domingo, agosto 10, 2014

BELLA AKHMADULINA, ANNE LAMOTT, CRESSIDA COWELL, HUERTA & VIOLA LIUZZO

 Imagem: Within Depth, da artista plástica Nina Kozoriz. Veja mais aqui e aqui.

 

VIOLA ETERNAViola Gregg Liuzzo (1925–1965) - A família californiana pobre: a mãe, uma simples professora; o pai, minerador ex militar. Não se conformava em estudar em escolas segregadas: queria viver e a vida com todos, indistintamente. Por que alguns são ricos e muitos são pobres? Ninguém iria mudá-la! Na Pensilvânia nasceu seu ativismo universalista ao testemunhar os males da segregação racial. Logo incorporou-se aos grupos que lutavam pela equidade, causando extremos aborrecimentos aos pais. Era uma branca que não distinguia seres humanos. Encarou as dificuldades e foi trabalhar em uma fábrica de bombardeiros, depois como garçonete, casou-se dedicando seu trabalho à luta de todos. Era uma dona de casa, mãe de cinco filhos e, mesmo assim, atendeu ao chamado do líder e correu mundo nos grandes protestos pelos direitos afro-americanos. Dedicou-se à justiça econômica e pela reforma educacional, pelos direitos civis na NAACP (Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor), abandou o catolicismo que não apoiou suas crenças e valores: nada a impediria de fazer o que ela acreditava e deveria fazer. Cantava canções de liberdade a plenos pulmões. Divorciou-se e participou de um sindicato de caminhoneiros, seguindo pelas marchas de Selma a Montgomery, ajudando na coordenação e logística.Passou a estudar inspirando-se nos relatórios do projeto Mississipi Freedom Sumer, solidarizando-se com os excluídos de cor, enfrentando cassetetes e gás lacrimogênio. Reuniu-se a outros tantos 25 mil lutadores por 5 cinco dias ininterruptos, transportando outros tantos para as fileiras dos protestos. No meio das manifestações, em um semáforo, uma bala assassina dos algozes a fez tombar morta aos 39 anos de idade. Tornou-se mártir da causa naquele domingo sangrento. Foi abatida à bala, mas vitoriosa nos cantos e gritos dos manifestantes: os direitos civis de Michigan alcançaram o mundo! Veja mais aqui, aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Sim, nós podemos. A paz não pode ser alcançada através da violência, só pode ser alcançada através da compreensão. Devemos aprender a viver juntos como irmãos ou morreremos juntos como tolos. Não há força maior do que o poder das pessoas unidas. Pensamento da ativista estadunidense Dolores Huerta. Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Toda luz tem sua escuridão. O dia só existe se houver noite. As aventuras são assim: trazem à tona aspectos seus que você nem sabia que existiam. Pensamento da escritora inglesa Cressida Cowell. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

PLANO B – [...] Eu tenho muita fé. Mas também tenho muito medo e não tenho certeza real de nada. Lembrei-me de algo que o padre Tom me dissera: que o oposto da fé não é a dúvida, mas a certeza. A certeza está perdendo totalmente o foco. A fé inclui perceber a bagunça, o vazio e o desconforto, e deixá-los ali até que alguma luz retorne. [...] É bom fazer coisas desconfortáveis. É musculação para a vida toda. [...] A esperança não consiste em provar nada. Trata-se de escolher acreditar numa coisa: que o amor é maior do que qualquer merda sombria e sombria que alguém possa jogar contra nós. [...]. Trechos extraídos da obra Plan B: Further Thoughts on Faith (Riverhead, 2006), da escritora estadunidense Anne Lamott. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

DOIS POEMAS - EM TODOS OS LUGARES - É uma noite tranquila de abril agora. \ Esses pássaros e esses eles comparam suas vozes. \ Ó estrelas, - impossível de tolerar como eles brilham como eles brilham! \ Terra e céu eles dão graça e, violando a escuridão desta noite, \ brilhar brilhar - visto de longe! - minhas estrelas e seus olhos. \ Agora é uma noite tranquila de abril, e olhos \ Aos poucos eles se acostumam. \ Ó estrelas - Eu não aguento tudo isso, - como eles brilham! \ Como eles brilham! HERÓI TÍMIDO - Oh meu herói tímido \ você habilmente evitou a vergonha. \ Há quanto tempo estou desempenhando o papel? \ sem se apoiar no seu parceiro! \ Para sua maldita ajuda \ Eu nunca vim correndo. \ Entre as cenas, entre as sombras você escapou, invisível aos olhos. \ Mas nesta vergonha e delírio \ Eu andei na frente de um público cruel \ - tudo está em apuros, tudo está à vista, \ todos nesta função são solitários. \ Oh, como você gargalhou, barracas! \ Você não me perdoou pelo óbvio sem vergonha \ das minhas perdas, meu sorriso é inofensivo. \ E seus rebanhos caminharam avidamente beba da minha tristeza. \ Sozinho, sozinho - no meio da vergonha \ Eu fico com os ombros caídos. \ Mas para a multidão inebriante o verdadeiro herói não é visível. \ Herói, como você está com medo! \ Não tenha medo, não vou te entregar. \ Todo o nosso papel é apenas o meu papel. \ Eu perdi brutalmente. \ Toda a nossa dor é apenas a minha dor. \ Mas quanta dor. Quantos. Quantos. Poemas da poeta Bella Akhmadulina (1937-2010). Veja mais aqui e aqui.

 

OUTRAS DIC’ARTES

Ouvindo frevos pernambucanos na voz do seu maior representante: Claudionor Germano. Veja mais aqui, aqui e aqui.


GONÇALVES DIAS – O poeta, advogado e professor maranhense Gonçalves Dias (1923-1864) é um dos mais importantes poetas da primeira fase do Romantismo brasileiro. Da sua lavra a belíssima Canção do Tamoio (fragmento): “Não chores, meu filho; / Não chores, que a vida / É luta renhida: / Viver é lutar. [...]”. Veja detalhes aqui.




JORGE AMADO – Um dos escritores que mais apreciei ler na vida foi Jorge Amado. Destaco entre outros dos seus romances A morte e a morte de Quincas Berro d´Água (1959), Capitães de Areia (1937), Teresa Batista cansada de guerra (1972) e Jubiabá (1935). Do seu Agonia da noite, o segundo da trilogia Os subterrâneos da Liberdade, destaco essa passagem: “Era como se tudo que sofrera antes nada significasse, como se somente agora o verdadeiro sofrimento começasse. Desarvorada, ao sabor dos ventos e das ondas, eis Manuela atravessando as ruas de São Paulo, em caminho do apartamento da família. Seu corpo estremece de frio, um calor de febre sobe pela sua face, e ela marcha sem nada ver nem ouvir, nem o movimento interno das ruas comerciais nem as palavras de galanteio lançadas à sua passagem. Uma visão nos seus olhos, uma vez ressoando doce aos seus ouvidos: a imagem de uma criança pequenina, os braços estendidos, a balbuciar “mamã”, essa sua esperada criança [...]”. Veja mais aqui.




AL-CHAER – Duas homenagens duma só vez: a primeira, ao poeta e professor mineiro radicado em Goiás, Al Chaer. A segunda, a arte dele mesmo celebrando os 70 anos de poesia, música e história de inspiração de Chico Buarque de Holanda, ocorrida no final da primeira quinzena de junho. Veja mais homenagem pra ele aquiaqui.




DANY REIS – A cantora carioca Dany Reis é uma das vozes que mais aprecio desde 2001 quando cruzei com seu talento na rede. Sempre presente na programação que desenvolvo, quero destacar o seu cd Todo dia para que todos conheçam e constatem essa maravilhosa cantora. Veja mais dela aqui.



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