

SOLDADOS DO ARAGUAIA
A gente ficou vendo fantasma.
Eu pensei em dar um tiro na cabeça.
Eu que fui treinado para ser um herói, para defender a pátria em nome do
Exército Brasileiro, hoje em dia sou rejeitado pelo Exército, por aqueles que
foram meus amigos e hoje em dia tudo me negaram e viraram as costas pra mim.
Então, não interessa mais viver. Eu pensei em dar um tiro na cabeça porque o
mesmo revólver que eu usava na guerrilha, eu tinha ainda.
Minha cabeça estourou três vezes com bomba. Saiu sangue do nariz, saiu
sangue da boca, do ouvido, me deu mancha de sangue nos olhos.
SOLDADOS DO ARAGUAIA - Trechos dos depoimentos de soldados enviados
para a missão no sul do Pará pelo Exército Brasileiro no começo da década de
1970, recolhidos do documentário Soldados do Araguaia (2017), dirigido por Belisario Franca, que conta
a história de soldados de baixa patente enviados para o interior da selva
amazônica com a missão de exterminar a guerrilha do Araguaia, de resistência à
ditadura militar no Brasil dos anos 1970. As Forças Armadas recrutaram 60
jovens da região sem informá-los nada sobre a missão que seriam obrigados a
cumprir e, segundo os oito depoentes do documentário, o que eles viveram foi
pior do que o inferno. Quarenta anos depois do fim da guerra, eles descrevem pela
primeira vez a sua versão dos fatos em frente às câmeras. Veja mais aqui, aqui
& aqui.
A ARTE DE BERNHARD LEITNER
O vento agora desempenha um papel importante, criando
novos sons de fundo. Um dia, cheguei lá para verificar e pensei: 'O que está
acontecendo? Eu posso ouvir de longe. O volume não está definido corretamente'.
Mas não! Os pássaros vivem no bambu e podem captar sons. Eles captaram meus
sons agudos - que eu chamo de 'espaço picante' - e eles meio que os tocaram. Eu
tinha os sons de formigamento que compus, cercados pelo espaço de formigamento
criado pelos pássaros. Foi uma experiência maravilhosa que tive com um dos meus
trabalhos na natureza Eu posso ouvir com meu joelho melhor do que com minhas
panturrilhas.
BERNHARD LEITNER - A arte do escultor, arquiteto visionário e artista
austríaco contemporâneo Bernhard Leitner, pioneiro da forma de arte geralmente chamada de
"instalação sonora", introduzindo o som no espaço de instalação, com
esculturas que são objetos do espaço sonoro e resultado de processos de
desenvolvimento longos e complexos. Em esboços e pastas de trabalho precisos,
ele primeiro aborda as qualidades arquitetônicas esculturais do som na teoria. Os
seus trabalhos lidam com a experiência áudio-física de espaços e objetos que
são determinados em forma e conteúdo por movimentos do som, tendo como foco a
relação entre as estruturas construídas do som e o corpo humano, escala variando
de pequenos objetos aplicados diretamente ao corpo a espaços arquitetônicos em
grande escala. Veja mais aqui.
PERNAMBUCULTURARTES
Esse é um trabalho braçal, muitas vezes desgastante, sobretudo pelas
matérias-primas com que trabalho. Não há hora para começar ou terminar, mas
apesar de tudo, tenho grande prazer porque estou sempre aprendendo. Até hoje, a
finalização de um trabalho é sempre muito empolgante.
A arte
do escultor, entalhador e artesão Jaime
Nicola de Oliveira, o mestre Nicola.
&
A música
do violoncelista Antônio Meneses aqui.
Assuntos pernambucanos, do jornalista, advogado, escritor,
historiador e ensaísta Barbosa Lima Sobrinho (1897-2000) aqui.
Linha
d’água, do poeta Jaci
Bezerra aqui.
A obra da escritora e professora Luzilá Gonçalves Ferreira aqui.
A arte da artista plástica e ilustradora Valéria Rey
Soto aqui.
&
Socorro
do trem de Bonito aqui.