DUAS OU MAIS SOLIDÕES - Estou só com a festa dos pássaros nos
amanheceres. Entre entardeceres, sou entre roncos de motores, gente apressada e
rumores inauditos pelas esquinas. Comigo anoiteceres longínquos de espera. Ouço
Ernesto Sábato: Estamos próximos, mas estamos a uma distância incomensurável, estamos
próximos, mas estamos sós. Viver consiste em construir memórias futuras. Horas
a fio, entre o cansaço e a insônia, me refaço e estou sempre pronto para viver.
TRÊS HUMILHAÇÕES POR DIA - Desapontamentos recheiam o dia nestes
tempos de duplo flagelo. Para a pandemia, o isolamento e dor solidária; mas,
para a babel coisonária é tudo muito vergonhoso. Nunca pensei que entre a minha
gente houvesse tantos alheios desalmados. É tudo muito escatológico, talvez um OVNI
apareça rasgando os céus em nosso socorro, quando na verdade é nossa a responsabilidade
de levar a bom termo os destinos da humanidade. Bem disse Milton Santos para minha maior consternação: A má índole associada a falta de educação leva ao racismo, ao
preconceito e até a marginalidade. A força da alienação vem dessa fragilidade
dos indivíduos, quando apenas conseguem identificar o que os separa e não o que
os une. Quem dera braços abertos e solidários numa só canção, mas não. Até
amanhã. © Luiz Alberto Machado. Direitos
reservados. Veja mais abaixo e aqui.


PHIOCLES DE ABDALLES
[...] Diz a lenda que esse povo descende de Abdalles,
filho do deus Sol, e Phiocles, a primeira mulher. Phiocles tem a reputação de
ter sido concebida quando um raio de sol atingiu uma serpente e de ter sido
criada por uma raposa depois que a serpente morreu. Phiocles também manteve relações
com os irmãos de Abdalles [...]. Os
costumes matrimoniais dos Abdalles dão grande importância ao Ab-Soc-Cor, o
padrinho do noivo. No dia anterior ao casamento, ele visita a noiva; ao
anoitecer, fecha-se com ela numa sala escura, onde lhe ensina os deveres
físicos e sexuais de uma esposa e se assegura de que ela ainda é virgem. Ao amanhecer,
ele vai até o noive, saudando-o com estas palavras: “A criança está dormindo”.
O noivo responde: “Vamos acordá-la”. Somente então partem para o templo onde se
realiza a cerimonia de casamento propriamente dita. [...].
PHIOCLES DE ABDALLES - Trecho da lenda extraída da obra Lamekis, ou les voyages extraordinaires d’um
egyptien dans la terre intérieure avec la découverte de l’isle de Silphides,
enrichi notes curieuses (Haia, 1735), de Charles Fieux de Mouhy, recolhida
do Dicionário de lugares imaginários
(Companhia das Letras, 2003), de Alberto Manguel e Gianni Guadalupi. Veja mais
aqui.
SAMWAAD RUA DO ENCONTRO
Introduzimos gestos e danças de outras culturas no método “cidadão
dançante”, pois essas diferentes qualidades de movimento conduzem o aprendiz a
outras lógicas e formas de raciocínio. O ser humano possui os mesmos padrões de
movimento, seja a qual parte do globo pertença. Entretanto, desenvolveu modos muitos
diferentes de dançar, mais uma prova de que, ao consolidar os padrões motores
da espécie, o homem consegue também criar a diferenciação cultural.
SAMWAAD RUA DO ENCONTRO - Espetáculo
de dança Samwaad - Rua do Encontro (Sesc-SP,
2004), concebido e dirigido pelo coreógrafo e educador do corpo, Ivaldo Bertazzo, com elenco constituído
por 55 jovens de 7 ONGs de São Paulo, a maioria jovens com menos de vinte anos
de idade que, durante os 8 meses de ensaios, os aspirantes passaram por
consultas médicas e odontológicas e tiveram aulas de linguística, percussão e
origami. Dele recolhemos Ivaldo Bertazzo:
Arte também é educação (Comunicação & Educação, 2006) e Ivaldo Bertazzo: Além do movimento (UEP-Júlio de
Mesquita Filho, 2014), de Mariama Silva Gouvêa Barreto. Veja mais aqui.
PERNAMBUCULTURARTES
Minha história com a dança começou desde muito menina. Seguindo essa
vocação, me formei bailarina, mais tarde produtora, e nunca quis fazer outra
coisa. Fundei o Aria Espaço de Dança e Arte em 1991, que funcionou
comercialmente por 13 anos, em Jaboatão dos Guararapes, como escola de dança e
importante galeria. No entanto, sempre sonhei com um espaço que integrasse as
artes, a dança, a música, pinturas etc., ( durante 10 anos com Galeria de
Arte). Assim, comecei desenvolvendo ações pontuais e voluntárias na área de
dança e canto coral. Em 2004, fundamos a Oscip, nascendo assim o Aria Social,
que já atendia, voluntariamente, quase 100 crianças e jovens. Foi necessária
uma grande reforma em nosso espaço físico, pois, no ano seguinte, já dobramos
este atendimento, que veio num crescente até atingirmos os 450 educandos que
mantemos hoje, a partir dos cinco anos atuando na dança, iniciação musical,
canto coral, aulas de português e matemática.
A arte da bailarina, produtora, curadora e empresária Cecília Brennand, fundadora da
produtora Sopro do Zéfiro e do Ária Espaço de Dança e Arte, além de criar o
projeto social, Casa de Maria, que reúne mães de crianças que participam do Ária
Social.
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Casa-grande e senzala (Livros do Brasil, 1957), do sociólogo Gilberto
Freyre (1900-1987) aqui.
Orquestra Armorial & Quinteto
Armorial aqui.
A obra
da pintora, escultora e desenhista Maria Carmen (Maria Carmen de Queirós
Bastos – 1935-2014) aqui.
Eles Voltam, de Marcelo Lordello aqui.
Aminta, da
escritora Célia Labanca aqui.
Eu-poesias
em vias, de Adriano Sales
aqui.
Toada de peito aqui.
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