
DITOS & DESDITOS – Não
existe senão um só tempo no universo e é o Corpo do Homem. Curvar-se diante do
homem é um ato de reverência diante desta Revelação da Carne. Tocamos o céu
quando colocamos nossas mãos num corpo humano. Pensamento do poeta alemão Novalis (Georg
Philipp Friedrich von Hardenberg – 1772-1801). Veja mais aqui e aqui.
A ESCRITURA
& A VOZ
- [...] a escritura é a destruição de
toda voz, de toda origem. A escritura é esse neutro, esse composto, esse
oblíquo pelo qual foge o nosso sujeito, o branco-e-preto em que vem se perder
toda identidade, a começar pela do corpo que escreve [....] o escritor moderno nasce ao mesmo tempo que
seu texto; não é, de forma alguma, dotado de um ser que precedesse ou excedesse
a sua escritura, não é em nada o sujeito de que o seu livro fosse o predicado;
outro tempo não há senão o da enunciação, e todo texto é escrito eternamente aqui
e agora [...]. Trechos extraídos da obra O rumor da língua (70, 1987), do
escritor, sociólogo, filósofo, semiólogo e crítico literário francês, Roland
Barthes (1915-1980). Veja mais aqui e aqui.
CORAÇÃO DAS TREVAS - [...] Eram homens
para encarar as trevas de frente. E talvez lhes não faltasse coragem por
trazerem debaixo de olho uma promoção rápida no exército de Ravena, caso contassem
com os bons amigos de Roma e sobrevivessem aos rigores do clima. Ou imaginem um
jovem e honesto cidadão de toga–perito a jogar aos dados, não sei se estão a
ver – aqui chegado na esteira de um administrador qualquer, de um cobrador de
impostos ou mesmo mercador, para fazer fortuna. Desembarcar num pântano, marchar
através de bosques e sentir que a selvajaria, a verdadeira selvajaria de um posto
do interior, se fechou à volta dele - toda a misteriosa e selvagem vida que põe
florestas e matagais a vibrar, o coração dos homens não civilizados. Não são mistérios
em que as pessoas pos sam iniciar-se. Só há que viver no meio do incompreensível
e detestável também. Mas fascinante e capaz de atuar em nós. Como sabem, a fascinação
do abominável. Imagine-se a saudade crescente, o forte desejo de evasão, o impotente
desagrado, a abdicação, o ódio. Fez uma pausa. - Notem - recomeçou, erguendo um
braço a partir do cotovelo com a palma da mão virada para fora e as pernas cruzadas
à frente, autêntico arde buda vestido à europeia e a pregar sem flor de lótus
-, notem que nenhum de nós sentiria o mêsmo. O que nos salva é a eficiência - a
devoção pela eficiência. Mas aquela gente não tinha lá grande préstimo, na
verdade. Não era colonizadora: ao que suponho, o seu império era espremer e mais
nada. Conquistadora era, e para isso há que ter força bruta – coisa que não
devemos gabar, quando existe, pois não passa de mero acidente e resulta da
fraqueza alheia. Deitavam a mão ao que podiam, só pelo gosto de possuir. Nada
mais do que roubo violento, crime agravado pela sua grande escala e os homens a
ceder-lhe como cegos – vulgar atitude dos que têm de enfrentar as trevas. A
conquista da terra (na maior parte dos casos roubá-la aos de cor diferente ou
nariz mais achatado) não será bonita coisa se olhada de muito perto. Só a ideia
que ela implica consegue redimi-la. A ideia que a sustenta; não sentimental
pretexto, mas ideia; e uma fé desinteressada nessa ideia qualquer coisa que pode
ser erguida e venerada, a que podem os oferecer um sacrifício... [...]. Trecho
da obra O Coração das Trevas (L&PM, 2002), do escritor britânico Joseph Conrad
(1857-1924). Veja mais aqui e aqui.
O
MEU OLHAR É NÍTIDO COMO UM GIRASSOL - O
meu olhar é nítido como um girassol, / Tenho o costume de andar pelas estradas
/ Olhando para a direita e a esquerda / E de vez em quando olhando para trás...
/ E o que vejo a cada momento / É aquilo que nunca antes eu tinha visto, / E eu
sei dar por isso muito bem... / Sei Ter o pasmo essencial que tem uma criança /
Se ao nascer, reparasse que nasceras deveras... / Sinto-me nascido a cada
momento / Para a eterna novidade do Mundo / Creio no mundo como um malmequer / Porque
o vejo, mas não penso nele / Porque pensar é não compreender / O mundo não se
fez para pensarmos nele / (Pensar é estar doente dos olhos) / Mas para olharmos
para ele e estarmos de acordo... / Eu não tenho filosofia, tenho sentidos... / Se
falo na natureza não é porque a amo, amo-a por isso, / Porque quem ama nunca
sabe o que ama. / Nem sabe porque ama, nem o que é amar... / Amar é a eterna
inocência / E a única inocência é não pensar. Poema de Alberto Caieiro, heterônimo
do poeta e filósofo português Fernando Pessoa (1888-1935). Veja
mais aqui e aqui.
A arte do pintor
estadunidense Gilbert Stuart
(1755-1828)
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