VIOLA ETERNA – Viola
Gregg Liuzzo (1925–1965) - A família californiana pobre: a mãe, uma simples
professora; o pai, minerador ex militar. Não se conformava em estudar em
escolas segregadas: queria viver e a vida com todos, indistintamente. Por que
alguns são ricos e muitos são pobres? Ninguém iria mudá-la! Na Pensilvânia nasceu seu ativismo universalista
ao testemunhar os males da segregação racial. Logo incorporou-se aos grupos que
lutavam pela equidade, causando extremos aborrecimentos aos pais. Era uma
branca que não distinguia seres humanos. Encarou as dificuldades e foi
trabalhar em uma fábrica de bombardeiros, depois como garçonete, casou-se
dedicando seu trabalho à luta de todos. Era uma dona de casa, mãe de cinco
filhos e, mesmo assim, atendeu ao chamado do líder e correu mundo nos grandes protestos
pelos direitos afro-americanos. Dedicou-se à justiça econômica e pela reforma educacional, pelos direitos civis na
NAACP (Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor), abandou o
catolicismo que não apoiou suas crenças e valores: nada a impediria de fazer o
que ela acreditava e deveria fazer. Cantava canções de liberdade a plenos
pulmões. Divorciou-se e participou de um sindicato de caminhoneiros,
seguindo pelas marchas de Selma a Montgomery, ajudando na coordenação e logística.Passou
a estudar inspirando-se nos relatórios do projeto Mississipi Freedom Sumer,
solidarizando-se com os excluídos de cor, enfrentando cassetetes e gás
lacrimogênio. Reuniu-se a outros tantos 25 mil lutadores por 5 cinco dias
ininterruptos, transportando outros tantos para as fileiras dos protestos. No
meio das manifestações, em um semáforo, uma bala assassina dos algozes a fez
tombar morta aos 39 anos de idade. Tornou-se mártir da causa naquele domingo sangrento.
Foi abatida à bala, mas vitoriosa nos cantos e gritos dos manifestantes: os direitos
civis de Michigan alcançaram o mundo! Veja mais aqui, aqui e aqui.
DITOS & DESDITOS - Sim,
nós podemos. A paz não pode ser alcançada através da violência, só pode ser
alcançada através da compreensão. Devemos aprender a viver juntos como irmãos
ou morreremos juntos como tolos. Não há força maior do que o poder das pessoas
unidas. Pensamento da ativista estadunidense Dolores Huerta. Veja
mais aqui.
ALGUÉM FALOU: Toda luz
tem sua escuridão. O dia só existe se houver noite. As aventuras são assim:
trazem à tona aspectos seus que você nem sabia que existiam. Pensamento da
escritora inglesa Cressida Cowell. Veja mais aqui, aqui e aqui.
PLANO B – [...] Eu tenho muita fé. Mas também tenho
muito medo e não tenho certeza real de nada. Lembrei-me de algo
que o padre Tom me dissera: que o oposto da fé não é a dúvida, mas a certeza. A certeza está
perdendo totalmente o foco. A fé inclui perceber a bagunça, o vazio e
o desconforto, e deixá-los ali até que alguma luz retorne. [...] É bom fazer
coisas desconfortáveis. É musculação para a vida toda. [...] A esperança
não consiste em provar nada. Trata-se de escolher acreditar numa coisa:
que o amor é maior do que qualquer merda sombria e sombria que alguém possa
jogar contra nós. [...]. Trechos extraídos da
obra Plan B: Further Thoughts on Faith (Riverhead,
2006), da escritora estadunidense Anne Lamott. Veja mais aqui,
aqui e aqui.
DOIS POEMAS - EM TODOS OS LUGARES -
É uma noite tranquila de abril agora. \ Esses pássaros e esses eles comparam
suas vozes. \ Ó estrelas, - impossível de tolerar como eles brilham como eles
brilham! \ Terra e céu eles dão graça e, violando a escuridão desta noite, \ brilhar
brilhar - visto de longe! - minhas estrelas e seus olhos. \ Agora é
uma noite tranquila de abril, e olhos \ Aos poucos eles se acostumam. \ Ó
estrelas - Eu não aguento tudo isso, - como eles brilham! \ Como eles brilham! HERÓI
TÍMIDO - Oh meu herói tímido \ você habilmente evitou a vergonha. \ Há quanto
tempo estou desempenhando o papel? \ sem se apoiar no seu parceiro! \ Para sua
maldita ajuda \ Eu nunca vim correndo. \ Entre as cenas, entre as sombras você
escapou, invisível aos olhos. \ Mas nesta vergonha e delírio \ Eu andei na
frente de um público cruel \ - tudo está em apuros, tudo está à vista, \ todos
nesta função são solitários. \ Oh, como você gargalhou, barracas! \ Você não me
perdoou pelo óbvio sem vergonha \ das minhas perdas, meu sorriso é inofensivo. \
E seus rebanhos caminharam avidamente beba da minha tristeza. \ Sozinho,
sozinho - no meio da vergonha \ Eu fico com os ombros caídos. \ Mas para a
multidão inebriante o verdadeiro herói não é visível. \ Herói, como você está
com medo! \ Não tenha medo, não vou te entregar. \ Todo o nosso papel é apenas
o meu papel. \ Eu perdi brutalmente. \ Toda a nossa dor é apenas a minha dor. \
Mas quanta dor. Quantos. Quantos. Poemas
da poeta Bella Akhmadulina (1937-2010). Veja mais aqui e aqui.
OUTRAS DIC’ARTES