quinta-feira, fevereiro 27, 2020

GOLDONI, SOPHIE SCHOLL, RABINOVITCH, TALLULLAH BANKEHEAD, MILENA MORAES, TEREZA LIMA & PERNAMBUCO


TODO DIA É DIA DA MULHER – UMA: A FOLIA DO CARNAVAL TRAZ DUAS BOMBRAS PRO BRASIL - A primeira bomba é a de que o Coisonário & sua coisada trupe, convocaram seu batalhão de coisominions no carnaval, para protestarem no próximo dia 15 de março, contra o Congresso Nacional e o STF. Como a estupidez, a desinformação e a indiferença de grande parte da população e da maioria das autoridades constituídas estão no pico do sensômetro beirando o descabível, faz-se necessário observar que tal ato conflita com o previsto no inciso II do art. 85 CF/88, que dispõe: São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: [...] II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; [...]. Como tem muita gente levando nas coxas e deixando essas coisas pra lá, uma sacadinha só: para qualquer simples entendedor isto significa: golpe! Ou não? Nesse caso, mais um, né? Huummmm... A segunda: são as notícias calamitosas de supostos casos do coronavírus no Brasil, sobretudo em São Paulo e em Pernambuco. Eita! Em tempos sombrios como os atuais, não seria nunca demais recorrer a quem entendia do riscado, como o caso da Marie Curie (1867-1934): “A vida não é fácil para nenhum de nós. Temos que ter persistência e, acima de tudo, confiança em nós mesmos. Cada pessoa deve trabalhar para o seu aperfeiçoamento e, ao mesmo tempo, participar da responsabilidade coletiva por toda a humanidade”. É isso aí. DUAS: EM TEMPOS SOMBRIOS, ONDE O AMOR? – De 2015 para cá a coisa começou mesmo a desandar dum jeito desarrumado. A bronca tem ficado séria demais: lapadas de golpes, umas atrás das outras, tem deixado tudo muito imprevisível. Mesmo com tudo isso, das duas, uma: ou os corações apaixonados estão roendo a maior dor de cotovelo de não verem mais nada; ou estão amando com urgência demais que não conseguem sacar a situação desesperadora que estamos atravessando. Da minha parte, vou de Adélia Prado: “Estou no começo do meu desespero, e só vejo dois caminhos: ou viro doida, ou santa”. Acho que já endoidei o suficiente na vida, nunca tive vocação para santo. Estou, portanto, num mato sem cachorro. Como não vejo solução para o meu caso, melhor levar o assunto para o coração e destacar outro recado dela: “Amor pra mim é ser capaz de permitir que aquele que eu amo exista como tal, como ele mesmo. Isso é o mais pleno amor. Dar a liberdade dele existir ao meu lado do jeito que ele é”. Assim, sim. TRÊS: RAZÃO X EMOÇÃO - Nunca é demais levantar a bola dos equívocos que a gente costuma secularmente meter o bedelho. O mundo ocidental – leia-se: esse mesmo que a gente vive, ora! -, não encontra conciliação entre o que deve prevalecer: a razão ou a emoção. A segunda ganha de feio, razão pela qual a gente flagra todo dia muita pisada na bosta no noticiário, parecendo mais que a gente gosta mesmo de fazer muita merda. A primeira, por sua vez, uma frieza que sai da academia com despreparados de nariz empinado, só para contaminar a indiferença daqueles que se acham os sabidos intelectuais acima da mundiça. Coisa de ficar puxando prum lado ou pro outro, no desgraçado maniqueísmo dos sectários. Melhor, acho eu, a da sábia Mayana Zatz: “Um olho na razão, outro no coração”. Aí, sim, ora, ora, vamos aprumar a conversa, gente! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

DITOS & DESDITOS: [...] PLÁCIDA – Se voltarmos a levar comédias dell’arte, estaremos bem arranjados. O mundo está farto de ver sempre as mesmas coisas e de ouvir sempre as mesmas palavras; o público já sabe de antemão o que Arlequim vai dizer, antes mesmo que abra a boca. Por mim, senhor Horácio, digo francamente que em poucas peças antigas ainda trabalharei; estou encantada com o novo estilo. [...] PLÁCIDA – Meu caro poeta, o senhor é um louco. (Sai) [...]. Trechos da Cena 2 do 1º Ato da peça teatral O teatro cômico (Companhia Teatro de Almada, 2011), do dramaturgo veneziano Carlo Goldoni (1707-1793), escrita em 1743 para a grande atriz florentina, Anna Boccherini, La donna di Garbo, sua primeira comédia regular totalmente escrita, entregando aos atores o texto completo, da primeira à última palavra. Trata-se da primeira das dezesseis comédias, a peça representa uma inovação na produção do autor, na qual discute o estado atual da comédia, corrompido e muitas vezes vulgar, e apresenta seu projeto para colocar em nova honra as boas práticas da tradição, enquanto mostra cenas e personagens fiéis à vida real. É uma comédia metateatral que enfatiza o status da peça como encenada. Os personagens são atores que, para interpretar uma comédia, colocam máscaras e nomes da tradicional Commedia dell'Arte, revelando as problemáticas do tempo em que a peça foi escrita: a precariedade da vida dos atores, a crise do melodrama, o desemprego, a fome que atormenta a classe dos artistas, mostrando a solidariedade que une os trabalhadores do teatro e que dá sentido à aventura humana e teatral. O espaço cênico exibe o trabalho que cada ator deverá levar a cabo – ou seja, trata-se aqui do teatro dentro do teatro, de uma viagem entre o imaginário e a realidade, na forma de uma alegoria que desvenda os processos do teatro para aproximá-lo do seu público. Veja mais aqui, aqui & aqui.

RESISTIR É PRECISO - Não nos calaremos, somos a sua consciência pesada; a Rosa Branca não os deixará em paz! O que escrevemos e falamos é o que muitas pessoas pensam, mas não têm coragem de dizer. Como podemos esperar que a justiça prevaleça, quando dificilmente alguém se dispõe a se entregar por uma causa justa? Levante-se pelo que você acredita, mesmo que isso signifique levantar-se sozinho. O que importa a minha morte se, através do nosso exemplo, milhares de pessoas acordarão e começarão a agir. Palavras da pacifista alemã Sophie Scholl (1921-1943), a jovem que enfrentou Hitler, como membro do movimento de resistência antinazista, Rosa Branca, que se opôs ativamente ao Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial. Ela foi presa pela Gestapo, em 18 de fevereiro de 19043, enquanto distribuía panfletos na Universidade de Munique e na Baviera com trechos apocalípticos da Bíblia, condenada por traição e executada na guilhotina, tornando-se mártir e heroína alemã da causa, juntamente com seu irmão, Hans Scholl, e um colega universitário, Christoph Probst, 24 horas depois de condenados. Esse fato foi tema do filme A Rosa Branca (Die Weiße Rose - 1982), de Michael Verhoeven, baseado na história dos estudantes alemães que protestaram contra o regime nazista. Em seguida, a atriz Lena Stolze, que interpretou Sophie Scholl, reprisou seu papel em The Last Five Days (1982) e, logo após, no Sofphie Scholl: The Final Days (2005). Outro filme também retrata a cena vivida, a exemplo do premiado Shophie Scholl – Diez letzten Tage (Uma mulher contra Hitler, 2005), dirigido por Marc Rothermundo e Fred Breinersdorfer, estrelado por Julia Jentsch.

A ARTE TEATRAL DE TALLULLAH BANKEHEAD
Se eu pudesse voltar à juventude, cometeria todos aqueles erros de novo. Só que mais cedo. Eu sou séria sobre o amor. Estou bem séria sobre isso agora... Não tive um caso por seis meses. Seis meses! É bem longo... Se há alguma coisa comigo agora, não é o estado de espírito de Hollywood ou Hollywood... O assunto comigo é, quero um homem!... Seis meses é muito, muito tempo. Eu quero um homem! Ninguém pode ser exatamente como eu. Algumas vezes eu mesmo tenho problemas sendo assim. São as boas garotas que escrevem diários; as más nunca têm tempo. Já não se fazem espelhos como antigamente.
TALLULLAH BANKEHEAD - A arte da atriz estadunidense Tallullah Bankehead (1902-1968), conhecida por sua atuação no teatro em comédias e dramas, personalidade vibrante, sagacidade devastadora e voz rouca, tornando-se um ícone de personalidade e atuação tempestuosa e atraente, com uma voz única e maneirismos que costumavam beirar a imitação e a paródia. Teve marcante participação em causas como os movimentos por direitos civis, abrigos para crianças abandonados e às famílias vítimas da Guerra Civil Espanhola e na Segunda Guerra Mundial. Atuou também no cinema, no rádio e na televisão. Teve uma vida sexual desinibida, lutando contra o alcoolismo e o vicio em drogas. Veja mais aqui.
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A ATRIZ MILENA MORAES
Se o que você faz não é relevante de fato, não tem por que fazer. Eu comecei a fazer teatro em 1994, mas foi a partir de 2001 que considero o primeiro trabalho profissional com ‘Uma Mulher Só’, solo que tratava de uma personagem que sofre violência doméstica e é presa em casa. Gosto de trabalhar com espaços não convencionais, esse deslocamento é potente. O teatro não precisa acontecer no teatro. E também acho importante manter o intercâmbio com autores latinos vivos por que afinal, somos todos latinos, e dessa maneira conseguimos manter o diálogo aberto. Quem faz humor faz qualquer coisa. Em todos os meus trabalhos vai ter uma pitada de humor. Na vida é assim, tem humor em tudo. Para que o drama tenha densidade também é necessário que existam momentos de leveza e ironia. Como vou saber o que é triste se não sei o que é ser alegre?
MILENA MORAES - A arte da atriz Milena Moraes, fundadora da companhia teatral Cia La Vaca, participando por festivais e tendo integrado o Teatro de Quinta. Ela já representa em Mi Muñequita (2008), Kassandra (2012), UZ (2014) e Odiseo.com (2014). Veja mais aqui e aqui.

A FOTOGRAFIA DE BEM MAGID RABINOVITCH
A arte do fotógrafo e pedagogo ucraniano Ben Magid Rabinovitch (1884-1964), autor da monografia instrutiva, How To Learn Photography, que permaneceu impressa durante sua vida. Veja mais aqui.

TODO DIA É DIA DA MULHER PERNAMBUCANA
Ana Lins & a Revolução Pernambucana de 1817 aqui.
A poesia do poeta, jornalista, professor e memorialista Mauro Mota (1911-1984) aqui, aqui & aqui.
A crônica do jornalista e escritor Ronildo Maia Leite (1930-2009) aqui e aqui.
A Cronologia pernambucana, do jornalista, historiador, pesquisador, lexicógrafo e compositor Nelson Barbalho (1918-1993) aqui, aqui & aqui.
A pintura de Marisa Lacerda aqui
A cigana Rejane Soares Cavalcanti aqui
A cana: dos coronéis aos mamoeiros aqui, aqui & aqui.
O município de Primavera aqui & aqui
O blog da professora e ativista cultural Tereza Lima aqui.
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OFICINAS ABI
Veja detalhes das oficinas da ABI aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.


HIRONDINA JOSHUA, NNEDI OKORAFOR, ELLIOT ARONSON & MARACATU

  Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Refúgio (2000), Duas Madrugadas (2005), Eyin Okan (2011), Andata e Ritorno (2014), Retalho...