A arte da artista plastic norueguesa Ellen Trotzig (1878-1959)
BIG SHIT BÔBRAS: LIDERANÇA, A SEGUNDA EMBOANÇA.- Arte: Derinha Rocha. - O FECAMEPA, o festival que transformou o escambau no mais revolucionário modelo educacional do universo, tem a honra de apresentar: o BIG SHIT BÔBRAS! E com vocês, o mais requintado, o inimitável, o apoteótico galã número 1 da Alagoinhanduba AMFM, Zé Peiudo! - Gente da minha gente -, aparece Zé-Peiúdo todo engalanado e com uma voz pastosa de quem comeu e não gostou -, vamos ao primeiro momento de decisão dentro do sobrado onde estão reunidos os mais audaciosos participantes do maior reality show da paróquia, o Big Shit Bôbras! Como vão todos? - Maiômeno -, delatou Zé-Corninho? - Mais ou menos, Zé-Corninho, por que? - Issaqui é um fartura! - Tem de tudo, né? - Hum... de tudo? Só tem porquera e farta de desorganização. - Você quer dizer falta de organização? - De desorganização mermo.... - Cala boca, viado -, gritou Robimagaiver -, esse cara num sabe de nada! Isso é um bocó da peste. - Ô seu Zé-Peiudo!? -, chamou Mamão. - Diga Mamão! - Quano é qui a genti vai forunfar liberado, hem? -, perguntou Mamão. - Cala boca, abestalhado! -, gritou Vera -, olhai, seu Zé-Peiudo, diga logo ao que veio que a gente tem mais o que fazer. - Bom, bom -, disse Zé-Peiudo -, pois bem, estão todos reunidos aí? - Sim, todos! - Então vocês terão que escolher o líder de vocês. - Opa, isso é comigo -, adiantou-se Doro. - Sai pra lá, rafamé, o nosso líder é o Padre Bidião -, exigiu Afredo Bocoió. - Nada disso, eu sou o líder! -, sentenciou Zé Bilôla. - Ôxe, que macharia mais retardada, a líder sou eu, Vera, a maioral! -, sapecou Vera com o apoio e aplauso das outras mulheres. - Então, meus amigos e amigas – retomou Zé Peiúdo -, temos, então, 4 concorrentes: o Doro, o padre Bidião, o Zé Bilôla e a Vera. Vamos começar a votação. - Já instou inleito! -, disse o Doro. Começa então a maior corta-brocha, todo mundo se achando no direito de liderar a todos, um horror. Como ninguém se entende na derriça, Zé Peiúdo tenta resolver a querela com voto em secreto, mas a mundiçada não aceitou. - Quem quiser votar que declare seu voto! -, sacudiu Vera. - Assim nós inleitores nos sintiremos acuados, ora! -, argüiu Zé-Corninho. - O voto, como em qualquer lugar do mundo, é secreto! -, bateu o martelo Zé-Peiúdo e saiu distribuindo uma cédula de votação a cada um para que fossem individualmente à cabine de votação. Um ré-pra-trás da gota! Ao cabo de umas 3 horas, os trastes deram por votados. Zé Peiúdo então, abriu a urna e começou a contagem mencionando o nome dos contendores. Resultado: Vera, 13 votos, Padre Bidião, 5 votos, Doro 3 votos, Zé Bilôla, 3 votos. - Eita, se tem 12 homi e 12 mulé, por que a Vera tevi 13 votos? -, perguntou Doro. - Alguém cagou fora do caco -, disse Robimagaiver. - E eu já desconfio de quem seja.... -, desconfiado Doro fitava de soslaio pro Zé-Corinho. - Num foi eu não -, se defendeu Zé- Corninho. Um a um dos marmanjos tiveram conferência detalhada das feições pelo Doro e o Ribimagaiver, menos o padre Bidião que era insuspeito. As mulheres comemoravam a vitória. E no meio da conferência, obviamente, a culpa recaiu mesmo exatamente no Zé-Corninho que, pela segunda vez consecutiva, melava o voto. - Foi você seu corno! -, disse Robimagaiver já metendo uns bofetes bem dados no dissidente, apoiado por Mamão, Afredo, Doro e Zé Bilôla. - Minha gente, vamos se organizar -, chamou na grande o Zé Peiúdo -, e agora a líder Vera que ganhou 10 pontos, o quarto mais ajeitado da casa, o direito de escolher um parceiro para furunfar, indicar 3 nomes pro primeiro paredão, direito a não fazer nada e mandar todos cumprirem suas tarefas, isenta do quizz, imunidade para fazer o que bem entender, fiscalização das condutas e castigar os infratores, agora vai dar a sua primeira determinação. Com vocês, a líder Vera! - Meus amigos, amigas, eleitores e radiouvintes, quero agradecer a minha mãe por ter me parido, ao meu pai por ter me educado, aos meus avós por terem me mimado, aos meus tios e tias por me ajudarem a ser quem sou, aos meus amigos e amigas por dividirem comigo a vida toda, menos os meus 3 ex-maridos que são tudo uns feladasputas! Também quero agradecer a rádio Alagoinhanduba AM/FM, na pessoa do seu ilustre locutor, o safado do Zé Peiúdo que já me tentou umas 5 vezes mas tasquei-lhe processo de assédio nas costelas para ele aprender a ter vergonha na cara à base de óleo de peroba e chamo atenção das minhas colegas, amigas e eleitoras: macho tem que se foder de rachar o tampo. E vou começar com a minha primeira determinação assim: todos os homens deste sobrado têm que ficar nu, de 4 com o fiofó pra cima, com uma vela de 7 dia acesa e enfiada no bocal da quartinha até queimar as pregas dos nojentos. Pronto esta é a minha primeira determinação. Virou um escarcéu! Zé Peiúdo estava entre corado de vergonha e lívido de decepção pelas denúncias da Vera. Mas se riu meio amarelado com a determinação: - Isso é um vitupério! -, mangou o locutor. O bafafá não chegou a um consenso, mulheres e homens trocavam de posição, fixando a maior discórdia já vista. Ao lado de Vera somente Rolivânio, Penisvaldo, Vaginalda e Bucetildes que, depois disso, formaram a maior panelinha. O restante, tudo do contra. Vera exigiu cumprimento da sua determinação. Não houve acordo. Zé Peiúdo partiu para votação, se juntaram e novamente depositaram seu voto na urna. Resultado: 5 votos pró-Vera, 21 do contra. Foi a primeira desmoralização da liderança. Ela perdeu, então, mais da metade dos poderes. - Isso é uma sacanagem, fui traída! -, gritou Vera puta-da-vida! Aí fechou a conta e mandou ver. Veja mais aqui.
PENSAMENTO DO DIA - A narrativa revelará sempre a marca do
narrador, assim como a mão do artista é percebida, por exemplo, na obra de
cerâmica. Pensamento do filósofo,
ensaísta e critico literário alemão Walter
Benjamim (1892-1940). Veja mais aqui e aqui.
O MÉTODO NATURAL - [...] Observem,
diante de um livro ou de uma página de jornal, a criança que aprendeu a ler
segundo o método tradicional; faz um grande esforço de reconhecimento das peças
a desmontar que combina laboriosamente. A mecânica funciona: lê de uma maneira
certa, sem erros de pronúncia. Mas perguntem-lhe o sentido daquilo que leu:
terá de reler o texto para o compreender, porque o lera da primeira vez para o
decifrar. [...] E que não se julgue
que este é um erro menor. Este divórcio entre a mecânica e o pensamento corre o
risco, pelo contrário, de definiivo. Está na origem de uma nova forma de
analfabetismo, para a qual ainda não se criou a denominação apropriada: as
crianças, os adolescentes e os homens que são afetados por ele sabem decifrar
mas nada compreendem do que lerem. [...]. Trecho extraído de O método natural: a aprendizagem da língua (Estampa,
1977), do pedagogo e pedagogista francês Celestin
Freinet (1896-1966). Veja mais aqui.
CONHECIMENTO, INFORMAÇÃO & TECNOLOGIA - [...]
Os computadores podem ser altamente
vantajosos para canalizar uma grande quantidade de informação através de
programas científicos e técnicos. Mas, mesmo nesse caso, devemos ter em mente
que há ideias fundamentais de tipo não-matemático (podemos chamá-las de
insights ou, talvez, de artigos de fé) que governam todo o pensamento
científico... Quase toda ciência moderna foi desenvolvida a partir de uma série
de ideias metafísicas e estéticas como: o universo consiste de matéria em
movimento (Descartes); a natureza é governada por leis universais (Newton);
conhecimento é poder (Bacon). Nenhuma dessas idéias é uma conclusão adquirida através
de pesquisas científicas; nenhuma delas é o resultado de processamento de
informações. Pelo contrário, são premissas que tornam possível a pesquisa científica
e conduzem à descoberta de dados seguros. Novamente, são ideias-mestras sobre o
mundo, e, enquanto tais, transcendem a informação. Elas emergem de uma dimensão
da mente, de uma capacidade para insights que talvez tenha afinidade com o
poder artístico e inspiração religiosa [...]. Extraído de O culto da informação (Brasiliense,
1988), do professor e pesquisador estadunidense Theodore Roszak (1933-2011). Veja mais aqui.
O AMOR DE EPOMINA – Epomina,
também registrada como Peponila, era esposa do governador e aristocrata gaulês
da tribo dos lingões e chefe dos éduos, Julio Sabino, ativo no Império Romano à
época da Revolta Batava de 69. Sob alegação de ser um descendente dos Césares,
após o suicídio de Nero, ele tentou tomar vantagem e estabelecer um Estado
gaulês independente. Mesmo formando a colização com outros líderes e aderindo à
Revolta Batava, ele foi derrotado pelos sequanos e pelas legiões liderada por
Galo. Ele consegue fugir e ocultar-se. Sua esposa julga-o morto, a princípio, e
já estava disposta a acompanhar o esposo ao outro mundo, quando recebe noticias
dele. Procurando- às ocultas, encontraram-se e combinaram viver, doravante, de
modo a não despertar as suspeitas dos inimigos. Continuará fingindo estar viúva,
mas não deixará de encontra-lo. E assim vivem durante dez anos, tendo filhos e
educando-os no esconderijo, sempre oculto à argúcia dos funcionários romanos. Mas
lá um dia, suspeitou-se de tanta viagem dela e, seguindo-a, deu-se com o esconderijo
deles. Apesar de toda a dedicação dessa heroína do amor conjugal, Vespasiano
não quis comover-se e dar final no caso. Mandou matar os dois, despachando-os
juntos. A história foi registrada pelo filósofo grego Plutarco e,
posteriormente, aparece como heroína na obra Os miseráveis, de Victor Hugo. Veja
mais aqui.
OS COMPADRES CORCUNDAS – Era
uma vez, dois compadres corcundas, um Rico outro Pobre. O povo do lugar vivia
zombando da corcunda do Pobre e não reparava no Rico. A situação do Pobre, que
era caçador, andava meio mal. Certo dia, sem conseguir caçar nada, já tardinha,
sem querer voltar para casa, o Pobre resolveu dormir ali mesmo no mato. Quando
já ia pegando no sono ouviu uma cantiga ao longe, como se muita gente cantasse
ao mesmo tempo. Saiu andando e andando no rumo da cantiga que não parava.
Depois de muito andar, chegou numa clareira iluminada pelo luar e viu uma roda
de gente esquisita, vestida de diamantes que brilhavam com a lua. Velhos,
rapazes, meninos, todos cantavam e dançavam de mãos dadas, o mesmo verso, sem
mudar: – “Segunda, Terça-feira, Vai, vem! Segunda, Terça-feira, Vai, vem!”
Tremendo de medo, escondeu-se numa moita e ficou assistindo aquela cantoria que
era sempre a mesma durante horas e horas. Depois ficou mais calmo e foi se
animando. E como era metido a improvisador, entrou no meio da cantoria
entoando: – “Segunda, Terça-feira, Vai, vem! E Quarta e Quinta-feira, Meu,
bem!” Imediatamente todos ficaram em silêncio, e o povo espalhou-se à procura
de quem havia falado. Pegaram o corcunda e o levaram para o meio da roda. Um
velhão, então, perguntou com voz delicada: – Foi você quem cantou o verso novo
da cantiga? – Sim, fui eu, Senhor! – Quer vender o verso? – perguntou o Velhão.
– Olha, meu senhor, não a vendo. Melhor, dou-lhes de presente, porque gostei
demais do baile animado. O Velho achou graça e todo aquele povo esquisito riu
também. – Pois bem – disse o Velhão – uma mão lava a outra. Em troca do verso
eu te tiro essa corcunda e esse povo te dá um Bisaco novo! O Velho passou a mão
nas costas do caçador Pobre e a corcunda , como numa mágica, sumiu. As pessoas
lhe deram um Bisaco novo e disseram que ele deveria abrir somente quando o sol
nascesse. O Caçador meteu-se na estrada e foi embora. Assim que o sol nasceu
abriu o bisaco e o encontrou cheio de pedras preciosas e moedas de ouro. No
outro dia comprou uma casa com todos os móveis, comprou uma roupa nova e foi à
missa porque era domingo. Lá na igreja encontrou o compadre Rico, também
corcunda. Ele quase caiu de costas, ficou muito surpreso com a mudança. Mais
espantado ficou quando o compadre, antes pobre e agora rico, contou tudo que
aconteceu ao compadre Rico. Cheio de ganância, o Rico resolveu arranjar ainda
mais dinheiro e livrar-se da corcunda nas costas. Esperou uns dias e depois se
meteu no meio do mato. Tanto fez que ouviu a cantoria e foi na direção da
toada. Achou o povo esquisito dançando numa roda e cantando: – “Segunda,
Terça-feira, Vai, vem! Quarta e quinta-feira, Meu, bem!” O Rico não se conteve.
Abriu o par de queixos e foi logo berrando: – “Sexta, Sábado e Domingo,
Também!” Como antes, todos ficaram em silêncio. O povo esquisito voou para cima
do homem atrevido e o levaram para o meio da roda onde estava o Velhão. Esse
gritou, furioso: – Quem mandou se meter onde não é chamado, seu corcunda besta?
Você não sabe que gente encantada não quer saber de Sexta-Feira, dia em que
morreu o filho do alto?! O corcunda Rico olhou sem reação e nada disse. O
Velhão continuou exclamando em voz alta: – Gente encantada não quer saber de
Sábado, o dia em que morreu o filho do pecado, e nem de Domingo, dia em que
ressuscitou quem nunca morre! Não sabia disso? Pois fique sabendo! E para que
não se esqueça da lição, leve a corcunda que deixaram aqui e suma-se da minha
vista, senão acabo com seu couro! O Velhão passou a mão no peito do corcunda
Rico e deixou ali a corcunda do compadre Pobre. Depois, deram uma carreira no
homem, que ele não sabe como chegou em casa. E assim viveu o resto de sua vida:
Rico, mas com duas corcundas, uma na frente e outra atrás. As corcundas
tornaram-se seu fardo, para ele deixar de ser ambicioso. Extraído da obra
Contos tradicionais do Brasil (Global, 2006), do historiador, antropólogo,
advogado e jornalista Luís da Câmara Cascudo (1898-1986). Veja mais
aqui.
A TEORIA CENTRADA NA PESSOA - O
psicólogo norte-americano Carl Rogers
(1902-1987), é o criador da abordagem psicoterapeuta Terapia Centrada na Pessoa
e elaborou uma teoria da personalidade com base em único fator motivacional
semelhante ao conceito de autorrealização de Maslow, não resultando do estudo
de pessoas emocionalmente saudáveis, mas da aplicação da sua teoria nos seus
pacientes dos centros de aconselhamento da universidade. Essa teoria expressa a
visão de Rogers sobre a personalidade humana e a coloca na responsabilidade
pela melhora na pessoa ou no paciente, não no terapeuta, assumindo que as
pessoas seriam capazes, consciente e racionalmente, de mudar os próprios
pensamentos e comportamentos do indesejável para o desejável. Não acredita no
individuo permanentemente reprimido por forças inconscientes ou por experiência
da infância. Para ele, a personalidade é moldada pelo presente e pela maneira
como o individuo percebe a circunstância. A maior força motivadora da
personalidade é o impulso para a realização do self. Embora essa anciã pela
autorrealização seja inata, pode ser incentivada ou reprimida por experiências
da infância e por aprendizagem. Por isso, enfatizava a importância da relação
entre mãe e filho por ela afetar o senso de self em evolução da criança. Se a
mãe satisfaz a necessidade de amor do bebê, que ele chamou de atenção positiva
– o amor incondicional da mãe pelo bebê -, ele provavelmente terá uma
personalidade saudável. Se a mãe condiciona o amor pelo filho a um
comportamento adequado (atenção positiva condicional), ele internalizará essa
sua atitude e desenvolverá condições de valor. Nesse caso a criança se sentirá
valorizada somente sob determinadas condições e tentará evitar comportamentos
considerados reprováveis. Consequentemente, a noção de si mesma não se
desenvolverá plenamente. A criança não será capaz de expressar todos os
aspectos de si própria porque aprendeu que alguns desses comportamentos
produzem rejeição. Desse modo, o principal requisito para o desenvolvimento da
saúde psicológica é a atenção positiva incondicional na infância. A
autorrealização consiste no mais alto nível da saúde psicológica, uma vez que
as pessoas plenamente funcionais ou psicologicamente saudáveis apresentam
características como mente aberta para aceitar qualquer tipo de experiência e
de novidades, tendência a viver plenamente cada momento, capacidade para se
orientar pelos próprios instintos e não pelas opiniões ou razões de outras
pessoas, senso de liberdade em pensamento e ação, algo grau de criatividade e a
necessidade continua de maximizar seu potencial. Ele descrevia as pessoas
plenamente funcionais como sendo realizadas e não realizadas, para indicar que
a evolução do self está em constante andamento. Essa ênfase está assentada na
espontaneidade, na flexibilidade e na capacidade continua de crescimento. O
CAMPO DA EXPERIÊNCIA – Há um campo de experiência único para cada individuo,
este campo de experiência ou campo fenomenal contém tudo o que se passa no
organismo em qualquer momento e que está potencialmente disponível à
consciência. Inclui eventos, percepções, sensações e impactos dos quais a
pessoa não toma consciência, mas poderia tornar se focalizasse a atenção nesses
estímulos. É um mundo privativo e pessoal que pode ou não corresponder à
realidade objetiva. Dentro do campo de experiência está o self que é uma
gestalt organizada e consistente num processo constante de formar-se e
reformar-se à medida que as situações mudam. O sel ideal é o conjunto das
características que o individuo mais gostaria de poder reclamar como
descritivas de si mesmo. Assim como o self, ele é uma estrutura móvel e
variável que passa por redefinição constantemente. A congruência é definida
como o grau de exatidão entre a experiência da comunicação e a tomada de
consciência. Ela se relaciona às discrepâncias entre experienciar e tomar
consciência. A incongruência ocorre quando há diferença entre a tomada de
consciência, a experiência e a comunicação desta, sendo definida como
habilidade de perceber com precisão e ao mesmo tempo como inabilidade ou
incapacidade de comunicação precisa. As forças positivas em direção à saúde e
ao crescimento são naturais e inerentes ao organismo. Uma vez que todos os indivíduos possuem a
capacidade de experienciar e de se tornarem consciente de seus desajustamentos.
Comportamentos ou atitudes que negam algum aspecto do self são chamados de
condições de valor. A personalidade e a identidade são uma gestalt continua. O
valor dos relacionamentos é de interesse central porque a interação com o outro
capacita um individuo a descobrir, encobrir, experienciar ou encontrar seu self
real de forma direta. O casamento é um relacionamento não usual, é
potencialmente de longo prazo, intensivo e carrega dentro de si possibilidade
de manutenção do crescimento e do desenvolvimento, seguindo as mesmas leis que
mantêm a verdade dos grupos de encontro, da terapia e de outros relacionamentos:
dedicação e compromisso; comunicação-expressão de sentimentos; não aceitação de
papéis; e tornar-se um self separado. O individuo saudável toma consciência de
suas emoções, sejam ou não expressas. Sentimentos negados à consciência
distorcem a percepção de e a reação às experiências que os desencadearam. As
três maneiras de conhecer, de verificar hipóteses acessíveis ao individuo
psicologicamente maduro é o conhecimento subjetivo que é o discernimento entre
amar e odiar, entender e apreciar uma pessoa, uma experiência ou um evento; o
conhecimento objetivo é uma forma de testar hipóteses, especulações e
conjeturas em relação a sistemas de referência externos; o conhecimento
interpessoal ou conhecimento fenomenológico que é a essência da terapia centrada
no cliente: uma prática da compreensão empática. Veja mais aqui.
REFERÊNCIAS
ATKINSON, Richard; HILGARD, Ernest; ATKINSON,
Rita; BEM, Daryl; HOEKSENA, Susan. Introdução à Psicologia. São Paulo: Cengage,
2011.
DAVIDOFF,
Linda. Introdução à Psicologia. São Paulo: Pearson Makron Books, 2001.
FADIMAN, James; FRAGER, Robert. Teorias da
personalidade. São Paulo: Harbra, 2002.
GAZZANIGA, Michael; HEATHERTON, Todd. Ciência
psicológica: mente, cérebro e comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MORRIS, Charles; MAISTO, Alberto. Introdução
à psicologia. São Paulo: Pretence Hall, 2004.
MYERS, David. Psicologia. Rio de Janeiro:
LTC, 2006.
SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sydney. Historia da
psicologia moderna.São Paulo: Cengage Learning, 2012.
A COMADRE - O veraneio
terminou mal. A ideia dos dois casais amigos, amigos de muitos anos, de
alugarem uma casa juntos deu errado. Tudo por culpa do comentário que o Itaborá
fez ao ver Mirna, a comadre Mirna, de biquíni fio dental pela primeira vez. Nem
tinha sido um comentário. Mas um som indefinido. – Omnahnmon! Aquilo pegara
mal. A própria Mirna sorria sem jeito. O compadre Adélio fechara a cara, mas
decidira deixar passar. Afinal era o primeiro dia dos quatro na praia, criar um
caso naquela hora estragaria tudo. Eram amigos demais para que um simples
deslize – o som fora involuntário, isto era claro – acabasse com tudo. E, ainda
por cima, a casa já estava paga por um mês. Naquela noite, no quarto, a Isamar
pediu satisfação ao marido. – Pô, Itaborá. Qual é? – Não pude controlar, puxa. –
Na cara do Adélio! – Eu sei. Foi chato. Mas saiu. Que eu posso fazer? – Nós
conhecemos a Mirna e o Adélio há o quê? Quase dez anos. – Mas eu nunca tinha
visto a bunda da Mirna. – Ora, Itá! – Não entende? A gente pode conviver com
uma pessoa dez, vinte anos, e ainda se surpreender com ela. A bunda de Mirna me
surpreendeu, é isso. Me pegou desprevenido. – Vai dizer que você nunca nem
imaginou como era? – Nunca. Juro. Nem me passou pela cabeça. E de repente
estava ali, toda. Toda ali. – Pois vê se te controla. Pelo resto do veraneio o
Itaborá fez questão de nem olhar para o fio dental da comadre. Quando os quatro
iam para a praia, se apressava para caminhar na frente. Se por acaso as nádegas
da comadre passassem pelo seu campo de visão, olhava para o alto, tapava o
rosto com o jornal, assobiava. Um dia, o Itaborá e o Adélio sentados no
quintal, a Mirna recém-servira a caipirinha, de biquíni, e se dirigia de volta
para casa, e o Itaborá suspirou. – O que foi – perguntou o Adélio, agressivo. –
Essa política econômica – disse o Itaborá. – Sei não. Não levo fé. – Ah – disse
o Adélio. Até o fim do veraneio ficou aquela coisa chata entre os quatro. O
Itaborá não podia tossir que todos olhavam, desconfiados. Extraído da obra O marido do doutor Pompeu (Circulo do Livro, 1987),
do escritor, cartunista, tradutor, roteirista e autor teatral Luis Fernando
Veríssimo. Veja mais aqui.
TAREFA - Morder o fruto
amargo e não cuspir / mas avisar aos outros quanto é amargo, / cumprir o trato
injusto e não falhar / mas avisar aos outros quanto é injusto, / sofrer o
esquema falso e não ceder / mas avisar aos outros quanto é falso; / dizer
também que são coisas mutáveis... / E quando em muitos a noção pulsar / — do
amargo e injusto e falso por mudar — / então confiar à gente exausta o plano / de
um mundo novo e muito mais humano. Extraído da obra Tarefa (Civlização Brasileira/Massao Ohno/INL, 1981), do escritor,
jornalista e tradutor Geir Campos
(1924-1999).
Seleção art
by Ísis Nefelibata
Veja
mais sobre
Lição
pra ser feliz, Fernando
Pessoa, Rajneesh, Graciliano Ramos, Aristófanes. Adriana Calcanhoto, Buster Keaton, Mikalojus Konstantinas,
Victor Gabriel Gilbert & Literatura Infantil aqui.
E mais:
O sonho
de Desidério & Emmy Rossum aqui.
Literatura
de Cordel, A mulher escandinava, Ettore Scola, Francisco Julião, Jarbas Capusso
Filho, Sophia Loren, Linguística, Shaktisangama-Tantra, Fetichismo &
Abacaxi aqui.
Albert Camus, Robert Musil, Maceió, Jools Holland, Denys
Arcand, Pál Fried, Sandu Liberman, Eugene Kennedy,
Anna Luisa Traiano, Lady Gaga, Gestão do conhecimento & Capital humano aqui.
Durkheim,
Rodolfo Ledel, Claudio Baltar, Micahel Haneke, Samburá, Juliette Binoche, Ernesto
Bertani, O artista e a fera, Janaína Amado, Intrépida Trupe, Direito & Mauro Cappelletti aqui.
Big Shit
Bôbras aqui.
CRÔNICA
DE AMOR POR ELA
Leitora
parabenizando o Tataritaritatá.
CANTARAU: VAMOS
APRUMAR A CONVERSA
Paz na Terra
Recital Musical Tataritaritatá - Fanpage.