DITOS & DESDITOS: [...] Enquanto o sujeito Negro se transforma em
inimigo intrusivo, o branco torna-se a vítima compassiva, ou seja, o opressor
torna-se oprimido e o oprimido, o tirano [...] No mundo conceitual branco, o sujeito Negro
é identificado como o objeto ‘ruim’, incorporando os aspectos que a sociedade
branca tem reprimido e transformando em tabu, isto é, agressividade e
sexualidade. Por conseguinte, acabamos por coincidir com a ameaça, o perigo, o
violento, o excitante e também o sujo, mas desejável – permitindo à branquitude
olhar para si como moralmente ideal, decente, civilizada e majestosamente
generosa, em controle total e livre da inquietude que sua história causa [...].
Trechos de The mask, extraído de Plantation memories: episodes of everyday
racism (Unrast Verlag, 2010), da escritora, psicóloga
e artista interdisciplinar portuguesa Grada Kilomba, tratando
sobre o exame da memória, trauma, gênero, racismo e pós-colonialismo, ao
realizar atividades multidisciplinares que utilizam escrita, leitura encenada
dos seus textos, instalações de vídeo e performance, nomeado por ela de Performing Knowledge. Ela também é
autora de obras como Secrets to Tell (EDP, 2017) e The Most Beautiful
Language (EGEAC, 2018).
OUTROS DITOS
Quando digo que a
consciência é uma ilusão, não quero dizer que ela não exista. Quero dizer que a
consciência não é o que aparenta ser. Se ela parece ser um fluxo contínuo de
experiências ricas e detalhadas, acontecendo uma após a outra a uma pessoa
consciente, isso é ilusão...
Pensamento da
psicóloga, radialista e escritora britânica Susan Blackmore (Susan Jane
Blackmore), autora dos livros Zen and the Art of Consciousness (2009), Consciousness:
A Very Short Introduction(2005), Susan Blackmore, Conversations on
Consciousness: What the Best Minds Think about the Brain, Free Will, and What
It Means to Be Human (2005) e The Meme Machine (1999).
O LIVRO DOS
ABRAÇOS, DE GALEANO
[...] Havia um homem velho e solitário que
passava a maior parte do tempo na cama. Havia rumores de que ele tinha um
tesouro escondido em sua casa. Um dia, alguns ladrões invadiram, revistaram em
todos os lugares e encontraram um baú no porão. Eles saíram com ele e quando o
abriram, descobriram que estava cheio de cartas. Eram as cartas de amor que o
velho tinha recebido ao longo de sua longa vida. Os ladrões iam queimar as
cartas, mas conversaram e finalmente decidiram devolvê-las. Um por um. - Uma
por semana. Desde então, todas as segundas-feiras ao meio-dia, o velho estaria
esperando que o carteiro aparecesse. Assim que o viu, ele começaria a correr e
o carteiro, que sabia tudo sobre isso, segurava a carta pronta em sua mão. E
até mesmo St. Pedro podia ouvir o bater daquele coração, enlouquecido de
alegria ao receber uma mensagem de uma mulher. [...]
Trecho extraído da obra O livro dos
abraços (L&PM, 2005), do jornalista e escritor uruguaio Eduardo
Galeano (1940-2015). Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
MEU NOME É
MEMÓRIA, DE ANN
BRASHARES
[...] Ame quem você ama enquanto os tem. É tudo o que você pode fazer. Deixe-os
ir quando for preciso. Se você sabe amar, nunca ficará sem. [...] O amor exige tudo, dizem, mas o meu amor exige
apenas isto: que não importa o que aconteça ou quanto tempo leve, você mantenha
a fé em mim, lembre-se de quem somos e nunca sinta desespero. [...] você
se lembra do que está perdido e esquece o que está bem na sua frente. [...].
Trechos extraídos da obra My Name Is Memory (Riverhead
Hardcover, 2010), da escritora estadunidense Ann Brashares, autora dos livros Forever
in Blue: The Fourth Summer of the Sisterhood (2007), Girls in Pants: The
Third Summer of the Sisterhood (2007) e The Sisterhood of the Traveling
Pants (2001), entre outros. Veja mais aqui, aqui & aqui.
DESTAQUE: [...] Nada
disso tira o fato de que enxergo o extraordinário dentro de você, algo
acobertado por sua beleza exterior e que poucas pessoas, hoje em dia, têm o dom
de desvendar. Isso talvez seja coisa de escritor, desses metidos a poeta, como
eu, que enxergam tudo dentro de rimas. [...] Trecho de Realidade clandestina, da escritora, advogada e professora G. P. Silva Rumin, autora dos livros Kátharsis, com poesias de celebração ao amor próprio e empoderamento humano, e a
narrativa ficcional June (2015). Ela
também edita o blog GPensadora. Veja mais aqui.
























