GESTÃO DO CAPITAL HUMANO – Um modelo de gestão tem provocado uma
verdadeira revolução na sociedade e nas organizações, tendo em vista a
assimilação do capital físico e financeiro cederem espaço ao capital
intelectual, nos dias atuais, considerado como o principal ativo das empresas e
organizações. Tal evidência se deu em virtude do processo de globalização em
vigência, juntamente com as mudanças tecnológicas na profusão da oferta de
informações e valorização do conhecimento, demandando a utilização de
metodologias modernas de gestão, por constituírem instrumentos capazes de coletar,
tratar, analisar e fazer uso das informações disponíveis no mundo sobre
tendências, eventos, inovações, novos mercados etc., e propiciando às empresas
e organizações a tomada de decisões estratégicas para o presente e o futuro.
Vive-se a era do conhecimento e da informação, em que o mundo jamais teve um
volume tão grande de informações transmitidas em tempo real, bem como, as
necessidades das pessoas são alteradas a todo o momento fomentado pelo
consumismo. Neste contexto, é importante entender como as organizações estão
preparadas ou se preparando para suprir as expectativas desse mercado e como o
capital humano nessas organizações está sendo desenvolvido e integrado a esse
processo. A era do conhecimento vigente tem destacado a avaliação do poder lucrativo
e de continuidade da empresa, sob a ótica de um verdadeiro capital humano, um
intangível, que se já era de interesse dos estudiosos no passado, passou a
ganhar um relevo especial nos dias atuais, tendo em vista ser o capital
intelectual um valor de poder empresarial, imaterial, mas determinável. Por
esta razão, a valorização do capital humano é a valorização dos produtos da
organização e o principal cliente destes produtos devem ser os próprios
funcionários. Desta forma, as organizações devem oferecer, se possível,
benefícios aos funcionários e sua família e além disto, aplicar um tratamento
adequado aos mesmos, de maneira que sejam vistos como pessoas e não como
máquinas. A organização, por seu turno, indica os objetivos que pretende
alcançar, focalizando crescimento profissional que fortaleçam e proporcionam às
pessoas um ambiente acolhedor e agradável, com plena autonomia e liberdade para
escolher a maneira de realizar seu trabalho. Tendo em vista que as pessoas são
consideradas parceiros e colaboradores e não funcionários batedores de ponto. A
relação organização e individuo deve ser uma relação de reciprocidade. As
pessoas trabalham em uma organização porque esperam que sua participação
satisfaça alguma necessidade pessoal. Por esta razão o presente trabalho tem
por objetivo abordar a temática da Gestão do Capital Humano, considerando as
mudanças que vêm ocorrendo e aquelas possíveis de se anteverem que representam
um forte estímulo às organizações para repensarem suas estratégias. INFORMAÇÃO
E CONHECIMENTO NA ORGANIZAÇÃO: O processo de transformação ocorridas nas
últimas décadas por força do desenvolvimento tecnológico, notadamente no campo
da informação, viu-se operacionalizar a aldeia global estreitando o espaço e,
por conseqüência, as fronteiras entre países, organizações e pessoas. Com isso,
os novos meios de comunicação oriundos da revolução da Era da Informação onde
uma quantidade de informações circula pelos meios eletrônicos numa velocidade
notável e proporcionando conhecimentos que estão disponíveis para aplicação no
desenvolvimento profissional das organizações empresariais. Neste sentido,
Stewart (1998, p. 41) observa que "(...) a Era da Informação influenciou o ambiente de trabalho em escritórios e
como o Capital Intelectual se comportou”, interligando lojas, pessoas,
fornecedores, consumidores, empresas, criando, segundo o autor mencionado, o
sucesso da economia baseada no conhecimento, só dependendo de novas habilidades
e novos tipos de organizações e gerenciamento. Para isso, alerta o autor supra
mencionado que o conhecimento é a principal ferramenta de sucesso de uma
organização. Isto porque, pela sua própria característica, o enfoque da Era da
Informação são os ativos intangíveis que nunca desaparecerão, pelo contrário,
serão sempre negociados, porém com mais exigências, competitividade por parte
do mercado. É esse fato, conforme Stewart (1998) que justifica investimentos em
capital intelectual, pois esse recurso dará aos processos de fabricação, aos
produtos e aos serviços a inovação necessária para atender o mercado e
conseguir competitividade nos negócios. A partir disso, Crawford (1994),
Antunes (2000) e Wernke (2003) chamam atenção para a transformação de uma
economia globalizada em uma outra economia mundialmente competitiva e baseada
na informação e no conhecimento, uma vez que a característica encontrada na Era
da Informação está na geração de riquezas através do produto do conhecimento.
Nisso, assinala Vicente (2002) que o poder econômico concentra-se nas mãos dos
que possuem informação e sabem como tirar bom proveito delas, da mesma forma
com que empreendedores modernos transformam as informações em conhecimento, que
por sua vez, geram idéias úteis e as colocam em prática. É quando Sveiby (1998)
chama atenção para o fato de que o combustível dessa nova era econômica é a
própria informação que fornece subsídios para o enriquecimento do conhecimento.
Razão esta com que Brandalize et al (2005) entende que na Era da Informação
estão mais acessíveis as informações na formação do conhecimento, devido à
constante evolução dos meios de comunicação e informática que desenvolveram nos
últimos anos, por exemplo, o telefone-celular, a Internet e o DVD. Foi esse
processo tecnológico que, segundo Drucker (1996) e Sveiby (1998), que redefiniu
o tempo de trabalho e extinguiu vários postos como conseqüência da
informatização, promovendo uma maior interação entre as economias, os mercados,
as empresas e os consumidores. Em virtude disso, assinala Stewart (1998) que as
organizações empresariais atualmente estão valorizando muito mais seu capital
intelectual do que os demais recursos, porque perceberam que este capital é o
recurso-chave para seu desenvolvimento, uma vez que, para ele, o dinheiro tem
poder, mas não pensa; as máquinas operam, muitas vezes melhor do que qualquer
ser humano, mas não inventam. Esta, portanto, segundo Stewart (1998), a razão
da valorização que se está refletindo no aumento de investimento em capital
intelectual em detrimento aos ativos tangíveis, porque, segundo o autor mencionado,
o componente intelectual aumentou e o físico diminuiu, portanto, o produto ou
serviço são reflexos, em sua maior parte da inteligência do que o processo que
o fabricou. Importando, assim, destacar que, segundo Chiavenato (1999), a
informação por si só, não reflete os sucessos empresariais, sociais, dentre
outros, pois, mais sim, pelo seu conjunto, ou seja, a forma pela qual ela
poderá favorecer. Chiavenato (1999) destaca também, que, para aproveitar
efetivamente estas informações, deve-se primeiramente conhecê-las, saber suas
fontes, analisá-las, para depois emitir opiniões, conclusões e decisões. Mediante
isso, Drucker (1996), Sveiby (1998) e Stewart (1998) entendem que o processo da
revolução tecnológica exigiu das organizações empresariais adequações que
implicam na necessidade de avaliação, e atualizar a organização para acompanhar
e aproveitar os progressos tecnológicos. As organizações excelentes, segundo os
autores mencionados, não são as que detêm a tecnologia mais avançada e
sofisticada, mas aquelas que sabem extrair o máximo proveito de suas
tecnologias atuais. Para eles, o preparo e a capacitação das pessoas que
aplicam e operam a tecnologia contribui com a eficiência potencial, mas são as
pessoas que determinam à eficiência real e a eficácia do processo; elas são a
mola mestra que movimenta as empresas. Isto porque, para autores mencionados,
as organizações que souberem escolher e utilizar a tecnologia de forma
apropriada para atingir seus objetivos serão mais bem sucedidas. Defendem então,
Drucker (1996), Sveiby (1998) e Stewart (1998) que haverá necessidade de se
efetuar melhorias no complexo organizacional, seja no ambiente interno,
aumentando a eficácia organizacional agilizando estruturas, processos,
burocracia e comunicação, adoção estratégica da tecnologia da informação, bem
como a melhoria da administração de recursos informatizados. Neste sentido,
vê-se o quão importante tornou-se a procura pelas organizações empresariais por
meio da competência intelectual para o desenvolvimento dos seus produtos e
conceitos empresariais. É conveniente mencionar também, com base em Staiger
(1971), Chiavenato (1999) e Padoveze (2000), a importância na transição
ocorrida entre a Era Industrial com o advento da Era do Conhecimento,
proporcionando a evidência do reconhecimento e importância do capital
intelectual como gerador de desenvolvimento. Na Era o Conhecimento, segundo
Crawford (1994), Edvinsson e Malone (1998) e Davenport (2001), o conhecimento
passou a ter uma importância fundamental em todas as atividades econômicas,
como seu principal ingrediente, como um bem humano, pois, segundo os autores
mencionados, é o conhecimento o recurso econômico mais valioso para
competitividade das empresas e das nações. Assim, o conhecimento, segundo
Fitz-Enz (2001), na sua adequada aplicação permite captar a informação
disponível para todos e transformá-la rapidamente em oportunidades de novos
produtos ou serviços, antes que os concorrentes consigam fazê-lo, e esse é o
diferencial, muitas empresas têm acesso a informações e sem as pessoas
capacitadas e com capital intelectual que possam transformar em oportunidades
de nada adianta a informação. Por esta razão, Oliveira et al (2007), chama
atenção para o fato de que é necessário valorizar esse capital humano para a
competitividade empresarial, pois os recursos humanos são os principais
responsáveis pelo desempenho das empresas e constituem vantagens competitivas
no mercado cada vez mais exigente. Nesse contexto encontra-se o conhecimento
individual que, segundo Edvinsson e Malone (1998), é aquele que se acha
representado pela educação, experiência, habilidades e atitudes das pessoas que
trabalham na empresa, havendo, pois, sempre a preocupação da empresa pelo
aprimoramento cultural do empregado e na valorização do ativo intelectual. Com
isso, Prado e Souza (2001) evidenciam que a capacidade intelectual do
empregado, moldada a um sistema de trabalho específico e com método adequado, é
importante para o êxito da organização, porque segundo os autores mencionados,
a diferença se fará em razão deste ativo imaterial, em virtude do fato de que
quanto maior o conhecimento maior a probalidade de eficácia. Por conseqüência,
Edvinsson e Malone (1998), quanto maior for a eficácia melhor, portanto, o
desempenho patrimonial volvido à prosperidade. Também há neste contexto o
conhecimento coletivo que, segundo Herckert (2000), é formado pelo conjunto das
parcelas de conhecimentos e de intelectualidades individuais enriquecido pela
tecnologia para serem moldados dentro da filosofia empresarial. Isto porque,
Edvinsson e Malone (1998), a preocupação com a dinamização e agilidade do
complexo de atividades organizacionais precisam da participação de
trabalhadores nos processos de decisões da empresa, considerando a experiência
e o conhecimento individual, passando a empresa a investir na educação e
formação dos seus colaboradores visando obter melhores resultados nas tarefas e
atividades da organização. A busca pela gestão do conhecimento na organização
empresarial, segundo Chiavenato (1999) se define dentro das áreas de
conhecimento no papel da alta administração, voltada diretamente para a
importância do crescimento pelo aprendizado e desenvolvimento individual de
cada colaborador com conhecimento e criatividade para a competitividade. É também
pelo conhecimento que se forma dentro da estrutura organizacional, segundo
Padoveze (2000), Herckert (200) e Lima (2001), os capitais humanos e
estruturais. Acerca do capital humano, Staiger (1971) e Rodrigues (1995)
salientam que se trata da ferramenta contemporânea mais importante para a
economia atual do complexo organizacional, uma vez que este é composto pela
soma de diversas peculiaridades como, conhecimento, habilidades individuais,
valores, cultura, filosofia da empresa, ou seja, a somatória de diversos ativos
intangíveis. Por esta razão, conforme Prado e Souza (2001), é necessário a
disponibilização de investimentos na formação dos profissionais, buscando
sempre um aprimoramento constante de corpo funcional da entidade, agregando
valor ao seu capital humano, conseqüentemente, agregando valor ao
empreendimento, devendo, ao mesmo tempo, criar mecanismos que procurem
preservar esse valioso patrimônio, pois em nenhum momento a entidade
considera-se dona desse capital. Daí, para Crawford (1994), o capital humano
por sua peculiaridade que é de ser formado por pessoas, está sujeito às
oscilações de mercado, às melhores condições e ofertas de trabalho,
extremamente volúvel em sua concepção. Por isso, Brandalize et al (2005),
chamam atenção para o fato de que é necessário que as entidades criem sistemas
que contemplem remuneração por competência, em que se avalie o valor que o
empregado agrega ao empreendimento, criando produtos e serviços de qualidade,
fatores que fazem os clientes procurarem a entidade e não seus concorrentes.
Com isso, segundo Padoveze (2000), há que se entender que a força de trabalho
de uma entidade representa a agregação futura de novas potencialidades. No que
concerne ao capital estrutural, Herckert (2000) assinala que, diferente do
capital humano, cuja propriedade é volúvel, o capital estrutural de uma
entidade é perfeitamente mensurável, portanto pode ser possuído e,
conseqüentemente, negociado. Isto porque, segundo o autor mencionado, o capital
estrutural inclui os conceitos organizacionais e de documentação, a qualidade
de seus sistemas informatizados de informações, o relacionamento com os
clientes e, a imagem da entidade perante o público, evidenciando, portanto, que
gerenciar esse capital é algo novo e importante e organizá-lo é fundamental.
Neste sentindo Evinsson e Malone (1998) consideram que o capital estrutural
deve ser encarado como se fosse composto por três tipos de capital:
organizacional, de inovações e de processos. O capital organizacional, segundo
Davenport (2001) compreende os ativos sistêmicos possuídos pela organização
empresarial produzindo valor de forma recorrente e contínua por ser este
capital de natureza estrutural, da inteligência na garantia de evoluções e
entregas e de arquitetura e fluxos. E juntamente com o capital de inovações e
de processo, segundo Davenport (2001), formam o capital estrutural da
organização. Veja mais aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
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Maria T. P. Capital Intelectual. São Paulo: Atlas, 2000.
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R. Avaliação do capital intelectual: considerações sobre os métodos mais
recentes. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília: Conselho Federal de
Contabilidade, nº 142, p. 73-85, julho – agosto, 2003.
Imagem Nu – óleo sobre tela, do
artista plástico Vilmar Lopes. Veja mais aqui.
Curtindo o álbum You've Stolen My Heart
(Nonesuch Records, 2005), da cantora indiana Asha
Bhosle – a rainha do Bollywood &
Kronos Quartet. Veja mais aqui.
PENSAMENTO
DO DIA – Se a coisa
enfeiou de vez pras bandas do paradoxo, proteja o procto do paroxismo, mô fio,
que a coisa quando enverga fica que nem encosto fungando no cangote! Tome
tento! (LAM). Veja mais aqui.
MUNDIALIZAÇÃO
DA CULTURA – No livro A mundialização da cultura (Editorial
Notícias, 2002), do advodado e jurista britânico Jean-Pierre Warnier (1924-2005), abordando a temática que envolve
questões políticas econômicas, monetárias e salariais dos países
industrializados durante os anos 50-90 inspirados na principiologia keynesiana,
quando o mundo possuía uma economia planificada, uma economia de mercado e era
fragmentado por dois blocos ideológicos, um norte-americano; o outro,
soviético. .Foi a partir desse período que surgiram os choques petrolíferos, a
explosão dos media e a abertura de
paises asiáticos possibilitando o fluxo de capitais, mercadorias e turistas
promoveram a mundialização, quando os economistas perceberam o colapso dos
fluxos tendo que regressar ao modelo clássico da economia em virtude desse
processo que exigia um sistema de concorrência planetário, espacialização das
vantagens comparadas, liberalização das trocas e afastamento dos Estados, tudo
inspirado na lei do lucro.Com a abertura do bloco Leste e da China, a
mundialização procede a uma globalização dos mercados implicando uma escala
mundial concorrencial em diversos setores, entre eles o de alimentos, cultura,
turismo e entretenimento, levando o autor ao questionamento se a mundialização
não é uma americanização do planeta e de que forma as culturas tradicionais das
regiões e dos países suportarão ou se comportarão diante desse processo
globalizador. Veja mais aqui.
INTERNET: INCLUSÃO PELO
SABER OU DESASTRE PELA MENTIRA
- A emergência das novas tecnologias culminou com um período de transição
consolidada no processo de mundialização das informações e planetarização das
comunicações. O advento da computação e da internet, ampliaram o leque de
informação e comunicação entre as pessoas, nos mais diversos continentes do
planeta. Tal fato levou a uma festiva celebração da democratização dessa
informação pela inclusão da comunicação a todos os segmentos sociais, incluindo
a todos aqueles que tivessem um acesso à rede. Isto gerou negócios e uma
corrida enorme ao uso de computadores e todo um reposicionamento de diálogo a
distancia na busca por novos e maiores saberes. Após este momento festivo,
houve então o inicio de uma corrente pessimista quanto a promissora rede,
revolucionando sem precedentes, o rumo da humanidade. Não, deveras a onda
pessimista foi se ampliando. No meio dela, Dominique Wolton engrossa a onda da
falência do setor das novas tecnologias, chamando a internet de supermercado de
informação. Quer dizer, estão expostas como numa gôndola um número infinito de
informações sem o menor critério, confundindo luxo e lixo para todos os gostos.
Nasce então o paradoxo que Wolton reclamou de se ter acesso a cada vez mais
informações, mas não conseguindo com essa técnica saber mais para ser capaz de
melhorar a vida ou abafar a guerra, a barbárie e a desigualdade. Nessa
condução, Marc Guillaume, por sua vez, alerta que podemos ser idiotas com a
internet, reiterando de forma enfática que podemos ser uns sábios idiotas
diante de tanta informação, trabalhando para uma espécie de industrialização da
formação. Ou seja, de nada servirá tanta informação se não sabemos como lidar
com ela ou não sabemos para que ela serve. É o que traz como polêmica o artigo
de José Pacheco Pereira sobre “O culto do amador” onde a internet mata a
cultura, quando ele comenta o pessimismo trágico sobre as novas tecnologias,
principalmente a internet, onde transita uma série de informações incapazes de
discernir entre a ciência e a charlatanice, um verdadeiro Oeste selvagem sem
lei e sem ordem. Indubitavelmente que os debates suscitam para uma realidade
contraditória e bastante paradoxal na rede, onde há um fluxo enorme de
informações em nome da comunicação humana, mas que, segundo o que Wolton
defende, é preciso reduzir o espaço da comunicação técnica e relançar uma
reflexão sobre a comunicação humana e política. Ou seja, voltar-se para o
diálogo humano. Principalmente em respeito ao direito do autor, a definição e
proteção da vida privada, a defesa das liberdades públicas. Para ele, a
internet deve servir às utopias democráticas e não a um novo sistema de
comunicação mercantil. E é isso que se espera da grande rede. REFERÊNCIAS: GUILLAUME,
Marc. Podemos ser idiotas com a Internet, uns sábios idiotas. Diário de
Noticias. Lisboa (1 de Abr. 2001), p. 45-48. Entrevista a Isabel Coutinho. PEREIRA,
José Pacheco. Está a internet a matar a nossa cultura? Público. Lisboa (8 de
Set. 2007), p. 37. WOLTON, Domininique. Internet, mas.... Jornal de Letras.
Lisboa (14 de nov. 2001), p. 8-9. Entrevista a Carlos Vaz Marques. Veja mais
aqui.
AMOR
INSENSATO – O livro Amor insensato (Companhia das Letras,
2004), do escritor japonês Junichiro
Tanizaki (1886-1965), trata da história de uma rapaz ajuizado que adota uma
menina de quinze anos, com o intuito de casar coom ela. Com os anos,a inocência
dará lugar às humilhações impostas por uma mulher perversa. Da obra destaco o
trecho: [...] Naomi, Naomi, minha Mary
Pickford! Que corpo de maravilhosas proporções você possui. E o que dizer então
de seus graciosos braços? E essas pernas retas, de contornos nítidos, e dotadas
de virilidade, meu coração bradou inconsciente. Não podia deixar de me lembras
das atividas bathing girls dos filmes de Mac Sennett, meus favoritos. [...].
Veja mais aqui.
UM
CARA QUE BEBIA VENENOS –
No livro Venenos (Alcance, 1994), do
poeta gaúcho Raimundo Fontenele,
destaco o poema Um cara que bebia venenos: Nastassja
Kinski me dava choque nos dentes / bebida me deprimia / ingeria venenos sutis /
fazia poesia nos bares / era isso: tomava choque nos dentes / sonhando com
todas as Nastassjas / agora o mundo é todo pós-tudo / todo moderno / tudo moda
/ camisas de força são perigosas / em tempos como o nosso / mas soos arvoredos
temos galhos / a gente pode ir e vai / em qualquer direção / o céu está
coalhado de canalhas / é preciso fugir / voar num sonho / e caminhar vagando /
só vagando. Veja mais aqui.
NADA
MAIS FOI DITO NEM PERGUNTADO
– Em 2004 tive oportunidade de assistir ao espetáculo Nada mais foi dito nem
perguntado, de Luis Francisco Carvalho Filho, com direção supervisionada por
Marco Antonio Rodrigies, contando histórias de juízes, advogados, réus e
promotores no cotidiano da justiça brasileira, numa adaptação de treze
histórias do autor da peça teatral. O destaque do espetáculo ficou por conta da
atuação da atriz Heloisa Maria. Veja
mais aqui.
MENINAS – O documentário Meninas (2005), dirigido por Sandra
Werneck com roteiro de Bebeto Abrantes, conta o acompanhamento da cineasta
no cotidiano de quatro adolescentes grávidas, entre treze e quinze anos de
idade, e a relação delas com os pais e os namorados. Sem condescendência mas
com delicadeza, mostra de que modo as meninas encaram a perspectiva de se
tornarem mães. Veja mais aqui.
Marcio Baraldi é um dos mais representativos artistas premiados dos quadrinhos brasileiros. Paulista de Santo André, ele figura entre os melhores e mais produtivos cartunistas do país. Nascido em Santo André, em 1966, foi criado no tenso e intenso clima político-sindical que foi marca registrada do ABC paulista nos anos 70 e 80, o que acabou marcando profundamente seu trabalho e personalidade. Seus personagens Roko-Loko e Adrina-Lina, Tatoo Zinho e Humor-Tífer são sucessos de publicações. Ele concedeu uma entrevista que trago para vocês. Veja a entrevista de Marcio Baraldi e mais dele no Tataritaritatá!.
IMAGEM
DO DIA
Imagem: a arte do fotógrafo Louis Jean Baptiste Igout (1837-1880).
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Se o
mundo deu o créu, sorria!, Maria Clara Machado, Fridrich
Witt, Bram Stocker, Susanne Barner, Darren
Aronofsky, Aldemir Martins, Artur Griz, Ellen Burstyn, Claudia Andujar &
Holismo, ecologia e espiritualidade aqui.
E mais:
Dicionário
Tataritaritatá aqui.
A arte
de Silvili aqui.
Validivar,
Psicanálise, Miolo de Pote & Zé-corninho
aqui.
As
trelas do Doro, o bacharel das chapuletadas aqui.
Cordel A moça que bateu na mãe e virou cachorra,
de Rodolfo Coelho Cavalcanti aqui.
Fecamepa
& Fabo Esporte Clube aqui.
Palestras:
Psicologia, Direito & Educação aqui.
CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
Todo dia é dia da linda atriz Lucy Lee.