AGUÇANDO AS VISTAS & REMOENDO AS CATRACAS DA CACHOLA – UMA: ENTRE VER & ENXERGAR - Uma coisa é ver;
outra, enxergar. Todo mundo já está careca de saber disso. Então, que é que
está acontecendo? Ainda estou com aquele poeminha das mãos na pedra do verbo, que fiz ainda adolescente, martelando na
cabeça: Você tem mesmo olhos na cara? É que passaram os anos e... Valho-me do
que disse o jornalista Sérgio Augusto de Andrade: “... sem enxergar nada, fica
sempre muito mais fácil de opinar”. Também acho. Que coisa! Porém, o
ilustre jornalista dá uma dica: “Talvez
estivesse na hora de nos arriscarmos um pouco e tentarmos abrir os olhos. Quem
sabe nos faça bem. Quem sabe seja mais divertido”. É isso. DUAS: A DOIDICE CORAJOSA DE GLAUBER –
Estava lendo as “Cartas” de Glauber Rocha e, ao mesmo tempo, cá
comigo, pensando: que barra ele teve de levar nos peitos para fazer seus
filmes, hem? Quando vi, certa vez, aquele cartaz da Yemanjá Filmes, com as
inscrições: “Você acredita em cinema na
Bahia? Nós acreditamos! Coopere...”, não pude conter a imaginação de vê-lo
indomável e, qual irrefreável desmantelo desgovernado e descendo a ladeira
feito um estrupício devastador, passando por cima de todas as adversidades e
mangações que aparecesse pela frente. As suas cartas demonstram isso: um misto
de doidice e genialidade. Ora, para quem acredita no que quer fazer é preciso
ter coragem. E muita. Salve, Glauber! Vê mais dele lá pra baixo, visse? Vai
rolando aí até o final dessa postagem. TRÊS: A SACADA DE RODIN – Pois bem, como pensar dói, enxergar dá
trabalho e ter coragem é para poucos, comecei a remoer as catracas do quengo
com o umbigocentrismo: o descartável na ordem do dia – cada um faz o que pode
até onde der; se não deu certo, paciência, pula pra outra e sai arrumando as
coisas na base da gambiarra nas coxas, até onde Deus quiser. Todo mundo só quer
mesmo ser feliz e já. Nessa hora, me lembrei duma frase do escultor e pintor
francês Auguste Rodin (1840-1917): O
mundo não será feliz a não ser quando todos os homens tiverem alma de artista,
isto é, quando todos tirarem prazer do seu trabalho. Ah, tá. Tem mais dele
aqui & aqui. E vamos nessa! © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS
& DESDITOS: [...] Você só encontrará o que
está procurando, realmente, se a verdade for conhecida. As teorias vão e vêm,
mas os dados fundamentais sempre permanecem os mesmos. Eu nunca havia passado
em um único exame da escola, e claramente nunca passaria. Basicamente, fui
atraída pela curiosidade. Eu desenterrei as
coisas. Eu estava curiosa. Eu gostava de desenhar o que encontrei. Nenhuma quantidade de
pedra e osso poderia produzir o tipo de informação que as pinturas davam tão
livremente. Eu nunca senti que a interpretação era o meu trabalho. Pensamento da premiada
arqueóloga e paleoantropóloga inglesa Mary Leakey (1913-1996), que
revolucionou o estudo da evolução humana, descobrindo, depois de mais de 50
anos de escavações, as pegadas mais antigas que foram registradas dos
hominídeos e fósseis com mais de 3 milhões de anos, das culturas da Idade da
Pedra. Além disso, ela enfrentou o sexismo de
seu tempo, rompendo as barreiras que lhe eram impostas, livres de convenções e
inspirada por uma intensa vida de realizações graças à sua dedicação. Veja
mais aqui.
CARTAS AO MUNDO, GLAUBER ROCHA
[...] Eu sou um
apocalíptico que morrerei cedo... Às vezes sinto-me louco e absolutamente feliz
dentro de uma infinita solidão. [...] O
artista não pode senão apelas para um povo, ele tem necessidade dele no mais
profundo de seu empreendimento. Mas quando um povo se cria é pelos seus
próprios meios, mas de maneira a reencontrar algo da arte ou de maneira que a
arte encontre o que lhe faltava. Há uma fabulação comum ao povo e à arte. [...].
GLAUBER ROCHA – Trechos extraídos da obra Cartas ao mundo (Companhia das Letras, 1997), reunindo cerca de 270
cartas escritas pelo cineasta, ator e escritor Glauber Rocha (1939-1981), escrita entre os 14 e 42 anos de idade,
recuperadas após a sua morte, correspondendo a diários minuciosos em que faz
revolução e autoanálise, esboça tratados, fecha negócios e vivo o exílio. O
volume foi organizado por Ivana Bentes. Veja mais aqui e aqui.
A ARTE DE DELLY FIGUEIREDO
[...] meu
trabalho é muito visceral. Tenho grande influência da cultura popular
brasileira [...] Quando
pequena via nas igrejas pessoas pagando promessas com ex-votos, que são objetos
em agradecimento a uma graça alcançada, como as cabeças de ex-voto. Isso sempre
me intrigou e hoje me fascina. As cabeças sempre fizeram parte do meu trabalho
seja na pintura como na escultura. [...].
DELLY FIGUEIREDO – A arte da escultora, ceramista e artista
visual Delly Figueiredo (Trechos
extraídos da entrevista concedida pela artista ao Acontece Magazine). Veja mais
aqui.
A ARTE PERNAMBUCANA
O
pensamento do filósofo,
escritor, crítico e jurista Tobias Barreto (1839-1889) aqui.
Simoni Franzi, Cultura Canavieira & Meio
Ambiente aqui.
O baile perfumado aqui.
Os escritos de Anelise Lorena aqui.