segunda-feira, dezembro 16, 2024

ÉVELYNE TROUILLOT, ANA MARIA MACHADO, JAQUELINE GOES DE JESUS & COSMOVISÕES DE AMOR

 

 Imagem: Zineblog TTTTT - Acervo ArtLAM. Veja mais abaixo & aqui.

Ao som dos álbuns This Land (2024), Love at Last (2023), Reflections: Scott Joplin Reconsidered (2022), Florence Price Piano Discoveries (2020), For Love of You (2019), Holes in the Sky (2019), For Lenny (2018), America Again (2016) e Exiles' Cafe (2013), da pianista e ativista cultural estadunidense Lara Downes.

 

Monólogo de não sei quantas vírgulas... - Olhei para trás e vi o futuro: aonde cheguei uma nova partida. Fiz o que tinha de ser feito, missão cumprida - muito embora ainda me assalte a insatisfação. Por conta própria percorro o quadrado de Sator: estou sempre em curso, em processo pela alquimia do verso na magia poética, a prestar atenção na esotérica natureza experimentando a clarividência e zis sentidos pra tudo. Voo em frente, paro e olho pros lados: mudo de lugar na disforia pela sedução das sereias e de não sei quantos ilusionistas – o vício e a virtude foram embalados no mesmo saco, não há mais como distingui-los ou separá-los, contaminou-se o sangue na abundância dos do contra. Mudo de lugar e me pego morrendo de vergonha o tempo todo: é difícil encarar o reino dos predadores, não consigo conter a indignação, muito menos ao constatar a face fria no espetáculo da agonia de presas manipuladas pelo controle geral. Outro passo pela coleção de incertezas só levou a me deparar com a abundância da dor e nenhuma decência: pioramos o pior, o retrato falado do fim. É tudo tão depressa: o efêmero revoga o definitivo, ainda bem. Ninguém entende e tira proveito disso: todos querem segurança a ponto de esborrar estupidez insuportável beirando o perigo, muitos precedentes para que tudo esteja envenenado pela matança indiscriminada, festivais de escândalos e supérfluos, o entretenimento geral e o que é tão devastador. Decerto, uma confusão na cabeça e o estômago embrulhado pela náusea do mau gosto ornado com uivos selvagens de salves e aleluias. Para escapar alguns tombos pelos catabís, coisas da vida: a buscar onde eu possa me sentir em casa, com a sensação medonha de que, apesar da boa vontade, só piorei as coisas e talvez precisasse reaver o perdido que não sinto falta por conta do patético esquecimento ou mesmo negado, quem sabe um reencontro, sabe-se lá. Não parei por aí, todas as direções e o voo na escolha, a da vez do acerto ou que terei de voltar de novo. É sempre assim e até mais ver.

 

Dalton Trevisan: Os dois degraus da varanda — "Fui justo", repete, "fui justo" —, com mão firme gira a chave. Abre a porta, pisa na carta e, sentando-se na poltrona, lê o jornal em voz alta para não ouvir os gritos do silêncio... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

Linda Woolverton: Anime-se, criança. Vai dar tudo certo no final. Você verá... Veja mais aqui & aqui.

Stephenie Meyer: É importante para mim ser livre e sei que estou agindo por mim mesma. Eu faço as coisas porque eu quero, e isso é importante. Você quer ser sua própria pessoa... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

UMA CHUVA DE ESTRELAS

Imagem: Acervo ArtLAM. Veja mais aqui.

I - Em que idioma devo falar com você? \ quando as palavras sob nossos lençóis \ sopre na minha barriga \ a vida me fez guardar rancor \ derramando café em minhas lembranças \ não revelando onde a lua encontra sua água \ Quando as crianças choram \ e não vai parar \ uma após a outra as palavras secam \ na palma da minha mão \ não me deixando batizar a escuridão \ Acredite em mim \ Não sei o que você é: \ Um umbigo que perdeu a corda no meio de um livro de poesia? \ Uma flor de hibisco com um olho doentio? \ Um pássaro com as asas presas nas costas? \ Fiquei surpreso com você \ Eu não sabia quem você era \ Hoje sua boca está virada para cima \ Este grito, mais alto que sua dor.

II - Em que idioma devo falar com você? \ quando a oração se ajoelha diante da pobreza \ e nossas filhas empinam pipas \ pela catedral \ cansados de lavar suas bolinhas de gude \ na sacristia \ Acredite em mim \ Eu não sei seu nome \ quando um mendigo de dez anos \ despe sua fome sob a estátua de Santa Ana \ cada grão de arroz deixa uma cicatriz em nossa pele.

III - O vento faz uma pausa para nos embriagar \ nós carregamos isso nas costas \ nosso caminho é acidentado \ Em que idioma devo falar com você? \ quando o sol perde o seu caminho \ Acredite em mim \ Não me lembro do que mais me dói \ Fico na ponta dos pés para coletar estrelas \ que vira para nunca mais se levantar \ O amor perdeu o seu nome \ os continentes não permanecem estáveis \ um dia selvagem, nos encontraremos \ sem que eu saiba quem você é.

Poema da escritora haitiana Évelyne Trouillot.

 

LEITURA –[...] Como ler - essa é uma grande questão que vamos encontrando a toda hora nesse mergulho pelos livros essenciais. Ler criticamente é uma das respostas. Significa que não se lê para concordar servilmente em atitude reverente, mas também não se lê para discordar e refutar num eterno desafio. [...] Os tempos modernos surgem justamente com esse questionamento sobre o real e o imaginário, essa desconfiança em relação a certezas que vinham sendo aceitas como verdades e que o espírito humano começava a desafiar [...] Uma parte de mim também não se sente nada à vontade diante dessas escolhas tradicionais. Mas não posso mudar o que já passou. E não creio que a forma de mudar o que ainda vem por aí seja ignorando o que se construiu antes. [...]. Trechos extraídos da obra Como e por que ler os clássicos universais desde cedo (Objetiva, 2002), da escritora, jornalista, pintora e professora Ana Maria Machado, que questiona: Por que tantos autores homens? Tantos brancos? Tantos europeus? Por que sempre esses? Por que não fazer outra lista, um cânone alternativo? Por exemplo, uma lista que só admitisse mulheres, não brancas ou autores não europeus... Afinal, esses nunca têm uma chance de serem conhecidos... A primeira é que não conheço o suficiente para propor esses nomes. A segunda é um princípio ético básico: não fazer aos outros o que não gostaria que me fizessem. E sei que me sentiria roubada de algo fundamental se não tivesse lido Homero, Cervantes, Shakespare. Não sei quem se poderia propor para o lugar deles, não consigo me imaginar sem Ulisses, Dom Quixote, Hamelet. Se não quero essa pobreza para mim, não vou me meter a fazer experimentações com os jovens... Veja mais aqui & aqui.

 

LUTA & SOFRIMENTO - Não vejo outra saída! O que dói mais, afinal? Ou fingir que não a sente? Existem pessoas que conseguem te fazer sentir melhor apenas com um toque, um olhar, uma palavra ou um sorriso... Sabemos que muitos são os obstáculos para alcançar este patamar e comigo, mulher negra, não foi diferente. Todas as barreiras que enfrentei foram vencidas com muito sofrimento e eu sou uma pessoa que não romantiza o sofrimento... Não podemos comunicar resultados científicos só entre pares... Me tornar um modelo para novas gerações é provar que através das oportunidades, o talento e a inteligência podem alcançar e gerar frutos positivos para uma nação... Pensamento da biomédica, pesquisadora e doutora em patologia humana Jaqueline Goes de Jesus, que coordenou a equipe de pesquisadores que sequenciou o genoma do Sars-Cov-2 em 48 horas, após o primeiro caso de Covid-19 no Brasil e fez parte da equipe liderada por pesquisadores ingleses que sequenciou o genoma do vírus Zika, razão pela qual tornou-se a primeira mulher negra e nordestina a ganhar tamanha projeção internacional no mundo das Ciências.

 

COSMOVISÕES DE AMOR

Cosmovisões de Amor - 44 autores indígenas compartilham as Cosmovisões de seus Povos como uma contribuição fundamental para este novo tempo. Veja mais aqui & aqui.

 

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segunda-feira, dezembro 09, 2024

SVETLANA ALEXIJEVICH, JANE HIRSHFIELD, MAYIM BIALIK & ASCENSO DE VILMAR!

 

 Imagem: Acervo ArtLAM. Veja mais aqui.

Ao som dos álbuns Labyrinth (2023), Solo (2022), Henry III (2021), Henry II (2018), Henry (2016) & Moncaup (2015), da premiada saxofonista & compositora alemã Nicole Johänntgen.

 

Viver de tudo qualquer punhado bom que seja... - Por via de dúvidas: a vida não disfarça – depende só tamanho de compreensão. Doidices digo a esmo: careço de saber das coisas que não tem nome apenas – e aprendi de ás, bês, mais cês, atés zês. E nunca quis medir perdas e colheitas: tudo era mais hoje, muito mais amanhãs. Já vim de lá, volto mais não. A vida dá voltas, quem duvida. O que escrevo tem o sangue dos meus nascidos e mortos: sei porque culpado me cobram no tanto da extorsão; e se me devem reduzem a nada de impune, foi pra conta do Criador. E sentia com o que se podia ter feito no voejo das cinzas pernoitando a solidão, de prontidão pras surpresas no pontual dos instantes e esbarrando no festival de desatinos e desesperos. E era mais do que se evitava e convivia, não disputava hora vã. Havia quem tolerasse e muitos em olvidar, mesmo assim não esmoreci diante dos que destilavam peçonhas, nem dos que se afiavam ou se raspavam quem quisesse de si apenas faca, com os lambuzados de gosto, praxe de misérias, de teres e usares regurgitando delírios, sufocando desdéns - a cada um seu tento e primazia, cada qual sua paga e prêmio. Apenas seguia. A morte está em toda parte. O silêncio fala dos mortos: só quem deu baixa escapou. Não estivesse o mundo tão estragado de coisas afins e assins, pela avareza de fomes e sedes, até o tanto da comoção de quantos vazios, noves e nadas, poderia ser outro. E tudo se resolveria não se sabe como, varando de após em depois no maior enganchado, quisera fosse um jogo de soma não zero. Tomara e sou grato pela fineza da atenção, porque vou torando tantas léguas por prazos e avessos, carregando os pesos da vida e o que não durou pelos nãos, senões e talvezes, a cismar pelos meus quês e teréns espalhados e trazidos de nascença: a vida sopra e vai levando a gente. Até mais ver.

 

Edna O'Brien: O amor... é como a natureza, mas ao contrário; primeiro ele frutifica, depois floresce, depois parece murchar, depois vai fundo, bem fundo em sua toca, onde ninguém o vê, onde se perde de vista e, por fim, as pessoas morrem com esse segredo enterrado em suas almas... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

Marina Tsvetaeva: Asas são liberdade somente quando estão bem abertas em voo. Nas costas de alguém, elas são um peso pesado... Veja mais aqui.

Sophie Kinsella: Olhe para o seu coração e vá atrás do que você realmente quer... Veja mais aqui.

 

DOIS POEMAS

Imagem: Poemagens - Acervo ArtLAM. Veja mais aqui.

PARA O QUE NOS UNE - Há nomes para o que nos une: \ forças fortes, forças fracas. \ Olhe ao redor, você pode vê-los: \ a pele que se forma em um copo meio vazio, \ pregos enferrujando os lugares que se juntam, \ As articulações se encaixavam em seu próprio peso. \ A maneira como as coisas permanecem tão solidamente \ Onde quer que tenham sido estabelecidos – \ E a gravidade, dizem os cientistas, é fraca. \ E veja como a carne cresce de volta \ através de uma ferida, com uma grande veemência, \ Mais forte \ do que a superfície simples e não testada antes. \ Há um nome para ele em cavalos, \ quando ele voltar mais escuro e levantado: carne orgulhosa, \ como toda a carne, \ Orgulha-se de suas feridas, as usa \ como honras dadas após a batalha, \ Pequenos triunfos presos ao peito - \ E quando duas pessoas se amaram \ Veja como é como um \ cicatriz entre seus corpos, \ mais forte, mais escuro e orgulhoso; \ Como o cordão preto faz deles um único tecido \ que nada pode rasgar ou consertar.

TODAS AS HORAS E MINUTOS DIFÍCEIS - Todas as horas e minutos difíceis \ são como ameixas salgadas em um pote. \ Enrugado, transforma-se abruptamente em si mesmos, \ eles murmuram algo da cor de tubarão para o copo. \ Assim, a calamidade se volta para a calma. \ Primeiro o frasco segura o umeboshi, então o arroz faz.

Poemas da poeta, ensaísta e tradutora estadunidense Jane Hirshfield. Veja mais aqui.

 

VOZES DA GUERRA – […] O medo é mais humano do que a coragem, você está com medo e sente muito, pelo menos por si mesmo, mas força o medo de volta ao seu subconsciente. [...] A vida era cheia de aventuras: aprendi o cheiro do perigo – agora tenho um sexto sentido para isso. Estamos com saudades disso, alguns de nós; é chamada de ‘síndrome afegã’[...]. Trechos extraídos da obra Zinky Boys: Soviet Voices from the Afghanistan War (Unabridged. 2016), da escritora e jornalista bielorrussa Svetlana Alexijevich (Svetlana Aleksandrovna Aleksiévitch), prêmio Nobel de Literatura de 2015, também autora do livro Voices from Chernobyl: The Oral History of a Nuclear Disaster (‎Picador, 2006), no qual expressa: […] A morte é a coisa mais justa do mundo. Ninguém nunca saiu dessa. A terra leva a todos - os gentis, os cruéis, os pecadores. Fora isso, não há justiça na terra. [...]. No seu livro Secondhand Time: The Last of the Soviets (Random House, 2017), ela expressa que: […] Ninguém nos ensinou como ser livres. Só nos ensinaram como morrer pela liberdade. [...]. E no seu livro The Unwomanly Face of War: An Oral History of Women in World War (Random House, 2017), ela expressa que : […] A guerra das mulheres tem as suas próprias cores, os seus próprios cheiros, a sua própria iluminação e a sua própria gama de sentimentos. Suas próprias palavras. Não existem heróis e feitos incríveis, existem simplesmente pessoas ocupadas fazendo coisas desumanamente humanas [...].

 

SABEDORIA & SENSO COMUM - Quando você está acostumado a rejeitar a sabedoria convencional, isso o deixa aberto para aprender mais… Vamos reservar o julgamento para as pessoas que batem em seus filhos, vendem suas filhas para a prostituição ou negam às mulheres o direito de tomar decisões sobre seus corpos e suas vidas... Pensamento da atriz, escritora e neurocientista estadunidense Mayim Bialik, autora de obras tais como: Mayim's Vegan Table: More than 100 Great-Tasting and Healthy Recipes from My Family to Yours (Da Capo Lifelong, 2014) e Beyond the Sling: A Real-Life Guide to Raising Confident, Loving Children the Attachment Parenting Way (2012). Veja mais aqui & aqui.

 

ASCENSO FERREIRA

[...] Um livro para professores da educação básica, porém, feito sob medida para todos os leitores interessados na vida e obra do poeta e folclorista Ascenso Ferreira [...] São orientações didáticas e metodológicas que visam a realização de projetos escolares sobre a vida e a obra de Ascenso Ferreira, organizadas conforme as habilidades do currículo e a necessidade de se vivenciar as memórias e histórias da cultura local de maneira efetiva e significativa. [...]

Trechos extraídos da obra Ascenso Ferreira para professores: história, literatura e pesquisa escolar (CriaArt, 2024), do poeta e professor Vilmar Carvalho. Veja mais aqui, aqui & aqui

 

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segunda-feira, dezembro 02, 2024

KARIMA ZIALI, ANA JAKA, AMIN MAALOUF & JOÃO PERNAMBUCO

 

Poemagem – Acervo ArtLAM. Veja mais abaixo & aqui.

Ao som de Sonho de magia (1930), do compositor João Pernambuco (1883-1947), na interpretação da violonista, educadora e autora britânica Rosie Bennet. Veja mais abaixo.

 

Um dia noutro qualquer... - A vida vinha pela janela e apenas. Não fossem os pássaros eu morreria em silêncio. O mundo girava e sequer saía do lugar de espera, tudo havia feito e o recorrente choque aversivo nas recepções. Vôte! A esperança titânica servia como risada à morte e continuo sorrindo sob o fogo, o que sei: daqui os melhores se foram e não voltaram, nunca voltarão! Vejo-me uma arvore e me autoconheço, desdobro a reaprender o mundo e a vida, vulnerável às surpresas e pelo desconto hiperbólico, o cotidiano às reviravoltas, o paradoxo do enforcamento inesperado, incógnitas frívolas, lógicas refutáveis, vieses e impulsividade. E por que deu errado? Estamos em guerra desde sempre, sem mitigação. O feitiço funcionava como um veneno, o interdito no semáforo: a religião será sempre um engodo, que não ouçam os decaídos e sonolentos. Esquecia a armadura indestrutível, vulnerável com a ciência de que sou o meu próprio monstro, a criatura repulsiva, um reles sujeito comum, a face irreconhecível. Poderia até saber algo de alguma coisa, nada valeria. Acredito que um dia as coisas ainda saiam bem, mesmo que seja apenas uma fumaça escapando pelas sinistras chaminés. Sentia-me Prometeu aprisionado a um rochedo no Cáucaso repassando amargas lembranças e a odienta ave, com sua língua de gárgula bovina, devorava meu fígado. Ah, meu martírio. Ela até me fez uma declaração de amor e vi que era cega. Diante da ilusão do indulto dei a cara à tapa na pantera! Sobre a cidade o pássaro abriu as asas... Com o passar dos dias estendi a mão e a memória se fez parte de mim... E era tudo que tinha de meu: os olhos incertos, o coração na mão, a vontade esfarrapada. Até mais ver.

 

Zlata Filipović: Infelizmente, percebi que não podemos apagar completamente todo o mal do mundo, mas podemos mudar a maneira como lidamos com ele, podemos superá-lo e permanecer fortes e fiéis a nós mesmos... Veja mais aqui.

Alyson Noël: A única coisa que uma pessoa pode realmente fazer é seguir em frente. Dê esse grande salto para a frente sem hesitação, sem olhar para trás. Simplesmente esqueça o passado e fuja em direção ao futuro... Veja mais aqui, aqui & aqui.

Morgan Llywelyn: A poesia flui através de mim, mas se origina na fonte da criação que é a fonte de todos nós... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

TRÊS POEMAS

Poemagem – Acervo ArtLAM. Veja mais aqui.

I - Dizem que há vida atrás da estação \ mas este expresso esqueceu seu coração \ Eu continuo perseguindo as batidas da sua voz \ porque a última coisa que ouvi foi seu adeus \ os castanheiros se perguntam quando ele voltará \ Eles estão ansiosos para ver você dançar \ e eu digo a eles que talvez \ Claudia e Costello encontraram sua liberdade.

DEIXE O VERÃO - Saia do último ou penúltimo banheiro \ com o sol atrás das árvores \ piscando e as ondulações da água \ nas costas e vencer uma corrida \ contra o frio com a pele tudo colorido.

BORBOLETA DA NOITE - Adoro a carícia de suas asas. \ Você mede, galho resignado, e o segundo, muito louco \ Você queima quando derrete em meus braços. \ Delicado milagre de bronze e veludo, \ Não há nada mais doloroso do que se queimar.

Poemas da escrtitora basca Ana Jaka García, autora de obras Mero amor / Línea discontinua (Everest, 2009), Ez zen diruagatik (Elkar, 2014), Marimutila naiz eta zer? (Elkar, 2016), Loaren inbasio isila (Elkar, 2016), Ixon (Elkar, 2017) e Mujeres y niñas (Balas trazadoras, 2017).

 

ORAÇÃO SEM DEUS - […] Fechou os olhos por um segundo, esboçou uma careta estática que deformou seu rosto. Deixou-se levar no tempo, respirou fundo com um suspiro suave escapou por sua boca. A festa de ontem, a eterna repetição de todas as festas. Como era habitual neste tipo de comemoração, rações até o vazio. O álcool deixou-o tonto, conversas aqui e ali, como se cada rosto foi o verdadeiro destino de seus discursos diletantes […] o mundo vinha até ele com seus paradoxos absurdos. [...]. Trechos extraídos da obra Una oracion sin dios (Esdrujula, 2023), da escritora e filósofa marroquina Karima Ziali, que assim se expressa sobre a atualidade: A Europa aceita diversidade desde que não cause problemas... Quando o medo entra, não somos capazes de enfrentar tudo isso que nos é dado como um bloqueio: tradição, religião, identidade, e você fica sem saber o que fazer. A liberdade é o que permite que você o decomponha, destrua e reconstrua; é o que permite que você entre nesses assuntos sem sentir que está transgredindo algo, mas que é sua obrigação moral como indivíduo...

 

O NAUFRÁGIO DA CIVILIZAÇÃO - [...] Quando já não podemos exercer as nossas prerrogativas como cidadãos sem nos referirmos às nossas filiações étnicas ou religiosas, é porque toda a nação embarcou no caminho da barbárie. [...] O pior para um perdedor não é a derrota em si, é a ideia da síndrome do eterno perdedor. Acabamos odiando toda a humanidade e nos destruindo. [...] Muitas vezes, quando um país trai os seus valores, também trai os seus interesses.[...] Preservamos piedosamente a lenda segundo a qual a transmissão ocorre “verticalmente”, de uma geração para outra, dentro de famílias, clãs, nações e comunidades de crentes; enquanto a transmissão real é cada vez mais “horizontal”, entre contemporâneos, quer se conheçam ou não, quer se amem ou se odeiem. [...] A tragédia, para os europeus, é que, no mundo cruel que é o nosso, se desistirmos de nos tornarmos uma potência muscular, acabaremos sendo empurrados, maltratados e mantidos como reféns. Você não se torna um árbitro respeitado, você se torna uma vítima em potencial e um futuro refém. [...]. Trechos extraídos da obra Le naufrage des civilisations (Hachette, 2020), do escritor libanês Amin Maalouf. Veja mais aqui.

 

A ARTE MUSICAL DE JOÃO PERNAMBUCO

[...] Ele fazia pequenos serviços na feira da Torre, junto da fábrica, para ganhar alguns trocados que usou para comprar um violão usado. Ele ia de bonde até o pátio de São Pedro e o mercado de São José para ver os violeiros, foi dessa maneira inusitada que João aprendeu tudo com seus mestres nas ruas, sem saber ler partitura ou cifras. E foi assim que estabeleceu e definiu a linguagem do violão brasileiro, sendo o primeiro brasileiro a compor música para exclusivamente para violão. [...].

Trecho extraído da obra Raízes e Frutos da Arte de João Pernambuco: Uma infinita viagem (IAPJP, 2023), do pesquisador carioca José Leal (José de Souza Leal - 1946-2023), também autor do livro João Pernambuco, arte de um povo (Funarte, 1983), tratando sobre a vida e obra do compositor, músico e violonista João Pernambuco (João Teixeira Guimarães – 1993-1947). Veja mais aqui & aqui.

&

FLIARP

 

OFERECIMENTO: MJ PRODUÇÕES ARTÍSTICAS & AMIGOS DA BIBLIOTECA

Apresentam:

Dareladas – Centenário de Darel Valença Lins na Fliarp, dia 05/12, às 19h, na Biblioteca Fenelon Barreto. Veja mais aqui.

Tem mais:

Livros Infantis Brincarte do Nitolino aqui.

Diário TTTTT aqui.

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ÉVELYNE TROUILLOT, ANA MARIA MACHADO, JAQUELINE GOES DE JESUS & COSMOVISÕES DE AMOR

    Imagem: Zineblog TTTTT - Acervo ArtLAM . Veja mais abaixo & aqui . Ao som dos álbuns This Land (2024), Love at Last (2023), Ref...