Ao som dos álbuns Five Years Wise (2007), The
Love In Us (2008), Once Upon A Wish (2008), Always True
(2009), Hope (2010), Diversity (2013), Into The Blue
(2017), Emotions (2019) & The Unofficial Bridgerton Musical (2021),
da pianista e compositora estadunidense Emily Jordan Bear.
O sorriso eterno de Miss Jujuba... À memória
de Julieta Hernández - Julieta Inés Hernández Martínez (1985-2023) - Risonha ela vinha da Ciudad Guayana de Puerto Ordaz e era a
Viagem de Bicicleta de uma Palhaça Só... Sozinha? E sorria torrencialmente,
migrante nômade com o Salto
Angel de Canaima inundando a todos: “Minha casa
é o movimento”... Seguia encantada alma livre oceânica empunhando o Cuatro
venezuelano, cantante diva com suas melodiosas rancheras mexicanas. U-hu! Dançava
magreza com seus trejeitos risíveis e pulava palhaçaria, às caretas e
gambiarras, bonequeira de zis quilômetros no horizonte. U-lá-lá! Êpa! Ai ai ai!
Era Pé Vermêi, pública arte pelas ruas quaquaraquaquás! Solta às mungangas pelo
Cabaré de Dia dos Palhaces de Barravento e ademanes nas Magdas Migram e no
Circo di SóLadies Nem Só Ladies, por teatros mambembes e ativismo feminista. Queria
de mim saber das coisas do interior nordestino. E mais ria e, de Manaus
almejava a terra natal, cicloativista viajante onírica pedalava alada como quem
passeava pelas palafitas da tão sonhada paraense Afuá. Inquieta mudava de rota e
foi pela BR 174 para vencer Boa Vista até a fronteira de Roraima, abrigando-se
no meio do caminho, à casa do Mestre Gato – presságio duma localidade
amazonense nomeada infeliz de algoz presidente, que a fez reviver a sina de 13
dias desaparecida. Era ela entre os tantos quase esquecidos das trevas no golpe
da ditadura: o feminicídio repetia a história há milênios. Nublou a vida na
minha bradicardia e ainda revejo aquela tarde de Vitória: o seu eterno sorriso
no meu coração. Até mais ver.
Marjane Satrapi: Estamos nos concentrando nos pequenos detalhes e ignorando as grandes misérias do mundo. Olhamos para o fumante e esquecemos o aquecimento global, a guerra e a porcaria que comemos — não os verdadeiros vilões, mas sim o cigarro. Eu fumo e falam de câncer, eu como e falam de colesterol, eu faço amor e falam de AIDS. Antes da AIDS, do colesterol e do câncer, existe o prazer de fazer amor, comer e fumar. Eu tenho que morrer um dia, então se aquilo que me deu prazer a vida toda me matar em vez de eu ser atropelado por um caminhão, tudo bem. Além disso, por que eu deveria viver para que, quando eu morrer, eu sirva de alimento para os vermes? Espero estar tão podre que eles não queiram me comer. Que se danem os vermes... Veja mais aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
Arundhati Roy: Na verdade, não existe
algo como os "sem voz". Existem apenas aqueles que são
deliberadamente silenciados ou aqueles que preferencialmente não são ouvidos... Veja mais
aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui & aqui.
Margaret Atwood: A guerra é o que
acontece quando a linguagem falha... Veja mais aqui, aqui, aqui,
aqui, aqui & aqui.
A NOITE EM QUE
VOCÊ RECEBE O DIAGNÓSTICO
Imagem: Acervo ArtLAM.
Depois de Austin
Smith, você dá a cada rifle no armário de caça \ do seu pai um novo sinônimo de
fuga. \ Essa fenda, um rito de passagem: \ suas mãos tremendo no desconhecido, \
requintadamente estranhas e congelantes na escuridão. \ Em algum lugar de uma
cidade afogada no crepúsculo, \ sua mãe tenta moldar sua tristeza \ em algo
pelo qual ela possa se culpar. \ À beira de uma estrada, um homem morto promete
aos filhos \ que amanhã despertará da hibernação. \ No exato momento em que
isso acontece, \ você é o infinito entre os nós dos dedos enrugados, \ o osso
da sorte de um corpo que não é seu, \ ou de um que foi, um dia, \ até você
trocá-lo pela memória da incandescência. \ Ouça: cada cervo nesta floresta está
aprendendo o som da angústia. \ Ouça: a lua se ergue tão alto que o céu
escurece de medo. \ Em alguma outra versão desta noite, seu corpo conhece todos
os lugares onde ainda não esteve. \ Talvez um dia você reaprenda a arte de
inspirar, mas hoje não é esse dia. \ Em vez disso, há apenas o armário do seu
pai, de alguma forma se abrindo. \ Boca reluzente, sem alma, dentes como tantos
rifles nadando indefesos \ e famintos em sua mandíbula presa.
Poema da
escritora, atriz, professora, editora, performer e artista multidisciplinar
cingapuriana Topaz Winters (Priyanka Balasubramanian Aiyer), autora do
premiado livro So, Stranger (Button Poetry, 2022) e de Portrait of My Body as a Crime I’m Still
Committing (Button Poetry
2019), entre outros. Também é roteirista e protagonista do premiado curta-metragem
Supernova (2017).
LIGA DOS
MENTIROSOS - [...]
Não seja uma daquelas pessoas que odeiam a própria vida, mas não têm
coragem de mudá-la. [...].
Trecho extraído do livro League of Liars
(Putnam's, 2022), da escritora cingapuriana-australiana Astrid Scholte,
que noutra sua obra, The Vanishing Deep (Putnam's, 2020), ela expressa
que: […]
Palíndromo — uma palavra, número, frase ou sequência de símbolos ou
elementos cujo significado pode ser interpretado da mesma forma tanto de frente
para trás quanto de trás para frente. Começamos como terminamos; terminamos
como começamos. Essa é a vida. É ao meio que devemos nos agarrar. […] O luto é mais difícil
para aqueles que ficam para trás. [...] Quem decide quem vive e quem morre? Cuja vida é mais
importante do que a de outra pessoa? Todos nós temos família, todos nós temos
amigos. [...]. E no seu livro Four
Dead Queens (Putnam's, 2019),
ela assinala que: […] Às vezes, o fracasso é o começo do sucesso. [...] Deixe
o amor guiar seu coração e tudo o mais se encaixará naturalmente. [...].
RAIVA DIANTE DA
INJUSTIÇA - [...] A raiva transparece no meu trabalho,
especialmente quando se trata de trabalhos intelectuais, cinematográficos ou
criativos – a criatividade é uma expressão que nasce da motivação. Minha
motivação é a raiva diante da injustiça. É algo que não consigo suportar [...] Para mim, a maneira como lidei com
diferentes formas de opressão, assédio e abuso na infância foi sendo criativa.
Esse foi meu principal método de sobrevivência. Em vez de me desesperar com o
estado do mundo, eu escrevia ou criava mais. A raiva não é uma emoção que
permanece inalterada durante o processo criativo. Ela se transforma, motiva o
processo e, como qualquer movimento, permeia a escrita. Vou lutar contra
as injustiças e a opressão do mundo; se você quer oprimir as pessoas,
negue-lhes o direito de ler, escrever, publicar e serem ouvidas. O
silenciamento das pessoas anda de mãos dadas com a opressão e o genocídio. A
proteção da literatura de uma cultura é muito importante para mim. [....]. Trechos da
entrevista (Peak, 2022) concedida pela escritora e artista
contemporânea indiana-cingapuriana Shubigi Rao.
O POEMA
PERFORMÁTICO DE LUNA
VITROLIRA
as mãos calejadas
dizem \ do corte da cana \ carregam entulhos \ e cinco litros d’água \ para
sustentar a fome \ nas depressões inundadas \ os passos afundam \ como se
afundasse \ um navio negreiro \ com ele \ muitas vidas viraram \ obras de
museu: \ um homem sem rosto \ um rosto sem nome \ um nome sem gente \ e sua
terra incinerada \ minha família veio num desses \ que não afundou \ com a
tempestade \ dispersa \ nossa história enterrou-se \ difícil encontrar os ossos
\ e as pedras que dirão de nós \ memória tem águas espessas.
Poema da cantora,
poeta, compositora, atriz e pesquisadora Luna Vitrolira, autora do
projeto transmídia livro/música/cinema Aquenda- o amor às vezes é isso
(2019), idealizadora e coordenadora do projeto “Mulheres de Repente”. Veja mais
aqui, aqui & aqui.
ITINERARTE –
COLETIVO ARTEVISTA MULTIDESBRAVADOR:
Veja mais sobre
MJ Produções, Gabinete de Arte & Amigos da Biblioteca aqui.
























