DIÁRIO DE QUARENTENA – UMA: COISAS QUE ACONTECEM, O CORAÇÃO SENTE...
- O que guardei por muito tempo, já nem lembro. O que era para ser feito,
fiz. Não tenho mais aquelas tarde nem noites que possam valer alguma coisa,
nenhum remorso ou regozijo, apenas existo. Tenho apenas de Stravinski o que ficou: Se
tudo fosse permitido, eu me sentiria perdido num abismo de liberdade. E o
melhor quando ele cantou a pedra: Para
criar deve existir uma força dinâmica, e que força é mais potente que o amor? O
silêncio vai salvar-me de estar errado (e de ser idiota), mas que também irá
privar-me da possibilidade de estar certo. Melhor ainda: o silêncio é
revelador, seja como for.
DUAS: O JEITO MAIS É A DISTÂNCIA – Longe o afeto, asas
fechadas e um riso mascarado. Outros tempos estes de conter a emoção, os nós da
racionalidade cada vez mais insistente. Não há como prever o amanhã, muito menos
o que fazer para quem menino esqueceu crescer. Foi Escher quem levantou a lebre: O que eu crio na luz do dia é apenas um por
cento do que eu vi na escuridão. Meu trabalho é um jogo, um jogo muito sério. Eu
não cresço. Dentro de mim está a criança da minha infância. Tomara jamais
precise uma esperança a menos das tantas que me fiz.
TRÊS: CONTANDO O TEMPO EM MIM - É difícil cada vez mais atravessar os dias,
eu me refaço a todo instante, até sou feliz como posso. Sou outro mesmo com a
certidão de que tudo piora e vou incólume, por enquanto, escapando da lâmina
afiada das circunstâncias. Reinvento a mim mesmo e sei que chegará a hora, vou
digerindo as impossibilidades. Ao ouvido a reflexão de Thomas Kuhn: O significado
das crises consiste exatamente no fato de que indicam que é chegada a ocasião
para renovar os instrumentos. Sim, deve haver outra forma melhor para
sobreviver. Até amanhã. © Luiz Alberto
Machado. Direitos reservados. Veja mais abaixo e aqui.

A FESTA PERNAMBUCANA DE BACO
Bebamos, companheiros, / Bebamos, companheiros, / O suco da uva, O vinho verdadeiro.
Bebamos, companheiros, / Bebamos, companheiros, / O suco da uva, O vinho verdadeiro.
[...] Depois da festividade de Nossa Senhora dos
Prazeres, celebrada na dominga de pascoela, na sua linda igreja dos montes
Guararapes, erguida em memoria dos dois grandes feitos de armas ali feridos em
1648 e 1649, contra o batavo invasor, seguia-se uma série de festas até o
domingo imediato e no qual tinha lugar a festa do deus Baco. Para o lugar
denominado Batalha, onde passa o riacho Jordão, cujas águas são vermelhas do
sangue que ali correra – num combate travado em uma das batalhas dos
Guararapes, como reza a tradição popular -, afluía pela manhã imensa multidão e
guardadas as solenidades das festas pagãs, tinha lugar o batismo de Baco nas
águas do Jordão. Terminado o ato, dispunha-se toda gente em ordem de marcha
para os Prazeres, formando pelotões, conduzindo cada individuo um galho de árvore,
e no fim, vinha Baco, com uma coroa de folhas na cabeça, montado sobre uma pipa
que, disposta em forma de charola, era conduzida nos ombros dos circunstantes,
revezadamente. Baco trazia uma garrafa com vinho na mão direita e um copo na
esquerda, de cujo liquido vinha fazendo libações, e a representação do seu
papel, na solenidade, cabia privativamente ao juiz da festa, anualmente eleito
pelos foliões. Desfilava então o préstito, entoando um cântico tirado por uns
tantos e respondido em coro por toda a gente cujos versos tinham por estribilho
[...] Essa usança, que vinha aliás de
longínquas eras, não podia continuar a ser tolerada em um pais católico;
compenetrada dos seus deveres, por fim, as autoridades eclesiásticas reclamaram
dos poderes públicos a sua interferência, no intuito de obstar a continuação de
semelhante prática. Houve tentativas pacificas, mas infrutíferas, até que em
1869 expediu o governo uma numerosa força de infantaria e cavalaria, que obstou
a execução da tradicional festividade e desde então nunca mais se tentou a sua
celebração. [...].
A FESTA PERNAMBUCANA DE BACO - Trechos extraídos da obra Folclore pernambucano (Imprensa
Nacional, 1908), do historiador, jornalista e advogado Francisco Augusto
Pereira da Costa (1851-1923). No Dicionário
do folclore brasileiro (Global, 2001), do historiador, antropólogo,
advogado e jornalista Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), está
registrado que: [...] Realizava-se há
muito tempo na província de Pernambuco uma festa dedicada ao deus do vinho, com
procissão, banquete, cânticos, etc., reminiscência da grande dionisíaca, que
ocorria no mês de elafebolion (março) na Grécia e depois em Roma, durante o
outono. A festa de Baco terminou em 1869 e era ligada à celebração da páscoa.
[...]. Veja mais aqui, aqui, aqui e aqui.
A ARTE DE MAYA PLISETSKAYA
A arte da bailarina, coreógrafa, atriz e diretora de ballet russa Maya Plisetskaya (1925-2015), prima ballerina assoluta do Teatro Bolshoi. Veja mais aqui.
A arte da bailarina, coreógrafa, atriz e diretora de ballet russa Maya Plisetskaya (1925-2015), prima ballerina assoluta do Teatro Bolshoi. Veja mais aqui.
PERNAMBUCULTURARTES
O artista precisa do reconhecimento do seu povo, porque ele vive disso. É muito importante o trabalho que vimos desenvolvendo esse tempo todo, fazendo a cidade dançar, fazendo com que a cidade reconheça seus valores artísticos mais profundos, e estamos hoje sendo coroados por este valor. Esse reconhecimento vem abrir portas, consolida nosso trabalho, e nos posiciona como um legítimo representante da cidade do Recife. Isso nos inventiva e dá mais vontade de lutar, de continuar a levar nossa cultura e nossa arte para a sociedade.
O artista precisa do reconhecimento do seu povo, porque ele vive disso. É muito importante o trabalho que vimos desenvolvendo esse tempo todo, fazendo a cidade dançar, fazendo com que a cidade reconheça seus valores artísticos mais profundos, e estamos hoje sendo coroados por este valor. Esse reconhecimento vem abrir portas, consolida nosso trabalho, e nos posiciona como um legítimo representante da cidade do Recife. Isso nos inventiva e dá mais vontade de lutar, de continuar a levar nossa cultura e nossa arte para a sociedade.
A arte
do Balé Popular do Recife, um Patrimônio Cultural
Imaterial do Recife, criado em 1977, há mais de 40 anos e com linguagem própria
denominada Brasílica, metodologia implantada pelo fundador e diretor André
Madureira.
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Tetralogia
Primeira – Terminologia, Quartzo e Temporal: lapsos -, de Gentil Porto Filho
aqui.
A obra
da a filósofa, pintora, poeta e historiadora Rita Joana de Souza aqui.
A música
de Spok Frevo aqui.
A arte
do pintor Elmar
Castelo Branco aqui.
O
documentário O migrante, direção de Beto Novaes, Francisco Alves e
Cleisson Vidal aqui.
Teatro
nosso de cada dia, de Fernando Peltier (1948-2014)
aqui.
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