sábado, outubro 01, 2011

GUIMARÃES ROSA, JUANA INÉS DA LA CRUZ, BHABHA, CERTEAU, URIEL DA COSTA, EROTISMO NA ANTIGUIDADE & DORO PRESIDENTE



DORO PRESIDENTE – NESSE VOCÊ CONFIA, TENHO CERTEZA!!! – Doro é um menino bom. Hoje é, como sempre, candidato a presidente de não sei quê. Diz ele que é do Brasil. Tem gente que diz que ele é candidato a presidente das Américas. Outros, do planeta!!! Sei não, acho que ele não é presidente nem das ventas dele. Mas como vem eleição ano que vem, ele sempre atravessa o ritmo, chega na hora errada, faz merda que só e bate nos peitos: melhor que eu, só eu mesmo! Confira tudo do melhor (segundo ele mesmo) candidato da porratoda! Vamos lá: O perfil do candidato Doro & o Curriculo do rapaz, esse é o cara... A biografia do sujeito...A campanha do desinfeliz... Mais campanha do desgraçado... Doro e a Marcela Tedeschi Temer... (Ih, num pode... mas o cara lá é suspeito, hem? Tem cara de golpista, né não? Gaia nesse cara de vampiro, vai, empurra tudo, porra!) & O escambau do cara-lisa... & Doro no Big Shit Bôbras, o BBB da verdade!Teibei,a batida do que não tem amor à vida (muito menos ao furico!)...Doro falando das bufunfas...Umdiscursozinho do famigerado...Doro fulo da vida com a Real (não seria o real?)... Doro fala de política!!! & Doro e Obama... & A sogra do melepeiro!Doro no carnaval vindouro... & Tiradas do fuleiro... & Como já dizia o Doro... & Em quem você vai votar nas próximas eleições? & A milagrosa tiro-e-queda ! E vem aí as previsões do Doro para todos os signos, política e a vida de todo mundo paraa o ano que vem. Aguarde, você não perde por esperar, hahahahaha! Veja mais Doro aqui e aqui.



DITOS & DESDITOS – Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens? É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado. O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria... Depois, retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinhos... Essa... a alegria que ele quer. Infelicidade é uma questão de prefixo. Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa. O mais importante e bonito do mundo é isso: que as pessoas não estão sempre iguais, mas que elas vão sempre mudando. Felicidade se acha é em horinhas de descuido. Viver é etecetera. Pensamento do escritor, médico e diplomata João Guimarães Rosa (1908-1967). Veja mais aqui.

ALGUÉM FALOU: A desconfiança a respeito da tradição transforma-se em desconfiança quanto ao texto em si, em seu caráter de uma herança passada de geração à geração. Uma vez que a revelação não pode ir de encontro à razão, a prova de que uma passagem é irracional é suficiente para o reconhecimento da ilegitimidade da mesma. Expressão do filósofo português Uriel da Costa (Gabriel da Costa Fiuza – 1585-1640). Veja mais aqui.

O DISCURSO DA DIFERENÇA – [...] é constituído através do locus do Outro, o que sugere que o objeto de identificação é ambivalente e ainda, de maneira mais significativa, que a agência de identificação nunca é pura ou holística, mas sempre constituída e num processo de substituição, deslocamento ou projeção. [...]. Trechos extraídos da obra O local da diferença (EdUFMG, 1998), do estudioso professor e teórico crítico indiano Homi K. Bhabha.

A INVENÇÃO DO COTIDIANO – [...] ao homem ordinário. Herói comum. Personagem disseminada. Caminhante enumerável. Invocando, no limiar de meus relatos, o ausente que lhes dá princípio e necessidade, interrogo-me sobre o desejo cujo objeto impossível ele representa. A este oráculo que se confunde com o rumor da história, o que é que pedimos para nos fazer crer ou autorizar-nos a dizer quando lhe dedicamos a escrita que outrora se oferecia em homenagem aos deuses ou às musas inspiradoras? Este herói anônimo vem de muito longe. É o murmúrio das sociedades. De todo o tempo, anterior aos textos. Nem os espera. Zomba deles. Mas, nas representações escritas, vai progredindo. Pouco a pouco ocupa o centro de nossas cenas científicas [...]. Trecho extraído da obra A invenção do cotidiano (Vozes, 1994), do historiador francês Michel de Certeau (1925-1986). Veja mais aqui.


LITERATURA ERÓTICA NA ANTIGUIDADE - BIBLIOTECA EROTOLÓGICA: RELATOS E REGISTROS NO TEMPO - O erotismo e a literatura erótica se confunde no tempo, sendo, pois, mencionado e praticado desde a mais remota antiguidade. NA ANTIGUIDADE – Cultivado desde as mais remotas eras, é registrado há quinze séculos a.C., no poema religioso indiano Rig Veda que “E o homem deseja a mulher / Tão naturalmente / Quanto a rã sedenta deseja a chuva”. O Rig Veda é o Livro dos Hinos, o primeiro Veda, que foi escrito durante o período védico em Punjabe, por volta de 1700-1100 a.C. Cerca de 1750 a.C, na vigência de Hamurabi, eram permitidas as prostitutas sagradas que serviam nos templos, conforme registrado pelo historiador grego Heródoto: “Cada mulher nativa do país deve ir ao templo uma vez na vida e lá entregar-se a um homem estranho”. Os hebreus seguiam o Torá que não admitia o coitus interruptus, exigindo práticas alternativas das mulheres que não pudessem ou não quisessem engravidar, saltando para que o sêmen fosse expelido. Onan, um dos filhos de Judá e neto de Jacó, que desafiou o Torá na prática do coitus interruptus, perdeu a vida no ato. Além do mais, o onanismo era reprimido, sendo, então Onan acusado de originar o horrível pecado da masturbação. Este relato é mencionado na Gênesis, no Velho Testamento. Também encontra-se registrado no bíblico Cântico dos Cânticos, nos livros poéticos do Antigo Testamento: “(...) - Ah! Beija-me com os beijos de tua boca! Porque os teus amores são mais deliciosos que o vinho, e suave é a fragrância de teus perfumes; o teu nome é como um perfume derramado: por isto amam-te as jovens”. É atribuído a Salomão, filho do Rei Davi, que foi escrito por volta de 400 a.C., inserido no Velho Testamento e constituído de uma coletânea de hinos nupciais. Veja mais aqui e aqui.

QUATRO POEMASMINHA DAMA: Minha senhora, devo implorar / perdão por ficar parado, / se o que eu quis dizer como tributo / correu ao contrário da sua vontade. / Por favor, não me censure / se o curso que eu mantive / na ânsia do meu amor / deixou meu silêncio inexplicável. / Eu te amo com tanta paixão, / nem grosseria nem negligência / pode explicar por que amarrei minha língua, / ainda deixou meu coração desmarcado. / O assunto para mim era simples: / o amor por você era tão forte, / Eu pude ver você na minha alma / e falo com você o dia inteiro. / Com essa ideia em mente, / Eu vivia em deleite absoluto, / fingindo meu subterfúgio / encontrou favor à sua vista. / Dessa maneira estranha e engenhosa, / Eu permiti que a esperança fosse minha / que eu ainda possa ver como humano / o que eu realmente concebi como divino. / Oh, quão bravo eu fiquei / no meu feliz amor por você, / pois mesmo fingindo, seu favor / fez toda a minha loucura parecer verdadeira! / Quão imprudentemente meu amor ardente, / que seu sol glorioso inflamava, / procurou se alimentar do seu brilho, / embora o risco de seu incêndio fosse claro! / Perdoe-me se, assim encorajado, / Eu me atrevi com esse fogo sagrado: / não há santuário seguro / quando as transgressões do pensamento conspiram. / Assim, eu continuei me entregando / essas minhas esperanças imprudentes, / desfrutando dentro de mim / uma felicidade sublime. / Mas agora, por sua oferta solene, / suspendo este silêncio, / para sua convocação desbloqueia em mim / um respeito que nenhum tempo pode terminar. / E, apesar de amar sua beleza / é um crime além do reparo, / pelo contrário, o crime seja castigado / do que meu fervor deixa de ousar. / Com esta confissão em mãos, / Eu rezo, seja menos severo comigo. / Não condene à angústia / alguém que gostava de felicidade tão livre. / Se você me culpa por desrespeito, / lembre-se, você me deu licença; / assim, se a obediência estava errada, / seu comando deve ser meu alívio. / Que meu amor esteja sempre condenado / se culpado em sua intenção, / por amar você é um crime / dos quais nunca vou me arrepender. / Isso eu descrio em meus sentimentos. / e mais que não posso explicar; / mas você, pelo que eu não disse, / pode inferir quais palavras não conterão. MY LADY – Eu te amo com tanta paixão, / nem grosseria nem negligência / pode explicar por que amarrei minha língua, / ainda deixou meu coração desmarcado. / O assunto para mim era simples; / o amor por você era tão forte, / Eu pude ver você na minha alma / e falo com você o dia inteiro. / Quão imprudentemente meu amor ardente, / que seu sol glorioso inflamava, / procurou se alimentar do seu brilho, / embora o risco de seu incêndio fosse claro! / Que meu amor esteja sempre condenado / se culpado em sua intenção, / por amar você é um crime / dos quais nunca vou me arrepender. II - como o ar é atraído para o que é oco, / e fogo para alimentar a matéria, / como pedregulhos caem na terra, / e intenções ao seu objetivo; / de fato, como toda coisa natural / todos unidos pelo desejo / para suportar e, assim, amarrado / em laços de amor mais próximo - /- Mas com que fim eu continuo? / Só assim, minha Phyllis, eu te amo; / e com seu valor considerável, / isso é apenas um carinho. / Ser mulher, estar em outro lugar: / estes não podem atrapalhar meu amor por você, / para quem sabe melhor que nossas almas / não conhece geografia nem sexo. III - Mas, Phyllis, por que continuar? / Somente para você, eu amo você. / Considerando seus méritos, / O que mais há pra dizer? / Que você é uma mulher distante / não é obstáculo ao meu amor: / para a alma, como você bem sabe, / distância e sexo não contam.… / Você pode imaginar que meu amor te procurou? / Por que preciso enfatizar que sou verdadeiro, / quando todos os seus recursos / prova minha escravização? Poemas extraídos das Obras completas da poeta barroca, dramaturga e filósofa sóror Juana Inés da la Cruz (1651-1695), tradução Amanda Powell.




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