Imagem: COLAM: Retalhos em Detalhes (à memória do cineasta Givanilton Mendes). Acervo ArtLAM.
Eu
acordo de manhã e me sinto muito sortuda e privilegiada por fazer isso! Reclamo
muito porque costuma ser um processo doloroso, mas sinto que estou vivendo uma
vida muito privilegiada e feliz sendo compositora...
Fragmento
de depoimento ao som das Sinfonias – 1 – Três Movimentos para Orquestra
(1982), 2 – para violoncelo (1985), 3 (1992), 4 – Jardins,
para Coro infantil, Coro e Orquestra (1999), 5 – Concerto para Orquestra
(2008). Sinfonia para sopros (1989) e Viagem para Quarteto de
cordas – String Quartet nº 3 (2012), da compositora estadunidense Ellen
Taaffe Zwilich. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.
Retalhos em detalhes…
(à memória do saudoso amigo Givanilton Mendes) -
Neste instante ontem era outro e depois não seria jamais amanhã, agora já
passou. E tanto. Do nada reaparecia longínquo amigo que se foi um dia para
nunca mais. Como poderia, pois bateu à porta e já entrou com aquele caloroso
abraço antigo. Sentou-se ao lado com envolventes gestos largos, para logo
derramar aquelas vontades vitais aos olhos das amizades eternas. Era ele mesmo,
redivivo, nada de como assim ou razão para tal. Foi tão bom revê-lo com a mesma
fisionomia de quando partiu. Tudo parou para ele desde que se foi, eu envelhecia
com o tempo. O que poderíamos reviver de todas as vésperas de antes, se havia a
guerra de sempre: de um lado, os da gente que viravam a casaca do contra; do
outro, os que nos queriam ver pelas costas. Elos esgarçados: só tínhamos de
mesmo um ao outro, miséria solidária. Ali a gente pela madrugada de outras
tantas pelejávamos a reinventar o que seria quase sagrado e fatalmente destruído
pelos que despertassem logo às primeiras horas da manhã, enquanto os sonâmbulos
do dia olvidariam e, até com asco, tudo o que era pra gente noites a fio, pernoite
em claro, sem pregar as pestanas. E revivemos mais todos os insones colóquios
diários regados de confissões, dúvidas e resiliência. Cerzíamos, recosíamos,
recombinávamos os trapos e aprendíamos a nos desvencilhar das facas e canivetes
do sorriso escondido no final da tarde. Nunca fugimos da raia e fomos aos
confins do mundo para acalentar nossos sonhos e lá soubemos que Deus evadira com
o pouco que ainda lhe restara, depois que fora destronado pelos matricidas filhos de Caim que somos todos, humanidade fracassada, e nos deixou indignados
à própria sorte. Sabíamos: os fantasmas sacodiam as correntes porque viviam subterrâneos
dentro da nossa fúria de viver escapando das sedições trepidantes, dos resmungos
ferozes que se dispersavam em nossos ouvidos e se dissipavam cabeça adentro pelos
pesadelos da longa insônia, como se dali pudéssemos voar janelas abertas com a
dor dos que foram abatidos nas manhãs de um céu azul sem nuvens. Sabíamos mais:
por mais inglória que tivéssemos de tão sem trunfos, a vida valia pelo tanto já
vivido por inesquecíveis momentos, efêmero que ficava e nos reconstruía a todo
instante. Era a festa da saudade, tão real quanto o êxito do filme que nunca fizemos.
Até mais ver.
Jane Campion: A tragédia faz você crescer... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.
Claire Wineland: Há muito mais na vida do que apenas ser saudável. Há muito mais na vida do que apenas ser normal. Se o meu maior problema na vida fosse ser saudável, eu ficaria incrivelmente entediada... Veja mais aqui.
Alejandra Pizarnik:
Você
escreve poemas porque precisa de um lugar onde o que não é possa ser... Veja mais aqui.
A ESCRITURA DA ARGILA
Imagem:
COLAM. Acervo ArtLAM.
Escreverei sem motivo
e sim considerações. \ Agarrarei cada palavra vesga e desfeita \ e a tornarei
de argila. \ Então a passarei pelo fogo. Lhe darei fôlego. \ Cada palavra será
um homem. \ Povoarei a terra de palavras. Encherei páginas de homens. \ Haverá
argila ao invés de tinta. \ Escreverei sem volume. Cegarei a mim mesma. \ Não
vou pisar nenhuma palavra. \ Serão meu cajado. \ Não vou buscar o homem. Porque
um homem \ está feito de texto. \ Tecido de demasiadas palavras. \ Não vou
buscar o poema. Porque um poema \ está feito de carne. \ Composto por
demasiados \ tecidos e músculos e nervos. \ Escreverei sem propósito e sem
esquemas. \ Porém ninguém poderá me reprovar que eu não tenha unido \ a palavra
com a argila, a tinta com o sangue. Além do que \ a minha falta de
originalidade foi buscada. \ Novidade e esquecimento são a mesma coisa. \ Porém
o meu poema está escrito. \ Disto se trata o assunto.
Poema da poeta e
professora uruguaia Paula Einöder, autora dos livros La escritura de
arcilla (2002), Árbol experimental (2004), Miranda o el lugar
desde donde no se habla: Reflexiones acerca del silencio interpretativo
(2004), Opacidad (2010), Árbol de arco (2020) e Para bálsamo
de ruiseñores (2021). Veja mais aqui.
CARTA PARA AVÓ: POR
QUE EU LUTO PELA JUSTIÇA CLIMÁTICA – [...]
O mundo é tão grande e tem tantos maus hábitos. Eu não sabia como uma
criança de 15 anos deveria mudar alguma coisa, mas eu tinha que tentar. Para
colocar essa filosofia em prática, entrei no clube ambiental da minha escola.
No entanto, notei que meus colegas estavam falando sobre reciclagem e assistir
filmes sobre o oceano. [...] Era uma visão do ambientalismo que era tão
voltada para uma maneira ineficaz de ativismo climático, que culpa o consumidor
pela crise climática e prega que as temperaturas estão subindo porque
esquecemos de trazer uma volta reutilizável para a loja. Ensinaste-me que
cuidar da Mãe Terra é sobre todas as decisões que tomamos como um coletivo.
[...] Para mim, ter 18 anos e tentar salvar o mundo significa ser um
ativista climático antes de talvez estudar para ser médico ou político ou
pesquisador, mas mal posso esperar para crescer e me tornar uma dessas coisas.
[...] O planeta está sofrendo e não temos mais o luxo do tempo. Salvar o
mundo como um adolescente significa ser bom com palavras, entender a ciência
por trás da crise climática, trazendo uma perspectiva única para a questão para
se destacar e esquecer quase tudo o resto. Mas às vezes eu quero me importar
com outras coisas novamente, eu quero ser capaz de cantar e dançar e fazer
ginástica, eu realmente sinto que se todos nós cuidamos da Terra como uma
prática, como cultura, nenhum de nós teria que ser ativistas climáticos em
tempo integral. [...] tudo o que estou tentando fazer com o meu trabalho
é dar essa mentalidade otimista para outras pessoas. Mas tem sido um pouco
difícil, há ganância, há orgulho, há dinheiro e há materialismo, as pessoas
tornam tão fácil para mim falar com eles, mas eles tornam tão difícil para mim
ensiná-los. [...] Eu quero que eles tenham o coração e a coragem de amar
o mundo. Assim como você me ensinou, eu escrevi esta carta para agradecer,
obrigado por me convidar para amar o mundo desde o momento em que eu nasci.
Obrigado por rir de tudo. Obrigado por me ensinar que a esperança e o otimismo
são as ferramentas mais poderosas que temos para resolver qualquer problema. Eu
faço este trabalho porque você me mostrou que resiliência, amor e conhecimento
são suficientes para fazer a diferença. [...]. Trechos da carta escrita
pela ativista mexicana Xiye Bastida, refletindo sobre o que a levou a se
tornar uma voz de liderança para o ativismo climático global – desde a
mobilização de greves climáticas escolares até a Cúpula do Clima das Nações
Unidas, ao lado de Greta Thunberg. Para ela: Minha conclusão é que a Terra está aqui para abrigar
tudo. Toda a vida, toda a morte, toda a beleza e todas as dificuldades. Ela
está aqui para abrigar nossa alegria e nossa incerteza, nossas histórias e
nossa luta.
ARTE HOLÍSTICA – [...] Somos a soma de nossas experiências de vida
únicas e individuais. As provações que enfrentamos, as causas pelas quais
lutamos, os medos que nos assombram, as estranhezas de nossas mentes; tudo isso
e muito mais se torna o alimento para o nosso espírito. O universo não precisa
de repetições do passado; de mais uma bela, mas inútil, paisagem impressionista
nua, iluminada pelo sol, mas sem graça, ou de um cubo minimalista antigo e
frio. Ele precisa de você. Precisa que você se desfaça de tudo o que obscurece
seu genuíno senso de identidade. Precisa que você desenterre e assuma
descaradamente sua verdade confusa, honesta e magnífica. E precisa que você
aprofunde e molde essa verdade em um núcleo autêntico, que nutrirá você e seu
trabalho por toda a vida. [...] Há um movimento em andamento para convencer
os artistas de que eles são simplesmente mais um tipo de empreendedor. À
primeira vista, trata-se de uma rejeição aparentemente inofensiva e
compreensível do estereótipo do artista faminto. No entanto, as pessoas parecem
ter esquecido que, desde o início da história registrada, o papel cultural dos
artistas ia muito além da simples criação de um produto para vender. [...] É
assustador para mim ouvir calouros de arte falarem sobre “branding”, porque,
saibam ou não, eles representam a última fronteira. Se os artistas desistem,
não sobra ninguém. Se abrirmos mão de nossa agência, seduzidos por uma
mentalidade corporativa para simplesmente fabricar nosso produto e ganhar nossa
fatia do bolo, colocamos mais um prego no caixão do poder superior da arte.
[...]. Trechos extraídos da obra Art
from Your Core: A Holistic Guide to Visual Voice (Intellect, 2024), da artista
estadunidense Kate Kretz, que foi diagnosticada como 2E, duas vezes
excepcional, superdotada/com autismo, em 2021.
GIVANILTON MENDES:
ALÉM DAS LENTES
O documentário Givanilton
Mendes além das lentes (2025), tem roteiro, pesquisa e coordenação de
Leandro Silva, apresentado como projeto integrador do curso de Rádio, TV e
Internet, da ETE Nelson Barbalho, sob orientação dos professores Adson Alves e
Rosangela Araújo. Veja mais aqui & aqui.
&
3ª FLIBEZ
Entre os dias 3, 4 e 5
de maio acontecerá em Bezerros (PE) a Festa Literária de Bezerros – 3ª
FLIBEZ, homenageando o escritor Alex Brito e o cordelista Manoel Leite, com
o objetivo de celebrar a literatura e artes afins, com atmosfera propícia a
vivências artístico-culturais. O evento conta com painéis, circuito
gastronômico, debates literários, exposição de artes, saraus, lançamento de
livros, oficinas, shows musicais, cantoria de viola e cortejo de carnaval, tudo
com entrada franca. É uma produção independente do Bistrô do Matuto Produções
Multiculturais.
&
O BRANCO DE TODA COR,
ZÉ RIPE
Veja mais Zé Ripe aqui,
aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
ITINERARTE
– COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:
Veja mais sobre MJ
Produções, Gabinete de Arte & Amigos da Biblioteca aqui.
& mais:
Arte na Escola aqui.
Livros Infantis Brincarte
do Nitolino aqui.
Diário TTTTT aqui.
Literatura Indígena:
Cosmovisões & Pela Paz aqui
& aqui.
Poemagens aqui.
Cantarau
Tataritaritatá aqui.
Teatro Infantil: O
lobisomem Zonzo aqui.
Faça seu TCC sem
traumas – consultas e curso aqui.
VALUNA – Vale do Rio Una aqui.
&
Crônica de amor por ela aqui.