DITOS &
DESDITOS - Sou grata pela minha própria cabeça e por todas as coisas
estranhas nela. Uma das coisas mais
dolorosas de ser ser humano, na minha opinião, é quando você sente que não é
útil para ninguém e não tem nada para dar. É de partir o coração. E muitas pessoas que estão doentes se
sentem assim porque apenas cuidar de si ocupa muito tempo.
Você nunca terá o que deseja, se não quiser o que tem. Pensamento da
escritora e ativista estadunidense Claire Wineland (1997-2018),
fundadora da organização sem fins lucrativos, Claire's Place Foundation,
em apoio às pessoas com doenças terminais e crônicas, bem como suas famílias. É autora do livro Every Breath I
Take, Surviving and Thriving with Cystic Fibrosis ( BusinessGhost,
2012).
ALGUÉM FALOU:
Não há
garantias de que, se você trabalhar duro o suficiente ou for talentoso o
suficiente, terá sucesso, será capaz de se sustentar ou, o que é mais
importante, de dar uma contribuição significativa aos outros. Mas entretanto, se você é um artista, a
arte simplesmente surge – quer você goste ou não – porque você não consegue
impedi-la. Pensamento da fotógrafa estadunidense Jessica
Todd Harper. Veja mais aqui.
TRONO DE VIDRO
- [...] As
bibliotecas estavam cheias de ideias – talvez a mais perigosa e poderosa de
todas as armas. [...] Todos nós temos
cicatrizes... As minhas são mais visíveis que a maioria.
[...]. Trechos extraídos da obra Throne of Glass (Bloomsbury, 2012), da escritora estadunidense Sarah
Janet Maas.
DOIS POEMAS
- ALTERAÇÃO CERVICAL DA CONSCIÊNCIA
- A sua linguagem é o delírio, \ ele castiga com os mares de enxofre da sua
língua. \ Beleza que rompe \ a linguagem. \ A enfermeira diz \ – ela define o
trauma – \ e enumera a simetria da catástrofe: \ um pai acariciando \ a filha à
noite.\ Uma mão é uma mão, \ mas também os dedos, \ a pressão, a dor, a ferida.\
Dor amputada, \ membro fantasma que habita \ o cérebro convulsionado.\ Memória
enterrada. \ Um homem morto cheira mal ao cadáver \ do que agora está vivo.\ Trauma
é a sedução, \ a mão que desfere o golpe, \ o golpe e o impacto \ que não
deixou cicatriz, \ nem ferida física. \ No interior, a memória realiza \ o rito
sombrio; \ a lembrança oculta e sinistra. MUSEU VIVO DE PATOLOGIAS – Ei \ Família
é a única coisa que mata.\ A sua beleza não reside \ nos elementos que a
compõem, \ mas na proporção harmoniosa \ com que um dos seus membros \ destrói
outro. \ A família é vapor marinho \ que exala o sonho duro \ de um jardim
negro onde \ florescem as mais diversas patologias.\ Cada família é uma doença \
e o dever de cada membro doente \ é sobreviver a ela. Poemas da escritora
mexicana Esther Monserrat García García, auotra de obras como: La
Doncella Negra (La Regia Cartonera, 2010), Las tijeras de Átropos
(Editorial UA de C, 2011), Sicarii (El Quirófano Ediciones, 2013,
Ecuador), La Demoiselle Noire (Babel Cartonera, 2013), Bitácora de
mujeres extrañas (FETA/CONACULTA, 2014), La piel del animal acorralado:
Antología personal (Gobierno del Estado de Coahuila de Zaragoza/ Secretaría
de Cultura de Coahuila, 2014).