sexta-feira, fevereiro 28, 2020

CLARA CAMPOAMOR, CIDA PEDROSA, GEORGE GROSZ, LUZILÁ GONÇALVES & TEJUCUPAPO


TODO DIA É DIA DA MULHER – UMA TABULETA: PASSIONAL CONTROVERTIDA, OU MELHOR, O VIVO QUE SE APAIXONOU PELA MORTA!?! - Caso incrível o de alguém se apaixonar por outra que está condenada à morte, morrendo (ou matando-se) em seguida por pura paixão. Hem? Este é o mote da fabulosa história da bela jovem Charlotte Corday (1768- 1793), aquela mesma que corajosamente planejou e investiu com uma facada contra o peito do pavoroso sanguinário Marat (1743-1793), matando-o quando ele comandava mortes da sua banheira, durante a Revolução Francesa. Como é que é? Isso mesmo. Mas por que ela fez isso? O que a motivou? Caso de amor, crime passional? Paixão recolhida? Nada. Presa e encarcerada, durante o julgamento, ela respondeu com frieza aos seus inquisidores: Meu dever é suficiente - o resto não é nada! Nada, exceto que eu consegui! Eu matei um homem para salvar cem mil. Nenhum inocente será caluniado e comprometido por minha causa. Apenas eu concebi o plano e o executei. Perdoai-me pai, a vergonha está no crime, e não no patíbulo. Ué? Ela foi condenada à guilhotina. E mais: o seu ato mexeu com o coração do revolucionário alemão Adam Lux (1765-1793), que, perdidamente apaixonado, começou um movimento que o levou à leitura do panegírico por ela escrito às vésperas da morte e, por isso mesmo, seguiu voluntariamente o mesmo caminho dela: Morro por Charlotte Corday! E a lâmina afiada também decepou sua cabeça. Eita! Foi. O amor é lindo! Quando não, trágico demais. DUAS TABULETAS: MUDAR DE ASSUNTO, ORA, BUNDA DE FORA! – Ah-rá! Lembrei aquela contada pelo Jaguar sobre um minúsculo bar que mal cabia um grupelho qualquer, não mais que uns 5 gatos pingados e em pé de tão apertado, e, um dia, recepcionou ali a não menos deusa e eterna musa Leila Diniz. Ela, no seu jeito sempre de ser, sacudiu na caixa dos peitos dele: Isso aqui é tão miúdo, chega a gente ficar com a bunda de fora! Hahahaha! O dono do mosqueiro não teve dúvidas: tascou a expressão numa tabuleta para que todo mundo reconhecesse como o nome do botequinho. Deu bronca, os milicos da repressão pegaram pesado e ele teve de dar um jeito. E deu, o nome ficou só: ...de fora. Mas ficou, ora! Hehehehehe. TRÊS TABULETAS: ALIVIANDO NA PANCADA, QUE BELA TAMBÉM SOFRE. E COMO! Voltando ao papo do amor... Na minha vida toda vi todo jeito de desenlace. Uns meio apaziaguados, assim, litigioso com cara de amigável, faz de conta - ah, a quem querem enganar, hem? Outros, nem tanto: é cada rabo de foguete armando o maior barraco. Oxe! É que amantes quando chegam na hora do sai para lá, tem sempre um que não quer. Aí, já viu, né? Sempre é assim. Um dia antes: meu amor para lá, minha vida para cá, biquinhos colados, mãos dadas, tudo tão estreitado de ninguém ser capaz de dizer que aquela união um dia, de uma hora para outra, possa ser apartada, de destroçar vupt! Até acabar assim do nada. Num estalo de dedo. Mas como? Ainda ontem! Pois é, de onde menos se espera, a paixão dá uma entortada no maior envergado que, de tão atrabiliária finda estupefata: cada um com a cara de tacho, remoendo com as bochechas viradas pro lado oposto, dos bicudos nunca mais se entenderem. Aí vem: Salafrário! Vagabunda! Canalha! Quenga! Cagão! Peidona! Danou-se! Isso afora outras empioradas titulaturas odientas e desamadas. Vixe! Muitas! Vôte! O amor tem disso, no final ninguém sai feliz. A melhor de todas foi a da não menos genial musa Pagu: Tenho várias cicatrizes, mas estou viva. Abram a janela. Desabotoem minha blusa. Eu quero respirar. Coisa de quem sucumbiu ao desacerto do que parecia ser um grande amor e sai disfarçando com assobios e lalarilalarás, como se ninguém notasse os cacos ajuntados a se desmontarem na maior dor de cotovelo. Não vale mangar, a próxima vítima pode ser você! Hehehehehe! E vamos aprumar a conversa, gente! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: [...] Deixe a mulher se manifestar como é, conhecê-la e julgá-la; respeite seu direito como ser humano; [...] e se o direito constitucional, como norma jurídica dos povos civilizados, todos os dias se aproxima do conceito de liberdade, não nos invoca o princípio aristotélico tardio da desigualdade de seres desiguais [...] Deixe, além disso, a mulher que age em Direito, que será a única maneira de ser educada nele, quaisquer que sejam os obstáculos e as hesitações que, em princípio, ela possuía. [...] Regozijei-me ao pensar que esta Constituição será, pelo seu tempo e pelo seu espírito, a melhor, até agora, daquelas que existem no mundo civilizado, as mais livres, as mais avançadas, e também pensei nela, como no decreto do governo provisório de que, nos quinze dias seguintes, a República fez mais justiça à mulher que fez vinte séculos de monarquia. Eu acho que é o primeiro país latino em que o direito do sufrágio às mulheres será reconhecido, no qual a voz de uma mulher pode ser elevada em uma câmara latina, uma voz modesta como ela, mas que quer nos trazer as auras da verdade, e tenho orgulho da ideia de que é a minha Espanha que levanta essa bandeira da libertação das mulheres [...] E eu digo, legisladores: [...] não deixe que seja outra nação latina que possa colocar à frente de sua Constituição, nos próximos dias, a libertação das mulheres, sua companheira. Trechos do discurso da ativista feminista e política espanhola Clara Campoamor (1888-1972), registrado no Diario das Sesiones de las Cortes Constityyentes de la República Española, sesión celebrada el dia 1 de septiembre de 1931. Ela foi reconhecida pela defesa dos direitos e sufrágio da mulher durante a redação da constituição espanhola de 1931, que buscava garantir a igualdade entre homens e mulheres.

HEROINAS DO TEJUCUPAPO – Tejucupapo é um distrito do município da mata norte pernambucana, protagonista de um episódio ocorrido durante o período holandês, que estava enfraquecido, sitiado e sem comida, tendo já perdido quase todo o domínio das terras pernambucanas. Para eles a solução seria ocupar Tejucupapo, área tradicional de plantio da mandioca e que, à época, valia a pena arriscar em combate. Seria uma tarefa fácil porque, aos domingos, os homens do vilarejo iam ao Recife vender seus produtos. Com o distrito desguarnecido, investiram. Não contavam com o levante feito por quatro mulheres: Maria Camarão, Maria Quitéria, Maria Clara e Joaquina, que não importava se fossem portugueses ou holandeses, queriam pernambuquês. Elas, outras mulheres e os homens que restavam na localidade, escondidos em trincheiras, enfrentaram os holandeses e os venceram. Toda história deste episódio está reunida na publicação Tejucupapo: história, teatro, cinema (Bagaço, 2004), organizado por Cláudio Bezerra, com os textos: Tejucupapo e o registro da insurreição – a história, de Marcílio Brandão; O espetáculo das mulheres guerreiras – o teatro, de Rafael Coelho; Valeu, Tejucupapo! – o cinema, de Marcílio Brandão; A produção de Tejucupapo – um filme sobre mulheres guerreiras, de Amaro Filho.

A POESIA DE CIDA PEDROSA
URBE: hoje na minha boca / não cabem girassóis / cabe um poemapodre / cheiro de mangue capibaribe / um poemaponte / galeria esgoto chuvas de abril / um poemacidade / fumaça ferrugem fuligem / hoje na minha boca / cabe apenas o poema / o poema hóspede da agonia
MILENA: gosto quando milena fala / dos homens / que comeu durante a noite / é a única voz soante / nesta cantina de repartição / onde todos contam: / do filho drogado do preço do pão / do sapato carmim, exposto na vitrine / da rua sicrano de tal do bairro / de casa amarela / onde você pode comprar / e começar a pagar apenas em abril / sem a voz de milena / o café desce amargo
PATRICIA: é especialista em filhos / deveria ser contratada / para reclames de televisão / e os jornais poderiam colher depoimentos / sobre como ensinar uma empregada / a engomar 10 fraldas de uma única vez / teve 3 filhos / jéssica marina e victor júnior / sabe tudo sobre febre e papinhas cocozinhos risinhos / bonequinhas carrinhos palhacinhos sapatinhos joguinhos / roupinhas festinhas de aniversário letrinhas numerozinhos / velocípedes curso de férias esporte queda de bicicletas / matemática português história geografia cidadania / aula de reforço amigos indesejáveis lan house / passeios aos shopping conga de telefone alta / comprimidos de ecstasy / patrícia é especialista em filhos / mas não sabe o que fazer com o piercing que jéssica / pôs nos grandes lábios / o amor de marina por felipa / e a decisão de victor júnior não seguir a carreira do pai / junto à empresa victorvictoria.
CIDA PEDROSA - A poeta e advogada Cida Pedrosa é autora de diversos livros de poesia, tendo atuado profissionalmente em entidade sindicais, comitês e secretarias em defesa dos direitos humanos, dos trabalhadores rurais e meio ambiente. Veja mais aqui, aqui & aqui.

A ARTE DE GEORGE GROSZ
A arte do pintor e ilustrador alemão George Grosz (1893-1959), que foi integrante do movimento Dadá e di grupo Nova Objetividade. Veja mais aqui, aqui & aqui.

TODO DIA É DIA DA MULHER PERNAMBUCANA
A obra da escritora e professora Luzilá Gonçalves Ferreira aqui, aqui & aqui.
A miscigenação de René Ribeiro aqui.
No caroço de juá de José Adalberto Ferreira aqui.
Natanael Lima & Domingo com poesia aqui, aqui, aqui & aqui.
A música de Leandro Vaz aqui.
A arte de Léo Luna aqui.
O município de Barreiros aqui & aqui.
A poesia de Marcos Palmares aqui.
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OFICINAS ABI
Veja detalhes das oficinas da ABI aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.


quinta-feira, fevereiro 27, 2020

GOLDONI, SOPHIE SCHOLL, RABINOVITCH, TALLULLAH BANKEHEAD, MILENA MORAES, TEREZA LIMA & PERNAMBUCO


TODO DIA É DIA DA MULHER – UMA: A FOLIA DO CARNAVAL TRAZ DUAS BOMBRAS PRO BRASIL - A primeira bomba é a de que o Coisonário & sua coisada trupe, convocaram seu batalhão de coisominions no carnaval, para protestarem no próximo dia 15 de março, contra o Congresso Nacional e o STF. Como a estupidez, a desinformação e a indiferença de grande parte da população e da maioria das autoridades constituídas estão no pico do sensômetro beirando o descabível, faz-se necessário observar que tal ato conflita com o previsto no inciso II do art. 85 CF/88, que dispõe: São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: [...] II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; [...]. Como tem muita gente levando nas coxas e deixando essas coisas pra lá, uma sacadinha só: para qualquer simples entendedor isto significa: golpe! Ou não? Nesse caso, mais um, né? Huummmm... A segunda: são as notícias calamitosas de supostos casos do coronavírus no Brasil, sobretudo em São Paulo e em Pernambuco. Eita! Em tempos sombrios como os atuais, não seria nunca demais recorrer a quem entendia do riscado, como o caso da Marie Curie (1867-1934): “A vida não é fácil para nenhum de nós. Temos que ter persistência e, acima de tudo, confiança em nós mesmos. Cada pessoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento e, ao mesmo tempo, participar da responsabilidade coletiva por toda a humanidade”. É isso aí. DUAS: EM TEMPOS SOMBRIOS, ONDE O AMOR? – De 2015 para cá a coisa começou mesmo a desandar dum jeito desarrumado. A bronca tem ficado séria demais: lapadas de golpes, umas atrás das outras, tem deixado tudo muito imprevisível. Mesmo com tudo isso, das duas, uma: ou os corações apaixonados estão roendo a maior dor de cotovelo de não verem mais nada; ou estão amando com urgência demais que não conseguem sacar a situação desesperadora que estamos atravessando. Da minha parte, vou de Adélia Prado: “Estou no começo do meu desespero, e só vejo dois caminhos: ou viro doida, ou santa”. Acho que já endoidei o suficiente na vida, nunca tive vocação para santo. Estou, portanto, num mato sem cachorro. Como não vejo solução para o meu caso, melhor levar o assunto para o coração e destacar outro recado dela: “Amor pra mim é ser capaz de permitir que aquele que eu amo exista como tal, como ele mesmo. Isso é o mais pleno amor. Dar a liberdade dele existir ao meu lado do jeito que ele é”. Assim, sim. TRÊS: RAZÃO X EMOÇÃO - Nunca é demais levantar a bola dos equívocos que a gente costuma secularmente meter o bedelho. O mundo ocidental – leia-se: esse mesmo que a gente vive, ora! -, não encontra conciliação entre o que deve prevalecer: a razão ou a emoção. A segunda ganha de feio, razão pela qual a gente flagra todo dia muita pisada na bosta no noticiário, parecendo mais que a gente gosta mesmo de fazer muita merda. A primeira, por sua vez, uma frieza que sai da academia com despreparados de nariz empinado, só para contaminar a indiferença daqueles que se acham os sabidos intelectuais acima da mundiça. Coisa de ficar puxando prum lado ou pro outro, no desgraçado maniqueísmo dos sectários. Melhor, acho eu, a da sábia Mayana Zatz: “Um olho na razão, outro no coração”. Aí, sim, ora, ora, vamos aprumar a conversa, gente! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: [...] PLÁCIDA – Se voltarmos a levar comédias dell’arte, estaremos bem arranjados. O mundo está farto de ver sempre as mesmas coisas e de ouvir sempre as mesmas palavras; o público já sabe de antemão o que Arlequim vai dizer, antes mesmo que abra a boca. Por mim, senhor Horácio, digo francamente que em poucas peças antigas ainda trabalharei; estou encantada com o novo estilo. [...] PLÁCIDA – Meu caro poeta, o senhor é um louco. (Sai) [...]. Trechos da Cena 2 do 1º Ato da peça teatral O teatro cômico (Companhia Teatro de Almada, 2011), do dramaturgo veneziano Carlo Goldoni (1707-1793), escrita em 1743 para a grande atriz florentina, Anna Boccherini, La donna di Garbo, sua primeira comédia regular totalmente escrita, entregando aos atores o texto completo, da primeira à última palavra. Trata-se da primeira das dezesseis comédias, a peça representa uma inovação na produção do autor, na qual discute o estado atual da comédia, corrompido e muitas vezes vulgar, e apresenta seu projeto para colocar em nova honra as boas práticas da tradição, enquanto mostra cenas e personagens fiéis à vida real. É uma comédia metateatral que enfatiza o status da peça como encenada. Os personagens são atores que, para interpretar uma comédia, colocam máscaras e nomes da tradicional Commedia dell'Arte, revelando as problemáticas do tempo em que a peça foi escrita: a precariedade da vida dos atores, a crise do melodrama, o desemprego, a fome que atormenta a classe dos artistas, mostrando a solidariedade que une os trabalhadores do teatro e que dá sentido à aventura humana e teatral. O espaço cênico exibe o trabalho que cada ator deverá levar a cabo – ou seja, trata-se aqui do teatro dentro do teatro, de uma viagem entre o imaginário e a realidade, na forma de uma alegoria que desvenda os processos do teatro para aproximá-lo do seu público. Veja mais aqui, aqui & aqui.

RESISTIR É PRECISO - Não nos calaremos, somos a sua consciência pesada; a Rosa Branca não os deixará em paz! O que escrevemos e falamos é o que muitas pessoas pensam, mas não têm coragem de dizer. Como podemos esperar que a justiça prevaleça, quando dificilmente alguém se dispõe a se entregar por uma causa justa? Levante-se pelo que você acredita, mesmo que isso signifique levantar-se sozinho. O que importa a minha morte se, através do nosso exemplo, milhares de pessoas acordarão e começarão a agir. Palavras da pacifista alemã Sophie Scholl (1921-1943), a jovem que enfrentou Hitler, como membro do movimento de resistência antinazista, Rosa Branca, que se opôs ativamente ao Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial. Ela foi presa pela Gestapo, em 18 de fevereiro de 19043, enquanto distribuía panfletos na Universidade de Munique e na Baviera com trechos apocalípticos da Bíblia, condenada por traição e executada na guilhotina, tornando-se mártir e heroína alemã da causa, juntamente com seu irmão, Hans Scholl, e um colega universitário, Christoph Probst, 24 horas depois de condenados. Esse fato foi tema do filme A Rosa Branca (Die Weiße Rose - 1982), de Michael Verhoeven, baseado na história dos estudantes alemães que protestaram contra o regime nazista. Em seguida, a atriz Lena Stolze, que interpretou Sophie Scholl, reprisou seu papel em The Last Five Days (1982) e, logo após, no Sofphie Scholl: The Final Days (2005). Outro filme também retrata a cena vivida, a exemplo do premiado Shophie Scholl – Diez letzten Tage (Uma mulher contra Hitler, 2005), dirigido por Marc Rothermundo e Fred Breinersdorfer, estrelado por Julia Jentsch.

A ARTE TEATRAL DE TALLULLAH BANKEHEAD
Se eu pudesse voltar à juventude, cometeria todos aqueles erros de novo. Só que mais cedo. Eu sou séria sobre o amor. Estou bem séria sobre isso agora... Não tive um caso por seis meses. Seis meses! É bem longo... Se há alguma coisa comigo agora, não é o estado de espírito de Hollywood ou Hollywood... O assunto comigo é, quero um homem!... Seis meses é muito, muito tempo. Eu quero um homem! Ninguém pode ser exatamente como eu. Algumas vezes eu mesmo tenho problemas sendo assim. São as boas garotas que escrevem diários; as más nunca têm tempo. Já não se fazem espelhos como antigamente.
TALLULLAH BANKEHEAD - A arte da atriz estadunidense Tallullah Bankehead (1902-1968), conhecida por sua atuação no teatro em comédias e dramas, personalidade vibrante, sagacidade devastadora e voz rouca, tornando-se um ícone de personalidade e atuação tempestuosa e atraente, com uma voz única e maneirismos que costumavam beirar a imitação e a paródia. Teve marcante participação em causas como os movimentos por direitos civis, abrigos para crianças abandonados e às famílias vítimas da Guerra Civil Espanhola e na Segunda Guerra Mundial. Atuou também no cinema, no rádio e na televisão. Teve uma vida sexual desinibida, lutando contra o alcoolismo e o vicio em drogas. Veja mais aqui.
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A ATRIZ MILENA MORAES
Se o que você faz não é relevante de fato, não tem por que fazer. Eu comecei a fazer teatro em 1994, mas foi a partir de 2001 que considero o primeiro trabalho profissional com ‘Uma Mulher Só’, solo que tratava de uma personagem que sofre violência doméstica e é presa em casa. Gosto de trabalhar com espaços não convencionais, esse deslocamento é potente. O teatro não precisa acontecer no teatro. E também acho importante manter o intercâmbio com autores latinos vivos por que afinal, somos todos latinos, e dessa maneira conseguimos manter o diálogo aberto. Quem faz humor faz qualquer coisa. Em todos os meus trabalhos vai ter uma pitada de humor. Na vida é assim, tem humor em tudo. Para que o drama tenha densidade também é necessário que existam momentos de leveza e ironia. Como vou saber o que é triste se não sei o que é ser alegre?
MILENA MORAES - A arte da atriz Milena Moraes, fundadora da companhia teatral Cia La Vaca, participando por festivais e tendo integrado o Teatro de Quinta. Ela já representa em Mi Muñequita (2008), Kassandra (2012), UZ (2014) e Odiseo.com (2014). Veja mais aqui e aqui.

A FOTOGRAFIA DE BEM MAGID RABINOVITCH
A arte do fotógrafo e pedagogo ucraniano Ben Magid Rabinovitch (1884-1964), autor da monografia instrutiva, How To Learn Photography, que permaneceu impressa durante sua vida. Veja mais aqui.

TODO DIA É DIA DA MULHER PERNAMBUCANA
Ana Lins & a Revolução Pernambucana de 1817 aqui.
A poesia do poeta, jornalista, professor e memorialista Mauro Mota (1911-1984) aqui, aqui & aqui.
A crônica do jornalista e escritor Ronildo Maia Leite (1930-2009) aqui e aqui.
A Cronologia pernambucana, do jornalista, historiador, pesquisador, lexicógrafo e compositor Nelson Barbalho (1918-1993) aqui, aqui & aqui.
A pintura de Marisa Lacerda aqui
A cigana Rejane Soares Cavalcanti aqui
A cana: dos coronéis aos mamoeiros aqui, aqui & aqui.
O município de Primavera aqui & aqui
O blog da professora e ativista cultural Tereza Lima aqui.
&
OFICINAS ABI
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sexta-feira, fevereiro 21, 2020

ELENA ARNEDO SORIANO, LYDIA KOIDULA, TINA MARIA ELENA, HERMILO & MUITO MAIS!


PERSEVERAR MESMO QUE TUDO DÊ COM BURROS N’ÁGUA – UMA, DE PRIMEIRA: NA PELE DE EINSTEIN: Sabe aquela de pelejar que só e nada dar certo? Haja boa vontade para levar na caixa dos peitos e, no meio do caminho, ser empurrado pras quedas do fracasso. Logo aprendi que o inferno está topado e esborrando de boas intenções. Contudo, persisto; quanto mais persevero, nenhum êxito na parada. Parece mais: um passo pra frente, não sei quantos para trás. Vôte! Acordo no maior pique, é hoje! De tarde, aos escombros. Todo dia, recomeço do zero. Eu na pele de Einstein: Se minha Teoria da Relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão e a França me declarará um cidadão do mundo. Mas, se não estiver, a França dirá que sou alemão e os alemães dirão que sou judeu. Pois é, a dele deu; a minha, ainda hoje pulo das pechas condenado ao osso do mucumbu, ou melhor, ao períneo: imprestável por ninguém aguentar a catinga do mijo e da bosta. É, sou eu. Quem sabe um dia, hem? DUAS: AB IMO PECTORE - A vida de Chaucer, como a de muitos gênios e célebres, não foi lá essas coisas todas. Apesar de ser o poeta do rei e o conselheiro das intrigas, não teve muito lá muito espaço para manter o fôlego na boa, pelos altos e baixos. Ao se apaixonar pela bela Phillippa de Roet (1346-1387), o coração dele bateu forte e pediu: Abre-te, gergelim! Ela não teve dúvidas: abriu as comportas e com elas a glutoneria e a extravagância. Quando deu fé, viu-se em apuros entre os fungados e tonel sem fundo dos desejos dela. Lá foi, uma peiada e quantas despesas, a fortuna se esvaía e não dava vencimento. Quase morreu do coração antes da hora, porque ela delirava insaciável com enfeites e presentes caríssimos. Para ele, todo dia era sucumbir à morte consecutiva: abotoava o paletó com as contas, esticava as canelas com as contrapartidas dela e batia as botas toda vez que ela dizia querer disso ou daquilo. Assim, quase embarcou para melhor antes mesmo da hora: A paciência é uma virtude que se conquista. O que vem fácil, vai fácil. Envergou-se todo do empeno quase quebrá-lo, mas não torou. Meio de lá para cá, balançava inseguro. Quando escapulia, vagava solitário por gestas para uma musa outra do seu sonho irreal, não essa. Entre uma piscada e outra, balbuciava: Siga sua lenda, não perca tempo. Vai lá, enquanto pode. E LÁ VAI OUTRA, TRÊS: AB OVO USQUE AD MALA – Como não desisto nunca, sou dos que não abrem nem prum trem, mantenho-me entusiasta, nem tanto assertivo, reconheço: planejo tudo, do começo ao fim. Só que uma circunstância extrovengada se atravessa no meio e findo com uma topada no catabi, juntando os cacos na queda. Ou errei na dose, ou sei lá o que deu, ora! Não me dou por vencido, nem desanimo. Levanto, multipotencial, valho-me dos conselhos de Horácio: Quem começou, tem metade da obra executada. A duração breve da nossa vida proíbe-nos de alimentar uma esperança longa. E uma vez lançada, a palavra voa irrevogável. Aproveite o dia de hoje e nada espere do dia seguinte. É isso aí, o nariz empinado no vento e no amanhã, eu voo. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: [...] Enquanto os homens não assumirem profundamente o respeito pelas mulheres e não considerarem realmente o mesmo, enquanto as próprias mulheres não acreditarem que são insubstituíveis no privado e se assustarem com o público, não será assumido que a distribuição de funções é extremamente injusta e é baseada em princípios ancestrais, que não têm razão de ser nos dias de hoje. [...]. Trecho extraído da obra El gran libro de la mujer: salud, psicología, sexualidad, nutrición, derechos (Temas de Hoy, 1997), da escritora, ginecologista e ativista espanhola Elena Arnedo Soriano (1941-2015), um compêndio sobre a vida da mulher por uma cientista da fala e oradora do universo feminino. Em outra de suas obras, La picadura del tábano: La mujer frente a los cambios de la edad. (Aguilar, 2003), ela expressa que: [...] a saúde da mulher sempre foi excessivamente medicalizada e comercializada, e a nova preocupação com a pré-menopausa é uma amostra disso [...] Não ter amigos íntimos ou confidentes pode ser tão prejudicial para a nossa saúde como excesso de peso e o tabaco [...].

A POESIA DE LYDIA KOIDULA
Minha pátria é meu amor
Meu país é meu amor.
Eu dou meu coração inteiramente
e para ela é a canção da minha felicidade,
Minha Estônia em flor!
Sua dor é a dor da minha alma,
Sua alegria é a alegria que me acalma
Oh meu país!
Meu país é meu amor.
Eu não vou abandoná-la
embora mil vezes para ela
se for necessário eu vou morrer!
Nada importa trotes ciumentos.
Você viverá para sempre no meu intestino,
Oh meu país!
Meu país é meu amor.
Eu gostaria de encontrar descanso
Me colocando para dormir no seu colo
Oh chão reverenciado!
Que seus rouxinóis cantem para mim,
das minhas cinzas que nascem suas flores,
Oh meu país!
LYDIA KOIDULA – Poema da poeta estoniana Lydia Koidula (Lydia Emilie Florentine Jannsen 0 1843-1886). Veja mais aqui.

A ARTE DE TINA MARIA ELENA
Sempre desenhei e pintei, mas principalmente com tinta acrílica. Por alguns anos, fiz apenas colagens e não senti vontade de pintar, até encontrar uma maneira de fazer peças cortadas à mão com casais fazendo amor. Depois disso, comecei a pintar imagens de fazer amor com aquarelas e, de tempos em tempos, criava peças cortadas à mão. Quando publiquei minha primeira pintura em aquarela, recebi uma resposta muito impressionante de meus seguidores e de outras pessoas, e definitivamente senti que muitas pessoas gostavam da sensação sensual e da fluidez que a aquarela poderia proporcionar.
TINA MARIA ELENA - A arte a aquarelista e artista visual dinamarquesa Tina Maria Elena Baunsgaard Bak-Nielsen, que por meio de sua expressão em colagens, pintura em acrílico e aquarelas, revela revela camadas intensas do erotismo e daquilo que provoca dessa suave contradição entre a fragilidade de suas pinturas e a força do tema. Veja mais aqui.

A ARTE PERNAMBUCANA
Agá de Hermilo Borba Filho (1917-1976) aqui.
Horas inúteis de Edwiges de Sá Pereira (1884-1958) aqui.
O cordel de Antônio Pereira (1891-1982) aqui.
A obra de Arnaldo Tobias (1939-2002) aqui.
A música de Ayrton Montarroyo aqui.
A cabra cabriola aqui.
O jegue de Paul aqui, aqui, aqui & aqui.
O município de Tamandaré aqui & aqui.
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quinta-feira, fevereiro 20, 2020

MARIA MADALENA, MOLIERE, SARAH KANE, AURADON & GENINHA DA ROSA BORGES



NESSES TEMPOS DE FALSO-MORALISMO, SÓ APERTO O PITOCO DO FODA-SE & BABAU! – LÁ VAI UMA NA BASE DO ÓLEO DE PEROBA: Eita! Haja gente dissimulada nesses tempos líquidos! Não sei como a fábrica de óleo de peroba dá vencimento! O que há de camuflagem não dá para prever em nossa vã hipocrisia. Rolou, tá rolado. Os caras colocam a culpa na provocação: É que ela veio toda reboladeira, com quase tudo de fora, toda exibida e facilzinha, aí o juízo encurtou e a doidice lambeu os beiços! Como é? Por causa disso usam da licenciosidade e avançam no que acham que é moleza, assediam no maior chaveco e blá blá blá de derrubar avião, para sair cantando de galo: Abriu a guarda, mando ver; passo o rodo e como todas! Na horagá: a descompostura! Não é bem assim não, maloqueiro. Ela fecha a cara, a polícia bate na porta e o lero rola na defesa com ar de seriedade: Como é que é? Na caradura: assim e assado. Engaloba delegado, juiz e toda macharia engravatada (se o Coisonário insinua libidinagem com qualquer uma que lhe seja do contra, ora! Que é que se pode esperar?). Pudera, neste tempo de neopentecostal fundamentalismo as coisas quando andam vão para onde mesmo, hem? Pelo jeito, fica tudo pelo dito e não dito – só pra eles, os coisominios, né? E ainda posam de puritanos. Lembrei do Mencken: Mostre-me um puritano e eu lhe mostrarei um filho da puta! LÁ VÃO DUAS, APERTURAS: Moliére mesmo passou por maus bocados! Para ter uma ideia, os atores da época eram mal vistos pela opinião pública e excomungados pela igreja. Ele herdou do pai: tapeceiro da corte; trocou o palácio pelo teatro: foi ator toda sua vida. Tentou abrir um teatro, não deu; empepinou-se tanto que, por conta das dívidas, foi preso duas vezes. Solto, não deixou de causar e tanto e à beça, que até a sua morte virou uma lenda: morreu no palco representando o papel principal de sua última peça, Le Malade imaginaire! Melhor dizendo: encarnava ele um doente imaginário em cena, teve lá um troço e bateu as botas na ribalta, aí de verdade. Dois padres recusaram-lhe a extrema unção e um terceiro chegou quando já era tarde demais. Foi impedido de ser sepultado, porque era acusado pelo clero de representar o falso e o imoral. Graças à esposa dele, Armande, o rei Luís XIV conseguiu que ele fosse enterrado entre os nados-mortos, ou seja, os não batizados e, com um detalhe, durante a noite. Assim foi. E ele: Morre-se apenas uma vez, mas por tanto tempo! Eu prefiro viver dois dias na terra do que mil anos na história. EITA, EXPLICANDO: À BEÇA? Ah, a expressão deve-se a um teitei medonho de brabo! Seguinte: uma treta que envolvia o Tratado de Petrópolis, entre o cabeçudo Ruy Barbosa e o maior da lábia Barão do Rio Branco, fez o prosopopaico ministro demitir-se para advogar a causa do Amazonas de incorporação do Acre, apresentando, inclusive, projeto no senado. O Ruy era fodão mesmo, todo mundo sabe disso! Não perdia uma. Aliás, perdeu uma sim. Foi que um advogado sergipano virado na trepeça, Gumercindo Bessa (1859-1913), sabedor da barra mais que pesada, armou-se como pôde e apresentou argumentos esmagadores tão numerosos e abundantes em favor dos acreanos, que ganhou a causa na maior, tornando-se, por isso, figura respeitada nos meios forenses. O cara desbancou o Ruy, gente! Virou máxima: Você tem argumentos à Bessa, hem?... com o tempo, passou a ser à beça, demasiado, abundante, demasiado. E boco-moco, pacas! Serviu para encher linguiça & vamos aprumar a conversa! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: [...] O apego à matéria gera uma paixão contra a natureza. É então que nasce a perturbação em todo o corpo; é por isso que eu vos digo: Estejais em harmonia… Se sois desregrados, inspirai-vos em representações de vossa verdadeira natureza. Que aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça. Após ter dito aquilo, o Bem-aventurado saudou-os a todos dizendo: Paz a vós – que minha Paz seja gerada e se complete em vós! Velai para que ninguém vos engane dizendo: Ei-lo aqui. Ei-lo lá. Porque é em vosso interior que está o Filho do Homem; ide a Ele: aquele que o procuram o encontram. Em marcha! Anunciai o Evangelho do Reino. [...]. Trecho extraído da obra O evangelho de Maria Madalena (EME, 2018), de José Lázaro Boberg, reunindo o texto gnóstico encontrado no Codex Akhmin e adquirido por Carl Rheinhardt, em 1896. Este evangelho foi publicado em 1955, após o aparecimento da Biblioteca de Nag Hammadi. Trata-se do evangelho de Madalena ou Maria de Madgala, um texto encontrado no Egito do século IV, confrontando com o que sobreviveu em dois fragmentos gregos do século IIII e numa tradução mais longa para o copta do século V, por ser ela a figura feminina mais citada no Novo Testamento. Madalena era um dos apóstolos que narra episódio de Jesus, e que se comunicava com ele por meio de visões depois da ressurreição. Nesta obra, destaca-se ainda o trecho: [...] Maria Madalena se calou, pois até aqui o Salvador lhe tinha falado. Mas André respondeu e disse aos irmãos:"Dizei o que tendes para dizer sobre o que ela falou. Eu, de minha parte, não acredito que o Salvador tenha dito isso. Pois esses ensinamentos carregam ideias estranhas". Pedro respondeu e falou sobre as mesmas coisas. Ele os inquiriu sobre o Salvador:" Será que ele realmente conversou em particular com uma mulher e não abertamente conosco? Devemos mudar de opinião e ouvirmos ela? Ele a preferiu a nós?" Então Maria Madalena se lamentou e disse a Pedro: "Pedro, meu irmão, o que estás pensando? Achas que inventei tudo isso no mau coração ou que estou mentindo sobre o Salvador?" Levi respondeu a Pedro: "Pedro, sempre fostes exaltado. Agora te vejo competindo com uma mulher como adversário. Mas, se o Salvador a fez merecedora, quem és tu para rejeitá-la? Certamente o Salvador a conhece bem. Daí a ter amado mais do que a nós. É antes, o caso de nos envergonharmos e assumirmos o homem perfeito e nos separaremos, como Ele nos mandou, e pregarmos o Evangelho, não criando nenhuma regra ou lei, além das que o Salvador nos legou." Depois que Levi disse essas palavras, eles começaram a sair para anunciar e pregar. [...]. Há uma outra obra Maria Madalena - da Bíblia ao Código Da Vinci: companheira de Jesus, deusa, prostituta e ícone feminista (Zahar, 2018), de Michael Haag, analisando a forma como ela tem sido reinterpretada a cada época, desde a sua exaltação como esposa e principal apóstolo de Jesus, tornando-se no Renascimento a deusa da beleza e do amor, e na modernidade uma mulher forte e independente que se transformou em ícone feminista. Por fim, a obra Maria Madalena - O Evangelho Segundo Maria (Geração, 2018), de Armando Avena, um romance em que ela é tratada por Jesus como sua discípula amada e que se nega a casar com ele para salvá-lo da cruz. Imagem do pintor francês Jules Joseph Lefebvre (1834-1912). Veja mais aqui e aqui.

AS MÁXIMAS DE MOLIÉRE - A virtude é o primeiro título de nobreza; eu não presto tanta atenção ao nome desta ou daquela pessoa, mas antes aos seus atos. A virtude neste mundo é sempre maltratada; os invejosos morrerão, mas a inveja é poupada. Todos os vícios, quando estão na moda, passam por virtudes. Quase nos inspiram o desejo de pecar, os mil e um cuidados para o evitar. Prefiro um vício cômodo a uma virtude que fatigue. O escândalo do mundo é o que faz a ofensa, e pecar em silêncio não é pecar totalmente. Viver sem amor significa realmente não viver. Convém em certas ocasiões ocultar o que se traz no coração. Pensamento do dramaturgo, ator e encenador francês Molière (Jean-Baptiste Poquelin – 1622-1673). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

PSICOSE 4: 48, O TEATRO DE SARAH KANE
[...] Estou triste. Sinto que não há esperança no futuro e que as coisas não podem melhorar. Estou farta e insatisfeita com tudo. Sou um fracasso completo como pessoa. Sou culpada, estou a ser castigada. Gostaria de me matar. Sabia chorar mas agora estou para além das lágrimas. Perdi o interesse nas outras pessoas. Não consigo tomar decisões. Não consigo comer. Não consigo dormir. Não consigo pensar. Não consigo ultrapassar a minha solidão, o meu medo, o meu desgosto. Sou gorda. Não consigo escrever. Não consigo amar. O meu irmão a morrer, o meu amante a morrer, estou a matá-los aos dois. Invisto na direção da minha morte. Estou aterrorizada com a medicação. Não consigo fazer amor. Não consigo foder. Não consigo estar sozinha. Não consigo estar com os outros. As minhas ancas são grandes de mais. Não gosto dos meus órgãos genitais. Às 4:48, quando o desespero me visitar, enforco-me, ao som da respiração do meu amante. [...]
SARAH KANE - Trecho da peça teatral Psicose 4:48 – Teatro completo (Campo das Letras, 2001), da dramaturga inglesa Sarah Kane (1971-1999). Trata-se da última peça da autora que marca sua investigação da forma e nela as convenções usuais do teatro são fragilizadas, pois faz referência ao horário do dia em que “a vontade de se matar é mais intensa”, em que a relação entre corpo e mente é rompida entre espaçamentos, a falta de pontuação, a não-definição de onde falam as vozes e até mesmo a não-identificação de determinados trechos da peça. Em sua curta existência, escreveu apenas cinco peças de teatro, das quais a mais conhecida é, sem dúvida, Psicose 4.48, a derradeira delas, visto que, pouco tempo depois de finalizá-la, ela acabou se matando, enforcando-se no banheiro de um hospital de Londres, onde estava internada por causa de problemas psiquiátricos. Dela, alguns pensamentos recolhidos: Sou um plágio emocional, roubando a dor de outras pessoas, incorporando-a à minha, até não me lembrar mais de quem é. O que às vezes confundo com êxtase é simplesmente a ausência de pesar. Depois de perceber que a vida é muito cruel, a única resposta é viver com o máximo de humanidade, humor e liberdade possível. Abrace belas mentiras - a insanidade crônica dos sãos. Eu sou a fera no fim da corda. Veja mais aqui, aqui & aqui.

A FOTOGRAFIA DE JEAN-MARIE AURADON
A arte do fotógrafo francês Jean-Marie Auradon (1887-1958). Veja mais aqui.

A ARTE PERNAMBUCANA
A arte da atriz Geninha da Rosa Borges que participou de 63 peças teatrais, 10 gilmes e dirigiu 21 espetáculos aqui.
Fome: um tema proibido (CEPE, 1996), do médico, professor catedrático, pensador, ativista político e embaixador do Brasil na ONU, Josué de Castro (1908-1973) aqui.
O cordel de Leandro Gomes de Barros (1865-1918) aqui e aqui.
A poesia de Rita Isadora Pessoa aqui.
A arte de Flaira Ferro aqui
Retratos de chumbo aqui
O Pastoril do Rabeca aqui
O município de Jucati aqui & aqui
&
OFICINAS ABI
Veja detalhes das oficinas da ABI aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.


KARIMA ZIALI, ANA JAKA, AMIN MAALOUF & JOÃO PERNAMBUCO

  Poemagem – Acervo ArtLAM . Veja mais abaixo & aqui . Ao som de Sonho de magia (1930), do compositor João Pernambuco (1883-1947), ...