Retrato de Manolita Piña, do pintor espanhol Torres
Garcia. Veja mais abaixo.
UMA CANÇÃO PARA MANOLITA – (Imagem: Constructif dedique a Manolita, de Torres
Garcia). – A catalã Manolita Piña (1883-1994), tinha lá seus pendores artísticos, pois, desde
criança tocava piano, mas se firmou mesmo como a gaurdiã da obra do seu marido,
Torres Garcia. Ela sempre dedicou-se a ajudar os amigos artistas que sofriam de
perseguição política. Em 1908, ela se casou com Joaquín Torres García. Com o
casamento, ela parou de pintar porque, segunda ela própria, não superaria nem
competiria com o marido. Ele dedicou o seu universo construtivo na obra
Constructif para ela, combinado a abstração geométrica com símbolos que
representam a essência de sua projeção humana. Há uma xilogravura dela no Notas sobre Arte (1913), do seu marido. Em
1951, criou o movimento Maotima dedicado ao trabalho em tapeçarias bordadas,
nome este reunião das integrantes Manolita, Otilia, Iphigenia e Maria Angelica.
Ela era uma incansável colecionadora e organizadora da obra do marido,
assegurando o seu legado para em 1953, criar o Museo Torres Garcia, só
inaugurado em 1986, no Uruguai, passando a ser chamada de Doña Manolita, a
companheira inseparável do marido, sendo até a sua sombra, tornando-se uma
supercentenária. Em 2000, a publicação Homenatge um Manolita Piña
de Torres García (2000),
de Emilio Ellena, trata da sua vida e de
seu marido, da sua luta pela conservação do acervo artístico, sua trajetória de
vida além dos 100 anos de idade e informações adicionais sobre a arte de Torres
Garcia. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS - Quanto mais um escritor
tem sucesso, mais ele falha como produtor de si mesmo. Escrever me
parece mais fácil do que evitar a sensação de absurdo de não fazê-lo. Pensamento do
escritor argentino Rodolfo Fogwill
(1941-2010).
ALGUÉM FALOU: Aos 40
anos, a mulher está longe de ser fria e insensível; mas ela sabe, quando
necessário, cobrir o fogo com as cinzas. Pensamento da escritora Mary Wortley Montagu (1689-1762).
RHODA
– [...] A senhora Matilde era velha, sozinha e terrível. A sua única diversão
era atormentar a faxineira [...] vivia para atormentá-la todas as quartas.
[...] preferiria morrer a ir àquela casa
úmida e fria. [...] E, no entanto,
estava lá. Toda santa quarta-feira. [...] Não gostava daquela mulher, mas aquele era um modo honesto de ganhar o
pão de cada dia. Trabalhava por hora e precisava se desdobrar, correndo por
vários bairros de Roma, para lavar privadas rosa muito sujas. [...] Não gostava de trabalhar nas casas dos gaal. Mas trabalhava.
Era preciso pensar em quem tinha ficado na Somália. Havia a guerra, ninguém
trabalhava e seu dinheiro era importante. [...] Não podia fraquejar, não podia
se permitir o luxo de desabar. Se fraquejasse, o que seria de sua família? [...]
Deveria ir cuidar da velha megera, mas,
francamente, não estou a fim! Hoje aquela sonsa fez xixi no chão e precisei
limpar por horas. Por que o xixi das velhas megeras fede como esgoto a céu
aberto? [... ] Uma mulher negra na
Itália tinha, no imaginário comum, possibilidades limitadas de colocação.
[...] As mulheres negras eram cantoras de
soul ou de jazz, atletas
recordistas, supermodelos... isso na melhor das hipóteses. Nos casos piores,
eram mulheres perdidas, fêmeas ávidas de dinheiro, e dispostas a se vender por
poucos e nojentos trocados. Enquanto mulher negra me sentia rotulada. Não tinha
saída [...]. Foi assim que decidi me render ao clichê.
[...] Barni ainda não acreditava que era
dona de uma loja. Que não estava mais a serviço de ninguém. Que era uma pessoa
com responsabilidades precisas. Que estava finalmente integrada. Mas era o que
o letreiro da fachada mostrava. A loja “étnica” Rhoda era uma realidade e
aquele letreiro em tons pastel era a prova irrefutável disso. [...].
Trechos extraídos da obra Rhoda
(Sinnos, 2004), da escritora italiana da diáspora somali, Igiaba Scego, tratando sobre a dimensão da transculturalidade e as migrações
no diálogo entre culturas. Veja mais aqui.
FILHA – A menina que, em sustos, / vejo crescer depressa,/ que nutro com meus
nervos / e que descubro falar, e ser, / me veio de um imemorial / naufrágio / em
que perecemos eu e ele: / pequena pérola do pior. / Como o traço oblíquo de luz
/ riscado sobre uma tela / de nuvens branco-cinza, / figura, tornado agora
visível, / o sutil equilíbrio instável / entre dois planos. Poema
extraído da obra A vida espiralada (Caetés, 1999), da poeta Paula Glenadel. Veja mais aqui.
AS TRELAS DO DORO – Gentamiga, ai estão reunidas as croniquetas e noveletas componentes do livro “As trelas do Doro”. Confira.
Veja
mais sobre:
A mulher
da sombrinha, Paul Celan, Cláudio Santoro, Carmine
Gallone, Suzy Smith, Elizabeth Savalla, Maria Félix, Pierre-Paul
Prud'hon, Carmen Silvia Presotto & Vidráguas, Como sair da marginalidade
& A lenda de Alamoa aqui.
E mais:
Ária da
danação aqui.
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A arte
de Lucinha Guerra aqui.
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da pira onde queima o amor aqui.
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& o caso Schereber aqui.
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direito de Rudolf von Ihering, Lenine, Ivo Tonet, Massaud Moisés, Marici
Salomão, Renato Falcão, Ilana Kaplan, Melinda Culea, Thomas Lawrence, Fernanda
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de Mário Quintana aqui.
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Gianfrancesco Guarnieri, Ivo Tonet, David Lynch, Richard Bach, t.A.T.u.- Yulia Volkova e Lena
Katina, Daniel Huntington, Sissy
Spacek, Sociedade Civil, Linguística
& poética aqui.
O
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aborto & bioética aqui.
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Especial, PNE & Inclusão aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
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Paz na
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