sábado, outubro 08, 2011

FRITJOF CAPRA, GARAUDY, NOVALIS, LOUIS ARAGON, WITKIN, STEPHANIE CHAVEZ & LITERÓTICA



 
Arte da ilustradora costarriquenha Stephanie Chavez.




CENTO E OITENTA E SETE HORAS DE AMOR - Imagem: Art by Ísis Nefelibata - Da primeira vez foram noventa e uma horas de mútua passagem pelas noites, dias e tardes da nossa expectativa pra nos fazer varar a madrugada até que a manhã fosse o nosso símbolo diuturno e plano de voo. Foram entregas e comedimentos, carícias e espreitas, festa e timidez. Da segunda vez foram noventa e seis horas de maior efusão na catarse das expectativas. Éramos ainda estranhos que se conheciam e de cabeça mergulhamos nas nossas intimidades a nos batizar de nós e de tudo que queríamos e pudemos. Foi festa da constatação a nos certificar que devíamos singrar na gente o que nos incendiava para seguir adiante. Ao todo foram cento e oitenta sete horas de fatos reais para que nos fizéssemos acesos e íntimos na vida. Foram cento e oitenta e sete horas para definir o alicerce do empreendimento sentimental a projetarmos na cabeça a plataforma crástina e toda a trajetória da estrada vindoura. Foram cento e oitenta e sete horas para eu descobrir a trina una que me deu apetite, fartei-me aos bocados e me senti feliz de antemão. De primeira chegou-me se arrastando súcuba a deliciosíssima vampira de carne faminta e sedenta qual Mulher Gato com seus apetites ilícitos a se mover em mim e me fazer maior e a se esborrar de gozo para me ensinar que o seu prazer era o meu prazer. Em seguida se fez presente no sonho de musa altruísta, materna, solidária a me fazer Osíris resgatado e me ensinar que a nossa entrega era o meu renascimento. Por fim, eis a guerreira aplicada, dona de casa e parceira, politicamente corretíssima e a me ensinar com a sua iniciativa a minha realização. Essas cento e oitenta e sete horas viraram noitedias que nos fizeram insones para sermos de nós mesmos os súditos e soberanos de nossa comunhão, até que o futuro nos faça prêmio com a remissão da cobiça e da gula que nos alimenta por todo esse tempo. Essas cento e oitenta e sete horas de fato se tornaram inúmeros momentos sucessivos e intermitentes para a manifestação do amor na realização de se amar. © Luiz Alberto Machado. Veja mais aquiaqui.


DITOS & DESDITOSDesta vida aprendi apenas uma coisa. Aprendi a amar; e apenas vos desejos uma coisa: saber amar. Pensamento do escritor francês Louis Aragon (1897-1982).

A FÍSICA HOLÍSTICA - [...] Quanto mais estudamos os problemas sociais do nosso tempo, mais nos apercebemos de que a visão mecanicista do mundo e o sistema de valores que lhe está associado geraram tecnologia, instituições e estilos de vida profundamente patológicos. [...] Eu vi cascatas de energia descendo do espaço exterior, nas quais as partículas eram criadas e desfeitas em pulsações rítmicas, eu vi os átomos dos elementos e os átomos de meu corpo participando dessa dança cósmica de energia; eu senti seu ritmo e ouvi seu som; e naquele momento, eu sabia que era a Dança de Shiva. [...] Considero a ciência e o misticismo como manifestações complementares da mente humana, de suas faculdades racionais e intuitivas. O físico moderno experimenta o mundo através de uma extrema especialização da mente racional; o místico, através de uma extrema especialização da mente intuitiva. As duas abordagens são inteiramente diferentes e envolvem muito mais que uma determinada visão do mundo físico. Entretanto, são complementares, como aprendemos a dizer em Física. Nenhuma pode ser compreendida sem a outra; nenhuma pode ser reduzida à outra. Ambas são necessárias, suplementando-se mutuamente para uma compreensão mais abrangente do mundo. Parafraseando um antigo provérbio chinês, os míticos compreendem as raízes do Tao mas não os seus ramos; os cientistas compreendem seus ramos mas não suas raízes. A ciência não necessita do misticismo e este não necessita daquela; o homem, contudo, necessidade de ambos. [...] A estreita relação entre a psicanálise e a física clássica torna-se flagrantemente obvia quando consideramos os quatro conjuntos de conceitos que formam a base da mecânica newtoniana: 1 Os conceitos de espaço e tempo absolutos, e os objetos materiais separados, movendo-se nesse espaço e interagindo mecanicamente; 2 O conceito de forças fundamentais, essencialmente diferentes da matéria; 3 O conceito de leis fundamentais que descrevem o movimento e as interações mútuas dos objetos materiais em termos de relações quantitativas. 4 o rigoroso conceito de determinismo e a noção de uma descrição objetiva da natureza, baseada na divisão cartesiana entre matéria e mente. O PONTO DE MUTAÇÃO – O livro O ponto de mutação: a ciência, a sociologia e a cultura emergente, do físico, escritor e teórico de sistemas austríaco Fritjof Capra, aborda temas como crise e transformação, a inversão da situação, os dois paradigmas, a máquina do mundo newtoniana, a nova física, a influência do pensamento carteriano-newtoniano, a concepção mecanicista da vida, o modelo biomédico, a psicologia newtoniana, o impasse da economia, o lado sombrio do crescimento, a nova visão da realidade, a concepção sistêmica da vida, holismo e saúde, jornadas além do espaço e do tempo, a passagem para a idade solar, entre outros temas. O TAO DA FÍSICA – O livro O Tao da Física: uma exploração dos paralelos entre a física moderna e o misticismo oriental, de Fritjof Capra trata dos caminhos da física, o conhecimento e a observação, linguagem, a nova física, o caminho do misticismo oriental, o hinduísmo, o budismo, o pensamento chinês, o taoismo, o zen, os paralelos entre a física e o misticismo oriental, a simetria dos quarcks, padrões de mudança, entre outros assuntos. A TEIA DA VIDA – A obra A teia da vida: uma nova concepção científica dos sistemas vivos, de Fritjof Capra, trata da ecologia profunda e novo paradigma, ascensão do pensamento sistêmico, das partes para o todo, teorias sistêmicas, a lógica da mente, os modelos de auto-organização, a matemática da complexidade, a natureza da vida, estruturas dissipativas, autocriação, o desdobramento da vida, criando um jundo, entre outros assuntos. Todas as obras mencionadas são de autoria do físico e escritor austríaco Fritjof Capra. REFERÊNCIA CAPRA, Fritjof. O Tao da Física: uma exploração dos paralelos entre a física moderna e o misticismo oriental. Lisboa: Presença, 1989. ______. O ponto de mutação: a ciência, a sociologia e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 1993. ______. A teia da vida: uma nova concepção científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 1996. Veja mais aqui.

O AMOR – [...] O amor começa quando se prefere o outro a nós mesmos, quando se aceita sua diferença e sua liberdade. Aceitar que o outro seja habitado por outras presenças diferentes da nossa, não ter a pretensão de responder todas as suas necessidades, todas as suas expectativas não vem a ser infidelidade de nossa parte: ao contrário, é querer, como mais alta prova de amor que o outro seja fiel a si mesmo. Aparentemente parece que sofremos com isso, mas trata-se de um sofrimento fecundo porque nos força a nos desprender de nós mesmos, a viver intensamente um espoliamento enriquecedor: no amplexo mais íntimo é a um ser livre que abraçamos, com todas as suas possibilidades, mesmo aquelas que nos escapam. [...] E o amor que não seja essa criação continuada de um pelo outro, mesmo ao preço dos dilaceramentos trágicos, é o contrário do amor. Ninguém é digno do amor se não for capaz de conquista-lo numa batalha cotidiana, contra todos os ciúmes esterilizantes, traduzidos pela queimadura do sexo, pelo desamparo da ausência, pelas feridas da ternura, pela dúvida sobre a significação última de nosso empenho. [...] Quem não estiver preparado para enfrentar tudo isso não é digno do amor. Quando muito será um funcionário do sexo, um burocrata que contabiliza prazeres porque não tem a força de desejar a alegria wuprema: a do amor criador. Trechos de O amor, extraído da obra Palavra de homem (Difel, 1975), do filósofo francês Roger Garaudy (1913-2012). Veja mais aqui.

POEMA São raros os que conhece, / o mistério do amor, / os que ressentem a fome insaciável / e a sede eterna. O sentido divino da Ceia / é um enigma para os nossos sentidosa mortais. / Mas esse que bebeu / nos lábios quentes e amados / o hálito da vida, / esse cujo corpo se sentiu fundir / em ondas frementes nesse divino brasileiro / esse aí come a carne do Senhor / e bebe o seu sangue para sempre. Poema do poeta alemão Novalis (Georg Philipp Friedrich von Hardenberg – 1772-1801). Veja mais aqui, aqui e aqui.

 Arte da ilustradora costariquenha Stephanie Chavez.


A arte do fotógrafo estadunidense Joel-Peter Witkin. Veja mais aqui.



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