quinta-feira, março 07, 2013

EDNA O’BRIEN, MICHÈLE LAMMONT, COVENTRY PATMORE, ANNE CONWAY & PENEDO

 

BOA NOITE PENEDO, ÀS MARGENS DO SÃO FRANCISCO - Aqui estou, Velho Chico, o sol nos olhos de janeiro e a rua espia a calma das pessoas no seu lar. Aqui estou, menino grande e que o telefone saiba que eu existo neste quarteirão de mundo, a esperar que a cerveja anime uma emoção que valha o filme da televisão, a esperar que o cinzeiro não esborre a quietude de bulir no coração. Aqui estou, Velho Chico, e o Sol, meus companheiros nesse crepúsculo tão maravilhoso. Julgava saber tudo até presenciar escunas burilando meu sangue e eu pudesse dizer ao mundo o quanto é lindo poder viver aqui, neste lugar, nesse recanto de mundo, nessa margem do tempo. A quinta-feira já se despede dizendo ao mundo que a vida prossegue amanhã. E amanhã de manhã estarás aí, Velho Chico, e o Sol nos saudará para que incautos nos possam ver tão mágicos quanto lúcidos na vida. E se o Sol morre agora lá na serra, ele nasce noutra pradaria. E nós, na escuridão da noite, nos despedimos como se fosse a última vez. Pois é, Velho Chico, tua serenidade me seduz pro amor, acaso possa eu ser capaz de tal iniciação na minha teimosia de viver. Se eu sei, quem saberá? Pra quê saber das coisas, dos seres, das gias mais confusas dos pedantes?  Na verdade eu sequer sei, como também não sabes, nem o vórtice da ciência, nem o douto julgador. Pois é, meu velho amigo, dessas horas diminutas, tão miúdas, tão presentes, nem sequer sabemos da poesia tão pobre, tão pura, mera versificação duma louca vontade de dizer até o fim o que a própria deidade mais profana poderia dizer. Dizer do quê? Pra quê dizer? A boca fala do que está cheio o coração em possessão de segundos minutos horas e eu digo que há dias meses anos décadas séculos, quanta sede, quanta explosão de sentimentos tão vulneráveis, tão superficiais, tão fingidos do que deveras sente, a quem é só coração numa noite já sem crepúsculo já sem Sol sem noite sem nada, verdadeira catarse do próprio José sem ter para onde ir não chegou a lugar nenhum. Ah, que eu nem sei nem ousaria saber! Salve nós molambos cegos retraços soltos sujos nojentos bagaços trapos inermes e a infinitude imensa do glutão que abocanharia até plutão! Oh! não! Ah! Só a ti, Velho Chico, a minha segunda catarse. Agora sexta-feira mais íngreme que qualquer outra, mais lúcida que a overdose da criação no estigma do trejeito poético e no anátema das cinzas, a quem o ser não é mais que reduzido a pó, barro que é alma, alma que é sonho, sonho que é nada, nada é o que me faz dizer asneiras loucas próximas do sábio doido que não existe e é infante sem saber de si, sem saber do longe, sem saber do perto, sem saber de ontem ou anteontem, sem saber amanhã de manhã! Que calendário mais hostil prá quem não sabe da desvairada transcendência do triz do cis do pró do pré do pós do mú de escorpião do leirão e da pedra de mó do dó da canção meu sermão sem refrão sem praia sem raiz pra laia mais luzente no sol poente de Alagoas as loas as coisas boas do Pernambuco lavor tão louco do kabuki do trabuco que o homem do canavial carrega nas faces queimadas da safra e espinafra o suor insone de quem pende o outro lado da corda da banda do Chico Buarque de Hollanda polindo o verniz pra gente fiéis mais descrentes da fé mais desvalida do que me diga de Fridda ou de Florbela Espanca ou da mais singular carranca de Caruaru. Já estou nu, Velho Chico, nem mesmo rei mais despido no cós no vestido partido no meio o veio que dá para o mar sabe da sua nudez. Não há mais cabeça pra imaginar o possível no mais contrário factível de se encontrar. Há e por haver imaginação ou loucura teor maior da emanação desvão tresloucado do lado do não. Meu velho amigo Chico, estou na rua alma nua transparente, o que dizer se mente, se ela só sabe lembrar o que dói ou o que alegra, refrega dum labirinto, brinco da loucura e a voz mais pura solfeja o que é amar. Boa noite, Penedo, vou pra Maceió onde o vento canta ao meu ouvido em dó menor. Vou para Maceió descer para Recife e se o que eu disse foi despudor, maior o calor de sentir a emoção do verdadeiro amor. © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - O fato de um diploma universitário continuar sendo o melhor preditor de alto status ocupacional sugere que os limites que essa população constrói entre si e os outros são particularmente significativos. Esses limites provavelmente serão mais permanentes, menos transponíveis e menos resistentes do que os limites que existem entre grupos étnicos, por exemplo. Eles também têm maior probabilidade de sobreviver em vários contextos, ou seja, de serem transferidos da comunidade para o local de trabalho e vice-versa. Vemos novamente, portanto, a importância de estudar de forma sistemática as fronteiras produzidas por pessoas com nível superior... Pensamento da socióloga canadense Michèle Lammont. Veja mais aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Eu digo, vida e figura são atributos distintos de uma substância, e como um e o mesmo corpo pode ser transmutado em todos os tipos de figuras; e como a figura mais perfeita compreende o que é mais imperfeito; assim um e o mesmo corpo pode ser transmutado de um grau de vida para outro mais perfeito, que sempre compreende em si o inferior... Pensamento da filósofa inglesa Anne Conway (1631-1679). Veja mais aqui.

 

MENINA DOS OLHOS VERDES – [...] Todos nós deixamos uns aos outros. Nós morremos, mudamos - é principalmente mudança - superamos nossos melhores amigos; mas mesmo que eu os deixe, terei transmitido a vocês algo de mim mesmo; você será uma pessoa diferente por me conhecer; é inevitável... [...]. Trecho extraído da obra Girl with Green Eyes (Órion, 2007), da escritora irlandesa Edna O’Brien, que em outra de suas obras, Country Girl: A Memoir (Back Bay Books, 2013), expressa: [...] Livros em todos os lugares. Nas prateleiras e no pequeno espaço acima das fileiras de livros e ao longo do chão e embaixo das cadeiras, livros que li, livros que não li. [...]. Veja mais aqui e aqui.

 

EROS - Brilhante através do vale galopa o riacho; / Sobre o firmamento viaja a nuvem; / Tocado pelo zéfiro, dança o harebell; / Cuco está sentado em algum lugar, cantando tão alto; / Duas criancinhas, vendo e ouvindo, / De mãos dadas vagam, gritam, riem e cantam: / Veja, em seus seios, selvagem com a maravilha, / O amor, como o açafrão, chegou antes da primavera. / Rapazes e moças, nobres e ternos, / Anseiam uns pelos outros, a fé verdadeiramente luta, / Prometa estimar, confortar e honrar; / Voto que torna o dever um com o deleite. / Oh, mas a glória, encontrada em nenhuma história, / Radiância do Éden inextinguida pela Queda; / Poucos podem se lembrar, ninguém pode revelar, / Este é o primeiro amor, o primeiro amor de todos! Poema do poeta e crítico britânico Coventry Patmore (1823-1896). Veja mais aqui e aqui.

 



ABUSO SEXUAL – Para desenvolver trabalho acadêmico nessa temática é importante efetuar uma abordagem conceitual acerca do abuso sexual e da violência, tratar das causas e consequências do abuso sexual, transtorno, parafilias, crimes sexuais, legislação e combate à violência sexual, condutas listadas pela psiquiatria forense e o perfil do delinquente sexual, ações preventivas, educação e orientação sexual a partir do sexo e da sexualidade. Veja mais detalhes aqui.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
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ZAN, R P. Educação sexual. In: Sexualidade e saúde reprodutiva na adolescência. São Paulo: Atheneu, 2001
 

SONHOS LÚCIDOS – O livro Sonhos lúcidos em 30 dias: o programa do sono criativo (Ediouro, 1993), de Keith Harary e Pamela Weintraub, trata sobre o despertar para os sonhos, recordação, templo de sonhos, narrativa, à margem da consciência, o sonho lucido, a criação do sonho, alta lucidez, estados alterados de consciência, as aventuras de Gumby, mudança de clima, troca de papéis, sonho livre, consciência criativa, o terapeuta onírico, experiência extracorpórea, em direção à consciência superior, entre outros assuntos.

ANTROPOLOGIA – O livro Antropologia: uma introdução (Atlas, 2014), de Marina de Andrade Marconi e Zelia Maria Neves Presotto, trata sobre a conceituação, objeto de estudo e objetivo da antropologia, as divisões e campo, a antropologia física e cultural, os métodos, técnicas, antropologia aplicada, a cultura e sua classificação e componentes, estrutura da cultura, nível de participação, qualidades da culturas processos culturais, origens da humanidade, passado cultural do homem, família e sistema de parentesco, organização econômica e política, religião e magia, cultura material, personalidade, as artes, o indígena brasileiro, teoria da cultura, culturas negras no Brasil, linguagem e cultura em um contexto antropológico, línguas indígenas brasileiras, antropologia jurídica, entre outros assuntos. Veja mais aqui, aqui e aqui.

PSICOLOGIA ESCOLAR – O livro Questões de pesquisa e práticas em psicologia escolar (Casa do Psicólogo, 2006), organizado por Maria Cristina Rodrigues Azevedo Joly e Célia Vectore, aborda temas como metacognição e cloze na avaliação de dificuldades em leitura, produção auto-regulada de textos, escolarização inicial, fórmulas de intervenção nos domínios da compreensão em leitura e escrita no ensino superior, escala de estratégias metacognitivas de leitura, caracterização de uso por universitários, o papel do psicólogo escolar na prevenção de dificuldades socioemocionais do aluno com altas habilidades, desenvolvimento da criatividade no contexto escolar, integração das características personológicas e fatores ambientais, a construção dialética da adição e da subtração no jogo gamão, aprendizagem de conceitos estatísticos em estudantes de diferentes níveis de ensino, tecnologias da informação e comunicação na avaliação de desenho dos estudantes, pesquisa qualitativa e sua importância para a compreensão dos processos escolares, dialogando sobre o tempo livre com os participantes da pesquisa, concepções e práticas sobre formação em contexto na busca de uma educação de qualidade, alternativas para a avaliação de qualidade do atendimento na educação infantil, a pesquisa colaborativa autoscópica na formação de professores da educação infantil, tempo e lugar para brincar na contemporaneidade, entre outros assuntos. Veja mais aqui.
 


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