segunda-feira, abril 14, 2025

HWANG BO-REUM, CYNTHIA FRANCO, CLAUDIA WERNECK, JUAREIZ & AMAURI CAMINHA

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Archetypes (Cedille Records, 2021) e Window To The World (Vectordisc Records, 2022), da premiada compositora, pianista, cantora e arranjadora Clarice Assad. Veja mais aqui.

 

Lá vai o poeta porque a vida é uma canção de amor... - Foi Marquinhos quem trouxe um doido e a maldição da lucidez. E me levou lá na Praça da Luz – local já conhecido do saudoso casal Mestre Biu & dona Carminha. Lá estava o poeta que gozava de prestígio pela edição inaugural da antologia Poetas dos Palmares, afora outros tantos idos e acontecidos. Tinha eu lá por volta dos meus 12 anos de idade e, dias depois, conversa vai, conversa vem, ousei passar pra ele os meus rabiscos adolescentes. Ele se riu e soltou: Vamos publicar. Ora, ora. Era eu um menino da beira do rio que se jactava por conta dumas quadrinhas pra professora do primário que foram publicadas no Júnior do Diário de Pernambuco, mais uns tresloucados versos no jornal estudantil do Grêmio Castro Alves e outros estampados nos murais na Biblioteca Pública, mais nada. Ele dava corda e eu sabia: tinha topete pra isso não. A peitica dele seguia e vieram as Noites da Cultura Palmarense com Durán & a turma toda, as figurinhas trocadas sobre o poeta Raymundo e Vinicius de Moraes pros cadernos da Nova Caiana e revista Poesia. E era Zé Terra inquieto lá em casa dias e noites segurando a saia de Solange grávida de João Guarani, ao meu violão com pot-pourri de Paulo Diniz e a festa bebemorada no Poema para Léa com Vanderléa e Egberto Gismonti, afora as noitadas com Lourdes contando das muitas de Ascenso, a comemoração pelo nascimento de Mariama, da organização de Jessiva pro Voltarei ao sol da primavera com Roberto Benjamim. Muitas páginas escritas e soltas, cadernos arrumados aos monturos, volumes selecionados, capas e canetas, resmas e recortes, festejávamos diariamente na legendária Livro 7, quando não às risadagens com o pau de índio de Olinda, o mingau de cachorro de Afogados, a sopa do peixe do Pra Vocês, os cabarés da Rio Branco, as reiteradas curtidas de Bridge Over Troubled Water da dupla Simon & Garfunkel pra canção que eu fiz pro seu Ponte sobre águas turvas, a cantoria desafinada de Palmares City às gargalhadas com o nosso jogral particular em uníssono: melhor do que Palmares só Paris e à noite, porque de dia a gente levava de lambuja! E nessas idas e vindas, 10 anos se passaram: estava ali prontinho da silva o meu primeiro livro – com a coordenação dele e as gentis participações de Ângelo Meyer e Paulo Profeta. E mais vieram: os lançamentos da Pirata, as primeiras edições de A Região, a sua presença marcante na estreia das minhas peças teatrais – O prêmio, em Palmares; e a Viagem noturna do Sol, em Recife -; as conversas sobre a encenação de João sem terra do Hermilo com Paulo Cavalcanti – O caso conto como o caso foi; os brindes dos copos ao som de Junco do Seridó e as viradas de noite com Marca Ferrada. Décadas se passaram até o reencontro para a bombástica entrevista concedida pro meu Guia de Poesia lá no Rio de Janeiro e, muito tempo depois, a acertada com a tradução do Vivar pro Americanto na noite de Maceió, os 70 setembros. Foram muitas e tantas de perder a conta nos meandros da memória. Hoje meu coração entoa aquela canção para Abya Yala do Mílton: Qualquer dia a gente vai se reencontrar... Até mais ver.

 

Karen Blixen: Quando você tem uma tarefa grande e difícil, algo talvez quase impossível, se você trabalhar apenas um pouco de cada vez, um pouco a cada dia, de repente o trabalho terminará sozinho... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

Catherine Belkhodja: Todos conhecem e compartilham os sofrimentos do outro, do peso do abandono, da inevitabilidade de um acontecimento que já passou. Em seus torneios, acima de tudo uma esplêndida história de amor... Veja mais aqui.

Cressida Cowell: Estamos todos arrebatando momentos preciosos das mandíbulas pacíficas do tempo... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

A FRONTEIRA

Imagem: Acervo ArtLAM.

Amor \ Você viu o rasgo da lama? \ Foi a imigração: espelho negro \ Quantos estão procurando seus filhos desaparecidos? \ Ali, entre as paredes \ na área norte \ deserdado: Você é a fronteira \ abrigado na rocha e nos ventos frios \ Onde estão os mortos nascidos amor onde? \ No deserto talvez? Você nasceu no crepúsculo de Frontera? \ Onde você costuma ficar? Da montanha, talvez? Você cheira a sálvia em sua nostalgia \ Quantos mares eu acalmo para unir uma só linguagem de amor? \ Quantas cruzes, quanto eu cruzo? \ Quanta fome, quanta sede de família? \ Para unir, unir, unir as fronteiras! \ O eterno retorno, sempre se retorna, mãe, mãe sempre se retorna! \ Se você migrar, eu também vou! \ Tentaram me parar na fronteira \ Tentaram me parar na fronteira \ Não há vistos para o seu tipo, não, não, não \ De onde você é, eles me perguntaram? \ De todo lugar, de lugar nenhum, da ferida eu venho \ A fronteira me deu a primeira canção, eu nasci com a cara do céu afundando \ Tão violento quanto seu amor \ Para unir o amor eu tive que odiar e não lembrar \ Dizem que os pássaros migram para o sul. \ Mas acredito que eles sempre retornam para o norte, para a raiz que cresce para baixo \ e sem terra não \ De onde o vento traz o chamado da morte eterna, a sombra eterna \ Nós somos os Ixcuinan, os do norte \ Estamos dando à luz uma poesia que nos protege, uma canção \ Virgem da aurora, dai-me clareza e tranquilidade \ Estrela da manhã, dá-me luz e dá-me paz \ ao longo das fronteiras, eu canto.

Poema da escritora mexicana Cynthia Franco.

 

BEM-VINDO À BIBLIOTECA - [...] Os livros não são feitos para permanecer na sua mente, mas no seu coração. Talvez eles existam na sua mente também, mas como algo mais do que memórias. Em uma encruzilhada na vida, uma frase esquecida ou uma história de anos atrás pode voltar para oferecer uma mão invisível e guiá-lo para uma decisão. Pessoalmente, sinto que os livros que li me levaram a fazer as escolhas que fiz na vida. Embora eu possa não me lembrar de todos os detalhes, as histórias continuam a exercer uma influência silenciosa sobre mim. [...] A vida é muito complicada e expansiva para ser julgada somente pela carreira que você tem. Você pode ser infeliz fazendo algo que gosta, assim como era possível fazer o que não gosta, mas obter felicidade de algo totalmente diferente. A vida é misteriosa e complexa. O trabalho desempenha um papel importante na vida, mas não é o único responsável por nossa felicidade ou miséria [...] Cada um de nós é como uma ilha; sozinho e solitário. Não é algo ruim. A solidão nos liberta, assim como a solidão traz profundidade às nossas vidas. Nos romances que eu gosto, os personagens são como ilhas isoladas. Nos romances que eu amo, os personagens costumavam ser como ilhas isoladas, até que seus destinos gradualmente se entrelaçaram; o tipo de história em que você sussurra, 'Você estava aqui?' e uma voz responde, 'Sim, sempre.' [...] Em vez de se agonizar sobre o que você deve fazer, pense em se esforçar em tudo o que você está fazendo. É mais importante tentar o seu melhor em tudo o que você faz, não importa o quão pequeno possa parecer. Todo o seu esforço vai somar em algo. [...] Um dia bem aproveitado é uma vida bem vivida. [...] Para encontrar a felicidade, faça o que você gosta. Todos vocês devem encontrar algo que gostem de fazer, algo que os deixe animados. Em vez de perseguir o que é reconhecido e valorizado pela sociedade, faça o que você gosta. Se você puder encontrar, não vacilará facilmente, não importa o que os outros pensem. Seja corajoso. [...]. Trechos extraídos da obra Welcome to the Hyunam-Dong Bookshop (Bloomsbury, 2023), da escritora sul-coreana Hwang Bo-reum.

 

INCLUSÃO DE VERDADE – [...] A inclusão é uma proposta de uma transformação política da sociedade, uma alteração estrutural, onde o mundo precisa ser preparado não para as pessoas que têm deficiência, mas para todos. [...] Estão enganados, portanto, os que acreditam que o conceito de inclusão está relacionado somente às pessoas que têm uma deficiência. Não é. Ele tem a ver com o ser humano. [...] Trata-se de uma longa trajetória de exclusão, de não-reconhecimento, de não-entendimento de que pessoas que nascem com uma síndrome genética são detentoras de direitos como o de estar na escola, no trabalho, em todos os espaços sociais. [...] Para os pais, o maior desafio é conseguir colocar o seu filho com a maior dignidade numa escola regular de qualidade, para que eles sejam reconhecidos como parte da geração a quem pertencem, que eles possam desde cedo se exercitar eticamente junto com pessoas da mesma idade e, juntos, participar deste grande exercício que é se tornar cidadão. Para a sociedade, o grande desafio é olhar para uma pessoa com síndrome de Down e não achar que ela é o exótico da natureza. Isto é um grande equívoco. Esta é uma ideia profundamente segregacionista, quase nazista. Este é, portanto, o grande desafio da sociedade, vencer seu próprio ranço na visão deturpada que ela tem de pessoas que representam a diferença. [...] A escola inclusiva nada mais é do que uma escola de qualidade para todos. [...] Hoje, dirijo o meu trabalho para a formação de guerrilheiros pró-inclusão. Adolescentes e universitários que vão saber exatamente como olhar uma pessoa com deficiência e não vê-la mais como diferente da sociedade, mas uma pessoa integrante e indispensável dela [...]. Trechos da entrevista Inclusão reflete riqueza humana (BBC Brasil, 2003), concedida pela jornalista e ativista Claudia Werneck, que é autora do livro Muito Prazer, Eu Existo: um livro sobre as pessoas com Síndrome de Down. (WWA, 1993), a fundadora idealizadora da Escola de Gente e pioneira na disseminação do conceito de sociedade inclusiva (ONU) na América Latina.

 

MOVIMENTOS DESPEDAÇADOS...

[...] Nunca poderemos perder as esperanças. Ou acreditamos ou nada acontecerá. Portanto, o nosso sonho não está acabado, vamos atrás desse sonho, possivelmente nossa geração não alcançará, mas, à geração do futuro certamente... [...]

Trecho extraído do livro Movimentos despedaçados e outras histórias (JC, 2024), do escritor e militante político Amauri Cavalcanti Caminha.

&

JUAREIZ CORREYA NO TTTTT

Reunião de textos do poeta e editor Juareiz Correya (1951-2025) aqui, aqui, aqui & aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:

Veja mais sobre MJ Produções, Gabinete de Arte & Amigos da Biblioteca aqui.

& mais:

Livros Infantis Brincarte do Nitolino aqui.

Diário TTTTT aqui.

Literatura Indígena: Cosmovisões & Pela Paz aqui & aqui.

Poemagens aqui.

Cantarau Tataritaritatá aqui.

Teatro Infantil: O lobisomem Zonzo aqui.

Faça seu TCC sem traumas – consultas e curso aqui.

VALUNA – Vale do Rio Una aqui.

&

Crônica de amor por ela aqui.




 


segunda-feira, abril 07, 2025

CLAUDIA PIÑEIRO, MERLINDA BOBIS, CAROL ROBINSON & OLEGÁRIO MARIANO

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som do álbum Amanhã Vai Ser Verão (Independente, 2018), da cantora, violonista e compositora Rosa Passos. Veja mais aqui.

 

O poema à beira do precipício... - Rabisquei o primeiro verso e o Sol dormia no Jardim das Hespérides. No fundo do meu olho a escuridão e uma maçã de ouro mostrou os descaminhos - minhas mãos queimavam pelo inefável: uma espera que se fez certeza entre dias quentes e noites acaloradas, parecia mais que queriam fazer deste lugar um imenso incinerador. O segundo verso intenso e já pulei de cabeça incontáveis vezes e de qualquer jeito: conhecia de cor as muitas funduras abissais, rastejando fora do curso com as escoriações de espatifar pelas pás de um imenso ventilador, atravessando corredores e pretextos - quem me via assim juntando o quebra-cabeça dos meus pedaços espalhados. O terceiro verso era o que já voltei atrás o tanto de quantas e me consumia com o decoro infame e as interrupções pelos conflitos, as reticências na casca ruindo - mudava de pele pela zilionésima vez, intervalos de guerra e não sabia a quem ou como pedir ajuda. Não conseguia jamais entender o que diziam de voltar ao normal, sei que despirei chacoalhado por palavras cheias de dáblius, ípsilones e kás de nomes alheios, sotaques e cacoetes, arrastado pelo bombardeio de profundas e enganosas ilusões, circunlóquios cruéis, delírios outros e ficaram as coisas nesse pé, chovendo canivetes no jogo infinito dos instantes, o desconforto dos desencontros, um segundo antes do disparo ensurdecedor e a mim mesmo repetindo teimosamente não mais voltar atrás jamais, exibindo o troféu das cicatrizes. O quarto verso era o núcleo da Terra parando - não sei quando tudo começou, só a duração da febre crepitando na vontade para onde aos solavancos e o embaraço de que nada deu certo nem modificou, tudo era não mais que uma nuvem e o vento nas folhas, a brisa no mormaço da sombra e eu em estado de graça remexendo nas ideias: o que seria dali em diante, qual porta alguém abriria, becos sem saídas, muros e paredes intermináveis, encruzilhadas de vielas na corrosão do tempo, erosão do espaço, afetos apodrecidos. Estava tonto e no quinto verso perdia a vergonha na cara entre vírgulas e esdruxulas exclamações - ninguém suspeitava meu segredo: a vida sentou-se ao meu lado, com um capacete de Sutton Hoo e às gargalhadas. Ao retirá-lo, pro meu espanto, fez uma linda careta risível, talvez me quisesse punir, como se fosse uma das mulheres que amei ao abandono. E contou uma piada: a lua evadiu-se e se perdeu pela órbita de marte, quem estava onde e olhava pras coisas sem dizer nada, a palma aberta das mãos e as linhas do meu próprio labirinto de quem já esteve lá, passou por todos os lugares, sempre às vésperas de partidas e já foi longe demais. Assim passaram-se muitos anos e o sexto verso quando deu liga, elos esgarçados. O quanto aprendia, nova lições no pau da venta e por entender entre outras tantas se revelavam e de novo reaprendia, outra vez, sempre ou quase. Era o sétimo verso e tudo passava, estava esborrando vertigens de ontens e uma sensação recorrente de fim, trocando pés e pernas trôpegas, os olhos fixados na distância do futuro: o que virá qualquer efeito nem terá sentido, um dia a hora agá e o poema da incompletude no novo verso interminável. Até mais ver.

 


Nnedi Okorafor: Nós choramos, soluçamos, choramos e sangramos lágrimas. Mas quando terminamos, tudo o que podíamos fazer era continuar vivendo... Veja mais aqui & aqui.

Dolores Huertai: Cada momento é uma oportunidade de organização, cada pessoa é um ativista em potencial, cada minuto é uma chance de mudar o mundo... Veja mais aqui & aqui.

Anne Lamott: A alegria é a melhor maquiagem... Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

VIDA HOJE, MANILA, 1990

Imagem: Acervo ArtLAM.

eu amo muito lindamente hoje, \ como se amanhã eu fosse morrer. \ eu até amarro meu cabelo de penhasco em penhasco \ e convido dançarinos de corda bamba. \ Em sua primeira coleção de poesias com desenhos, Merlinda Bobis convida todos para rituais de ser, quebrar e ser novamente — cada instância é incorporada, indelével: \ ela não pode deixar ir; \ apenas leia minhas costas. \ eu sei — esta pele, \ esta memória de tartarugas.

Poema da escritora e acadêmica fiolipina-australiana Merlinda Bobis.

 

CATEDRAIS - [...] Porque a verdade que nos é negada dói até o último dia. [...] A morte exige resignação, a ausência não. [...] É de lá que viemos, onde cada palavra floresce ou dá frutos. [...] Uma pessoa ignorante com poder é uma fatalidade. [...] A maneira como nomeamos plantas, flores, frutas, usando a mesma linguagem, desenvolve nossa origem tanto ou mais do que qualquer melodia. Somos todos nós, de onde cada palavra floresce ou dá frutos. [...]. Trechos extraídos da obra Catedrales (Alfaguara, 2021), da escritora, roteirista e dramaturga argentina Claudia Piñeiro, que na obra Elena Knows (Charco Press, 2021), ela expressou que: [...] só se conhece algo quando se vive isso na vida, a vida é o nosso maior teste. [...] a vida vai nos testar. De verdade, não um ensaio geral. E naquele dia finalmente perceberemos que estamos sozinhos, forçados a nos encarar, sem mais mentiras para nos agarrarmos. [...] O que resta de você quando seu braço não consegue nem vestir uma jaqueta e sua perna não consegue nem dar um passo e seu pescoço não consegue se endireitar o suficiente para deixar você mostrar seu rosto para o mundo, o que resta? Você é seu cérebro, que continua enviando ordens que não serão seguidas? Ou você é o próprio pensamento, algo que não pode ser visto ou tocado além daquele órgão sulcado guardado dentro do crânio como um tesouro? [...]. Na obra Una suerte pequena (Alfaguara, 2015), ela expressa que: [...] Talvez a felicidade seja isso, um momento para se viver, qualquer momento, não um momento em que as palavras são desnecessárias porque seriam necessárias muitas para descrevê-lo. Ouse aceitá-lo em sua condensação, sem permitir que eles, em sua própria maneira de narrar, façam você perceber sua intensidade. [...] Eu acho que uma pessoa que tem que depender da gentileza de estranhos deve estar sozinha no mundo. Mesmo que esteja cercada de pessoas. [...] Mas o suicídio é um tipo muito particular de morte que tem repercussões para aqueles que ficam para trás. É uma morte dedicada a eles – mesmo que não fosse para ser – que os faz sentir responsáveis ​​por não terem percebido o que estava prestes a acontecer, por não terem feito nada para impedir. [...]. Já na obra Um comunista em calzoncillos (Alfaguara, 2013), ela expressa que: [...] A vida é uma sucessão de atos miseráveis interrompidos por alguns pequenos atos heroicos, e é na média de todos eles que conseguimos nos sentir dignos. Onde queremos que pelo menos uma testemunha saiba que somos dignos. Mesmo que não estejamos. [...]. Enquanto noutra obra Betibú (Verus, 2014), ela considera que: [...] Solidão é um estado interior que você pode praticar, mesmo quando estiver com outras pessoas, acredite. [...] Só um solitário é capaz de estar ao lado de outro sem sentir a necessidade, a obrigação e o direito de possuí-lo ou de trocá-lo. [...] Ser um solitário é algo constitutivo, uma forma de ser, algo que não pode mudar com o passo do tempo nem com o que se enche a casa de gente. [...]. Por fim, no seu livro Las viúvas de los jueves (Alfaguara, 2009), ela expressa que: [...] Fiquei surpresa com a complementaridade que mantivemos apesar de não entendermos por que ainda estávamos juntos. Funcionamos como se tivéssemos perdido um ao outro ou que tivéssemos substituído um ao outro, exceto pela distribuição meticulosa e tácita de pais e tarefas que continuamos a apoiar ou que tínhamos organizado com mais disposição do que com qualquer outra paz ou sentimento. [...].

 

MULHER, CIÊNCIA & FAMÍLIA – [...] Acho que o ambiente pode ser desanimador para muitas mulheres e isso é uma grande vergonha. Não precisa ser assim. Não acredito que você tenha que trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana para ser cientista. Você pode estar pensando sobre ciência enquanto estiver fora do laboratório. Muitas vezes tenho minhas melhores ideias enquanto corro pelos parques da universidade. A cultura das longas horas de trabalho entra em conflito com a vida familiar e com a vida em geral e, na minha opinião, esse é o maior obstáculo percebido pelas mulheres, mas uma carreira em ciências é tremendamente gratificante e emocionante - as mulheres não devem se deixar intimidar por essas percepções. Na minha carreira, me beneficiei enormemente de uma boa mentoria e sinto que isso é uma parte importante para fazer com que as mulheres permaneçam e progridam na ciência. Mais programas existem agora para lidar com isso, mas ainda há muito mais que podemos fazer. [...] Equilibrar família e carreira foi meu maior desafio. Inicialmente, resolvi isso desistindo da minha carreira científica por oito anos; depois, consegui encontrar o equilíbrio certo entre as duas coisas que mais importavam para mim. Eu fazia isso trabalhando nas primeiras horas da manhã, mas era difícil quando as crianças eram pequenas e eu tinha que viajar para o exterior para conferências e reuniões de colaboração. Eu sentia muita falta delas enquanto estava fora. Mas eu sabia o quanto era importante divulgar meu trabalho e torná-lo conhecido no circuito internacional. Eu só tinha que seguir em frente. [...]. Trechos da entrevista Women in science: an interview with Professor Dame Carol Robinson, University of Oxford (News-Medical Life Sciences, 2015), concedida pela cientista e professora inglesa Carol Vivien Robinson (Carol Bradley), que foi presidente da Royal Society of Chemistry e lidera o grupo de pesquisa no Laboratório de Química Física e Teórica da Universidade de Oxford.

 

TODA UMA VIDA DE POESIA

Hoje esquecendo ingratidões mesquinhas \ alimento a ilusão de que essas rosas \ ao menos essas rosas, sejam minhas...

Trecho do poema O enamorado das rosas, extraído da obra Toda uma vida de poesia (2 vols - José Olympio, 1957), do poeta e diplomata Olegário Mariano (1889-1958), primo do poeta Manuel Bandeira (1886-1968). Veja mais aqui & aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:

Veja mais sobre MJ Produções, Gabinete de Arte & Amigos da Biblioteca aqui.

& mais:

Livros Infantis Brincarte do Nitolino aqui.

Diário TTTTT aqui.

Literatura Indígena: Cosmovisões & Pela Paz aqui & aqui.

Poemagens aqui.

Cantarau Tataritaritatá aqui.

Teatro Infantil: O lobisomem Zonzo aqui.

Faça seu TCC sem traumas – consultas e curso aqui.

VALUNA – Vale do Rio Una aqui.

&

Crônica de amor por ela aqui.

 



terça-feira, abril 01, 2025

GLÓRIA STEINEM, MIN JIN LEE, LINDA SUE PARK & LADY TEMPESTADE

 

 Imagem: Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Apimentada (2018) e Nossa Melhor Visão de Mundo (2023), da compositora, pianista e professora Deborah Levy, como parte de um olhar sensível ao processo da humanidade no momento difícil da pandemia, baseado numa visão holística da artista que provoca, por meio da música, a reflexão sobre uma nova visão de mundo. Ela é Bacharel em Música Popular Brasileira - Arranjo Musical na UNIRIO em 2005 e completou o Mestrado na mesma instituição em 2016, com a dissertação O Brazilian Jazz no eixo Rio-São Paulo na década de 1980.

 

Manguaba & o outro lado da existência... - Lugaroutro, mais um dia, nada demais, parecia. Não fosse a margem da lagoa o espetáculo, as águas transbordariam por meus olhos, peito inchado além das vontades e fruindo dos diferentes lugares e instantes dali. Na verdade, me sentia como se renascesse em cada momento, do tamanho de tudo que via: o universo unânime e todas as coisas imortais, o repertório da diversidade da causa primordial e na tarde crepuscular o amanhecer do dia se realizasse imorredouro – e fechasse os olhos para apreender o infinito, livre do que seria a morte e de qualquer lembrança. Dei-me a oportunidade de reviver ali a estadia na Ilha do Sol, com os fios de ouro dos dias estivais e a dançarina Dora de Cachoeiro do Itapemirim era Luz del Fuego, mãos e pernas no alvoroço da vida à flor d’água da Manguaba. Aquilo durava pouco, mas deixava marcas perenes. Por certo não haveria aquela quarta-feira de 19 de julho, muito menos a atroz vingança usurpando todas as margens de erro e ela não teria sido violentada e, seu corpo amarrado pelas pedras, jamais seria lançado ao mar para ser encontrado só dias depois. Jamais aconteceria e, no lugar de sua dança, uma fonte milagrosa brotaria para lavar as heresias civilizatórias e eu escaparia do presente inapreensível no simultâneo desconhecido, das sucessões de golpes inquisitoriais, da direção das vãs incertezas: a vida não se renderia coagida aos silêncios e olhares graves. As horas não seriam agora os que já foram, nem me perderia vencido pela tentação dos fins sinistros da vontade cega - quem à luz da razão enxergasse a hipocrisia e a loucura, o sacrifício de sobreviver aos flagelos mais imprevisíveis, aos disfarces de altruísmo pela dissonância cognitiva geral. Tudo era mais que impensável e poderia sorrir jeito que fosse, até por teimosia, a provar do que melhor ou pior entre a sabedoria e a insensatez. Quem perderia tempo, cada escolha não seria em detrimento de outras alternativas disponíveis. Afinal, a ausência de erros não confirmaria quaisquer acertos, porque até os clamorosos passavam, o difícil era ter de superá-los e distingui-los entre hediondos e fúteis. Quem proscrito suspenso no quase, emoções represadas, sentimentos rasurados, fronteiras borradas, teria a coragem de enfrentar o que o cimento escondia, valendo-se de buracos nas paredes e muros, sem que precisasse aquilatar do ínfimo ou sintomático, ou do sucessivo na analogia do infiel. Viver é acordar dum sonho à beira do abismo. E viva! Até mais ver.

 

Malika Oufkir: Cada dia é um milagre que me intoxica. Eu quero mais. Saúdo cada manhã como um novo prazer. E ainda assim estou profundamente ciente de todos os artifícios da vida... Veja mais aqui & aqui.

Han Kang: Estou lutando sozinha, todos os dias. Luto com o inferno que sobrevivi. Luto com o fato da minha própria humanidade. Luto com a ideia de que a morte é a única maneira de escapar desse fato... Veja mais aqui & aqui.

Camille Paglia: Regra da arte: a hipocrisia mata a criatividade!... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

NENHUM OUTRO LUGAR PARA IR

Imagem: Acervo ArtLAM.

Apague as luzes. \ Use outra camada. \ (Parece um pai.) \ (Parece uma mãe.) \ Você diz "de segunda mão". \ Eu digo retrô. \ Andar. \ Bicicleta. \ Ande um pouco mais. \ Reciclar. \ (Veja o que eu fiz lá, \ bicicleta—reciclar?) \ Seu nome em Sharpie \ em uma boa garrafa de água. \ Mochila. Novos hábitos. \ Não, obrigado, não preciso de uma bolsa. \ O que mais. \ Oh sim. \ Conte a dez amigos \ quem pode contar a dez amigos \ quem pode contar a dez amigos... \ Faça barulho suficiente, \ talvez os adultos \ finalmente ouvirão \ o grito no título.

Poema da escritora estadunidense Linda Sue Park. Veja mais aqui & aqui.

 

A VIDA & O VIVER – [...] Viver todos os dias na presença daqueles que se recusam a reconhecer sua humanidade exige muita coragem. [...] Você quer ver um homem muito mau? Faça um homem comum ter sucesso além da imaginação. Vamos ver o quão bom ele é quando pode fazer o que quiser. [...] A história falhou conosco, mas não importa. [...] Ninguém é limpo. Viver te deixa sujo. [...] O destino de uma mulher é sofrer. [...] A vida faz você pagar...todo mundo paga alguma coisa [...]. Trechos extraídos da obra Pachinko (Intrínseca, 2020), da escritora e jornalista coreana Min Jin Lee.

 

MINHA VIDA NA ESTRADA - [...] Eu mesma chorava quando ficava com raiva, então me tornei incapaz de explicar por que estava com raiva em primeiro lugar. Mais tarde, eu descobriria que isso era endêmico entre seres humanos do sexo feminino. A raiva é supostamente "não feminina", então a reprimimos - até que ela transborde. Eu podia ver que não falar fazia minha mãe se sentir pior. Esta foi minha primeira dica do truísmo de que a depressão é a raiva voltada para dentro; portanto, as mulheres têm duas vezes mais probabilidade de ficar deprimidas. Minha mãe pagou um alto preço por se importar tanto, mas ser capaz de fazer tão pouco sobre isso. Dessa forma, ela me levou a um lugar ativista onde ela mesma nunca poderia ir. [...] Às vezes penso que a única divisão real em dois é entre as pessoas que dividem tudo em dois e aquelas que não o fazem. [...] Quando os humanos são classificados em vez de vinculados, todos perdem. [...] O riso é um resgate [...]. Trechos extraídos da obra My Life on the Road (Random House, 2016), da escritora, jornalista e ativista estadunidense Glória Steinem, que no prefácio da obra The Vagina Monologues (Virago, 2001), de Eve Ensler, expressou que: [...] Não é de se admirar que os líderes religiosos masculinos digam com tanta frequência que os humanos nasceram em pecado — porque nascemos de criaturas femininas. Somente obedecendo às regras do patriarcado podemos renascer por meio dos homens. Não é de se admirar que padres e ministros de saias borrifem fluido de parto de imitação sobre nossas cabeças, nos dêem novos nomes e prometam o renascimento para a vida eterna. [...]. Veja mais aqui, aqui, aqui & aqui.

 

O DIÁRIO DE LADY TEMPESTADE

[...] Deixou claro que só poderei engravidar se deixar de advogar. Meu estado emocional perturba o metabolismo. É por demais cômico, luto pelos filhos dos outros, entram em minha vida, amarguram-me a existência e ainda me privam de ter filhos. [...] Em 1965, recebi um telefonema avisando-me que havia uma ordem de prisão contra mim. Quando desliguei bateram na porta, era a polícia. Abri e disse: vou me trocar. Sentaram-se na sala. No quarto fiz um bilhete para Dona Pepe, mãe de Ivo Valença, coloquei-o numa garrafa, e desci pela varanda recomendando meu filho recém-nascido. Tirei os lençóis do berço, para evitar que meu bebê sufocasse. Fui mais uma vez conduzida para a Secretaria de Segurança Pública. [...].

Trechos extraídos da obra Diários 1973-74 escritos por Mércia Albuquerque Ferreira (Potiguariana, 2023), da advogada Mércia Albuquerque Ferreira (1934-2033), organizado por Roberto Monte e conta que, em 1964, ao testemunhar a tortura pública do líder Gregório Bezerra nas ruas do Recife, decidiu dedicar-se à defesa de presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985), sendo reconhecida como a maior advogada nordestina de presos políticos, ao atuar em aproximadamente 500 casos, defendendo indivíduos perseguidos pelo regime militar. Por conta disso enfrentou riscos significativos e foi presa diversas vezes. Após falecer seu acervo, composto por diários, cartas e documentos jurídicos, foi doado ao Centro de Direitos Humanos e Memória Popular (CDHMP), no Rio Grande do Norte. A obra inspirou o monólogo Lady Tempestade (2024), solo da atriz Andréa Beltrão, dirigido por Yara Novaes e roteiro da dramaturga Silvia Gomez, em cartaz no Teatro Poeira, São Paulo: Mércia dizia que era uma contadora de histórias de pessoas que reconstruíram a liberdade. Eu sou uma contadora de histórias. Eu acredito que contar histórias é uma maneira amorosa de pensarmos juntos no nosso passado, nosso presente e nosso futuro. Contar histórias amorosamente, para nunca esquecer. Para tentarmos responder às perguntas que nos fazemos aqui e agora... Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:

Veja mais sobre MJ Produções, Gabinete de Arte & Amigos da Biblioteca aqui.

& mais:

Livros Infantis Brincarte do Nitolino aqui.

Diário TTTTT aqui.

Literatura Indígena: Cosmovisões & Pela Paz aqui & aqui.

Poemagens aqui.

Cantarau Tataritaritatá aqui.

Teatro Infantil: O lobisomem Zonzo aqui.

Faça seu TCC sem traumas – consultas e curso aqui.

VALUNA – Vale do Rio Una aqui.

&

Crônica de amor por ela aqui.

 


quarta-feira, março 26, 2025

ERICA JONG, JUNG CHANG, GABOR MATÉ & CANTINHO DO BAR BRASIL

 

 Imagem: O céu azul de Madalena – Acervo ArtLAM.

Ao som dos álbuns Hiromi Live in Concert (2005), Hiromi’s Sonicbloom Live in Concert (2007), Another (2003), Brain (2004), Spiral (2006), Place too Be (2009) e Spark (2016), da pianista e compositora japonesa Hiromi Uehara. Veja mais aqui & aqui.

 

O primeiro de muitos dias no céu de Madalena... - Ontem ouvi estrelas e o mundo era ela crepuscular, insuspeitavelmente caleidoscópica, na varanda de todos os momentos. Sorriu intensidade pacífica e seus olhos teciam sonhos habitáveis na mansidão das nuvens acolhedoras e apontavam o túmulo do jardim, como se revelasse a promessa de que ali também estaria comigo para presenciar a minha ressurreição e o meu semblante duplo: de um lado, aquele que se valia da magnificência imprescindível - a minha face serena com as quedas das águas, as brisas da tarde, o desabrochar das flores e folhas, a frieza da noite estrelada, o silêncio das pedras... Do outro, o que sou de deteriorado com todas as muitas máscaras superpostas pelo intransponível à fronteira do escancaro, o intransferível e as intercessões, o flagelo e as distorções do tempo, a vertigem dos espaços, a compulsão das esquinas e encruzilhadas, os gatilhos dos instantes encurralados, o estresse estampado nas vitrines, a degeneração das fisionomias e das coisas, pensamentos intrusos, situações aversivas, ruminações nos sentimentos dos defeitos e o caos na paleta de cores: eram as mordidas de ferro e aço, fedor de gasolina – os motores trituravam minha carne e fizeram desaparecer o meu agora. Caindo em qual lugar, ali era tudo que conhecia porque comigo memórias redivivas, o que fui e serei enquanto sendo, como se ressignificasse o privativo nas minhas transcendências e invisibilidade - um diário de temores e inquietações. Nela me via e exorcizava a vida como arte – era o que dela sou muitos em mim –, a vida e o que há de impaciente, como se eclodisse minha autorrepresentação, meu autorretrato, alter ego ambulante, apenas voo. Até mais ver.

 

Shirin Neshat: A arte é nossa arma. A cultura é uma forma de resistência... Arte não é crime. É responsabilidade de todo artista fazer arte que seja significativa... Veja mais aqui & aqui.

Marge Piercy: Nunca duvide que você pode mudar a história. Você já mudou... Veja mais aqui & aqui.

Lauren Weisberger: Não há pânico que você não possa acalmar, nenhum problema que você não possa resolver... Concentre-se em si mesmo: faça o que quiser, quando quiser, sem ter que considerar a agenda de ninguém... Veja mais aqui & aqui.

 

NÓS APRENDEMOS

Imagem: Acervo ArtLAM.

Nós aprendemos o decoro do fogo, \ Simetria curiosa da chama, \ o calor azul no centro das coxas, \ o vermelho cintilante dos quadris, \ & o ouro do sebo dos seios \ iluminado de dentro \ pela lanterna nas costelas. \ Você se afasta de mim \ Como um ramo que anseia por ser enxertado \ em uma árvore frutífera, \ pêssego e pera \ cruzados uns com os outros, \ figo & banana servido em um prato, \ a folha e o caracol luminoso \ Isso se apega a isso. \ Nós aprendemos que o rasgo \ Pode ser uma adesão, \ Que o fogo está cintilando \ Pode ser um acendimento, \ que o velho decoro do amor... \ para morrer no poema, \ Deixando o amante solitário com a caneta... \ Era tudo uma mentira antiga. \ Então nós banimos o mau-olhado: \ você tem que ser infeliz para criar; \você tem que deixar o amor morrer antes que ele escreva; \ você tem que perder a alegria de ter o poema... \ E reexaminamos as nossas vidas com fogo. \ Veja este manuscrito coberto \ com palavras cor de carne? \ Ele foi escrito em tinta invisível \ E apertou a nossa chama. \ As palavras escureceram na página \ Enquanto afundamos um no outro. \ Nós somos tinta e sangue \ e todas as coisas que fazem manchas. \ Nós nos tornamos dourados enquanto nos repassamos, \ Dourar as peles um do outro como sóis. \ Segure-me até a luz; \ Você vai ver poemas. \ Segure-me no escuro; \ Você verá a luz.

Poema da escritora e educadora estadunidense Erica Jong. Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.

 

IRMÃS: A MAIS VELHA, A MAIS NOVA... [...] Aprendemos com a observação que nenhuma nação pode se destacar a menos que suas mulheres sejam educadas e consideradas iguais aos homens moralmente, socialmente e intelectualmente... [...]. Trecho extraído da obra Big Sister, Little Sister, Red Sister: Three Women at the Heart of Twentieth-Century China (Jonathan Cap, 2019), da escritora chinesa Jung Chang, que na sua obra Empress Dowager Cixi: The Concubine Who Launched Modern China (Knopf; Primeira, 2013), expressou que: […] Talvez não se possa confiar na magia deles; mas não podemos confiar nos corações e mentes das pessoas? […] Temos apenas os corações e mentes das pessoas para depender. Se os deixarmos de lado e perdermos os corações das pessoas, o que podemos usar para sustentar o país? […] Se apenas cruzarmos os braços e nos rendermos a eles, eu não teria rosto para ver nossos ancestrais após a morte. Se devemos perecer, por que não lutar até a morte? […]. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

O MITO DO NORMAL & CULTURA TÓXICA[...] O trauma não é o que acontece com você, mas o que acontece dentro de você [...] Quer percebamos ou não, é a nossa ferida, ou a forma como lidamos com ela, que dita muito do nosso comportamento, molda os nossos hábitos sociais e informa as nossas formas de pensar sobre o mundo […] Se pudéssemos começar a ver muitas doenças em si não como uma reviravolta cruel do destino ou algum mistério nefasto, mas sim como uma consequência esperada e, portanto, normal de circunstâncias anormais e não naturais, isso teria implicações revolucionárias para a forma como abordamos tudo relacionado à saúde […] Uma das coisas que muitas doenças têm em comum é a inflamação, agindo como uma espécie de fertilizante para o desenvolvimento de doenças. Descobrimos que quando as pessoas se sentem ameaçadas, inseguras — especialmente por um longo período de tempo — nossos corpos são programados para ativar genes inflamatórios. […] Pressões de trabalho, multitarefas, mídias sociais, atualizações de notícias, multiplicidade de fontes de entretenimento — tudo isso nos induz a nos perder em pensamentos, atividades frenéticas, gadgets, conversas sem sentido. Somos pegos em buscas de todos os tipos que nos atraem não porque são necessárias, inspiradoras ou edificantes, ou porque enriquecem ou acrescentam significado às nossas vidas, mas simplesmente porque obliteram o presente. […] Na ausência de alívio, a resposta natural de um jovem — sua única resposta, na verdade — é reprimir e se desconectar dos estados de sentimento associados ao sofrimento. A pessoa não conhece mais seu corpo. Estranhamente, esse autoestranhamento pode aparecer mais tarde na vida na forma de uma força aparente, como minha capacidade de ter um desempenho de alto nível quando estou com fome, estressado ou fatigado, avançando sem consciência da minha necessidade de pausa, nutrição ou descanso. […] As crianças, especialmente as altamente sensíveis, podem ser feridas de várias maneiras: por coisas ruins que acontecem, sim, mas também por coisas boas que não acontecem, como suas necessidades emocionais de sintonia não serem atendidas [...] Não importa se podemos apontar para outras pessoas que parecem mais traumatizadas do que nós, pois não há comparação de sofrimento. Nem é apropriado usar nosso próprio trauma como uma forma de nos colocar acima dos outros — “Você não sofreu como eu” — ou como um porrete para rebater as queixas legítimas dos outros quando nos comportamos de forma destrutiva. Cada um de nós carrega suas feridas à sua maneira; não há sentido nem valor em compará-las com as dos outros. […] Nossa outra necessidade essencial é a autenticidade. As definições variam, mas aqui está uma que eu acho que se aplica melhor a esta discussão: a qualidade de ser verdadeiro consigo mesmo e a capacidade de moldar a própria vida a partir de um profundo conhecimento desse eu. […]. Trechos extraídos da obra The Myth of Normal: Trauma, Illness and Healing in a Toxic Culture (Avery Publishing, 2022), do medico húngaro-canadense Gabor Maté, autor de obras como In the Realm of Hungry Ghosts: Close Encounters with Addiction (2008), When the Body Says No: The Cost of Hidden Stress (2003) e Scattered: How Attention Deficit Disorder Originates and What You Can Do About It (1999).

 

CANTINHO DO BAR BRASIL

O Cantinho do BarBrasil é uma realização do Projeto Chá da Vida Brasil, comandado pelo escritor, músico, compositor e ativista cultural Jones Pinheiro - Hupomone Vilanova, que em parceria com a Biblioteca Pública Municipal Prof. Felenon Barreto, realizou o Sarau Castro Alves, com a participação de Zé Ripe, do historiador Alcides Alves e os alunos do 8º ano B, do Ginásio Municipal dos Palmares, entre outros participantes.

&

COLETÂNEA DE SENTIMENTOS POÉTICOS

[...] Foi por todos estimado \ com carinho e muito amor \ sempre será aqui lembrado \ como o grande e querido PROFESSOR.

Poema Ao mestre, com carinho, extraído da obra Coletânea de sentimentos poéticos (Alumiá, 2023) do poeta Manoel Vitor, em que homenageia o saudoso poeta e professor Amaro Matias. Veja mais aqui, aqui & aqui.

 

ITINERARTE – COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:

Veja mais sobre MJ Produções, Gabinete de Arte & Amigos da Biblioteca aqui.

& mais:

Livros Infantis Brincarte do Nitolino aqui.

Diário TTTTT aqui.

Literatura Indígena: Cosmovisões & Pela Paz aqui & aqui.

Poemagens aqui.

Cantarau Tataritaritatá aqui.

Teatro Infantil: O lobisomem Zonzo aqui.

Faça seu TCC sem traumas – consultas e curso aqui.

VALUNA – Vale do Rio Una aqui.

&

Crônica de amor por ela aqui.

 


HWANG BO-REUM, CYNTHIA FRANCO, CLAUDIA WERNECK, JUAREIZ & AMAURI CAMINHA

    Imagem: Acervo ArtLAM . Ao som dos álbuns Archetypes ( Cedille Records, 2021) e Window To The World (Vectordisc Records, 2022), da pre...