A arte da fotógrafa e artista visual polonesa Katarzyna
Górna. Veja mais abaixo.
A VOZ DE DENTRO – Tributo à arte da cantora lírica peruana Yma
Sumac (Zoila Augusta Emperatriz
Chavarri del Castillo 0 1922-2008) – Ela veio linda flor de
Cajamarca para o meu coração caeté - o nome de quéchua nos seus lábios de
princesa inca, como a Carmen Miranda bailando nos meus olhos, enquanto os seus
me encaravam terno semblante de deusa cabelos negros sobre roupas sensuais e
extravagantes. Ela me deu todos os animais da selva e era a música exótica da
Natureza e Universo na sua voz de soprano colatura – cinco oitavas, do
baixo-barítono a soprano ultra leggero,
me contava segredos, Rainha da Noite na Flauta Mágica, e eu podia sonhar com
ela nua ao meu lado. Mais eu quis Live in
Russia, inteira Virgenes de Sol,
a me dizer que El condor pasa e eu me
crescido capaz de convidá-la em meus braços na canção Chuncho Yma. Ah, como eu a idolatrava The Voice, era minha alma para que me tivesse O Mio Babbino Caro, no meio de Claire de Lune. E me
embalou com Voice of the Xtabay como se eu sonhasse noite adentro Flahooley e o que era do Inca Taqui me fez nela Mambo!
E pude viver Legend of the Jivaro porque ela Fuego Del Ande das
entranhas da Terra pelas minhas e fez o Recital puro Miracles, hipnótica,
fabulosa, exótica, emocionante I Wonder on Stay Awake. Que seja tudo controverso, nada
demais, minha descendente de Atahualpa, minha Queen of Exotica. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui, aqui e aqui.
A arte da fotógrafa e artista visual polonesa Katarzyna
Górna.
DITOS & DESDITOS – A vida é
difícil no quintal, filho. Mas você não precisa fazer isso no quintal. Por
centímetro, é uma coisa fácil. E o dinheiro não pode comprar tudo. Por exemplo:
pobreza. Pensamento do escritor estadunidense Nelson Algren (1909-1981).
ALGUÉM FALOU: Basta que um
homem acorrentado feche os olhos para fazer explodir o mundo. Pensamento do
poeta, escritor e diplomata mexicano, Octavio Paz (1914-1998). Veja mais
aqui e aqui.
AS BOAS MULHERES DA CHINA – [...] Como sou
impaciente por natureza, às cinco horas da manhã seguinte fui até uma
panificadora, pequena mas de boa reputação. Não tinha anunciado a visita, mas
não esperava topar com nenhuma dificuldade. Na China os jornalistas são
chamados de "reis sem coroa". Têm direito de livre acesso a quase
todas as organizações do país. [...] Quando
os hormônios de um homem estão à solta, ele jura amor eterno. Isso gerou resmas
e resmas de poemas ao longo das eras: o amor profundo como o oceano ou seja lá
o que for. Mas o homem que ama desse jeito só existe em histórias. O homem real
alega que ainda não conheceu a mulher digna dessa emoção. E é um especialista
em utilizar as fraquezas da mulher para dominá-la. Algumas palavras de amor ou
elogio mantêm algumas mulheres felizes por muito tempo, mas é tudo uma ilusão.
[...]. Trechos extraídos da obra As boas
mulheres da China (Companhia das Letras, 2003), da escritora, jornalista e
radialista chinesa Xinran, autora de obra como Enterro celestial (Cia da Letas, 2004), O que os chineses não comem (Cia das Letras, 2008), Testemunhas da China (Cia das Letras, 2009),
As filhas sem nome (Cia das Letras,
2010) e Mensagem de uma mãe chinesa
desconhecida (Cia das Letras, 2011). Veja mais aqui e aqui.
A DOR DA TORTURA - Cheguei
em casa depois da minha segunda prisão e meu filho Aritanã Machado Dantas,
então com nove anos, não estava lá. Me explicaram que a tia e a avó dele
tinham passado para pegá-lo. Liguei para o meu sogro, o general
aposentado Altino Rodrigues Dantas, informando que iria buscar meu filho.
Fui aconselhada a ir buscá-lo no outro dia. Na manhã seguinte, informou que
a pedido de sua mulher, Odete, tinha entrado com processo de destituição
de pátrio poder contra mim e meu companheiro, Altino Rodrigues Dantas
Júnior. Em 27 de dezembro de 1974, perdi a tutela do meu filho por uma
sentença em primeira instância proferida pelo juiz Luciano Ferreira Leite.
Estava no oitavo mês de gravidez do meu segundo filho, fruto de um novo
relacionamento, e, em decorrência da forte emoção, perdi o bebê. Os
advogados de acusação foram Paulo da Costa Manso, Murilo da Costa Manso e
Cássio da Costa Carvalho. No meio judiciário, essa sentença foi
considerada inédita na história do Direito. Era a primeira vez que por
razões ideológicas, e não pelos dispositivos do código civil, se cancelava o
pátrio poder sobre um menor. Essa luta durou dois anos. Meu filho ficou
com os avós, e eu tinha restrições totais de encontrá-lo. O advogado da
avó do meu filho dizia que ela não podia me deixar entrar em sua casa
porque eu era uma terrorista. Durante seis meses, eu tinha autorização de
ver meu filho da seguinte forma: eu subia com meu advogado até a porta do
apartamento e ficávamos no hall; eu ficava sentada no chão, brincando com
ele durante uma hora. É muito importante ressaltar o papel dos advogados
nesse período. O escritório era do Iberê Bandeira de Melo e participaram
de todo o processo os advogados Pedro Paulo Negrini e Marco Antônio Nahum.
Depois de seis meses, conseguimos entrar no apartamento. Então, ficávamos
na sala eu, os advogados e a avó do meu filho, porque meu sogro tinha se
suicidado no meio desse processo. Consegui reaver a guarda do meu filho
em 10 de setembro de 1976, numa sentença de segunda instância. Depoimento
da consultora e analista de projetos, Lenira
Machado Dantas, sobre sua prisão ocorrida em 3 de abril de 1974, em São
Paulo. Veja mais aqui e aqui.
PÓ DE PAREDE - [...] Em volta
era só pássaro e peixe, o cansaço de não acontecer nada. Cidade besta. Uma
praça, uma igreja, nenhum semáforo, conversas repetidas. Quem consegue sair,
vira herói e assunto. No domingo, as famílias vão para a rua e andam de uma
ponta até outra e bem devagarzinho, que é pra cidade não acabar rápido demais.
Passeiam na igreja. Passeiam na praça. [...] Terra
agora que os homens, mais homens ainda e sob o comando do gordo, deixavam toda
avermelhada, toda plana, pralguma coisa logo acontecer. [...] E de repente lá perto das casas começou uma
gritaria de verdade. Lina escuta dizerem: pega pega pega.[...]. Trechos
extraídos da obra Pó de parede (Não,
2010), da escritora e tradutora Carol
Bensimon, autora também da obra Sinuca embaixo d'água (Cia das
Letras, 2009);
POR QUE DEIXEI DE CANTAR - Recebi mais de um
poema / Fazendo interrogação / Por que eu da profissão / Mudei de rumo e
sistema / Resolverei um problema / De não poder tolerar / Muita gente a
perguntar / Ansiosa pra saber / Em verso vou responder / Por que deixei de
cantar. / Deixei porque a idade / já está muito avançada / A lembrança está
cansada/ O som menos da metade / Perdi a facilidade / Que em moço possuía / Acabou-se
a energia / Da máquina de fazer verso / Hoje eu vivo submerso / Num mar de
melancolia. / Minha amiga e companheira / Eu embrulhei de molambo / Pego nela
por um bambo / Para tirar-lhe a poeira / Hoje não tem mais quem queira / Ir num
canto me escutar / Fazer verso e gaguejar / Topar no meio e no fim / Canto
feio, pouco e ruim / Será melhor não cantar. / Não foi por uma pensão / Que o
governo me deu / Por que o eu do meu eu / Não me dá mais produção / Cantor sem
inspiração / Tem vontade e nada faz / Eu hoje sou um dos tais / Que ninguém
quer assistir / Nem o povo quer ouvir / Nem eu também posso mais. / Ando
gemendo e chorando / E vendo a hora cair / O povo de mim fugir / E a canalha
mangando / E eu tremendo e tombando / Sem maleta e sem sacola / Hoje estou
nesta bitola / Por não ter outro recurso / Carrego a bengala a pulso / Não
posso andar com a viola. / Com a matéria abatida / Eu de muito longe venho / Com
este espinhoso lenho / Tombando na minha vida / Tenho a lembrança esquecida / Uma
rouquice ruim / A vida quase no fim / A cabeça meio torta / Quem for moço tome
conta / Cantar não é mais pra mim. / Já pelo peso de oitenta / E uma das
primaveras / Dezesseis lustros, oito eras, / E a carga me atormenta / O corpo
não se sustenta / Quando anda cambaleia / Cantador de cara feia / Se eu for lhe
assistir / Por isso deixei de ir / Para cantoria alheia. / Estes oitenta e um
degraus / Que acabei de subir / Foi só para distinguir / Quais são os bons e os
maus / Por cima de pedra e paus / Tive atos de bravura / Hoje só tenho amargura
/ Tormento dor e cansaço / Passando de passo a passo / Por cima da sepultura. /
Existe uma corriola / De sujeito vagabundo / Que anda solta no mundo / Pelintra
e muito gabola / Compra logo uma viola / Da frente toda enfeitada / Só canta
coisa emprestada / Mentir, fazer propaganda / Dizendo por onde anda / Que topa
toda parada. / E ver em certos meios / Gente cantando iê-iê-iê / Arranjar dois
LP / Tudo com versos alheios / Eu estou de saco cheio / De não poder tolerar / A
muita gente escutar / Dizer viva e bater palma / Isso me doeu na alma / Fez eu
deixar de cantar. / Fiz viagem de avião / A pé, a burro, a cavalo / De navio,
outras que falo / De automóvel e caminhão / Cantando em rico salão / Muito
moço, gordo e forte / Passei rampa, curva e corte / Para findar num retiro / E
dar o último suspiro / Na emboscada da morte. / Corrente, fivela, argola, / Picinez,
óculos, anel, / Livro, revista, papel, / Arame, bordão, viola, / Mala, maleta,
sacola, / Perfume, lenço, troféu, / Roupa, sapato, chapéu, / Eu não posso
conduzir / Quando for para eu subir / Na santa escada do céu. / Nunca pensei
num tesouro / Que estava pra mim guardado / Quando fui condecorado / Com uma viola
de ouro / O riso tornou-se um choro / O armazém em bodega / A cara cheia de
prega / Ando tombando e tremendo / E as matutas dizendo: / Menino o velho te
pega. / Não posso atender pedido / Que a mim fez muita gente / Porque estou
velho e doente / Fraco, cansado, abatido, / De mais a mais esquecido / Sem som,
sem mentalidade, / Ficou somente a vontade / Mordendo como formiga / Nunca mais
vou em cantiga / Pra não morrer de saudade. / Vaquejada, apartação, / futebol e
carnaval, / Véspera de ano e Natal / De São Pedro e São João / Dança, novela e
leilão / E farra em botequim / Passear em um jardim / De braço com a querida / Neste
restinho de vida / Não chega mais para mim. / Por não poder mais beber / Com
meus colegas de arte / Das festas não fazer parte / Perdi da vida o prazer / Estou
vivendo sem viver / Na maior fragilidade / Pelo peso da idade / Prazer pra mim
não existe / Vou viver num canto triste / Até a finalidade. Poema do poeta popular, compositor, cantador e
improvisador Pinto do Monteiro (Severino Lourenço da Silva Pinto
1895-1990). Sobre a sua arte as publicações Pinto do Monteiro: versos
colhidos (UFRPE, 1984), de Urbano
Lima e Antonio Bezerra, Pinto do
Monteiro: a viola de ouro (UFPB) de Inácio Loiola, Pinto Velho do Monteiro: o maior repentista
do século (Cepe, 2002), Ivo Mascena Veras, Pinto
Velho do Monteiro - um cantador sem parelha (Liber, 2006), de Joselito
Nunes, Poesia, peformance e memória de Severino Lourenço da Silva Pinto, o
“Pinto do Monteiro”: um marco na história do repente nordestino (UFPB, 2009), de Maria Ivoneide da Silva.
Veja mais aqui, aqui e aqui.
LEITURA & APRENDIZAGEM – A prática pedagógica tem sido requerida pelas exigências
atuais que seja desenvolvida com competëncia e qualidade, objetivando a
integração e a inclusão. O professor é o sujeito do processo de produção do
conhecimento e uma referência para o aluno, tendo em vista o seu papel na
construção do conhecimento, na formação de atitudes e valores do futuro cidadão
que se forma dentro de uma sala de aula. Neste tocante, é importante que o
docente esteja desenvolvendo o exercício constante de reflexão e o
compartilhamento de idéias, sentimentos e ações, acompanhado do aprimoramento e
atualização dos seus conhecimentos e formação, que seja capaz de se conceber
como agente de mudanças do contexto social, com uma atuação comprometida com as
condições da escola e com a qualidade de sua formação acadêmica, evitando os
efeitos insatisfatórios das práticas docentes perante a complexidade e
impulsionando a busca de novos saberes que, ao se cruzarem podem emitir sinais
para a melhor compreensão da escola e da prática nela realizada. Nesta tarefa,
o professor vai enfocando o processo de desenvolvimento com o objetivo próprio
do processo de reconstrução e reconstituição da experiência, caminhando na
direção da melhoria do processo permanente da eficiência individual. É preciso,
então, entender que a prática do professor, embora individual, sempre estará
carregada das condições político-sociais e institucionais, acompanhada sempre
da compreensão do contexto, numa visão mais ampla e alargada que deve estar
presente na reflexão sobre sua prática, além de seus esforços objetivando uma
mudança de prática individual que se articule com a mudança de sua situação
profissional. Assim, à medida que reflete sobre a sua ação, sobre sua prática,
sua compreensão se amplia, ocorrendo com análises, críticas, reestruturação e
incorporação de novos conhecimentos respaldando o significado e a escolha de
ações posteriores, sempre com o questionamento intrínseco de se saber por que
ensina, para que ensina, para quem e como ensina, ou seja, o professor precisa
refletir sobre os objetivos e as conseqüências do seu ensino desde a formação,
robustecido das qualidades essenciais na capacidade de solidarizar-se com os
educandos, a disposição de encarar dificuldades como desafios estimulantes, a
confiança na capacidade de todos de aprender e ensinar, conhecendo os
educandos, suas expectativas, cultura, características e problemas e suas
necessidades de aprendizagem, buscando conhecer cada vez melhor os conteúdos a
serem ensinados, atualizando-se constantemente. Mediante isso, é preciso que
professor tenha sempre em mente a necessidade de refletir permanentemente sobre
sua prática, buscando os meios de aperfeiçoá-la, com uma especial sensibilidade
para trabalhar com a diversidade, favorecendo a autonomia dos educandos,
estimulando-os a avaliar constantemente seus progressos e suas carências,
ajudando-os a tomar consciência de como a aprendizagem se realiza. Em sua
prática, é preciso que se mantenha altivo e flexível na condução de
discussões, tornando-se relevante os
aspectos de levantar problemas e questões desafiantes que levem o grupo
discutir e trazer à tona às informações contidas na aula; recuperando
conhecimentos, assuntos e temas já vistos em etapas anteriores, fazendo
conexões entre informações e conceitos; estabelecendo relações com outras áreas
de conhecimentos; contrapondo as hipóteses diferentes dos alunos, fazendo com
que eles defendam seu ponto de vista e argumentem a favor dele utilizando
textos e materiais que sirvam de fonte para intermediar a discussão; trazendo e
comparando hipóteses iniciais apresentadas pelos alunos com as informações
posteriormente pesquisadas e analisadas nos diversos materiais
pesquisados; apresentando e analisando o
mesmo fenômeno ou fato a partir de diferentes interpretações ou pontos de
vista; fazendo generalizações procurando articular diversas informações;
problematizando para que os alunos possam apresentar novas hipóteses. Desta
forma, introduzindo o caráter regional do ensino e o fortalecimento da
cidadania, da solidariedade e do respeito ao outro, para que os alunos
sintam-se cidadãos de seu próprio país e cidadãos do mundo, possibilitando que
eles participem com as características como a cooperação, a interatividade e o
respeito às diferenças que são aspectos que precisam ser priorizados em todas as
instâncias e setores educacionais. Ademais, o professor precisa ter a
consciência de que sua ação profissional competente trabalhando, vez que a
formação de qualidade dos docentes deve ser vista em um amplo quadro de
complementação às tradicionais disciplinas pedagógicas e que, inclui entre
outros, um razoável conhecimento em variadas e diferenciadas atividades de
aprendizagem. Isto quer dizer que é preciso que ele tenha conhecimentos
razoáveis e que esteja preparado para interagir e dialogar junto com seus
alunos com outras realidades fora do mundo da escola. Mais ainda que, em um
mundo que muda rapidamente, o professor deve estar preparado para auxiliar seus
alunos a analisarem situações complexas e inesperadas a desenvolverem suas
criatividades; a utilizarem outros tipos de racionalidades, tais como a
imaginação criadora, a sensibilidade táctil, visual e auditiva, dentre outras. O
respeito às diferenças e o sentido de responsabilidade são outros aspectos
básicos que o professor deve estar preparado para trabalhar com seus alunos,
para aprenderem a ser, ambos, professor e alunos, cidadãos do país e do mundo,
como um dos principais objetivos da educação atual. Essas competências não
excluem a obrigação primordial do professor e do ensino que é a de promover uma
sólida formação nas disciplinas básicas e uma boa cultura geral, encarando a si
mesmo e seus alunos como uma equipe de trabalho com desafios novos e
diferenciados a vencer e com responsabilidades individuais e coletivas a
cumprir no respeito mútuo, na colaboração e no espírito interno de grupo. Assim,
portanto, o professor assume a postura de um incansável pesquisador, que
reinventa a cada dia, que aceita os desafios e a imprevisibilidade da época
para melhorar-se cada vez mais e que procura conhecer-se para definir seus
caminhos a cada instante. Com isso,
precisa saber orientar os educandos sobre onde colher informação, como tratá-la
e como utilizá-la, como um encaminhador de autopromoção e conselheiro da aprendizagem
dos alunos, estimulando o trabalho individual e apoiando sempre o trabalho de
grupos. Numa apropriada observação, Mercado (1999:91/3) traçou o perfil do
professor e as exigências de sua formação, que deve levá-lo a ser: (...)
Comprometido com as transformações sociais e políticas, com o projeto
político-pedagógico assumido com e pela escola; competente, evidenciando uma
sólida cultura geral que lhe possibilite uma prática interdisciplinar e
contextualizada, dominando novas tecnologias educacionais; crítico que revele,
através da sua postura, suas convicções, os seus valores, a sua epistemologia e
a sua utopia, fruto de uma formação permanente; aberto à mudanças, ao novo, ao
diálogo, à ação cooperativa e que contribua para que o conhecimento das aulas
seja relevante para à vida teórica e prática dos estudantes; exigente e que
promova um ensino exigente, realizando intervenções pertinentes,
desestabilizamdo e desafiando os alunos para que desencadeie a sua ação
reequilibradora; e interativo, que concorra para a autonomia intelectual e moral
dos seus alunos trocando conhecimentos com profissionais da própria área e com
os alunos, no ambiente escolar, construindo e produzindo conhecimento em
equipe, promovendo a educação integral, de qualidade, possibilitando ao aluno,
desenvolver-se em todas as dimensões: cognitiva, afetiva, social, moral,
física, estética. E assim, articulado com uma proposta que se baseie em
princípios educacionais construtivistas, pautada na cooperação, na autonomia
intelectual e social, na aprendizagem ativa e na cooperação propiciando o
desenvolvimento global de todos os alunos, bem como a capacitação e o
aprimoramento profissional dos professores, que o professor desenvolverá
importante papel na inclusão que implica no envolvimento, no fazer parte, no
pertencer, de seus alunos. Ou seja, por inclusão, deve-se entender como ação
que envolve quem estar excluído por falta de condições adequadas, significando
trazer para dentro de um conjunto alguém que já faz parte dele. O professor, principal agente do processo
reeducador, deveria ou deve ser o mais aplicado, o mais qualificado, nas
questões referentes à pedagogia da leitura e da escrita. Isso porque falar e
escrever são duas habilidades complexas no âmbito das habilidades lingüísticas.
Ler e escrever se complementam, mas não são habilidades que tem níveis
homogêneos. Falar bem não é garantia de uma boa escritura. Escrever bem não
garante uma boa leitura. Expressar-se
verbalmente, oral ou escrito, é habilidade que não nasce com o ser humano. A escola é, no âmbito das instituições
sociais, a escolhida pela sociedade para o desenvolvimento das habilidades de
leitura, escrita, fala e escuta. A fala, porém, deveria ser, para a escola, a
habilidade inicial, básica, ponto de partida, para um trabalho mais acurado na
formação lingüística das crianças. A
educação escolar, de qualidade, comprometida com um ensino produtivo, é um
dever do Estado e das instituições de ensino, públicas ou privadas. Para tanto,
observa-se que Mello (1998:36) prescreve que: "espera-se da escola, portanto, que contribua para a qualificação da
cidadania, que vai além da reivindicação da igualdade formal, para exercer de
forma responsável a defesa de seus interesses". Além disso, a educação
se articulando com uma política de formação para os direitos humanos,
inicialmente centrada no mero estudo e conhecimento dos direitos humanos, e em
sua difusão, derivando posteriormente para uma necessidade de aprofundar na
matéria. Mais ainda, na ampliação do debate de sua função para a igualdade, na
necessidade de propor mudanças mais profundas, que partam da aceitação do
próprio sexo, dos diferenciais raciais, das potencialidades e das limitações
pessoais, do conhecimento do outro e a convivência enriquecedora de ambos, em
condições reais de igualdade de oportunidades. Isso, enfim, levando a um
processo que se destine ao desenvolvimento, inicialmente ligada ao âmbito da
cooperação, que não se isole dos problemas mais diretamente e amplamente
observados, na tentativa de compreender os conflitos se socorrendo de uma explicação
global, o que demanda uma resposta cultural diferente, um novo comportamento de
indivíduos e sociedades em relação a outras culturas, opondo-se a toda
manifestação de discriminação e violência, em favor da justiça (Gadotti, 2000).
Assim, a escola, neste sentido, na
observação de Gaddotti (2000:41) "(...) precisa atuar num cenário policultural numa época de globalização da
economia e das comunicações, de acirramentos das contradições inter e
intrapovos e nações, época do ressurgimento do racismo e de certo triunfo do
individualismo" necessitando, portanto, de uma educação, uma ética e
uma cultura da diversidade. Tal colocação chama a atenção para que nesse
contexto global, duas dimensões, a seu ver,
devem ser destacadas, dentre as quais, a dimensão interdisciplinar,
experimentando a vivência de uma realidade global que se inscreva nas
experiências cotidianas do aluno, do professor e do povo, articulando o saber,
o conhecimento, a vivência, a escola, a comunidade, o meio ambiente, que é o
objetivo da interdisciplinaridade traduzida na prática por um trabalho escolar
coletivo e solidário; e uma dimensão internacional, engajando as crianças e
adolescentes para viver no mundo da diferença e da solidariedade entre
diferentes, preparando o cidadão para participar de uma sociedade planetária,
sendo local, como ponto de partida, internacional e intercultural como ponto de
chegada (Gadotti, 2000). Assim, a escola precisa fazer a síntese entre
continuidade e ruptura em relação à cultura de massa, partindo para respeitar a
identidade cultural das crianças e adolescentes populares (Gadotti, 2000). É
nesta direção que se encaminha o processo educacional para exercício da
cidadania, na aquisição de uma consciência de direitos e deveres consignados no
processo democrático, construída como um
processo oriundo da prática social e política das classes. Neste
sentido, Arroyo (1999:79) defende que "a
luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos direitos, é o espaço pedagógico onde
se dá o verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão. A educação
não é uma precondição da democracia e da participação, mas é parte, fruto e
expressão do processo de sua constituição". O que quer dizer que o
conhecimento, a informação e uma visão mais ampla dos valores, são a base para
a cidadania em sociedades plurais, cambiantes e cada vez mais complexas, nas
quais a hegemonia do Estado, dos partidos ou de um setor social específico
tende a ser substituída por uma pluralidade de instituições em equilíbrios
instáveis, que envolvem permanente negociação dos conflitos para estabelecer
consensos. (Mello: 1998). A necessidade de se voltar as atenções para a
cidadania frente a era de competitividade atual que provoca uma luta desigual
entre os indivíduos, via aprimoramento, competência e qualificação, traz à lume
uma série de questionamentos necessários ao resgate do cidadão mediante as
mudanças implementadas pela política da nova ordem expressa através da
globalização, vez que os mercados precisam de indivíduos preparados que sejam capazes
de desempenhar todo o tipo de atividades e tarefas que definam as novas formas
de trabalho, pelo fato que, indivíduos com um nível mais alto de formação, são
os que melhores se adaptam às exigências de um mercado de trabalho mutante. O
compromisso com a construção da cidadania pede, necessariamente, uma prática
voltada para a compreensão da realidade e dos direitos e responsabilidades em
relação à vida pessoal inserida na coletividade e, consequentemente, com o seu
meio. Isso se reflete de forma tal, no sentido de que o homem não pode mais
pensar na vida ou no seu bem-estar, prescindindo de inerências fundamentais que
estão peculiarmente interligadas ao seu convívio social, político, educacional,
ambiental, dentre outras. E a educação tem sido fortalecida nessa busca de
encontro entre a realidade e a consciência cidadã. Neste sentido, observa
Bordenave & Pereira (1977:78) que: (...) a educação é um processo social
indispensável à formação da mentalidade dos cidadãos de uma sociedade e, assim,
inequivocamente, fundamental para a construção das estruturas cognitivas (no
nível do indivíduo) e conceituais (no nível da produção social do conhecimento)
que lastreiam o desenvolvimento de uma sociedade. Isto quer dizer que será
necessário um redimensionamento na exploração das potencialidades produtivas
individuais arregimentadas para uma consciência cidadã que qualifique o atual
modelo e consagre a liberdade e a igualdade como meio de alcançar o fim
educacional no desenvolvimento almejado. Assim, defende Ferreira (1993:221) que
"a educação para a cidadania
precisaria empenhar-se em expurgar de cada homem as crenças, as fantasias, as
ilusões e, quem sabe, as paixões que em nada contribuem para o desenvolvimento
de uma consciência crítica". Com isso, observa, então, que as pessoas
precisam do conhecimento sistemático para chegar a ser cidadãos, tratando que a
cidadania vai além da aquisição do conhecimento de conteúdos sistematizados,
necessitando a racionalidade técnica, com o interesse de dominação, ligada aos
princípios epistemológicos do positivismo, trabalhando com os pressupostos da
predição e controle, com o pressuposto do consenso social; a hermenêutica, cujo
interesse é a comunicação, filiada à perspectiva da fenomenologia, na qual o
binômio intencionalidade/significação é o ponto fundamental; e a emancipatória,
cujo interesse básico é a libertação do homem, e avança na crítica às relações
sociais, nas quais se estabelecem os óbices à emancipação dos homens: as
relações de poder, as normas e as significações elaboradas pelo próprio
sistema. Assim, a cidadania aparece como o resultado da comunicação
intersubjetiva, através da qual indivíduos livres concordam em construir e
viver numa sociedade melhor (Ferreira, 1993; Giroux, 1986). Mediante isso,
destaca-se que educar o homem para a cidadania, significa, então, prepará-lo
para viver em sociedade de classe, seguindo padrões de uma política necessária
à existência de um mínimo de consenso social. Neste sentido, apreende-se que o
homem precisará estar sintonizado de forma equilibrada consigo e com o seu ser,
enquanto indivíduo coletivo, agindo interativamente e sendo co-responsável por
seus aspectos positivos e negativos advindos das metaformoses da atualidade. Ou
seja, na preparação de uma escola inclusiva, Gadotti (2000:45) deve-se
dirigir-se a "(...) uma concepção
democrática da educação com base em experiências concretas de renovação do
ensino", que trabalhe a aprendizagem, as aptidões, capacitação,
produção e reprodução do conhecimento para o discernimento, o desenvolvimento
profissional, a participação, enfim, para o alcance da cidadania, a exemplo do
que menciona Arroyo (1999:79): (...)a luta pela cidadania, pelo legítimo, pelos
direitos, é o espaço pedagógico onde se dá o verdadeiro processo de formação e
constituição do cidadão. A educação não é uma precondição da demcoracia e da
participação, mas é parte, fruto e expressão do processo de sua constituição. Tais
pressupostos encaixam adequadamente na atual dinâmica social, quando, como observa
Kuenzer (1998:34): Estabelecem-se novas relações entre trabalho, ciência e
cultura, a partir das quais constitui-se historicamente um novo princípio
educativo, ou seja, um novo projeto pedagógico por meio do qual a sociedade
pretende formar os intelectuais/trabalhadores, os cidadãos/produtores para
atender às novas demandas postas pela globalização da economia e pela
reestruturação produtiva. E é a partir disso, que a escola, como um complexo
organizacional, passa a abranger um universo fundamental para o posicionamento
adequado do cidadão ao seu meio, participando e interagindo, e proporcionando
uma emancipação democrática que vislumbre a eqüidade social. Com isso, o
professor torna-se o sujeito do processo de produção do conhecimento e uma
referência para o aluno, tendo em vista o seu papel na construção do
conhecimento, na formação de atitudes e valores do futuro cidadão que se forma
dentro de uma sala de aula. Neste tocante, é importante que o docente esteja
desenvolvendo o exercício constante de reflexão e o compartilhamento de idéias,
sentimentos e ações, acompanhado do aprimoramento e atualização dos seus
conhecimentos e formação, que seja capaz de se conceber como agente de mudanças
do contexto social, com uma atuação comprometida com as condições da escola e
com a qualidade de sua formação acadêmica, evitando os efeitos insatisfatórios
das práticas docentes perante a complexidade e impulsionando a busca de novos
saberes que, ao se cruzarem podem emitir sinais para a melhor compreensão da escola
e da prática nela realizada. Nesta tarefa, o professor vai enfocando o processo
de desenvolvimento com o objetivo próprio do processo de reconstrução e
reconstituição da experiência, caminhando na direção da melhoria do processo
permanente da eficiência individual. É preciso, então, entender que a prática
do professor, embora individual, sempre estará carregada das condições
político-sociais e institucionais, acompanhada sempre da compreensão do
contexto, numa visão mais ampla e alargada que deve estar presente na reflexão
sobre sua prática, além de seus esforços objetivando uma mudança de prática
individual que se articule com a mudança de sua situação profissional. Assim, à
medida que reflete sobre a sua ação, sobre sua prática, sua compreensão se
amplia, ocorrendo com análises, críticas, reestruturação e incorporação de
novos conhecimentos respaldando o significado e a escolha de ações posteriores,
sempre com o questionamento intrínseco de se saber por que ensina, para que
ensina, para quem e como ensina, ou seja, o professor precisa refletir sobre os
objetivos e as conseqüências do seu ensino desde a formação, robustecido das
qualidades essenciais na capacidade de solidarizar-se com os educandos, a
disposição de encarar dificuldades como desafios estimulantes, a confiança na
capacidade de todos de aprender e ensinar, conhecendo os educandos, suas
expectativas, cultura, características e problemas e suas necessidades de
aprendizagem, buscando conhecer cada vez melhor os conteúdos a serem ensinados,
atualizando-se constantemente. Em sua prática, é preciso que o professor se
mantenha altivo e flexível na condução de discussões, tornando-se relevante os
aspectos de levantar problemas e questões desafiantes. Desta forma,
introduzindo o caráter regional do ensino e o fortalecimento da cidadania, da
solidariedade e do respeito ao outro, para que os alunos sintam-se cidadãos de
seu próprio país e cidadãos do mundo, possibilitando que eles participem com as
características como a cooperação, a interatividade e o respeito às diferenças
que são aspectos que precisam ser priorizados em todas as instâncias e setores
educacionais. Com isso, a prática docente necessita está preparada, devidamente
capacitada para desempenhar o seu papel pedagógico articulado com a respectiva
competëncia no uso dos instrumentos disponíveis pela tecnologia emergente. Neste
sentido, Zabala, (2002) defende a idéia de que os educadores devem oferecer um
ensino significativo e dinâmico para seus alunos, a partir de um prática
interdiciplinar, pois, se a educação é o meio para promover e conduzir as
pessoas a um maior e melhor conhecimento da vida, e para o desenvolvimento de
maiores habilidades, no sentido de resolver problemas, não se pode acomodar e
comungar com situações onde o aluno busca apenas a capacitação ou a formação
para o trabalho, ou para a ascensão a níveis cada vez mais elevados de
formação, sem interesse real por uma aprendizagem integrada acerca dos vários
saberes escolares. De acordo com Zabala (2002:48), a emergência de inter-relação
entre as disciplinas é fundamental, pois: (...) a situação atual da educação é
de absoluta crise, e, esta crise ocorre devido existência de uma tensão entre a
aplicação de conteúdos tradicionais, com peso social, e os novos conteúdos
emergentes, que correspondem também às exigências das novas profissões, ou,
daquelas que possuem maior prestígio na sociedade. Esta tensão parece
traduzir-se na educação em uma desarmonia acerca dos critérios que devem ser
utilizados para a seleção dos conteúdos de aprendizagem, e, relação entre as
disciplinas acadêmicas. Tensão que talvez se agrava especialmente quando os
professores precisam utilizar novas tecnologias, como o computador e a
Internet, no processo de ensino e aprendizagem. Pois conforme Moraes (1997:122):
Hoje não se trabalha apenas com textos, livros e teorias escritas no papel, mas
também com modelos computacionais corrigidos e aperfeiçoados ao longo do
processo. Esse fato, essa mudança técnica provocada pela informática, segundo
Levy, desestabiliza o antigo equilíbrio de forças e formas de representação do
conhecimento, fazendo com que novas estratégias e novos critérios sejam
requeridos para a construção do conhecimento, um conhecimento por simulação,
típico da cultura da informática. Enfim, talvez o enfoque globalizador de
ensino e a aplicação dos métodos globalizados possam referendar novos caminhos
para eliminar alguns obstáculos de aprendizagem que existiam no modelo
tradicional de educação, entre eles, excluir a fragmentação entre os conteúdos
curriculares, minimizar possíveis falta de motivação entre os alunos e
dificuldades de comunicação entre os educadores (Moraes, 1997). É a partir
disso que Zabala (2002:39) defende que: Em síntese, podemos dizer que, ao
organizar os conteúdos de aprendizagem e ensino, podemos partir de modelos nos
quais não existe nenhum tipo de relação entre os conteúdos das diferentes
disciplinas (multidisciplinaridade); de modelos nos quais se estabelece algum
tipo de relação entre duas ou mais disciplinas (interdisciplinaridade) e,
inclusive, de modelos nos quais a aproximação ao objeto de estudo realiza-se
prescindindo da estrutura por disciplina (metadisciplinaridade) e cujo
desenvolvimento didático é abordado sob um enfoque globalizador. Neste caso, a
multidisciplinaridade é um conceito que pode ser compreendido como aquele que
considera organização do ensino e a prática pedagógica exercida na educação
tradicional. Neste contexto a organização dos conteúdos ocorre de forma
independente, ou seja, não há relação entre os conteúdos e as diferentes
disciplinas (Zabala, 2002). Já a pluridisciplinaridade é um termo que aponta
para relação entre disciplinas mais ou menos afins. Enquanto que a
interdisciplinaridade pode ser compreendida como a relação entre duas ou mais
disciplinas e que referenda a transferência de conceitos de uma disciplina para
outra podendo ainda proporcionar a formação de um novo conjunto de conceitos,
portanto, de um novo corpo disciplinar (Zabala, 2002). No caso da
transdiciplinaridade esta é conceituada por Zabala, (2002:28-33) como o “grau máximo de relações entre disciplinas,
de modo que chega a ser um integração global dentro de um sistema totalizador”.
Ou seja, permite uma interpretação unificada do conteúdo trabalhado e explica a
realidade sem fragmentá-la. E mais, de acordo com Zabala (2002: 28): “Nessa ação, para conhecer ou realizar alguma
coisa, o estudante precisa utilizar e aprender uma série de fatos, conceitos,
técnicas e habilidades que têm correspondência com matérias ou disciplinas
convencionais, além de adquirir uma série de novas atitudes”. Finalmente, a
metadisciplinaridade é compreendida como uma abordagem que não referenda
nenhuma relação entre as disciplinas, ou conteúdos. Cada disciplina se
desenvolve isoladamente das demais que compõem o currículo escolar. (Zabala,
2002). A partir destas colocações julga-se conveniente considerar que não se
pode reduzir o ensino, ou as disciplinas, a um modelo reducionista de currículo
e uso dos recursos tecnológicos, pois, embora hajam polêmicas acerca da relação
existente entre as disciplinas escolares alguns pesquisadores contemplam as
proposições do enfoque globalizado de ensino como o ideal para a educação
contemporânea. Neste sentido Eyng (2002:66) assevera: Os pressupostos pedagógicos
em atendimento às demandas do atual contexto, que considerem ainda as
necessidades e expectativas individuais deverão viabilizar a pesquisa na
prática pedagógica, a análise e compreensão interdisciplinar da realidade do
processo coletivo de contrução do conhecimento. Mediante isso, entende-se que o
professor deve estimular seus alunos a aprender a aprender, criando um espírito
de busca permanente de novas descobertas. O compromisso do professor com os
temas educacionais, num sentido muito mais amplo do que a simples transmissão
de conhecimentos ou experiências profissionais, é uma questão sobre a qual o
docente deveria estar constantemente em processo de reflexão. Educar, no
entanto, é ato consciente e intencional que ultrapassa a etapa do instruir. Conforme
Raniei (2000), um professor precisa aliar ao conhecimento específico de sua
área o domínio da habilidade de educar. Somente o professor que busca conhecer
intensamente o processo de ensino-aprendizagem poderá modificar e aperfeiçoar a
sua prática, “seja do ponto de vista de
suas etapas, seja das funções requeridas no ato de aprender” (Ranieri,
2000:38) Assim, para que o professor exerça sua cidadania num projeto de
educação, torna-se necessário que ele seja um intelectual crítico capaz de
apreender e trabalhar as diferenças visualizadas na sala de aula e, além disso,
deve ser ético para mostrar efetivamente sua competência. A formação escolar é
condição necessária, mas não suficiente, para garantir uma atuação comprometida
com um projeto educacional em evolução. Mesmo tendo uma boa formação muitos
professores acabam não se dedicando integralmente às atividades da sala de aula
e que, por falta de melhores salários e outras condições operacionais, eles são
atraídos para outros mercados de trabalho, principalmente os profissionais
liberais. Outra questão que aparece no ensino é o da formação teórica e prática
do professor. O problema da defasagem existente entre a preparação ou
treinamento oferecido pelas escolas de formação profissional e a realidade da
atividade prática futura é um ponto que tem aflorado nas discussões sobre a
questão da capacitação para o trabalho. É importante que se tenha uma ligação
da teoria com a prática naquilo que é apresentado ao aluno, para que este se
sinta seguro em relação ao conteúdo de sua aprendizagem, o qual é
imprescindível para sua formação profissional. Para que isso aconteça, no
entanto, é necessário que o professor seja conhecedor dessa dialética: teoria e
prática. O professor necessita de algumas características facilitadoras ao
correto exercício do magistério que devem ser adquiridas, aperfeiçoadas,
atualizadas e adaptadas. Algumas dessas características: comunicabilidade,
comportamento ético, equilíbrio emocional, criatividade, boa expressão verbal,
bom relacionamento interpessoal, comportamento funcional adequado, dentre
outras. Apreende-se, portanto, que o professor como transmissor de conhecimento
desaparece para dar lugar à figura do mediador. A negação da imagem do
professor como mero repassador de informações, já presente em Dewey ou em
Anísio Teixeira, é retomada no paradigma emergente, que parte do princípio de
que na era da Internet, o professor não é a única e nem a mais importante fonte
do conhecimento. O indivíduo é bombardeado de informações a todo o momento e
através de diversas fontes. Cabe ao docente, mais do que transmitir o saber,
articular em que o aluno reflita sobre suas relações, com o mundo e o
conhecimento, assumindo o papel ativo no processo ensino-aprendizagem que, por
sua vez, deverá abordar o indivíduo como um todo e não apenas como um talento a
ser desenvolvido. O desafio está portanto na incorporação de novas tecnologias
a novos processos de aprendizagem que oportunizem ao discente atividades que
exijam não apenas o seu investimento intelectual, mas também emocional,
sensitivo, intuitivo, estético etc, tentando não simplesmente desenvolver
habilidades, mas o indivíduo em sua totalidade. Essa nova prática exige
ambientes que extrapolem o espaço da sala de aula, ocupando de modo mais assíduo
não apenas os laboratórios e os espaços sociais da escola, como também os
disponíveis na comunidade, realizando atividades colaborativas em que as
experiências sejam vivenciadas individualmente e em grupo, atividades que
privilegiem a dinâmica de projetos, que invistam o aluno de responsabilidades
reais, antes o seu aprendizado e o mundo que o cerca, atividades que sejam
avaliadas, mais do que por uma avaliação de conteúdos, pela auto-realização que
elas proporcionem (Dalmas, 1994; Queluz, 1996; Ranieri, 2000). Neste contexto,
o aulismo passa a ser coisa do passado, abrindo caminho para a pedagogia do
"estar no mundo". A sala de aula deixa de ser o templo de transmissão
e da repetição do saber para sediar importantes momentos de socialização do
aprendizado individual e de experiências em grupo, do diálogo e do confronto
entre essas experiências e a teoria, da formulação de problemas e da busca de
soluções. Com isso entende-se que os professores precisam estar alerta em
relação à utilização dos recursos de mídia e hipermídia nas escolas, lembrando
que o uso das tecnologias modernas de informática não podem desencadear por si
só uma nova postura diante do processo ensino-aprendizagem. Assim, o professor
hoje que quer mudar sua prática na sala de aula, evitando os problemas
decorrentes de uma postura tradicional em relação ao ensino, encontra-se numa
zona de transição de paradigmas. E o desenvolvimento da criatividade está
intensamente presente quando se propõe uma nova idéia de ensinar e aprender. A
preocupação docente com a relação teoria-prática e com a interdisciplinaridade,
por exemplo, geralmente não ocorria no ensino tradicional, pois as disciplinas
eram vistas como algo separado, como momentos diferentes de apropriação do
conhecimento. Apropriar-se do
conhecimento através da reflexão e da discussão de problemas reais é
freqüentemente indicado como característica do professor inovador. A qualidade
da relação professor-aluno acrescida da preocupação com a relação
teoria-prática são características dos professores que estimulam a
participação, levando à construção de autonomia. As relações interpessoais
rompem com a figura do processo centralizador e controlador. Um fator de
extrema importância, que vem sendo muito apontado no paradigma emergente em
educação, é que aprender envolve prazer. É importante a recuperação do prazer
de estudar, de descobrir, de aprender. Um elemento bastante atual e que vem
ganhando importância cada vez maior na sociedade do conhecimento é a necessidade de que o professor assimile os
avanços científicos de forma competente, dinâmica e articulada, fazendo aulas
diferentes. Assim sendo, há que se observar de que forma se encontra o
professor na sala de aula, ministrando os seus conteúdos e competëncias,
avaliando se este se encontra ou não qualificado para desempenhar sua função,
se este tem utilizado os recursos disponíveis e de que forma tem trabalhado no
sentido de efetivar a inclusão educativa. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
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BIENAL DO LIVRO DE ALAGOAS
TATARITARITATÁ:
MARIA TERESA G. PEREIRA & LUIZ ALBERTO MACHADO – Durante
a programação da Bienal Internacional do Livro de Alagoas, tive a oportunidade
de conhecer e conversar com a coordenadora nacional do Proler, Maria Teresa G.
Pereira no estande da Secult/Biblioteca Pública. Na ocasião conversamos sobre a
realidade da educação brasileira e a respeito da sua palestra “A biblioteca e a
arte de contar histórias: um caminho para a sciedade leitora”.
V BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE ALAGOAS: 26 OUT 2011 - Também
estiveram comigo:
A dupla
cordeslista paraibana Queridina (Marinalva Bezerra) e Macambira (Fernando
Rocha)
A contadora de histórias Miriam e a cantora e compositora Carolina
Leopardi
O cordelista Jorge Calheiros e a escritora Marluce Maria Costa Salvador
de Oliveira
A escritora Isvânia Marques
O pessoal da Secult, Camila e Mitânia
A reunião de escritores no estande da Secult/Biblioteca Pública Estadual
ESTANDE
DA SECULT/BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO – Estarei todos os
dias até o dia 30 no estande da Secult/Biblioteca Pública do Estado, com
exposição de todos os meus livros infantis, DVD e folheto de cordel, além da
distribuição gratuita do zine Tataritaritatá. Espero você por lá. Veja mais desse evento no Brincarte.
Veja mais sobre:
A poética aristotélica, Erich Fromm, Georges Bataille, Eliete Negreiros, Rufino, Walter Hugo Khouri, Arthur Braginsky, Helena Ramos, El Tomi Müller, Fernando Fiorese & A primeira estética da arte dramática aqui.
E mais:
Primeiro encontro: o vôo da língua no universo do gozo aqui. Teoria Geral do Crime & Direito Penal aqui. Responsabilidade civil, dano estético & erro médico aqui. Marcela, a musa primeira dama aqui. Todo dia é dia da mulher aqui. Palestras: Psicologia, Direito & Educação aqui. Livros Infantis do Nitolino aqui. &
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra:
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.