quinta-feira, fevereiro 19, 2015

COPÉRNICO, DINES, CAPINAM, SZABÓ, McCULLERS, MAX KLINGER & ROGERIO TUTTI.


REVOLUÇÃO DAS ORBES CELESTES E A TEORIA HELIOCÊNTRICA – O astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) publicou em 1530 o Pequeno comentário sobre as hipóteses de constituição do movimento celeste, sob preocupação com a censura eclesiástica que adiou a divulgação a elaboração do sistema heliocêntrico, apresentando suas ideias para em 1543 estabelecer o marco definitivo na história da astronomia, ao publicar Sobre a revolução das orbes celestes, na qual apresenta seu sistema cosmológico. Essa obra contem a origem do postulado revolucionário de que a Terra se move em torno do Sol, opondo-se fundamentalmente ao princípio básico de Ptolomeu. Esse sistema foi consagrado posteriormente pelo trabalho de Kepler e Galileu, causando uma revolução e, ao mesmo tempo, provocou perplexidade por parte da Igreja. Sua trajetória inspirou o documentário e curta-metragem De revolutionibus (1975), com argumento, roteiro e direção de Tassara Marcello G e equipe em produção do MEC/INC/ECA-USP, bem como o longa-metragem de animação Gwiazda Kopernika (A estrela de Copérnico, 2009), com roteiro de Andrzej Orzechowsli e, também, direção de Zdiszlaw Kudla. Veja mais aqui.

Imagem: Elsa Asenijeff, do pintor, escultor e artista gráfico alemão Max Klinger (1857-1920).

Curtindo o dvd Concerto de Piano (2007), do pianista brasileiro Rogerio Lourenço dos Santos, ou simplesmente Rogério Tutti.

CANÇÃO DA MINHA DESCOBERTA – O poeta, médico e compositor José Carlos Capinam é autor dos livros Inquisitorial (1964), Confissões de Narciso (1987), Balança mas Hai Kai (1989) e Canção de amor às árvores desesperadas (1996), além de Signo de Navegação Bahia e Gente e, posteriormente, Estrela do Norte, Adeus. O seu disco Viramundo (1966) traz sua parceria com Gilberto Gil e que o faz participante do disco Tropicália (1968), reunindo a geração formada por Caetano, Gil, Tom Zé, Mutantes, Rogério Duprat e Torquato Neto. É autor das inesquecíveis Ponteio, com Edu Lobo, e Papel Marché, com João Bosco, entre outras tantas que se tornaram sucessos da música brasileira. Em 2000 ele compôs a ópera Rei Brasil 500 anos, em parceria com Fernando Cerqueira e Paulo Dourado. Dele destacamos o seu belíssimo poema Canção da minha descoberta: Eis-me resignado. / Fugi de tudo que fui / e pelo caminho de minha renúncia / venho buscar bandeiras novas. / Agora persigo a palavra nova / por eles que esperam com o coração amargo / e o grito dentro do coração. / Não poderei aceitar o silêncio / e ficar em paz com a morte dos desgraçados / caídos sem voz em nossa porta. / As crianças minhas morreram todas, / Possuo cada vontade, cada medo, cada ternura morta / e vou surgindo novo entre lenços brancos / agitados de dor pela mão dos homens. Veja mais aqui.

BALADA DO CAFÉ TRISTE – A paixão pela música que a fez estudar para se tornar uma pianista clássica na Universidade, levou a escritora estadunidense Carson McCullers (1917-1967) a definir seu estilo de escrita voltado pelo paradoxo do amor e o isolamento espiritual. O seu livro A balada do café triste (The Ballad of the sad caf, 1951 – Círculo de Leitores, 1989), confirmou sua arte juntamente com a publicação de outros livros, até se afundar no alcoolismo e passar por uma imobilização de paralisia até a sua morte. Dessa obra destaco esse fragmento: Na estrada de Forks Falls é a cinco quilómetros de distância da vila, e é aí que trabalham realmente os presos. As autoridades administrativas resolveram consertar a estrada de macadame e alargá-la num local onde havia uma curva perigosa. O grupo compõe-se de uma dúzia de homens, todos com a farda da cadeia e de grilheta nos pés. Há um guarda, armado, de olhos vigilantes. Os presos trabalham todo o dia; chegam ao nascer do Sol dentro de um carro celular, e partem ao anoitecer. Continuamente se ouve o barulho das picaretas e se sente o calor e o cheiro do suor. Mas também se ouve música. Uma voz soturna entoa baixinho uma nota, como que a dar o tom; e logo outra se lhe junta; e daí a pouco estão todos a cantar. Vozes sombrias na intensa luz dourada, música estranhamente misturada de trevas e clarões. Aquilo avoluma-se, já custa a acreditar que emane de doze homens, pois dá a impressão de sair da terra inteira ou de descer do vasto céu; faz alargar o coração do auditor, causa-lhe estremecimentos de frio e de êxtase. Depois, lentamente, esmorece, e fica apenas uma voz isolada, e por fim um som rouco e, no silêncio, o rumor das picaretas. E que espécie de condenados a trabalhos forçados são estes, capazes de emitirem uma música assim? Só doze homens mortais, sete pretos e cinco brancos, oriundos da região. Só doze homens mortais, ali reunidos na estrada. Veja mais aqui.

OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA – O escritor e jornalista Alberto Dines é autor de obras como Morte no paraíso: a tragédia de Stefan Zweig (1981), que foi adaptado para o cinema com o título de Lost Zweig, por Sylvio Back, em 2002, como também do livro Vínculos de fogo: Antonio José da Silva, o Judeu e outras histórias da Inquisição em Portugal e no Brasil (1992). Ele dirigiu e lançou diversas revistas e jornais no Brasil e em Portugal, tendo sido entre 1963/1974 professor da Universidade de Colúmbia (USA). Por sua trajetória foi contemplado como Prêmio Cabot de Jornalismo (1970), Prêmio Jabuti (1993) por seus estudos literários, o Austrian Holocaust Memorial Award (2007), o Austrian Golden Decoration for Science and Art (2009) e o Grã-Cruz da Ordem do Mérito das Comunicações (2010). É o criador do Observatório da Imprensa, um portal que possui versões no rádio e na televisão com análise crítica à atividade do jornalismo. Aqui a nossa homenagem pela passagem do seu aniversário. Veja mais aqui.


MEPHISTO – O filme Mephisto (1981), do diretor húngaro István Szabó, ganhador de melhor filme estrangeiro no Oscar (1992) e no David di Donatello (1982), é uma adaptação do romance homônimo do escritor alemão Klaus Mann (1906-1949), protagonizado por Klaus Maria Brandauer e Krystyna Janda, embasado na história de Mefistófeles e Fausto, contando a história de Hendrik Höfgen ao abandonar os princípios políticos para buscar benefícios materiais e profissionais com aproximação ao Partido Nazista e, por consequência, manter o emprego e ter ascensão social. Veja mais aqui.

 

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