SOLIDABRAÇAMIGO,
COMIGO – Imagem: arte do artista visual Fernando Duarte - Abraço meu cabe tudo
e todos, sou solidário, pretíndio, mamelucescuro, pernambrasil, Terra e nada
mais que mais um nesse UM que somos todos nós. Sou pra quem vive sem pisar a
memória de todos os nossos mortos, porque deles aprendemos o que somos e nos
fizeram pra sermos melhores. Sou pra quem leva a ternura no afeto e sabe de
todos o direito de ser por todos. Sou pra quem faz da voz no canto do peito a
suplantar a extensão da mudez e a indiferença dos surdos. Sou pra quem traz no
abraço a força amiga dialógica para que possamos fazer sempre juntos o que não
é de ninguém. Sou pra quem leva nas mãos estendidas o apreço de sempre solícito
recolher todos os desabrigos das noites escuras. Sou pra quem ri ou chove
choros, a vida não é tão fácil, viver doi e sangra e muito se cai de baixo às
quedas pro nocaute de cima ou de qualquer lado dos hemisférios, porque qualquer
lado é que vai daqui pra lá ou de lá pra cá e, esteja onde estiver, será sempre
bem-vinda a sua presença. Sou pra quem sonha de olhos abertos ou procurando no
seu voo seus anseios de viver, também sonho aos saltos e o mais bonito que se
possa ter é sonhar juntos, vambora e seja lá o que Deus quiser. Sou pra quem
ama ou se perde entre tristalegres momenteventos, tudo passa, só o coração fica
na capacidade de amar. Sou pra quem tiver amor e nada mais que isso, o amor nos
basta pra fazer valer a vida além de nossas possibilidades. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.
DITOS & DESDITOS:
[...] Como na esfera política, ensina-se a criança
que ela é livre, é uma democrata, dispondo de vontade própria e mente livre,
morando num país livre, e podendo tomar suas próprias decisões. Ao mesmo tempo,
ela é prisioneira das suposições e dos dogmas de sua época, que ela não
questiona, porque nunca lhe disseram que eles existiam. Quando um jovem chega à
idade em que precisa escolher (continuamos a aceitar sem discutir que a escolha
é inevitável) entre as artes e as ciências, ele costuma escolher as artes
porque julga que nesse campo há humanidade, liberdade e opção. Ele não sabe que
já se emoldurou ao sistema, não sabe que a própria escolha é resultado de uma
falsa dicotomia enraizada no coração de nossa cultura. Os que o percebem e que
não querem submeter-se a mais padrões, tendem a ir embora, num esforço meio
inconsciente e instintivo de encontrar trabalho onde eles, como pessoas, não
serão divididos entre si mesmos. Com todas as nossas instituições, que vão
desde a polícia até a academia, desde a medicina até a política, prestamos
pouca atenção às pessoas que se afastam, formando aquele processo de eliminação
que prossegue sem cessar e que exlui, muito cedo, os que são originais e
reformadores, deixando os atraídos para uma coisa que é isso que eles já são.
Um jovem policial abandona a polícia porque afirma não gostar do que tem de
fazer. Um jovem professor abandona o ensino e repele o seu idealismo. Este
mecanismo social ocorre quase sem ser percebido, mas é uma força poderosa na
manutenção rígida e opressiva de nossas instituições. [...] Talvez não exista outra maneira de educar as
pessoas. Possivelmente, mas não acredito. Nesse ínterim seria útil pelo menos descrever
adequadamente as coisas, chamar as coisas por seus nomes corretos. Idealmente,
o que se deveria dizer a toda criança, repetidamente, durante toda a vida
escolar é algo mais ou menos assim: 'Você está no processo de ser doutrinado.
Ainda não criamos um sistema de educação que não seja um sistema de
doutrinação. Lamentamos, mas estamos fazendo o melhor que podemos. O que lhe estão
ensinando aqui é um amálgama dos preconceitos atuais e das opções desta nossa
cultura. A consulta mais ligeira à história revelará que aqueles dois itens são
temporários. Você está sendo ensinado por pessoas que conseguiram acomodar-se a
um regime de pensamentos transmitido por seus predecessores. É um sistema
autoperpetuador. Os que, dentre vocês, são mais vigorosos e individuais do que
os demais, serão incentivados a ir embora e a encontrar maneiras de se educar, educando
seu próprio julgamento. Os que ficarem devem sempre lembrar, sempre, em todas
as ocasiões, que estão sendo amoldados para se enquadrar nas tímidas e
específicas necessidades desta determinada sociedade. [...].
Trecho
extraído da obra O carnê dourado
(Record, 1972), da escritora britânica Doris Lessing (1919-2013). Veja
mais aqui, aqui e aqui.
A ARTE DE FERNANDO DUARTE
A arte do artista visual Fernando Duarte.
AGENDA
II
Encontro Nacional da Associação Brasileira de Psicologia na Assistência Social
(ABRAPAS): Território, Textos & Contextos & muito mais na Agenda
aqui.
&
Maceió,
uma elegia para os que ousam sonhar aqui.
&
Pintando na praça, Ernesto Sábato, Horas inúteis de Edwiges de Sá
Pereira, Úrsula de Maria Firmina dos Reis, Admmauro Gommes & Fenelon
Barreto, Vital Farias, Magda Tagliaferro, Rogerio
Tutti & Mônica Salmaso aqui.
RÁDIO TATARITARITATÁ:
Hoje curta na Rádio
Tataritaritatá a
música da cantora, compositora e violinista mexicana Marcela
Bovio:
The gathering, Powerless, Found & Saboteurs & muito mais nos mais de 2
milhões & 700
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conferir é só ligar o som e curtir. Veja mais aqui.