A
HISTÓRIA DO VELHO ESPELHO – A narrativa A
história do velho espelho, de Wang Tu (Maravilhas do Conto Chinês - Cultrix, 1961), faz parte do período
compreendido pela Dinastia Tang chinesa (618-907), estimulou os escritores e
letrados taoístas chineses que lançaram um novo gênero com os tempos áureos de
fausto da corte, quando os poetas galanteavam livremente as damas de linhagem,
os comediantes, dançarinos e trovadores estrangeiros enchiam o ócio da
aristocracia requintada e culta. A narrativa começa: Natural de Fenb-Yin, Heú Seng, que viveu no reinado dos Suei, era um
homem estranho. Durante muito tempo fui seu discípulo e tinha por ele a
veneração que a um tal mestre é devida. Ao morrer, legou-me um espelho,
dizendo: - Com este espelho, verás que todos os maus espíritos se afastarão de
ti. Prometi ao mestre agonizante que guardaria ciosamente seu legado. Era um
espelho de bronze, de oito polegadas de largura, com um suporte traseiro em
forma de unicórnio agachado. [...] na
sua parte fronteira, viam-se vinte e quatro caracteres arcaicos. A caligrafia,
de traços abruptos, parecia, à primeira vista, do estilo Li-Chu. Contudo, ao
examiná-la, constatava-se que fugia de todas as regras caligráficas.
Explicou-me, então, o mestre, que eram sinais correspondentes às vinte e quatro
condições atmosféricas. Ao se colocar o espelho contra a luz, distinguiam-se
nitidamente, contra a superfície metálica, os desenhos do verso. Suspenso como
gongo, produzia, a cada batida, nota de ressonância cristalina, que se
prolongava pelo dia todo. Por tais virtudes, diferia extraordinariamente dos
espelhos comuns. Fazia jus, pois, à admiração sem reservas de Heú Seng, homem
genial, que sempre o considerara um objeto divino. Veja mais aqui.
Imagem: fotografia de Suzan Kaminga – recline, do fotógrafo estadunidense Ansel Adams.
Ouvindo o Tema da Vitória no cd Tributo a um campeão (1994), consagrado nos tricampeonatos dos pilotos de Fórmula-1 Nélson Piquet e Ayrton Senna, do premiadíssimo maestro, compositor, arranjador e instrumentista brasileiro Eduardo Souto Neto.
LEITOR
IDEAL – No livro Porta Giratória
(Globo, 1988), do poeta, tradutor e jornalista gaúcho Mario Quintana,
encontra-se O Leitor Ideal, cuja
narrativa se desenrola assim: O leitor
ideal para o cronista seria aquele a quem bastasse uma frase. Uma frase? Que
digo? Uma palavra! O cronista escolheria a palavra do dia: Árvore, por exemplo,
ou Menina. Escreveria essa palavra bem no meio da págimn com espaço em branco
para todos os lados, como um campo aberto aos devaneios do leitor. Imaginem só
uma meninazinha solta no meio da página. Sem mais nada. Até sem nome. Sem cor
de vestido nem de olhos. Sem se saber para onde ia.... Que mundo de sugestões e
de poesia para o leitor! E que cumulo de arte a crônica! Pois bem sabeis que
arte é sugestão... E se o leitor nada conseguisse tirar dessa obra-prima,
poderia o autor alegar, cavilosamente, que a culpa não era do cronista. Mas nem
tudo estaria perdido para esse hipotético leitor fracassado, porque ele teria
sempre à sua disposição, na página, um considerável espaço em branco para tomar
os seus apontamentos, fazer os seus cálculos ou a sua fezinha... Em todo caso,
eu lhe dou de presente, hoje, a palavra Ventania. Serve? Veja mais aqui,
aqui e aqui.
AMIGO
É PRESSAS COISAS – Uma das amizades que tenho o dever de manifestar
eternamente a minha gratidão por me sentir premiado na vida é a que tenho o
prazer de manter com o escritor, boêmio, Duque de Jaraguá e agitador cultural
alagoano Carlito Lima. Como diz o meu escritoramigo Luiz Berto: esse é
um desassombrado! E digno da gente ficar cantando e fazendo bis daquela canção
que virou sucesso do MPB-4: Amigo é
pressas coisas. Ele é membro da Academia Alagoana de Letras, Secretaria de
Cultura e criador da Feira Literária de Marechal Deodoro (Flimar), além de ser
um excelente autor de uma obra que tem se tornado o xodó literário dos
alagoanos. Tive a oportunidade de entrevista-lo e publicar uma resenha de uma
de suas obras, Nordeste Independente, no meu Guia de Poesia. Para ter uma ideia
de grandiosa pessoa da minha estima confira aqui, aqui e aqui.
O
SEGREDO DE VERA DRAKE - O drama britânico O segredo de Vera Drake (2004), dirigido pelo cineasta Mike
Leight que experienciou na infância e na adolescência estilos de vida
diferentes, notadamente por ser filho de um médico e de uma parteira, relatado,
inclusive, no seu livro The Cinema of
Mike Leigh: a sense of the real. O filme conta a história da pobreza de uma
mulher que desafia os valores morais da sociedade na década de 1950: Vera
Drake. Ela é uma diarista devotada à família, cuida de seu marido, de sua mãe e
de seus filhos e que, atendendo pedidos de sua amiga Lily, realiza
generosamente abortos clandestinos e é denunciada à polícia. Não sabe que a
amiga cobra das pacientes, inclusive, da jovem Susan, uma filha de uma das
patroas de Vera, que foi estuprada e engravida. Um detalhe: a família dela não
sabia disso. Depois de ser presa, ela é julgada e condenada. Veja mais aqui.
TÁCITA – Hoje se
comemora o Dia de Tácita, a deusa do silêncio e da virtude, sendo também
aquela que protege contra os perigos da inveja e das palavras maliciosas que
carregam considerável energia negativa. Veja mais aqui.
Veja mais sobre:
A vida é uma canção de amor & Milo Manara aqui.
E mais:
Marquês de Sade, Karen Horney, Chico
Buarque, Maria Clara Machado, Günter Grass, Larry Vincent Garrison, Angela
Winkler, Luiz Edmundo Alves, Monica & Monique Justino aqui.
A saga do Padre Bidião aqui.
Proezas do Biritoaldo: Quando a língua dá
no dente do alcaguete, sai de riba que lá vem o enterro voltando aqui.
Pode até ser, mas se não for, nunca será, Lina Cavalieri, Chris Maher & Eloir
Amaro Júnior aqui.
A desmedida correria para perder o bom da
vida, Heitor Villa
Lobos, Francis Bacon & Fúlvio Pennnacchi aqui.
O maravilhoso mistério da vida, Ana Torroja, Rebecca West, Alan
Bridges, Marie-Louise Garnavault & Julie Christie aqui.
Quem quer diferente tem que fazer
diferente, Cândido
Portinari, Xiomara Fortuna, Marcus Garvey & Emmanuel Villanis aqui.
O prazer de amar e de ser amado, Joyce, Bigas Luna, Aitana Sánchez-Gijón
& Luciah Lopez aqui.
Todo dia um novo ano, Egberto Gismonti, John
Poppleton, Sy Miller & Jill Jackson aqui.
Betinho, Augusto de Campos, SpokFrevo
Orquestra, Alan Parker, Graça Carpes, Rinaldo Lima, Bader Burihan Sawaya &
Tempo de Morrer aqui.
Galileu Galilei & Bertolt Brecht,
Nise da Silveira, Egberto Gismonti, Michelangelo Antonioni, Irena Sendler,
Glória Pires, Anna Paquin & Charles André van Loo aqui.
Imre Madách & A
tragédia humana, Pierre
Rode, Robert Joseph Flaherty, Franz West, Vera Ellen, Anne Chevalie & Sarah
Clarke aqui.
Adolfo Bécquer, Paulo Moura, Pedro
Onofre, Antônio Miranda & Gárgula – Revista de Literatura, Marcos Rey &
Marta Moyano, Mihaly von Zick, Associação de Blogs Literários do Nordeste
(ABLNE), Virna Teixeira & Programa Tataritaritatá aqui.
Marlos Nobre, André Breton, Nikos
Kazantzákis, Toni Morrison, Milos Forman & Natalie Portman, Adolf Ulrik
Wertmüller & Tanussi Cardoso aqui.
Nicolau Copérnico, Carson McCullers, Alberto Dines & Observatório da
Imprensa, Rogério Tutti, Capinam, István Szabó,
Krystyna Janda & Max Klinger aqui.
&
CRÔNICA DE AMOR POR ELA
Leitora Tataritaritatá!
CANTARAU: VAMOS APRUMAR A CONVERSA
Recital
Musical Tataritaritatá - Fanpage.