quarta-feira, setembro 28, 2011

KARLA SUÁREZ, GADDA, FILIPA MELO, DANIEL BELL, CLÁUDIA AHIMSA, BRUGUERA, MARACATU, LUTAS & CONQUISTAS DAS MULHERES

 


A arte da artista performática cubana Tania Bruguera. Veja mais abaixo.

 


DE DUAS MORTES, UMA PRA VALER - À memória de Ranúsia Alves Rodrigues (1945-1973) – Geminiana de Garanhuns era estudante de enfermagem na UFPE. Foi presa pela primeira vez por ter participado do 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), sendo, por isso, expulsa da universidade por meio do Decreto 477, de 1969. Caiu na clandestinidade e mudou-se para o Rio de Janeiro, sendo acusada de supostamente participar da execução do delegado do DOI-Codi, em Copacabana, em fevereiro de 1973. Antes disso, a sua foto e nome ganharam divulgação como uma das pessoas mortas na Chacina do Quintino, de 1972. Não era. Ela foi encontrada baleada e morta na noite daquele sábado chuvoso de 27 de outubro de 1973, com outros companheiros completamente carbonizados, assassinados pelos órgãos de segurança do regime militar ditatorial. Dois dias depois, a imprensa noticiava a execução de casais terroristas metralhados em Jacarepaguá, sem mencionar o nome das vítimas. A história está contada no livro Dos filhos deste solo: mortos e desaparecidos políticos durante a ditadura militar: a responsabilidade do Estado (Boitempo, 2008), de Nilmário Miranda e Carlos Tibúrcio. Veja mais abaixo e aqui, aqui eaqui.


A arte da artista performática cubana Tania Bruguera.

 

DITOS & DESDITOS - A felicidade não é o prêmio da virtude, mas a própria virtude; e não gozamos dela porque reprimimos os impulsos viciosos, mas pelo con­trário, porque gozamos dela, podemos reprimir os impulsos viciosos. Pensamento do filósofo racionalista holandês Baruch Espinoza. Veja mais aqui.

 

ALGUÉM FALOU: O instante ocupa um espaço estreito entre a esperança e o arrependimento e é o espaço da vida. As palavras não bastam e deitar-se na cama confortável da vaidade tagarela é como se deixar ser desmamado por uma prostituta sombria e sonolenta. Pensamento do escritor italiano Carlo Emilio Gadda (1893-1973).

 

OUTRA QUE ALGUEM FALOU: A ideologia faz com que as pessoas deixem de enfrentar problemas específicos, e de examiná-los à luz dos méritos individuais. As respostas estão prontas, e são aceitas sem reflexão; e quando as crenças são apoiadas pelo fervor apocalíptico, as ideias se transformam em armas, com resultados espantosos. Pensamento do sociólogo estadunidense Daniel Bell (1919-2011).

 

A DOR DA TORTURA - Era muita gente em volta de mim. Um deles me deu pontapés e disse: ‘Você, com essa cara de filha de Maria, é uma filha da puta’. E me dava chutes. Depois, me levaram para a sala de tortura. Pediram que eu me despisse, eu falei que não ia tirar a roupa. O outro disse: ‘Ou você tira ou tiramos nós’. Fiquei em dúvida entre a humilhação de ser despida por eles ou eu mesma me despir. Foi muito humilhante ter de tirar a roupa. Aí, começaram a me dar choques direto da tomada no tornozelo. Eram choques seguidos no mesmo lugar. Havia um desprezo por parte deles. Junto com a ideologia, vinha essa humilhação pelo fato de ser mulher, como se a gente estivesse extrapolando nosso papel de mulher. O tom era de ‘por que você não está em casa, ao invés de estar aqui? Por que você perde tempo com coisas que não lhe dizem respeito?’. Era como se você merecesse ser torturada porque estava fazendo o que não devia ter feito. Um deles me perguntou: ‘Por que você se mete com esses padres revolucionários, com esse pessoal?’. Eu tinha sido presa junto com o Giulio Vicini, que na época era padre. A minha tortura no Dops foi interrompida, e um dos homens disse: ‘Você foi salva pelo gongo’. Na madrugada, fiquei sabendo que o dom Paulo Evaristo Arns intercedeu em nosso favor. Logo nos encaminharam ao Presídio Tiradentes. A atuação de dom Paulo foi direta e imediata. Ele pediu que fizéssemos um relato da tortura sofrida. Na semana seguinte mandou ler em todas as igrejas de São Paulo um comunicado contendo a denúncia de nossa tortura. Depoimento da assistente social e professora Yara Spaldini por ocasião da sua prisão em 27 de janeiro de 1971, em São Paulo, publicado na obra Luta, substantivo feminino: mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura – Direito à memória e à verdade (Caros Amigos, 2010). Veja mais abaixo e aqui e aqui.

 

DE CUBA PARA ANGOLA - [...] A minha infância terminou nesse dia. Por várias razões. A primeira deve-se, sem dúvida, àquela espécie de raiva interior que senti, ao ver o meu melhor amigo a tocar na pele da heroína dos meus sonhos. Tive vontade de me atirar a ele para o esmagar e, embora soubesse bem de mais que ele era mais forte do que eu, isso não interessava. A raiva, às vezes, cega, mas também paralisa. [...]. Trecho extraído da obra Um lugar chamado Angola (Porto, 2017), da escritora cubana Karla Suárez, autora de obras como Os Rostos do Silêncio (ASA, 2002), A Viajante (ASA, 2006), Havana Ano Zero (Quetzal, 2011), Espuma (Letras Cubanas, 1999), Carroza para actores (Norma, 2001), Grietas en las paredes (Husson, 2007) e Cuba les chemins du hasard (Francia, 2007).

 

ESTE É O MEU CORPO[...] É verdade que com cada corpo que me passa pelas mãos tenho uma conversa diferente. Não há duas histórias iguais. Tal como não existem duas ramificações sanguíneas semelhantes. Ou dois cérebros. Ou dois corações. Ou dois sexos. Mas a uni-los descubro sempre a fina membrana que separa a fragilidade dos corpos da brutalidade dos sentimentos. Morremos todos de excesso ou de falta de amor. E morremos sozinhos, de regresso à nossa odiosa singularidade. Morremos todos do coração, acreditem. [...] Os outros jamais compreenderiam. Eduarda jamais compreenderia como ele julgara ter morrido também quando, de joelhos, ajeitara as flores na campa de Maria da Conceição. Como se apercebera do peso terrível de tudo o que não lhe dissera, do amor que se negara a demonstrar-lhe, supondo que bastava existir ao lado dela, sem concessões de ternura, limitando-se a receber os sinais quotidianos da sua dedicação e do seu amor. [...] O gesto tinha a mesma força dos abraços dela, apertando-o contra si, e, desta vez, ele soubera aceitá-lo. A rota que desenhara dentro de si havia sido desviada, e ele sentia que era a vida de Eduarda que tomava conta da morte dentro dele. [...] Prepara-te. Vou entrar dentro de ti.[...] Porque te conto agora tudo isso? Porque estou dentro de ti. Enquanto me preparo para segurar o teu coração em minhas mãos, abro-te o meu e ofereço-o. É o mínimo que posso fazer [...] Não há duas histórias iguais. Tal como não existem duas ramificações sanguíneas semelhantes. Ou dois cérebros. Ou dois corações. Ou dois sexos. Mas a uni-los descubro sempre a fina membrana que separa a fragilidade dos corpos da brutalidade dos sentimentos. Morremos todos de excesso ou de falta de amor. E morremos sozinhos, de regresso à nossa odiosa singularidade. [...] Alguém me disse uma vez que a morte é um parto de si mesmo. Uma con­sumação, uma onda que nos varre até ao cabo de nós mesmos, ao fundo da nossa história, ali onde encerramos todos os mistérios. Se não formos nós a cumprir a tarefa, encarregam-se os outros dela. Não há como fugir. [...]. Trechos extraídos da obra Este é o meu corpo (Planeta, 2004), da escritora angolana Filipa Melo.

 

TRÊS POEMASTROPAS DE PAZ - Dorme-não-dorme a cidade marítima. / Serão morcegos? / Atonalidades da noite... / Ou são filhotes das arraias? / Angústias insones... / Ou será fragrância? / Música do sândalo / das tuas montanhas – / o que ouço / desse muro de jasmim... / Confusão! / Sei apenas que a brisa / é noctâmbula também. / E sopra números / nos meus ouvidos... / Do zero às estrelas / que contavas / em lugar delas / 344 mil e 580 pontos / para a Independência. / Ouço... / Contas-me / para os sonhos... / Tua história de bravos / teu regresso a ti... / Enfim... a boa notícia. / Mais que política – espiritual. / Basta uma noite sem dormir / para merecer uma alegria diurna. / E o mar não para / de revirar suas conchas / e acordar perigos. / Basta uma noite no mar / para entender / o que é desterro. PAIXÃO - Era mar subindo, subindo / E o medo / Da cidade toda mar e a vida / À tona / Depois era sol ardendo, ardendo / E o medo / Da cabeça toda fogo e a terra / A seca. DISCÍPULA DOS VENTOS - Dos templos sei que por regra / sem sari não se entra / e /mulher em dia de regras / nem entra /eram tantos os templos / não consegui menstruar em Bali / e no mar / entrei de sari. Poema da poeta Cláudia Ahimsa, autora de obras como Prelúdios poéticos (1994), Noite sem dormir. Poemas timorenses (2000), Habitante (2001) e A vida agarrada (2006).

 

MARACATU & MARACATUZEIROS - A coleção Maracatus & maracatuzeiros (Reviva/Funcultura, 2006), reúne três obras: a primeira, Festa de Caboclos, do pesquisador Severino Vicente da Silva; o segundo, João, Manoel e Maciel Salustiano – três gerações de artistas populares recriando os folguedos de Pernambuco, da jornalista e pesquisadora Mariana Cunha Mesquita do Nascimento; e, o terceiro, Maracatu rural – o espetáculo como espaço social, da bailarina e jornalista Ana Valéria Vicente. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

A MULHER NOS PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE - O papel da mulher estava definido dentro de uma particularidade: elas eram consideradas como um recurso financeiro e tratada pelos homens das formas tribais mais remotas do planeta, como um animal ou pedaço de terra adquirido. Ela detinha, portanto, uma condição de submissa e subalterna desde as mais remotas eras.
MULHER NA ANTIGUIDADE - Predomínio das deusas Afrodite, Semíramis, Rhianom, Astartéa, Cibele, Freya, Frigga, Ostara, Innana, Nisara, Nungal, Nigirimm, Figuras representativas e que exerceram papéis sociais e religiosos: a Nossa Senhora de Babalon e da besta que monta, bem como da RaínhaBoudica, entre outras.Lilit, Jezabel, Kun-Bau de Kish, entre profetisas, vestais, volvas, guerreiras, escravas revoltosas, poetas, tocadoras de músicas, sacerdotisas, além de cortesãs e prostitutas.
A MULHER NA GRÉCIA ANTIGA - Entre os gregos, todavia, devida a predominância e prazer masculino, além da concorrência dos escravos, a mulher já se encontrava humilhada, escravizada, degradada, sendo, pois, considerada instrumento para simples reprodução. Exemplo disso era o tratamento dispensado pelos espartanos que entendiam a mulher apenas como responsável por uma raça forte, concebendo filhos sadios e belos, sendo obrigadas a educá-los. Já os atenienses dividiam as mulheres em classes, mantendo a esposa legítima quase em clausura e instruindo as que se destinavam às cortesãs. Entre o universo judeu, a mulher detinha uma posição de absoluta inferioridade em relação ao homem, em conformidade com a lei mosaica. Tem-se, com isso, que a opressão sofrida pela mulher é resultado das transformações ocorridas nas relações humanas desde as primeiras sociedades que se conhece, ocorrendo momentos no final da Antiguidade, em que ela era colocada em situações de superioridade e que, em muitas culturas, a mulher era vista como um ser especialmente capaz de realizar certos encantamentos e receber favores das divindades. Safo foi uma poeta grega que viveu na cidade lésbia de Mitilene, ativo centro cultural no século VII a.C.. Nascida algures entre 630 e 612 a.C., foi muito respeitada e apreciada durante a Antiguidade, sendo considerada "a décima musa" por Platão.
A MULHER NA IDADE MÉDIA - Era do Obscurantismo: A mulher era um zero, desprezadas tanto pelos homens como por elas mesmas, mantendo a condução secular de Eva como a arquiteta responsável pela queda do homem. A Mariolatria – Séc. XII: a costela de Adão, era destinada à união social com o homem. Martas: aquelas que vivem e morrem nas cidades O culto à Maria Madalena que era a figura da prostituta que se arrependera para seguir Jesus, dando-se oportunidade à construção de lares para arregimentar e converter as decaídas que haviam reconhecido o erro de sua trajetória. A dama honorável pelo jogo do amor palaciano, oriundo do amor puro dos árabes e da importação do culto à Virgem Maria de Bizâncio. A dama da Cavalaria, os demônios súcubus e íncubus.
A MULHER NA IDADE MODERNA – SÉCULOS XV – XVIII - Surge o capitalismo e a caça às bruxas: a sexualidade e a prostituição feminina. As mulheres da burguesia desempenharam um papel fundamental na economia familiar: ajudavam o marido nos negócios e empregava-se no serviço doméstico ou em oficinas têxteis. As cortesãs eram as amantes dos ricos e poderosos nobres que lhes providenciavam bem-estar, luxo e com isso podiam frequentar as cortes, em troca da sua companhia, e seus favores. As mulheres do estrato mais desfavorecido encarregavam-se dos trabalhos domésticos e agrícolas. A prostituição feminina: o aumento da pobreza, a expulsão dos camponeses das suas terras e a grande quantidade de mulheres sem meios para casar, aumentou o número de prostitutas pobres.
A MULHER NA CONTEMPORANEIDADE - Já no século XX, deu-se o movimento do operariado estadunidense iniciado em 1903, proporcionando a criação da Women’s Trade Union League, enfrentando as crises industriais de 1907 e 1909, redundando na grande manifestação realizada em 1908, quando as mulheres socialistas denominaram esse movimento de Dia da Mulher. As greves de 1910 levadas a cabo por protestos étnicos e políticos, levaram ao atendimento de uma série de reivindicações da classe trabalhadora. Em 1911, um grande incêndio irrompeu na TriangleShirtwaistCompany, no qual morreram 146 pessoas, 125 mulheres e 21 homens, a maioria deles judeus. Já em 1917, exatamente no dia 8 de março, trabalhadoras russas do setor de tecelagem entraram em greve por melhores condições de vida e trabalho, e contra a entrada do czar na Primeira Guerra Mundial. A partir de então, passou-se a defender essa data como o dia que deveria ser dedicado à mulher, abrangendo as lutas delas tanto no continente americano, como no continente europeu e asiático, por melhores condições de vida e de trabalho, como também pelo direito de voto. Nas décadas seguintes uma série de acontecimentos foi deflagrada e até os dias hoje, as mulheres mantêm em pleno século XXI, o combate a eventos de natureza sórdida e misógina. Faz-se necessário mencionar que todas as lutas das mulheres incorporaram não só as suas reivindicações, como a das crianças, dos idosos, dos oprimidos, de sufrágio, da educação para todos e de todas as pautas contendo as condições necessárias para o respeito à dignidade do ser humano. Veja mais aqui, aqui, aquiaqui e aqui.



FESTA BRINCARTEFoto: Iracy Mergulhão. - BRINCARTE: 5 ANOS – Já está no blog Brincarte a postagem com fotos de toda festa de comemoração do aniversário, ocorrido no último dia 24 de setembro, no Espaço Cultural Linda Mascarenhas, em Maceió. Confira no Brincarte.




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Quando Papai Noel foi preso, Henryk Górecki, Demócrito de Abdera, Jane Campion, Alfred Eisenstaedt, Frédéric Bazille, Fernando Fabio Fiorese Furtado, A Comédia, Meg Ryan, A prisão de São Benedito & Luiz Berto aqui.

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terça-feira, setembro 27, 2011

RUDYARD KIPLING, ROGERS, MARIANA MASCHERONI, BIANCA LI, GUEIXAS & LITERÓTICA


MUSA TATARITARITATÁ: MARIANA MASCHERONI

Fotos: Imagens recolhidas do perfil MySpace de Mariana Mascheroni.



PAS DE DEUX




No palco do meu coração sedento jamais houvera tamanha fascinação, jamais houvera, porque algo mais infrene se fizera aroma de seiva na noite fria de agosto: a presença resplendente do seu corpo de mulher.

Ah, jamais houvera tão irresistível: à meia luz seu jeito maçã desolada, cabeça pendida no ombro da solidão. Na horagá, a minha chegada de sempre: a captura. E franze o rosto, cerra as pálpebras, morde os lábios e estremece suplicante a suspirar o magnetismo do coração que palpita na sintonia que nos impele um ao outro. Nada a deter e o amor embala na rede dos devaneios quando nos píncaros da sedução se insinua num écarté para me provocar com requisições de gracejos acariciantes, a me insultar no entalhe pujante de costas com o pé na barra a dar-me todos os regalos de um ensaio fotográfico particular, ali exclusivo estourando meus sentidos.

Ah jamais houvera e nossos corpos fremem de desejos e já me precipito envolvê-la para o embalo íntimo de um atittude libidinoso, colados um no outro a inalar o incenso dos nossos laços de sentimentos transpassados. Mas judia de mim a rodopiar com seu magnetismo. Rodopia incólume na noite enquanto eu afio os dentes. E rodopia mais o seu bailado sem fim, até que possessa, de repente, me leva ao nocaute num grand decárt sobre meu corpo.

Ah, Cinderela exata do meu tope, Loba certa do meu querer. E eu sou todo delírio nessa festa que jamais houvera. E na agonia dos quereres imponho poder nas minhas mãos que se acercam de sua feição, alisam seu rosto, se apossam de sua feitura para arrancá-la ao beijo, nos enroscando na dança. E aos solavancos murmuramos arrastados pelo tapete de pétalas no assoalho da pulsação vital, atrás da porta, das cortinas, esgotando calcinados nosso parque de diversão que traz o repique dos sinos no júbilo, crepitando a nossa fogueira de ímpeto selvagem nas alturas das suas nuvens para chover meu amor, na invasão da sua selva com todos os segredos de entrega e felicidade.

Ah jamais houvera e ofegantes usufruímos a vida e com ela nossos turbilhões mais que enlouquecidos derrubam colunas, grilhões, capitéis, pedestais, leis e limites, até alcançar o podium do grand finale a nos fartar embriagados da sidra dos nossos corpos desforrados.

Ah, jamais houvera pas de deux como devaneio do amor na noite fria de agosto, jamais houvera.

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados. Veja mais aqui.


MARIANA MASCHERONI- A bailarina e professora carioca Mariana Mascheroni participou de importantes repertórios clássicos como Coppélia, Bela Adormecida, Lago Dos Cisnes, entre outros. Atualmente está cursando o CQID de Ballet Clássico do Sindicato da Dança do Estado do Rio de Janeiro. Ela também é manequim profissional formada pela Escola Quartier Latin do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Rio de Janeiro. Veja mais dela no MySpace e no YouTube. Hoje é o aniversário dela, aqui a nossa homenagem. Confira mais Musa Tataritaritatá.

DITOS & DESDITOSQuem sabe o que é o medo? Não falo de medo comum de agressão, ferimento ou morte, mas o medo abjeto e arrepiante de alguma coisa que não se pode ver. Pensamento do escritor britânico Rudyard Kipling (1865-1936).

QUANDO FALA O CORAÇÃO - [...] Quando uma pessoa se une a outra, ela deixa de lado a sua identdade individual e se torna parte de uma consciência maior que agora inclui ela e a outra pessoa. Embora as pessoas que se unam uma a outra possam continuar tendo uma certa consciência de sua própria identidade individual, essa consciência é secundária e não é significativa para o que está acontecedo no momento, mas sim a união. [...]. Trechos da obra Quando fala o coração (Vetor, 2004), do psicólogo norte-americano e criador da abordagem psicoterapeuta Terapia Centrada na Pessoa, Carl Rogers (1902-1987). Veja mais aqui.

GUEIXAS –[...] Há diferentes motivos para que uma mulher escolha a vida de gueixa. Uma jovem de 16 que resolve experimentar a vida de maikp tem ideias e prioridades diferetes das de uma mulher de 26 anos que sabe que ao tornar-se gueixa poderá obstruir as possibilidades de uma vida de casada comum. [...] há uma coisa que une todas essas mulheres na escolha da carreira: a inclinação pelas artes. [...] Já mulheres que entrampara a profissão imaginando que encontrarão um marido entre os clientes, mas a maioria das gueixas [...] parece acreditar que essa não é uma boa razão para escolher a vida de gueixa. [...] As gueixas estão em situação de poder juntar-se aos ricos e famosos, e por vezes isso leva ao casamento; tais coisas acontecem. Mas é duvidoso que um homem vá às áreas de gueixas expressamente para procurar uma esposa. Ao chegarem aos 30 anos, em geral as gueixas já abandonaram completamente a ideia (ou a esperança secreta) de casamento. Muitas copnsideram aborrecida e repressora a vida da mulher japonesa casada comum. Afirmam que jamais trocariam sua independência pela respeitabilidade do matrimonio [...]. Trechos do livro Gueixa (Objetiva, 2003), de Liza Dalby.


A arte da coreógrafa. Diretora de cinema, dançarina e atriz Bianca Li.



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Das decepções com as mazelas na vida, Luís da Câmara Cascudo, Noam Chomsky, Hector Babenco, Frieze Magazine, Marília Pêra, Maria Luísa Mendonça, Xuxa Lopes, Sara Bareilles, Danielle Winits, Enki Bilal & O rabicho da Geralda aqui.

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HIRONDINA JOSHUA, NNEDI OKORAFOR, ELLIOT ARONSON & MARACATU

  Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Refúgio (2000), Duas Madrugadas (2005), Eyin Okan (2011), Andata e Ritorno (2014), Retalho...