sua maneira de entender a sexualidade, o homossexualismo, as drogas e a violência, capacitando o adolescente a interagir com os colegas da mesma idade ou mais novos, os projetos têm maior eficácia, permitindo autonomia da escola e uma reflexão contínua, dentro da realidade específica daquele grupo. Dentro dessa ótica, Lima (1996) considera que a introdução da orientação sexual nas atividades já existentes das escolas deve ser tratada como um problema individual. Cada escola tem um tipo de disponibilidade, uma carga horária a cumprir. Se a escola for tradicional, tanto mais complexo, porque a valorização do conteúdo pedagógico muitas vezes supera a compreensão e o interesse pelo tema. Numa escola mais moderna, a ênfase à formação pessoal permite abertura de espaços e inserção do tema na programação. A importância da Orientação Sexual na escola e da sua inclusão no currículo escolar é uma questão que vem sendo discutida há muito tempo. Segundo Rosa (2001), a orientação sexual, nos moldes em que está sendo proposto para as escolas, em muito se aproxima de características relacionadas dos Programas de Saúde, especialmente no que se refere a transdiciplinaridade e ao despreparo dos educadores frente a essa nova temática. Isso porque a transdiciplinaridade não implica obrigatoriedade, o que acaba servindo como justificativa para que o educador não trabalhe na sua disciplina, os temas de sexualidade. Todavia, esses temas não se relacionam diretamente com os conteúdos a que está habituado, exigindo um tempo de preparo e de dedicação do educador para o qual nem sempre está disposto ou não tem oportunidade. Quando da falta de outra alternativa para esse trabalho, a preferência recai sobre um professor que tenha mais facilidade para falar de sexo ou de profissionais diante de uma multidão de alunos, das mais diferentes idades e interesses, com um discurso, que ao contrário, de esclarecer alguma dúvida, aumenta, ainda mais ansiedade dos alunos. As dúvidas dos alunos em relação ao tema sexo, segundo Rosa (2001), acabam por gerar uma reação nos professores, que pode variar desde o fingir que não as estão vendo e que não é problema deles, ao reprimir as manifestações de sexualidade e, finalmente passar o problema adiante. Os professores (e as demais pessoas), mesmo sem perceber, transmitem valores com relação à sexualidade no seu trabalho cotidiano, inclusive na forma de responder ou não às questões mais simples trazidas pelos alunos. Neste sentido, os PCN’s (Brasil, 1998) complementam: É necessário que os professores possam reconhecer os valores que regem seus próprios comportamentos e orientam sua visão de mundo, assim como reconhecer a legitimidade de valores e comportamentos diversos dos seus. Tal postura cria condições mais favoráveis para o esclarecimento, a informação e o debate sem a imposição de valores específicos. Faz-se necessário, portanto, que o professor tenha uma certa impessoalidade quando estiver tratando de algum tema, buscando não ter preconceitos e discriminações e sim mediar, mostrando aos alunos verdades e mentiras do tema proposto fazendo-os refletir, analisar e criar suas próprias opiniões (Brasil, 1998). Dessa forma, não é de admirar que os estudantes, não tendo quem os oriente adequadamente em casa e na escola, tenham a sua educação sexual forjada por preconceitos e tabus colhidos, via de regra, com os amigos na rua e pelos modelos de comportamento sexual demonstrados pela família e pela sociedade sobre os quais não lhes é oportunizado nenhum tipo de reflexão crítica. Conseqüentemente, observa-se a repetição dos comportamentos preconceituosos e discriminatórios entre os adolescentes através de estatísticas que comprovam o preconceito com homossexuais, a gravidez na adolescência, casos de Aids e outros. O processo de inclusão da Orientação Sexual no currículo, segundo Rosa (2001) , não consiste, de modo algum, em listar num papel uma quantidade infinita de temas e distribuí-los pelas séries ou pelos bimestres escolares. É preciso que a coordenação junto com os professores, decidam quais temas trabalharão, em quais disciplinas, o tempo da aula, os conhecimentos prévios dos alunos, objetivos a alcançar, melhores técnicas e por fim avaliação. As atividades devem privilegiar o diálogo, num clima de abertura, valorização da diferença e das trajetórias pessoais, partindo dos relatos que os adolescentes já sabem ou já praticam. A partir daí com a orientação segura de um coordenador, acrescentam-se informações, estudam-se temas, propiciam-se debates acerca de questões éticas e morais, recomendam-se livros, filmes, palestrantes e especialistas. É bom ressaltar que, experiência não é o que aconteceu com uma pessoa, mas o que esta pessoa fez com o que lhe aconteceu. O clima de trabalho deve ser de franqueza e acolhimento, para que os adolescentes apresentem abertamente suas opiniões e práticas. A partir de seus relatos, pode-se auxiliar a constituir experiências de vida, que talvez sirvam de parâmetro para suas ações por muitos anos. Conforme o pensamento de Seffner (2000:45) que diz: A metodologia de trabalho envolve confrontá-los com seus conhecimentos e suas práticas, buscando perceber ambigüidades, contradições, preconceitos, no sentido de realizar duas tarefas: faze-los falar acerca da distância entre as intenções e princípios de vida declarados e as práticas em andamento; leva-los a estabelecer um conjunto de princípios de acordo com suas crenças e valores (...) O professor deve estar ciente de que, mesmo quando se executa um trabalho bem elaborado na Orientação Sexual, com discussões e atividades que permitam aos alunos entenderem os diferentes aspectos de um tema, uma das conseqüências previsíveis é a de que, ao invés de mudarem de opinião os alunos acabem por fortificar seus posicionamentos frente ao tema. Assim sendo, o  objetivo de uma discussão, não é fazer com que os alunos mudem necessariamente de opinião sobre um tema, ou adquiram o pensamento da maioria, ou do professor. O que se espera é que o aluno mude a forma como passa a entender a sua sexualidade, que adquira uma consciência crítica que lhe permita sustentar seus posicionamentos diante da sexualidade, a partir de suas próprias reflexões e sentimentos. Quanto à contribuição das disciplinas para a Orientação Sexual dos alunos, é importante ressaltar que a forma como eles serão trabalhados (metodologia) é consideravelmente mais importante do que os conteúdos (teoria), posto que muitos deles são passageiros e mudam com o maior ou menor grau de evolução cultural, moral e social de um povo. As disciplinas de Português e Inglês, habitualmente se ocupam com as questões da linguagem, podendo contribuir através de práticas pedagógicas (leitura, elaboração de textos, dramatização, exposição de opiniões e de sentimentos sobre temas atuais e polêmicos relacionados ou não, a sexualidade) que visem ao desenvolvimento da capacidade de ser assertivo. A assertividade é condição fundamental na construção de vínculos afetivos sadios e duradouros, uma vez que, é através dela que os indivíduos, serão capazes de deixar claro aquilo que esperam de uma relação afetiva com outros, vivendo assim, o melhor e saudável que possam. Na Educação Física, que lida diretamente com o corpo e sua representação social, pode-se incluir exercícios que contribuam para o auto-conhecimento, a valorização da auto-estima e a cooperação entre as pessoas, ao invés de atividades que só reforcem a competição, o egoísmo e a imagem de um corpo esteticamente perfeito. Na Matemática e na Geografia, algumas questões sobre o sexo e a sexualidade humana, podem ser facilmente adaptados ao contexto da aula. Por exemplo: os efeitos da regulação da reprodução humana (planejamento familiar, métodos contraceptivos); as estatísticas demográficas (números de filhos por mulher, distribuição por idade e sexo da população), bem como sobre as questões sociais e econômicas de um país (sustento da família, serviços de saúde, educação, alimentação, nível de emprego e salário, entre outros). Na disciplina de História, pode-se trabalhar com a contextualização de fatos históricos, comportamentos e regras sociais. Por exemplo: a trajetória dos papéis sexuais, especialmente o feminino que, ao longo da história da civilização, foi o que passou pelas mudanças mais significativas. Conforme a concepção de Seffner (2000:44): “(....) uma boa escola é aquela que se preocupa com uma educação afetivo-sexual e não apenas uma educação sexual”. Neste sentido, segundo ele, a educação afetivo-sexual valoriza o componente afetivo como tão importante quanto a base orgânica da sexualidade. Assim,  escola, segundo os PCN´s (Brasil, 1998), deve se organizar para que os alunos, ao fim do ensino fundamental, sejam capazes de: respeitar a diversidade de valores, crenças e comportamentos relativos à sexualidade, reconhecendo e respeitando as diferentes formas de atração sexual e o seu direito à expressão, garantida a dignidade do ser humano; compreender a busca de prazer como um direito e uma dimensão da sexualidade humana; conhecer seu corpo, valorizar e cuidar de sua saúde como condição necessária para usufruir prazer sexual; identificar e repensar tabus e preconceitos referentes à sexualidade, evitando comportamentos discriminatórios e intolerantes e analisando criticamente os estereótipos; reconhecer como construções culturais as características socialmente atribuídas ao masculino e ao feminino, posicionando-se contra discriminações a eles associadas; identificar e expressar seus sentimentos e desejos, respeitando os sentimentos e desejos do outro; reconhecer o consentimento mútuo como necessário para usufruir prazer numa relação a dois; proteger-se de relacionamentos sexuais coercitivos ou exploradores; agir de modo solidário em relação aos portadores do HIV e de modo proposital em ações públicas voltadas para prevenção e tratamento das doenças sexualmente transmissíveis/Aids. O objetivo geral de um trabalho de orientação sexual é permitir que crianças e adolescentes entendam a sexualidade como aspecto positivo e natural da vida humana, propiciando-se livre discussão de normas e padrões de comportamento em relação ao sexo e o debate das atitudes pessoais frente à própria sexualidade. Considera-se que o trabalho de Orientação Sexual na escola é de grande valia para os alunos, pois os possibilita um espaço para conversar e entender as dúvidas que aparecem durante a fase da adolescência. É nesse sentido que o professor de Orientação Sexual vem ajudar, levantando as principais temáticas com os alunos e estimulando-os a refletir sobre o assunto a fim de tirarem suas dúvidas e criarem uma opinião acerca dele. Todavia, ao atuar como um profissional da educação, o professor deve ter discernimento para não transmitir seus valores, crenças e opiniões como sendo princípios ou verdades absolutas. Não se pode exigir do professor uma isenção absoluta no tratamento das questões ligadas à sexualidade, mas a consciência de que sua orientação não influencie na construção da opinião do seu educando. Pensa-se, portanto, que um bom trabalho de Orientação Sexual é quando o professor consegue a confiança de seus alunos, através de diálogos, respeitando seus limites, valorizando suas opiniões e principalmente orientando-os sobre a necessidade de cuidar da saúde física e mental. E sabe-se que a sexualidade dos adolescentes é inerente a sua vida, e a família deve sempre intervir quando necessário, sempre de acordo com os valores que norteiam a sua educação, tendo como base o que conhecem e o que querem. Desta forma, os pais irão sentir-se mais seguros e a vontade quando conversarem com seus filhos. A escola deve auxiliar a família neste sentido, integrando atividades que motivem os alunos a participarem, não apenas para cumprir atividades escolares, mas sim para que o aluno sinta-se a vontade para perguntar e esclarecer as dúvidas a respeito do sexo. A família também deve estar muito atenta no que se passa na mídia, principalmente o grande veículo que “educa” em massa: a televisão. Esta veio trazer para a população muitos benefícios, como o de saber o que ocorre no mundo. No entanto os programas televisivos ganharam uma variedade muito grande, com poucas restrições, mostrando o que querem sem a preocupação com o horário e a idade. A melhor saída é conversar com os filhos sobre as cenas que a televisão exibe, visando construir uma consciência crítica para aplicar na sua vida. Veja mais aquiaqui, aqui, aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
BARKER, G & LOWENSTEIN, I. Onde estão os garotos: promovendo maior envolvimento masculino na educação sexual: conclusões de uma pesquisa qualitativa no Rio de Janeiro . Rio de Janeiro: CEDUS, 1997.
BERNSTEIN, B. Estrutura social, linguagem e aprendizagem. In: Introdução à psicologia escolar. São Paulo: T A Queiroz, 1981
BOECHAT Filho, et al. Sexo sem segredo. Rio de Janeiro: Bloch, 1996.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação. Brasília: MEC/SEF, 1999.
______. Temas transversais: PCN´s. Brasília: MEC/SEF, 1998
BRUNER, J. Realidade mental, mundos possíveis. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997
_______. 2001). A cultura da educação. Porto Alegre: Artmed, 2001
BUSQUETS, M.D et alli. Os temas transversais. São Paulo: Bertrand Brasil, 1998
CAINZOS, Manoel et alli. Temas transversais. São Paulo: Ática, 1998
CHAGAS,E.R.C. Educação Sexual: Reflexões e Proposta. In Revista Educação, Porto Alegre, n. 30, p.137-154, 1996.
CHIPKEVICH, E. Homossexualidade na adolescência.  In: Sexualidade e saúde reprodutiva na adolescência. São Paulo: Atheneu, 2001
CORDIÉ, A. Os atrasados não existem: psicanálise de crianças com fracasso escolar. – Porto Alegre: Artes Médicas, 1996
COSTA, J F. Homens e Mulheres. In: Ordem médica e norma familiar. Rio de Janeiro: Graal, 1989.
______. O referente da identidade homossexual. In: Sexualidades Brasileiras. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1996.
COUTINHO, M T & MOREIRA, M. Psicologia da educação. Belo Horizonte: Lê, 1992.
DAMÁSIO, A. R. O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996
DANTAS, H. A Infância da Razão. São Paulo: Manole, 1990.
DEL CLARO, P. Homossexualidade: as origens, os mitos e a realidade. In: Revista Educação & Família, São Paulo, n. 02, Ano I, (45-61), 1997
DOLLE, J. Para além de Freud e Piaget: referenciais para novas perspectivas em psicologia. Petrópolis/RJ: Vozes, 1993
DONALDSON, M. Humanamente possível: a educação e o âmbito da mente. In: Educação e desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000
DOVER, K. J. A Homossexualidade na Grécia Antiga. São Paulo: Nova Alexandria, 1994.
FERNÁNDEZ, A. A Inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
FOUCAULT, M. A Ordem do Discurso. São Paulo:Loyola,1999.
FRANÇA, C. Um Novato na Psicopedagogia. In: Atuação Psicopegagógica e Aprendizagem Escolar. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
FRY, P. e MACRAE, E. O que é Homossexualidade. – São Paulo: Brasiliense, 1983.
GALVÃO, I.. Henri Wallon. Petrópolis/RJ: Vozes, 1995.
GAVIDIA, V. Construindo o conceito de transversalidade. Revista Pátio, II:5, mai/jul,1998
GODOY, E A. Educação, afetividade e moral. Revista Educação e Ensino – USF. Bragança Paulista: v. 2. n. 1. p. 35. jan/jun., 1997.
HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
HESS, R & SHIPMAN, C. Experiências iniciais de vida e a socialização de estilos cognitivos em crianças. In: Introdução à psicologia escolar. São Paulo: T A Queiroz, 1981
KATHLEEN, K. A Terapia do Abraço. São Paulo: Pensamento, 2000.
JACOBINA, Eloá & KÜHNER, Maria Helena. Feminino & masculino: no imaginário de diferentes épocas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998
JURBERG, M. B. Conflitos interpessoais e dinâmica do casal – relações afetivas e sexuais na perspectiva psicossocial. In: Sexologia: interdisciplinaridade nos modelos clínicos, educacionais e na pesquisa. Rio de Janeiro: Gama Filho, 2002
LOURO, G L. Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. Petrópolis, Vozes, 1997
MELLO, G. N. Cidadania e competitividade. São Paulo: Cortez, 1998
MORENO, Montserrat. Temas transversais: um ensino voltado para o futuro. In: Temas transversais. São Paulo: Ática, 1998
MUSSEN, Paul. O desenvolvimento psicológico da criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1972
OATLEY, K. & NUNDY, S. Repensando o papel das emoções na educação. In: Educação e desenvolvimento humano. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000
OLIVEIRA, M. K. Vygotsky - Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 2001
PAIM, S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
PATTO, M H S (Org.). Introdução à psicologia escolar. São Paulo: T A Queiroz, 1981
PIAGET, J. A psicologia da criança. São Paulo/Rio de Janeiro: Difel, 1980
_____. A epistemologia genética. São Paulo: Abril, 1978
PICAZIO, Claudio. Diferentes Desejos: Adolescentes homo, bi e heterossexuais. São Paulo: Summus/GLS, 1998.
PILETTI, N. Psicologia educacional. São Paulo: Ática, 1984.
PIRES, C V et al. Adolescência: afetividade, sexualidade e drogas. Belo Horizonte: FAPI, 2002
RIBEIRO, M. (org.). Educação Sexual: Novas Idéias, Novas Conquistas. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1993.
ROSA, J A R. Orientação Sexual. Revista do professor. 20-23, abr./ jun. 2000.
SAITO, M I. História da sexualidade humana. In: In: Revista Educação & Família, São Paulo, n. 02, Ano I, (11-14), 1997
SEFFNER, F. Sexo e amor, giz e apagador. Amae Educando. In: O adolescente por ele mesmo.  São Paulo: Record, 1996.
SOUZA, N. G. Escola e Sexualidade. In:Revista de Estudos,Novo Hamburgo,v.16(1),p.72-75,jul.1993.
SUPLICY, M. Sexo para adolescentes: amor, puberdade, masturbação, homossexualidade, anticoncepção, DST/AIDS, drogas. São Paulo: FTD, 1998
TANNAHILL, R. O sexo na História. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983
VIDAL, Marciano et al. Homossexualidade: ciência e consciência. São Paulo: Loyola, 1995
WADSWORTH, B. J. Inteligência e afetividade da criança na teoria de Piaget. São Paulo: Pioneira, 1993
WEIL, P & TOMPAKOV, R. O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não-verbal. Petrópolis/RJ: Vozes, 2003
WEREBE, M .J. Sexualidade, Política e Educação. São Paulo: Autores Associados, 1998.
_____ Educação Sexual: instrumento de democratização ou de mais repressão? Cadernos de pesquisa. São Paulo (36); p.99-110,fev.1981.
YUS, Rafael. Temas transversais. Porto Alegre: Atmed, 1998.

BIENAL DO LIVRO DE ALAGOAS


V BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE ALAGOAS: 23 OUT 2011 - LANÇAMENTOS- No dia de hoje ocorreram vários lançamentos no estande da Secult/Biblioteca Estadual, por ocasião da programação da V Bienal Internacional do Livro deAlagoas. Também se realizou a tarde de autógrafos dos meus livros infantis “Nitolinono Reino Encantado de Todas as Coisas” e “O lobisomem Zonzo”.


Lançamento de livros dos autores Marluce Maria da Costa, Cida Lima e Jorge Calheiros, acompanhados de Maria Luisa Russo e das Carochinhas Marize e Marcia Sarmento.

Prestigiaram a tarde de autógrafos dos meus livros infantis a reitora da Ufal, Ana Dayse e a escritora Claudia Gordon, acompanhada da Maria Luisa Russo e do poeta popular Jorge Calheiros.


A escritora Arriete Vilela.


A editora Inez Koury, das Edições Bagaço.


O econ0mista Cícero Péricles.


E muito mais:



OFICINA BRINCAR PARA APRENDER – Nesta segunda, dia 24, na programação da Bienal Internacional do Livro de Alagoas, a partir das 10hs, na sala Lêdo Ivo, realizarei a oficina Brincar para aprender.

ESTANDE DA SECULT/BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO – Estarei todos os dias no estande da Secult/Biblioteca Pública do Estado, com exposição de todos os meus livros infantis, DVD e folheto de cordel, além da distribuição gratuita do zine Tataritaritatá. Espero você por lá. Veja mais desse evento no Brincarte.


Veja mais sobre:
Quando tolinho deu uma de bundão e quase bate as botas, Anita Malfatti, Toninho Horta, Anaxágoras de Clazómenas, Carlos Pena Filho, André Helbo, Francis Ford Coppola, Selmo Vasconcellos, Ginaldo Dionisio, Literatura de Cordel & A Mãe da Lua aqui.

E mais:
Afetividade & pedagogia do afeto aqui.
Princípios de Retórica aqui.
O romance de Sólon e Belita, cordel de Raimundo Nonato da Silva aqui.
A menina dos olhos do bocejo eterno aqui.
O lance da minissaia & Zine Tataritaritatá aqui.
A síndica dos seios oníricos & show Tataritaritatá aqui.
Tataritaritatá - show no Palco Aberto aqui.
Finanças Públicas aqui.
Todo dia é dia da mulher aqui.
Fecamepa aqui e aqui.
Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui.
Livros Infantis do Nitolino aqui.
&
Agenda de Eventos aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá
 Veja aqui, aqui, aquiaqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra: 
                                                Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.


KARIMA ZIALI, ANA JAKA, AMIN MAALOUF & JOÃO PERNAMBUCO

  Poemagem – Acervo ArtLAM . Veja mais abaixo & aqui . Ao som de Sonho de magia (1930), do compositor João Pernambuco (1883-1947), ...