quinta-feira, janeiro 31, 2008

DALTON TREVISAN, GULLAR, RUBEM ALVES, MASLOW, BETTY TOMPKINS, TERCEIRA IDADE, FEMINISMO, DIREITO DO CONSUMIDOR & BIG SHIT BÔBRAS

 
A arte da artista plástica e visual estadunidense Betty Tompkins.

PENSAMENTO DO DIA – [...] Há muitas lições a serem tiradas do movimento das mulheres que nos ajudariam a criar estruturas, palnejar reuniões, fomentar discussões, tomar decisões de uma forma que atraíssem novas pessoas à atividade e que as mantivesse envolvidas de modo muito mais eficaz queno passado. [...] Foi a experiência do movimento de mulheres que nos tornou sensíveis a essas áreas de crescmento. Finalmente, o movimento de mulheres nos ensinou a nos unir, enquanto um movimento, sobre as questões mais importantes da atualidade, discutindo e respeitando as diferenças políticas de cada e em geral concordando quanto a nos diferenciar e seguir nossos próprios caminhos, sem pôr em risco o movimento. [...] poderiam existir alternativas reais, em cuja formação elas cerntamente irão colaborar. Trechos extraídos da obra Além dos fragmentos: o feminismo e a construção do socialismo (Brasiliense, 1981), de Sheila Rowbotham, Lynne Segal e Hilary Wainwright. Veja mais aqui.

URUBUS E SABIÁS - Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa , e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito. — Onde estão os documentos dos seus concursos? E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente... — Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem. E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás... MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve canto de sabiá. Extraído do livro Estórias de quem gosta de ensinar (Cortez, 1984), do psicanalista, educador, teólogo e escritor Rubem Alves (1933-2014). Veja mais aqui.

APELO - Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho. Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia. Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. Extraído da obra Mistérios de Curitiba (Record, 1979), do escritor Dalton Trevisan. Veja mais aqui.

NÃO HÁ VAGAS - O preço do feijão / não cabe no poema. O preço / do arroz / não cabe no poema. / Não cabem no poema o gás / a luz o telefone / a sonegação / do leite / da carne / do açúcar / do pão / O funcionário público / não cabe no poema / com seu salário de fome / sua vida fechada / em arquivos. / Como não cabe no poema / o operário / que esmerila seu dia de aço / e carvão / nas oficinas escuras / - porque o poema, senhores, / está fechado: / "não há vagas" / Só cabe no poema / o homem sem estômago / a mulher de nuvens / a fruta sem preço / O poema, senhores, / não fede / nem cheira. Extraído da obra Toda Poesia (1950-1980) – (Civlização Brasileira, 1983), do poeta, crítico de arte, tradutor e ensaísta maranhense Ferreira Gullar (1930 – 2016). Veja mais aqui.

A PSICOLOGIA HUMANISTA - – O psicólogo americano Abram Maslow (1908 – 1970) é considerado o pai espiritual da psicologia humanista e autor da proposta da Hierarquia das Necessidades para identificação de pessoas autorrealizadoras e psicologicamente saudáveis, voltado para compreender a capacidade de grandes realizações do individuo e estudando uma pequena amostragem de pessoas notáveis para determinar como se diferenciavam daquelas com saúde mental mediana ou mental. Decidiu dedicar-se ao desenvolvimento de uma psicologia que lidasse com os mais elevados ideais humanos, trabalhando para trabalhar a personalidade e mostrar que as pessoas eram capazes de comportamentos mais nobres do que ódio, preconceito e guerra. Tornou-se, por isso, herói do movimento da contracultura nos anos 1960. A sua trajetória foi influenciada pela psicanálise, antropologia social, psicologia da Gestalt e do trabalho de Kurt Goldstein, um neuropsiquiatra que enfatizou o fato de que o organismo é um todo unificado, que é afetado na sua totalidade pelo que acontece em qualquer uma de suas partes. HIERARQUIA DAS NECESSIDADES – As necessidades propostas por Maslow, na ordem de prioridade de satisfação, são as fisiológicas, de segurança, de pertinência e de amor, de estima e de autorrealização. Ele procurou identificar as características das pessoas com necessidade de autorrealização satisfeita e, assim, consideradas psicologicamente saudáveis. Em vista disso ele define a neurose e o desajustamento como doenças de carência, causadas pela privação de certas necessidades básicas. AUTORREALIZAÇÃO – Na visão de Maslow, cada individuo é dotado de propensão inata à autorrealização. Para o individuo sentir-se autorrealizado, primeiro é necessário satisfazer às necessidades mais inferiores na hierarquia inata e cada uma deve ser satisfeitas antes que a próxima se mostre. Conceitualmente a autorrealização é o desenvolvimento pleno das habilidades de um individuo e realização de seu potencial. Os indivíduos dotados da característica de autrrealização apresentam percepção objetiva da realidade, plena aceitação da própria natureza, compromisso e dedicação a algum tipo de trabalho, simplicidade e naturalidade de comportamento, necessidade de autonomia, privacidade e independência; experiência de pico ou místicas intensas, empatia e afeição pela humanidade e resistência ao conformismo; estrutura de caráter democrático, atitude de criatividade e alto grau do que Adler chamava de interesse social. O amor suficiente na infância e a satisfação das necessidades fisiológicas e de segurança nos primeiros dois anos de vida são os pré-requisitos para a autorrealização. Na sua teoria, a autorrealização significa experienciar de modo pleno, intenso e desinteressado, com plena concentração e total absorção, entendendo que atualizar é tornar verdadeiro, existir de fato e não em potencial, voltando-se para desenvolver a capacidade de melhores escolhas na vida. A auto-atualização é também um processo continuo de desenvolvimento das próprias potencialidades., dando um passo além no reconhecimento das próprias defesas e então trabalhar para abandoná-las. EXPERIÊNCIAS CULMINANTES – As experiências culminantes são momentos especialmente felizes e excitantes na vida de cada indivíduo, o que levou Maslow a considerar que são provocadas por intensos sentimentos de amor, exposição à arte e à musica, ou vivencia da beleza irresistível da natureza. As mais poderosas são relativamente raras e têm sido configuradas pelos poetas como momentos de êxtase, pelos religiosos como experiências profundas e místicas. Uma experiência culminante é um auge que pode durar poucos minutos ou algumas horas, mas raramente mais. A experiência platô representa uma maneira nova e mais profunda de encarar e vivenciar o mundo, envolvendo uma mudança fundamental na atitude, uma mudança que afeta todo o ponto de vista de alguém e cria uma nova apreciação e uma consciência intensificada do mundo. METAMOTIVAÇÃO – A metamotivação refere-se ao comportamento inspirado por valores e necessidades de crescimento, sendo a mais comum entre pessoas auto-atualizadoras que estão gratificadas em suas necessidades inferiores. As metanecessidades estão também num continuo em relação às necessidades básicas. A metapatologia refere-se à falta de valores, sentido ou realização na vida. Para isso ele desenvolve o conceito de Motivação de Deficiência e do Ser, concentando-se no comportamento que se orienta para satisfazer uma necessidade que foi privada ou frustrada. A cognição D vê os objetivos unicamente como preenchedores de necessidades, como meios para outros fins. A cognição S é mais acurada e efetiva porque é menos provável que a pessoa que percebe distorça suas percepções para harmonizá-las com as suas necessidades e desejos. EUPSIQUIA – A eupsiquia se refere a uma sociedade ideal, como alternativa para a utopia, que para ele parecia muito visionária e impraticável. Ele acreditava que uma sociedade ideal podia ser desenvolvida a partir da construção de uma comunidade de indivíduos psicologicamente estáveis e auto-atualizadores. Todos os membros da comunidade estariam engajados na busca do desenvolvimento pessoal e na realização em seu trabalho e em suas vidas pessoais. SINERGIA – A sinergia significa ação combinada ou comparação, ação cooperativa de elementos que resulta num efeito global maior do que todos os elementos tomados separadamente. A identificação com outros tende a promover uma alta sinergia individual e, para Maslow, está dentro do próprio individuo como unidade entre pensamento e ação. PSICOLOGIA TRANSPESSOAL – A psicologia transpessoal inclui o estudo da religião e da experiência religiosa. Sob o ponto de vista histórico, as conceoções de potencial humano máximo tem sido primordialmente expressas em termos religiosos, e a maioria dos psicólogos tem relutado em examinar com seiredade essas áreas em virtude de terem sido descritas de forma mística, dogmática ou não científica. Os psicólogos transpessoais estudaram empiricamente a meditação, os exercícios respiratórios da Ioga e outras disciplinas espirituais. DINÂMICA – Maslow aborda o crescimento psicológico em termos de satisfação bem sucedida de necessidades mais elevadas e satisfatórias. Salientou que a motivação é relativamente fraca, comparada às necessidades fisiológicas e de segurança, estima, enfim, o processo de auto-atualização pode ser limitado por influencias negativas de experiências passadas e de hábitos resultantes que nos mantem presos a comportamentos improdutivos; influencia social e pressão de grupo que muitas vezes operam contra nossa própria preferência e opinião; e defesas internas que nos mantem fora de contato conosco mesmo. Ele define o self como a essência interior da pessoa ou da natureza inerente – seus próprios gostos, valores e objetivos. a maior força de Maslow está em seu interesse pelas áreas do funcionamento humano que foram completamente ignorada pela maioria dos outros teóricos. Veja mais aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
ATKINSON, Richard; HILGARD, Ernest; ATKINSON, Rita; BEM, Daryl; HOEKSENA, Susan. Introdução à Psicologia. São Paulo: Cengage, 2011.
DAVIDOFF, Linda. Introdução à Psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da personalidade. São Paulo: Harbra, 2002.
GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd. Ciência psicológica: mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MORRIS, Charles; MAISTO, Alberto. Introdução à psicologia. São Paulo: Pretence Hall, 2004.
MYERS, David. Psicologia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. Historia da psicologia moderna.São Paulo: Cengage Learning, 2012.

DIREITO DO CONSUMIDOR – Uma importante obra para conhecimento dos direitos dos consumidores é o Manual de direito do consumidor, de Antonio Herman V. Benjamim, Claudia Lima Marques e Leonardo Roscoe Bessa, que aborda desde as noções introdutórias do direito do consumidor, suas origens, evolução, princípio tutelar e a massificação da produção e do consumo, a Lei 8078/90, o sistema e o campo de aplicação, a teoria da qualidade, fato e vício do produto e do serviço, oferta e publicidade, práticas abusivas, bancos de dados e cadastros de consumo, proteção contratual, sistema nacional de defesa do consumidor, direito penal do consumidor, ação coletiva, direitos difusos, as relações de consumo como bem jurídico penal, clausula abusiva, nulidade e modificação contratual, sanções penais e administrativas, qualidade das informações, direito ao acesso, danos morais e materiais, responsabilidade objetiva e solidária, práticas proibidas, a ameaça e proibições absolutas, a coação e o constrangimento físico ou moral, a publicidade antiambiental, a publicidade indutora de insegurança, a publicidade dirigida ao hipossuficiente, capacidade de enganar e erro real, publicidade enganosa comissiva, vícios redibitórios, a solidariedade de responsabilidade, alocação dos riscos de desenvolvimento, as alternativas do consumidor, a vida e a saúde com segurança, libe4rdade de escolha, transparência e boa-fé, proteção contratual, entre outros interessantes assuntos. REFERÊNCIA: BENJAMIM, Antonio; MARQUES, Claudia; BESSA, Leonardo. Manual de direito do consumidor. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2013. Veja mais aqui.

TERCEIRA IDADE & DIREITOS DO IDOSOCOGNIÇÃO E ENVELHECIMENTO – No livro Cognição e envelhecimento, organizado por Maria Alice de Mattos Pimenta Parente,  trata do processo adaptativo multifatorial, funções cognitivas não-linguisticas e sua repercussão, o processo de envelhecimento, funções linguísticas e sua repercussão no processo de envelhecimento, cognição nos transtornos, intervenção e apoio ao paciente com demência, pesquisa sobre envelhecimento cognitivo e outros importantes assuntos. GERONTODRAMA – O livro Gerontodrama, a velhice em cena: estudos clínicos e psicodramáticos sobre o envelhecimento e terceira idade, de Elisabeth Maria Sene Costa, aborda questões atinentes ao conceito etimológico e significado da palavra velho e similares, envelhecimento e seus conceitos cronológicos, fisiológicos e pessoal – aspectos biopsicossociais da velhice, gerontodrama, instrumentos, etapas, recursos psicodramáticos utilizados, teoria da espontaneidade, teoria sociométrica, expansividade emocional, teoria do papel, entre outros assuntos. ESTATUTO DO IDOSO – A Lei 10.741/2003 estabeleceu o Estatuto do Idoso, tendo por base direitos que devem ser garantidos para uma vida de mínima dignidade. Possui relevância por destacar o principio constitucional da isonomia, quando todos, não se distinguindo ninguém pela raça, cor, idade, religião ou opções e orientações que sejam, são iguais perante a lei e a vida, especificamente com relação ao idoso, a sua inclusão social, cultural, educacional e econômica, como atendimento do princípio da isonomia, do exercício da cidadania e da dignidade humana. Leva em consideração o previsto legalmente de que tanto a família, como também a sociedade e o Estado, possuem o mais claro dever de indistintamente amparar a pessoa idosa na garantia do direito à vida. Com base nisso, está inscrito legalmente de que os filhos maiores, o Poder Público, a família e a sociedade, devem garantir amparo, condições de vida apropriada, participação e integração na comunidade, acesso aos bens culturais, liberdade e autonomia. Tal situação deixa claro que o idoso não deve ser vitima de preconceito ou discriminação de qualquer natureza, tendo, portanto, constitucionalmente, assegurado o direito da dignidade humana e exercício da cidadania o que leva a ser respeitada a sua vontade e autonomia, tendo direito à saúde, educação, moradia, transporte, lazer, esporte e o acesso à justiça, enfim, além do fato de que o regime de separação obrigatória de bens para os maiores de 60 anos vem desde a imposição trazida no inciso II do art. 258 do anterior Código Civil, ou seja, desde 1916. E, neste sentido, o Código Civil de 2002, apesar da quase distancia secular entre o previsto no código anterior, mesmo assim, no inciso II do art. 1641 manteve a mesma indicação apenas acrescendo a obediência ao principio constitucional da isonomia, equiparando aos 60 anos as idades entre a mulher e o homem para a mesma obrigatoriedade de regime de separação de bens. Por esta limitação, teve ensejo debates que se apresentaram no sentido de que tal sanção impõe limite à autonomia da vontade baseada exclusivamente na idade, sendo, aos olhos de parcela satisfatória da doutrina, como sendo uma norma restritiva de direitos que, por consequência, fere o fundamento constitucional do exercício da cidadania e dignidade humana, presumindo, portanto, a inexistência de capacidade àqueles maiores de 60 anos de idade. Para o desenvolvimento de estudos sobre a temática, deve-se efetuar uma pesquisa na doutrina e jurisprudência, observando-se as fontes bibliográficas disponíveis, atendendo ao critério de pesquisa descritiva com base bibliográfica. Há necessidade, portanto, de se abordar a previsão constitucional, fundamentação conceitual e abordagem histórica acerca da dignidade humana e o exercício da cidadania, tratar por análise a questão acerca da política nacional no Brasil até a edição do Estatuto do Idoso e a observância dos direitos dos idosos frente o instituto da obrigatoriedade do regime legal, considerando as correntes doutrinárias e jurisprudenciais. Veja mais aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
ALCÂNTARA, Alexandre. O direito fundamental à velhice digna: limites e possibilidades de sua efetivação. Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=89758. Acesso 20 de jun 2014.
ALMEIDA, Néli Moraneli. A reinserção sócio-profissional do idoso no mundo tecnológico. Florianopolis: PPEP/UFSC, 2001.
ALVES, Simone. Envelhecer na sociedade contemporânea: lugar de direitos? Disponível em http://www.ufpel.edu.br/ifisp/ppgs/eics/dvd/documentos/gts_llleics/gt1/gt1simone.pdf. Acesso em 20 out 2013.
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CÍCERO, Marco Túlio. Saber envelhecer e a amizade. São Paulo: LP&M, 1997.
COSTA, Elisabeth. Gerontodrama, a velhice em cena: estudos clínicos e psicodramáticos sobre o envelhecimento e terceira idade. São Paulo: Ágora, 1998.
CUNHA, Berlinda Pereira. Aspectos da dignidade, função social e sustentabilidade: possibilidades nos direitos humanos, fundamentais. João Pessoa: CCJ/UFPB, 2006.
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DALLARI, Dalmo. Ser cidadão. São Paulo: Lua Nova,1984.
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GRANGÊ, Bruno de Souza; GAMA, Rodrigo Figueiredo. Inclusão social: cidadão org. Rio de Janeiro: Instituto Metodista Bennett, 2004.
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KERTZMAN, Ivan. Curso Prático de Direito Previdenciário. Salvador: Juspodivm, 2010.
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MARITÁIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei natural. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.
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VERAS, Ricardo Régis Oliveira Veras. Estudo sobre o Estatuto do Idoso. Fortaleza: UNIFOR, 2005.

BIG SHIT BÔBRAS: O CARNAVAL, A TERCEIRA EMBOANÇA - Arte: Derinha Rocha. - Entra Zé Peiúdo reclamando: - Gente, o sobrado é só monturo!? Vamos organizar essa zona! A partir de agora vamos definir as tarefas e atividades de cada um no sobrado. A líder escolhida foi a Vera, ela perdeu metade dos poderes, mas se mantém líder e com 10 pontos, enquanto os outros continuam com um zero redondo. E hoje ela vai indicar os 3 que vão para o primeiro paredão para ser metralhado com uma saraivada de bosta e expulso do recinto. Então vamos começar agora o sorteio da primeira atividade: quem será o baba-ovo da líder? Hum... vamos ver... vamos ver.... o sorteado foi... foi... foi! Zefa, a jumentuda doida-de-pedra! - Toma desgraçada, agora tu vai ter qui fazê tudo quela mandar, visse, endoidada? -, satirizou Doro. - Agora vamos sortear os 7 que irão cozinhar durante a semana, então, primeiro: Mamão, na segunda. O segundo: Rolivânio, na terça. Tonha, na quarta. Volange, na quinta. Bestinha, na sexta. Jurema, no sábado. E no domingo.... - Eu! - Eu quem? - Eu quero cozinhar no domingo -, gritou o Doro. - Nãoooooooo! -, gritaram todos. - Bem -, disse Zé Peiúdo -, no regulamento não consta que ninguém que se apresente seja negado, então no domingo será o Doro mesmo! - Agora que a gente vai pra casa da peste -, reclamou Magaiver. - A gente vai morrer tudo inturido! -, arrematou Zé-Corninho. Foi aí que Zé-Corninho achou de ficar brincando com um guenzo que apareceu. Espia só. Ele cascaviou um osso no lixo e ficou brincando com o cachorro. Como ele estava com aquela tanguinha mamãe-quero-ser-gay, todo penduricalho do abestado estava do lado de fora. Lá pras tantas dessa brincadeira: tchum!
Ah, o nhenhenhem do perdigueiro-fajuto na carne molezinha do apaideguado deu tempo. E queria largar? O negócio prossegue sem ninguém dar conta da gritaria do Zé-Corninho com o cachorro agarrado mordendo o seu pingulim.
- Agora – continuou Zé Peiúdo -, vamos escolher quem vai varrer a casa. Na segunda, vai ser: Marcialita! Na terça, Afredo Bocoió! Na quarta, Vera, a líder. Na quinta, Volange. Na sexta, Penisvaldo. No sábado, Prazeres-do-céu. E no domingo: Xica-doida.
- Lasquei-me -, reprovou Xica.
- Agora – prosseguiu Zé Peiúdo -, vamos sortear quem vai lavar o banheiro todos os dias da semana. Na segunda, Mamão. Na terça, Vaginalda. Na quarta, Quiba. Na quinta, Biritoaldo. Na sexta, Bestinha. No sábado, Afredo Bocoió. E no domingo, Zé-Bilôla.
- Fudi-me -, arrotou Zé-Bilola.
- E eu que mi estrupiei-me todo!? -, comparou Bestinha agitando o quelelê.
- Agora, vamos escolher quem vai lavar a louça...
A trabuzana prosseguia levando alvoroço. Mais tumulto, cada um anotando as suas obrigações diárias.
O furdunço ia se agigantando com sorteio das tarefas: quem ia lavar e passar roupa, quem indicado para fazer compra, quem vigiaria o recinto e, duas outras meio estranha: quem vai tomar no cu e quem vai ser o bôbo-da-corte. Bem, foi assim que a ripada deixou todo mundo cabreiro no maior quebra-pau. Um protesto de quase derrubar o prédio e encaçapar pro reino dos que não tem volta o apresentador. Como ninguém se entendia, acharam por bem sufocar a gritaria com um evento carnavalesco. Então, deu-se o sucedido. Para animar o sobrado, a Alagoinhanduba AMFM, resolveu patrocinar um evento para ver quem saía da linha e ia pro paredão. Foi que contratou a banda de Mane Preto pra fazer um assustado no recinto.



Imagem: Marcio Baraldi.

O Doro querendo agradar os adversários, distribuiu logo a sua criação etílica, a Teibei, aquela que não só matou o guarda como provocou a maior hagiomaquia entre os santos, arcanjos e anjos no céu.





Quando o som rolou, a frevança comeu no centro e deu-se o estrupício: todo mundo bebericou da mardita e o negócio virou maior zungú! Foi uma ripada da peste da travação virar geral a ponto da Prazeres-do-céu somente com um gole da carraspana, perder a vergonha e a calcinha, fazendo o maior streep tease provocativo.


Imagem: Foto recebida de uma leitora fã do blog por mail sem indicação de autoria.


Quem vai encarar? A coisa rolou assim. As que possuíam seu lençol esquentado foram logo se aprochegando aos seus manés e se mandaram pros cafofos. Sobraram: padre Bidião que ficou batendo uma bronha enquanto rezava suas orações; o Afredo porque ficou hipnotizado com a dança da beata; a Zefa que estava de buticão em cima do pra-te-vai do reverendo; a Xica Doida que estava intrigada do Biritoaldo porque ele se achegou na Jurema, mas ela se safou na bimba-de-mangueira do Mamão que não desgrudava o olho das partes pudendas da rezadeira nua e endemoninhada; a Volange porque estava reclamando que o Zé-Corninho estava de peia inchada pelas mordidas do vira-lata e não era de mais nada só ficando de queixo caído com a baba escorrendo pelo canto da boca com a sedução da religiosa; Quiba que tava invocada porque o Tolinho ficou brechando pela fechadura a trepada do Bestinha com a Vera; e a bagunçada toda findou ninguém sabe como.



Imagem: recolhida de mail recebido de leitora/fã sem indicação de autoria.


Uns se envultaram, outros desapareceram e uns tantos restaram zarolhos de bebaços. Resultado: como cu de bebo não tem dono, foi a maior caça às pregas dois dias depois de passada a ressaca e todos encontraram um recado no adro do sobrado:



Imagem: Recado circulando na rede sem indicação de autoria.


Foi aí quando o Zé Peiúdo anunciou a próxima tarefa: quem vai para o paredão? A votação começaria agora e o resultado será anunciado no próximo capítulo. Iéié!!!!


A arte da artista plástica e visual estadunidense Betty Tompkins.




Veja mais sobre:
Big Shit Bôbras aqui.
Todo dia é dia do idoso, Darcy Ribeiro, Annie Besant, Stephen Spender, Rita Cléos, Prosper Mérimée, Nicolaes Berchem, Alessandro Stradella, Paz Vega, Hanz Kovacq & Literatura Infantil aqui.

E mais:
Junichiro Tanizaki, Asha Bhosle, Sandra Werneck, Márcio Baraldi, Louis Jean Baptiste Igout, Vilmar Lopes, Luis Francisco Carvalho Filho, A mundialização da cultura, Internet & Inclusão, Gestão do capital humano, Lucy Lee & Raimundo Fontenele aqui.
A aventura do Zé Bilola pra vereança aqui.
Por um novo dia, Herminio Bello de Carvalho, Brian Friel, Julia Lemmertz, Paolo Sorrentino, Ismael Nery, Bruno Steinbach, J. R. Duran, Iremar Marinho de Barros, Rachel Weisz & O papel do professor e a sua formação na prática pedagógica aqui.
Doro Presidente aqui.
Tolinho & Bestinha: Quando Bestinha enfiou-se na bronca da vida e num teve quem desse jeito aqui.

CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora parabenizando o Tataritaritatá (Foto: Ísis Nefelibata).
Veja aqui e aqui.

CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA

Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.
Veja  aqui e aqui.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

TEIBEI - A BATIDA, ARENDT, PÉREZ-REVERTE, MATTHIAS CLAUDIUS, DAMIEN HIRST, ÍNDIOS & AUTORIA



TEIBEI, A BATIDA




Batida, pelo que conheço, é no sentido de bater - cada bufe-bufe do sujeito ficar estirado agonizante. Ou, é descompostura severa de deixar o cara mais raso que o chão numa reprimenda e mais cheio de pernas sem ter onde se socar de vergonha. Ou é vestígio deixado por maloqueiro que quando não caga na entrada, deixa o tolote fedorento na saída. Ou, é um acidente estuporado, daquelas barroadas envolvendo uma carroça-de-burro, três bicicletas, duas motos, quarenta e cinco automóveis avexados, oitenta e dois ônibus enfiados, noventa e seis caminhões trucados, um treminhão arretado e, de quebra, uma daquelas aeronaves medonhas que gostam de cair assim arrebentando tudo e que, por cagada da porra, inventou de cair no meio dessa emboança, de só se ver o escarcéu tirar distância até onde os cacos de coisas foram bater. Ou, também, encalço de polícia por meliante quando o sujeito está enturmado lavando a jega num mosqueiro atraente, chega revistando tudo, não antes escapulir uns três malencarados, e a gente apalpado na integridade, na vergonha até perceber que na verdade ocorrera um rapa de não sobrar nem a cara-de-pau para se queixar. Ou mais, é treino de briga de galo no terreiro. Ou, ainda, espécie de rapadura vitaminada. Ou, enfim, aperitivo popular feito com limão e açúcar ou mel. Pronto, tem mais, mas estes bastam. Acontece que o Doro, o maior fuçador das doidices mais trampolineiras que se tenha notícia, parece mais que tem um cotôco de num parar quieto num canto. Consegue, então, ele reunir estas acepções todas numa só: Teibei!




Previno, antes de tudo, que, não se sabendo porque cargas d´água, todo ser humano possui a mania de colecionar alguma coisa por mais irrisória que seja, de taco de papel à caçola véia, ou seja, todo tipo de brebotes, tranqueiras, o escambau, o Doro, não fugindo à regra, também coleciona algo, só que inusitado: só faz merda, o maior fabricante de bosta que se imagine, colecionando o maior inventário de despropósitos. Esse, o cara. Advirto por total respeito que, se porventura algum leitor ou leitora, identificar algum ponto luminoso no firmamento, não caia na esparrela de perder tempo, vez que, evidentemente, não será nem objeto voador não-identificado muito menos identificado, nem o Superman, nem nenhum avoador piscando o tareco, nem nenhuma estrela cadente ou passagem de meteoro avassalador pegando fogo na atmosfera. Nada disso. Com certeza, será o Doro testando o seu próprio invento. Ele, pra sorte de todos, é cobaia do feitiço dele mesmo. Nem Benjamim Franklin ousara tanto constatando cientificamente o seu experimento. Para se ter idéia, o Doro é hors-concurs de uma provada bem descabelada na conhecida A-que-matou-o-guarda, expert em acender a lanterna com a Amansa-corno, especialista em alertar as idéias na permeável atitude de sorver a Arrebenta-peito, celebridade máxima em virar-o-cangote engulindo a Sete-virtudes; provador respeitado da Nego-no-tapa, Pau-de-índio, Raiz-de-pau, Cai-na-porta e outras malvadas carraspanas exorcistas, não deixando, portanto, de rotular uma confraternização de sua candidatura com uma teibei, capaz de mudar o destino e o curso da história do planeta. Não era para chegar a tanto, mas ousadia dá cada uma, hem? Pois bem, reunindo todas as significações anteriormente relatadas, Doro preparara a sua invenção: a Teibei! Isso com a sua peculiar originalidade inventiva, reunindo neste aperitivo além dos ingredientes convencionais, todos os seus conhecimentos alquímicos buscados na pedra filosofal e na tábua de Esmeralda, e noutras esquisitices de seu transcendentalismo amalucado. - Essa jurubeba-dupla é a tirineta certa pra incher o chifre! O melhor pileque de todos os paus de fogo, apropriada para homenagear o santo e ficar pronto! Garanto, o espritado que fizer uma boquinha fica puxando-um-trem, cheio das meropéias só com uma meiota, a ponto de esquentar o tampão do pinguço e de deslizar o disco de embreagem do maluvido! Eita, ponche ineivado!!! Arreia a ripa, nego! É isso que ele garante arrotando todo pabo, pois quem dela usa numa golada boa, leva um esquento de ficar de fogo aceso cuspindo-bala, de gritar: Iaiá-me-acode! E tem mais uma virtude incontestável: - Essa possui a propriedade de deixar o freguës invisível! Arrepare, só. Pois bem, empolgado com a adesão popular à sua candidatura contestatória a Presidente do Brasil, Doro chegou a exceder os seus próprios limites. - Todo bêbo é rico e bota pra rachar!! Num é não? Por isso, vou empenar tudo! E empenou mesmo. No maior aguaceiro regado a uma beberagem exclusiva inaugurando seu próprio fabrico, popularmente alcunhada na redondeza de Arranca-tampo, deu-se a festança com o que de mais insólito ocorrera: teve neguinho que desapareceu, se envultando dum jeito de só encontrá-lo ao cabo de dias completamente desmiolado. Que houve? Quem se lembra. Depois de muita peitica, eis que fui tomando pé do sucedido. A festança começara com uma goelada do elixir-do-diabo, inventado ocultamente em sua adega secreta improvisada: o banheiro de sua casa. A cada talagada o sujeito embicava decilitrado. - Tá queimado, nego? Essa cura-tudo é de lascar! - Oxe, tá tostadinho, chumbado e chamando cachorro-de-meu-tio! - Vôte! Aquele tá tão bicado de chamar urubu de meu louro! - Eita, canjebrina macha!!! Com essa o cristão beija-o-santo e tá de corpo fechado! Para se ter idéia do espalhafato, o cabra mal tomava pé na abrideira, a água de briga fazia efeito de deixá-lo entregue na lequéssia, trocando as pernas e achando a rua estreita. Depois, só se vê o amuo: o ramado parece que levou uma bordoada de num poder ficar nem em pé, uma cipoada de amarrar o bode arreado, de farol baixo e bandeira a meio pau, caindo na maior dormideira cheio dos birinaites, com o cobertor-de-pobre, u-ru! - Minha véia, tô dormente do cabelo do quengo até a unha encravada do pé! Isso depois de bicado ter provado da dois-dedos mais forte que qualquer pau dentro, mamãe-me-sacode, rabo-de-galo, semente-de-arenga, travanquante, três-tombos ou a bexiga lixa. E ela, a distinta esposa, mais injuriada que nunca, ainda sapeca: - Eu quero que vosmicê se estrupie, arranhe a fuça na terra e arranque as gaias da testa, seu corno! Quando se dá conta no outro dia, o cabra está no banco dos réus do departamento da vergonha, com os chifres inchados, o juizo turbado, um gosto-de-cabo-de-guarda-chuva-véio na boca, o bucho pegando-fogo, as tripas dando um nó e as pregas do bocal-da-quartinha num aguentando nem passar vento fresco. Não tem quem não reclame jurando vingar-se de Doro depois daquela. Eu mesmo quis desvendar o mistério do xarope-de-bêbo que ele inventara. Mas só depois de muita manha do sabido, consegui que ele reduzisse tudo numa receita hermética que só depois de muito implicado, ele deu-me de mão beijada. E cadê decifrar? Só sei que era só virar o copo e se tornar um verdadeiro foguete sideral. Que droga é isso, Doro? Ele tentava disfarçar mais que descabreado. Foi ai que vi, num papel, a inscrição teibei e depois oâmil, racuça e loocal orup. Intriguei-me com o pantim dele. Era munganga demais para o meu gosto. Virei, desvirei o papel, e saquei que não era esperanto, nem língua remota, nem alienígena, era um enigma mesmo. Quando desdobrei o resto do papel havia outras inscrições ininteligíveis pelo garrancho de sua caligrafia horrível. Nossa, tudo aquilo jamais revelador. Foi aí que ele saiu soletrando contrariado: álcool etílico, açúcar, limão, canela, sapopemba, boldo, caldo de avelóis, urtiga ralada, uns pingos de estricnina, soda cáustica, solução de bateria e extrato-hepático; e, por fim, mel-de-abelha, pronto, está feito o mijo de Zé Pilintra.




Para quem tem amor aos seus possuídos, não é aconselhável chegar perto, nem mesmo cheirar essa mandureba, correndo o risco de ficar grogue só com a cheirada, evitando qualquer aproximação desse estrupício todo. Mas que a raça mamadora faz maior festa quando Doro anuncia que vai fazer a teibei, isso faz. Bié, bié, glup, glup!!! © Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.


DITOS & DESDITOSArte lida com a vida, o mercado de arte é sobre dinheiro. Pensamento do artista britânico Damien Hirst.


A CONDIÇÃO HUMANA – O livro A condição humana, da filósofa política alemã de origem judaica Hannah Arendt (1906-1975), trata da condição humana desde a Grécia Antiga até a modernidade europeia, por meio de um relato minucioso acerca da evolução e desenvolvimento histórico dos contextos da essência humana,  a partir de uma análise acerca da Vita Activa e a condição humana, a distinção entre o labor e o trabalho e ação, o político, o público, o privado, o social, a questão proletária, a degradação e a banalização de conceitos, o homem moderno, cada vez mais alienado e apolítico, a crescente apolitização do homem, a condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver, como condições que tendem a suprir a existência do homem e que variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem faz parte, o condicionamento pelos atos e pelo que se pensa e sente, condicionamento pelo contexto histórico delineado pela cultura, amizades e família, o labor como processo biológico necessário para a sobrevivência do indivíduo e da espécie humana, o trabalho como atividade de transformar coisas naturais em coisas artificiais, a ação como necessidade do homem em viver entre seus semelhantes numa natureza eminentemente social, a “Vita Activa” como ocupação, inquietude e desassossego, a religião cristã e as concepções gregas na vulgarização da dignidade humana, as dicotomias de trabalho entre improdutivo e produtivo, qualificação e não qualificação, intelectual e manual, a visão marxista do trabalho produtivo, o processo de industrialização, o trabalho intelectual em contraposição ao trabalho manual, a ideologia do qualquer coisa que se faça tem que ser necessariamente produtivo, tudo deve ser transformado em mercadoria, o valor de troca, a força de trabalho como aquilo que o homem possui por natureza e que só cessa com a morte, entre outros assuntos. REFERÊNCIA: ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007. Veja mais aqui & aqui.


BRINQUE NÃOA equatoriana Lorena Bobbit tornou-se famosa nos Estados Unidos (e posteriormente foi vista como heroína do antiimperialismo no Equador) ao cortar e jogar fora o pênis de seu marido, um marinheiro estadunidense, alegando tentativa de estupro. Após uma noite inteira de intensa busca, policiais encontraram o órgão desaparecido num matagal, permitindo que este fosse reimplantado com sucesso no marinheiro em cirurgia de emergência. Este é o caso de John Wayne Bobbitt e Lorena Bobbitt, um casal estadunidense que contraíram núpcias em 18 de junho de 1989, cuja relação se tornou manchete em 1993, quando, após anos sendo supostamente estuprada, espancada e sodomizada por seu marido, Lorena cortou seu pênis com uma faca. enquanto ele dormia na cama.

OS ÍNDIOS – [...] Os índios vêm adquirindo o ‘estranho’ direito de continuar a ser índios, depois de quinhentos anos de integração forçada. [...]. Trechos de A universalidade parcial dos direitos humanos, Carlos Marés Souza Filho, extraído da obra Povos indígenas e tolerância: construindo práticas de respeito e solidariedade (Edusp/Unesco, 2001), organizado por Vidal Grupioni et al. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

POLÍTICAS DE AUTORIA – [...] O corpo é desejo. E é na corporeidade desejante que o sujeito inscreve no mundo, na ânsia por dele fazer parte, nele ser reconhecido, num jogo constante de inserção e afastamento, mesmo que este último seja ilusório. Desejo e palavra se cruzam, se tocam; mais do que isso, desejo/corpo e palavra em uma relação constitutiva [...] Corpo e linguagem, desejo e falta. Suportar a incompletude e por corpo/linguagem em movimento. Eis uma entrada na vida! [...]. Trechos extraídos da obra Políticas de Autoria (EduFscar, 2013), de Ana Silvia Couto de Abreu, trata sobre as políticas de autoria, regulação, sujeitos, governança, Forum Nacional de Direito Autoral, Multilinguismo e web, leitura e escrita, princípios do trabalho interdisciplicar, ambientes virtuais, avaliação em EaD, corpo e linguagem, entre outros. Veja mais aqui.

MESTRE DE ESGRIMA – [...] Quando se endireitou novamente, tinha a fisionomia decomposta, os olhos desmedidamente arregalados, porque acabava de dar com o horror a nu. Seu olhar perito não podia se enganar diante de um ferimento como aquele. Luis de Ayala tinha sido morto com um florete, com uma estocada limpa e única na jugular: a estocada dos duzentos escudos. [...] Trecho extraído da obra O mestre de esgrima (Companhia das Letras, 2003), do escritor e jornalista espanhol Arturo Pérez-Reverte.

O AMOR - O amor nada impede; / ele ainda não conhece as trancas das portas / E penetra através de tudo; / Ele existe desde o princípio, / suas asas batem para sempre / E suas batidas são eternas. Poema do escritor alemão Matthias Claudius (1740-1815).


A arte do artista britânico Damien Hirst.




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