PARA NÃO PERDER A VIAGEM, VAMOS DE 3 EM 1 – UMA: OS LIVROS SOB A CENSURA & O LIXO – Isto é o Brasilzilzilzilzil
do Coisonário. Pois é, a coisa pegou! É a farra dos necrófagos
bibliófobos! O caso da proibição de obras imortais da Literatura pelo governo
de Rondônia, apenas acrescenta a extensa lista de casos semelhantes que tratei aqui.
O mais escandaloso de
todos ocorreu em Palmares – PE, pelo de fato de uma escola jogar a biblioteca
inteirinha no lixo. A calamidade grassa! DUAS:
POR QUE SÓCRATES ESCOLHEU A CICUTA? – Possuidor que era da humildade dos
sábios, ele andava descalço – o que era um escândalo risível na Antiga Grécia
-, professando ideias paradoxais, pelas quais foi acusado de perverter a
juventude. A segunda: ele casou-se com Xântipe, tida como “a pessoa mais difícil de se relacionar de todas as mulheres que existem”,
tendo, inclusive, um dia, por ocasião de seu retorno à casa, ser por ela
excomungado com um balde de dejetos das necessidades da noite passada e,
depois, trancar-lhe a porta, impedindo-o de entrar. Assim, ao invés de se
retratar e conviver com uma megera insuportável, preferiu a cicuta e tornar-se
exemplo para a posteridade. Veja mais aqui, aqui & aqui. TRÊS: A SACADA DE VIRGINIA LANE –
Mulher resolvida é outra coisa! A atriz e uma das mais importantes vedetes do
teatro e do cinema brasileira, Virginia
Lane (1920-2014), marcou o imaginário popular com seu carisma, talento e
beleza. Teve uma trajetória de mais de 6 décadas de carreira, atuanto em 37
filmes e muitos espetáculos, sendo uma das mais cortejadas mulheres do país. Sobre
o que ela mais fez na vida, respondeu: “Muita natação e — não posso
negar — abri e fechei essas pernas demais. É ótimo exercício”. Esse um ótimo
conselho para a ministra queijuda – aquela mesma que Jesuisis deixou atrepada
na goiabeira - e seus seguidores de azul&rosa, que prega a abstinência para
combater a pedofilia (sic)!?! Eu, hem? © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais abaixo e aqui.
DITOS
& DESDITOS: [...] Sentia-se
realmente desligada do mundo, e de tudo a que a inimiga ainda dava importância,
e a que ela já dera muita também. Repudiava agora aquilo a que antes dava
valor. Dessa vida que ardera e já passara, não via mais senão as cinzas, que
restavam do fulgor, e que se estendiam diante dela, sem nenhum traçado,
submergindo o que fora seu universo. Mas via, pela janela, que o dia estava
claro e bonito... [...]. Trecho extraído da obra Chama e cinzas (José Olympio, 1947), da escritora Carolina Nabuco (1890-1981), retratando
a posição da mulher burguesa dos anos 1950, os valores e os tabus que
orientavam o lugar social da mulher e a nova voz feminina que parece emergir
desse contexto. Em outra obra sua, Meu
livro de cozinha (Nova Fronteira, 2002), ela expressa que:
[...] Aos cinco anos começou a
deliciosa aventura de estudar com minha mãe. Ganhei uma carteira de colegial
para meu tamanho, mas em cujo banco cabíamos as duas. Lembro-me (como se fosse
hoje) da emoção que me assaltou no dia em que, tendo mais ou menos aprendido o
alfabeto, eu descobri subitamente como se fazia a fusão das letras e exclamei
exultante: – Ah! É assim? Então eu sei ler! Eu tinha verdadeira avidez de
aprender tudo o que me quisessem ensinar. Minha mãe familiarizou-me cedo com o
francês, que era para ela uma segunda língua materna. Abriu-se com isso, para
mim, o acesso à delícia dos livros da condessa de Ségur, hoje quase todos
traduzidos, mas que naquele tempo só existiam nas edições de capa de percalina
vermelha da série da Bibliothèque Rose. As lições de mamãe corroboravam minha
ansiedade em entender as histórias do livro, que eu manuseava com delícia
antecipada aplicando-me em adivinhar o sentido [...].
SE OS
TUBARÕES FOSSEM HOMENS - Se
os tubarões fossem homens, eles fariam construir resistentes caixas do mar,
para os peixes pequenos com todos os tipos de alimentos dentro, tanto vegetais,
quanto animais. Eles cuidariam para que as caixas tivessem água sempre renovada
e adotariam todas as providências sanitárias, cabíveis se por exemplo um
peixinho ferisse a barbatana, imediatamente ele faria uma atadura a fim que não
morressem antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem tristonhos, eles
dariam cá e lá uma festa aquática, pois os peixes alegres tem gosto melhor que
os tristonhos. Naturalmente também haveria escolas nas grandes caixas, nessas
aulas os peixinhos aprenderiam como nadar para a guela dos tubarões. Eles
aprenderiam, por exemplo a usar a geografia, a fim de encontrar os grandes
tubarões, deitados preguiçosamente por aí. aula principal seria naturalmente a
formação moral dos peixinhos. Eles seriam ensinados de que o ato mais grandioso
e mais belo é o sacrifício alegre de um peixinho, e que todos eles deveriam
acreditar nos tubarões, sobretudo quando esses dizem que velam pelo belo futuro
dos peixinhos. Se encucaria nos peixinhos que esse futuro só estaria garantido
se aprendessem a obediência. Antes de tudo os peixinhos deveriam guardar-se
antes de qualquer inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista e
denunciaria imediatamente aos tubarões se qualquer deles manifestasse essas
inclinações. Se os tubarões fossem homens, eles naturalmente fariam guerra
entre si a fim de conquistar caixas de peixes e peixinhos estrangeiros. As
guerras seriam conduzidas pelos seus próprios peixinhos. Eles ensinariam os
peixinhos que entre eles os peixinhos de outros tubarões existem gigantescas
diferenças, eles anunciariam que os peixinhos são reconhecidamente mudos e
calam nas mais diferentes línguas, sendo assim impossível que entendam um ao
outro. Cada peixinho que na guerra matasse alguns peixinhos inimigos Da outra
língua silenciosos, seria condecorado com uma pequena ordem das algas e
receberia o título de herói. Se os tubarões fossem homens, haveria entre eles
naturalmente também uma arte, havia belos quadros, nos quais os dentes dos
tubarões seriam pintados em vistosas cores e suas guelas seriam representadas
como inocentes parques de recreio, nos quais se poderia brincar magnificamente.
Os teatros do fundo do mar mostrariam como os valorosos peixinhos nadam
entusiasmados para as guelas dos tubarões. A música seria tão bela, tão bela
que os peixinhos sob seus acordes, a orquestra na frente entrariam em massa
para as guelas dos tubarões sonhadores e possuídos pelos mais agradáveis
pensamentos. Também haveria uma religião ali. Se os tubarões fossem homens, ela
ensinaria essa religião e só na barriga dos tubarões é que começaria
verdadeiramente a vida. Ademais, se os tubarões fossem homens, também acabaria
a igualdade que hoje existe entre os peixinhos, alguns deles obteriam cargos e
seriam postos acima dos outros. Os que fossem um pouquinho maiores poderiam
inclusive comer os menores, isso só seria agradável aos tubarões pois eles
mesmos obteriam assim mais constantemente maiores bocados para devorar e os
peixinhos maiores que deteriam os cargos valeriam pela ordem entre os peixinhos
para que estes chegassem a ser, professores, oficiais, engenheiro da construção
de caixas e assim por diante. Curto e grosso, só então haveria civilização no
mar, se os tubarões fossem homens. Extraído da obra Se os tubarões fossem
homens (Olho de Vidro, 2018), do dramaturgo,
encenador e poeta alemão Bertolt
Brecht (1898-1956),
reunindo fábulas modernas com pitadas de ironia e irreverência sobre a
organização social do mundo, os valores éticos e as relações de poder. Para
ele, pensar é um dos maiores prazeres do bicho-homem. Veja mais aqui.
CARTAS DE AMOR & OUTRAS HISTÓRIAS
Curtindo o álbum Cartas
de amor e outras histórias (Independente-Tratore, 2019), do duo formado pela
violinista Ana de Oliveira e o compositor,
violonista e multi-instrumentista Sérgio
Ferraz, com composições de Egberto Gismonti e do Sérgio Ferraz.
&
ETERNAMENTE
Só mesmo o tempo / Pode revelar o lado oculto das paixões / O que se foi
/ E o que não passará / Inesquecíveis sensações / Que sempre vão ficar / Pra
nos fazer lembrar / Dos sonhos, beijos / Tantos momentos bons / Só mesmo o
tempo / Vai poder provar / A eternidade das canções / A nossa música está no ar
/ Emocionando os corações / Pois tudo que é amor / Parece com você / Pense,
lembre / Nunca vou te esquecer / Vou ter sempre você comigo / Nosso amor eu
canto e cantarei / Você é tudo que eu amei na vida / Nunca vou te esquecer.
Eternamente, uma parceria musical de Liliane, Sergio
Natureza e o inesquecível Tunai
(1950-2020). Veja mais aqui.
A ARTE DE OSAMU OBI
A arte
do artista visual japonês Osamu Obi.
Veja mais aqui.
A ARTE PERNAMBUCANA
A premiada química Nathália
Lima, doutora em Química pela Universidade Federal de Pernambuco (2015),
que atua na área de Química Teórica/Computacional e Química
Inorgânica Experimental, com ênfase em compostos de coordenação e em complexos
de ligação de hidrogênio, com publicações independentes em revistas de
circulação internacional e laureada, em 2018), com o prêmio "Para Mulheres na Ciência (For Women in
Science)" concedido pela L'Oréal, UNESCO e Academia Brasileira de
Ciências.
&
O livro Maconha (EDM, 1947 ), do escritor,
teatrólogo e jornalista Silvino Lopes
(1982-1951) aqui.
A pintura
de Gabriel Petribú aqui.
O Dicionário Poético Militante (NEP/MMM, 2018), do poeta e jornalista
Marcelo Mário de Melo aqui.
Lendas,
crendices e abusões: alegoria e história em O Cara de Fogo, de Jayme Griz, em artigo de Ivson Bruno da Silva
aqui.
A a música do cantor e compositor Lucas Kallango aqui.
A arte de Airô Barros aqui.
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