AH, MINHA BELLA – Ah, Bella dos meus sonhos de Vitebsk, a sua atração arrebatadora imanta o meu coração enamorado,
para livrá-lo das garras da solidão. Sua enaltecida beleza me faz amante eterno
e desendinheirado, sujeito às panes de paixão avassaladora. Pouco importa,
Bella minha, ficarmos presos no fogaréu da primeira guerra. Há de nos
levar a fuga das flores de bétulas pelos horrores de décadas, enquanto a chuva
de pétalas e a poeira de ventos, me faz levitar ao seu lado esvoaçante de
êxtase sobre as cidades e mundos. Ah, minha amada Bella, usurpamos a lei da gravidade com nossos
ósculos e amplexos por devaneios flutuantes e com todo ressoar de um conjunto
de cordas e teclas, por cores, paisagens, luzes e sons, de um
raio de Sol que salta de nossa amorosa e onírica viagem sideral. Ah, minha musa
inebriante dos olhos fogosos e insinuantes que me faz cativo servo do seu
esplendor. O seu riso generoso me provoca a virilidade pela sedução da boca
gulosa pros beijos no calor dos seus lábios afogueados. Quanta maravilha nos
seus seios dadivosos e deles saltam o espetáculo dos meus louvores, para que os
tenha em minhas mãos travessas, a explorar sua escultural concessão, lânguida e
indulgente, ao meu furtivo toque deslizante e prolongado desfrute da delicada
textura de sua pele macia e os adoráveis contornos de sua beleza vigorosa. É entre
as suas pernas longilíneas e o Monte de Vênus aquecido, que o passeio se
revela, revirando-se, contorcendo-se, minando e jazendo indefesa para ser
devorada por meu amor ardente no seu orgasmo mais que desejado. Ah, minha Via
Láctea, o seu revide e destreza levam-me ao zênite e me fazem mergulhar em suas
mãos dóceis e acariciantes, a distribuir constelações de afeto, até que eu me
veja mais que multiplicado a me esfregar no seu corpo convulsionado, um rio
caudaloso sem margens para todos os meus naufrágios entre nuvens e cometas,
astros e estrelas, e nos tornamos passaramantes celestiais lavados de prazer. Ah,
Bella mil vezes bela do meu amor, sou a espera ansiada pelo encontro inflamado do
deleite, sou o hálito de sua boca sedenta no êxtase da volúpia, sou seus olhos
enlevados e apaixonantes repletos de quereres; sou sua carne madura às minhas
mãos erradias, sua língua serpenteante a exaltar o meu sexo, enquanto minha epiderme
é tomada pelo alisado dos seus aveludados dedos; sou seu sexo úmido escaldante
pelo contato da minha força bruta penetrante, enquanto apalpo suas ancas de
égua no cio, cavalgando pela trilha da infinitude universal; sou, enfim, mais
vivo que antes envolvido por seus braços e pernas, no seu extasiante desmaio
prazeroso na minha posse exaltada, a nos estender por conversas e confissões,
entregas e celebrações, no abraço fervoroso de nossa mútua gratidão, eclipsados
pelo amor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo
e aqui.
DITOS & DESDITOS:
[...] Os colégios
estão de portas abertas. Tanto se ensina, nessas casas de profunda sabedoria,
que se estabelece tamanha confusão no espírito do estudante que este o que
aprende numa hora desaprende num segundo. Assim mesmo, ingressam nos cursos
superiores para mais tarde saírem bacharéis, médicos, engenheiros. [...].
Trecho extraído da obra Maconha (EDM, 1947 ), do escritor, teatrólogo e jornalista Silvino Lopes (1982-1951),
DOIS POEMAS DE GRAÇA QUINTÃO
I - Eu lhe
asseguro: / Mesmo com solo árido / Mesmo com adubo escasso / Mesmo com água
rara / Sem poda ou carinho / A flor insiste. II – Enfim / Tomei posse / De mim.
Poemas
da premiada poeta e gestora cultural Graça
Quintão, autora do livro Tratado de cor (Anomelivro, 2012).
&
POEMAS NO CAFÉ DE VANESSA FERREIRA
DESCANSO: Um breve instante / um beijo / e
naquele momento / é só o que interessa. Suas mãos nas minhas / e a visão da
cidade... / Ainda é deserto no meu interior / mesmo tento achado um oásis. /
Ainda há sequidão na maresia, / e há paz. / Busca em sua íris / por um breve
momento / de frescor. / Sou feliz... / adio a viagem / me deixo repousar.
Poema da
poeta, professora e blogueira Vanessa
Ferreira. Veja mais aqui.
A ARTE
DE JU CHOOO
Vivo rodeada de diversas mulheres que me inspiram muito. Corajosas,
fortes e resilientes.
A arte
da ilustradora e artista visual Ju Chooo. Veja mais aqui.
A OBRA DE MARC CHAGALL
Quando estou com Bella, eu não ando, eu voo.
A arte do pintor, ceramista e gravurista surrealista judeu
russo-francês, Marc Chagall (1887-1985)
aqui & aqui.
&
BELLA ROSENFELD
Quando você vislumbrou seus
olhos, eles estavam tão azuis quanto se tivessem caído do céu. Eles eram olhos estranhos ... longos,
amendoados ... e cada um parecia navegar sozinho, como um barquinho.
A arte da escritora
bielorrussa Bella Rosenfeld Chagall (1895 – 1944), musa de Marc Chagall & autora de
diversas obras, entre elas, a publicada em 1946, o seu livro The Burning
Lights. A história dos dois foi reproduzida no drama Chagall
– Malevich (2014), dirigido por Alexander Mitta, baseada em eventos reais e recriando
o mundo de Marc Chagall e o seu mito dentro do gênero de uma balada folclórica,
com projeção dramatizada de sua criatividade e uma parte de sua vida com Bella
Rosenfeld, entrelaçando fatos e fantasias.