quinta-feira, julho 31, 2014

JANE HAWKING, GEORG TRAKL, SUSAN NEIMAN & GLÓRIA STEINEM


 

A SOLIDÃO DE TRAKL - A infância de um semi-nascido em Salburgo e os primeiros problemas emocionais: encarou as estranhices comportamentais da mãe e a morte prematura do pai, ambos protestantes. Arrimo de família muito jovem e a adolescência sustentada pela misantropia de poemas, com doses de ópio, clorofórmio, veronal e cocaína, entre animais azuis e o sono branco, um tempo remoto de terror e desalento. Os arroubos incestuosos com a irmã, o seu grande amor. Suas cartas destruídas, entre poemas refeitos e remontados a todo instante. A profunda angústia dos versos de Transfiguração. Outros como De Profundis, Crepúsculo de Inverno, Calma e Silêncio, Maranas gatona, Nascimento, Aos Emudecidos, e muitos que sobreviveram entre declínios e ocasos, desintegração e ruinas, decomposição e morte. Tornou-se farmacêutico profissional e atuou durante a guerra. Não havia remédios, nada poderia fazer, só o nexo entre a loucura de Hölderlin e o desespero de Celan. Presenciou o enforcamento de desertores e um suicídio. E diante do tanto de mortos e feridos, cambaleou com seu espírito já debilitado, nos versos de Grodek: À tarde soam as florestas outonais/ De armas mortíferas, as planícies douradas. / E lagos azuis, por cima do sol/ Mais sombrio rola; a noite envolve/ Guerreiros em agonia, o lamento selvagem/ De suas bocas dilaceradas./… Todos os caminhos desembocam em negra putrefação... Sua vida amargurada entre as drogas e poesia, a solidão e a doença do mundo, nos versos de Lamento: Sono e morte, as tenebrosas águias/ Rodeiam noite adentro essa cabeça:/ A imagem dourada do Homem/ Engolida pela onda fria/ Da eternidade... Em medonhos recifes./ despedaça-se o corpo purpúreo/ E a voz escura lamenta/ Sobre o mar./ Irmã de tempestuosa melancolia/ Vê, um barco aflito afunda/ Sob estrelas,/ Sob o rosto calado na noite... A imagem dourada e o corpo purpúreo, tudo despedaçado. Uma dose violenta overdose de cocaína aos vinte e sete anos no ocidente poente, tombando em definitivo durante sua internação na Cracóvia. Veja mais abaixo e muito mais aqui e aqui.

 


DITOS & DESDITOS - Tudo o que você precisa para obter clareza, você deve começar com os olhos abertos. A maior tarefa da filosofia é ampliar nosso senso de possibilidade. O tribalismo sempre tornará o seu mundo menor; o universalismo é a única maneira de expandi-lo. Crescer significa perceber que nenhum momento da vida é o melhor e decidir saborear cada segundo de alegria ao seu alcance. Você sabe que cada um passará e não considerar mais isso uma traição. Pensamento da filósofa estadunidense Susan Neiman. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

ALGUÉM FALOU: Quando vozes únicas se unem por uma causa comum, elas fazem história. A empatia é a mais radical das emoções humanas. O primeiro problema para todos nós, homens e mulheres, não é aprender, mas desaprender. O futuro depende inteiramente do que cada um de nós faz todos os dias; um movimento é apenas pessoas se movendo. Pensamento escritora, jornalista e ativista estadunidense Glória Steinem. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

VIAJANDO PARA O INFINITO – [...] Claramente aqui estava alguém, como eu, que tendia a tropeçar na vida e conseguia ver o lado engraçado das situações. Alguém que, como eu, era bastante tímido, mas não avesso a expressar as suas opiniões; alguém que, ao contrário de mim, tinha um senso desenvolvido de seu próprio valor e teve a ousadia de transmiti-lo. [...] Viver cada dia conforme ele acontecia, em vez de projetar alguma miragem fantasiosa num futuro distante, estava se tornando um modo de vida. [...] Digo a você o que sempre digo quando as coisas não podem ser alteradas: conte suas bênçãos. [...] Durante esses longos períodos de contemplação solitária num cenário de beleza tão dramaticamente assustadora, fui dominado por ondas de solidão. [...] Depois daquele dia decidi que nunca mais dependeria de outras pessoas. No entanto, colocar essa resolução em prática foi mais fácil de falar do que fazer. [...] No meu estado de espírito simples e pós-natal, estava convencido de que se o mundo fosse governado pelas mães de bebés recém-nascidos, em vez de velhos endurecidos que incitam jovens impetuosos à violência, as guerras cessariam da noite para o dia. [...] Viva no presente, disse ele, e confie em Deus através da escuridão, da dor e do medo. Então, como ele citou a passagem bíblica de Coríntios "Deus não permitirá que você seja provado mais do que você pode [...]. Trechos extraídos da obra Travelling to Infinity: My Life with Stephen (Alma Books, 2013), da educadora e escritora britânica Jane Hawking.

 

QUATRO POEMAS - MEU CORAÇÃO AO CREPÚSCULO - No crepúsculo ouve-se o grito dos morcegos. \ Dois cavalos saltam no gramado. \ O ácer vermelho sussurra.\ Ao andarilho surge no caminho a pequena taberna.\ Maravilhoso o sabor de vinho novo e nozes.\ Maravilhoso: cambalear bêbado na floresta crepuscular.\ Pelos galhos negros ressoam sinos aflitos.\ No rosto pinga orvalho. DE PROFUNDIS - Há um restolhal, onde cai uma chuva negra.\ Há uma árvore marrom, ali solitária.\ Há um vento sibilante, que rodeia cabanas vazias.\ Como é triste o entardecer\ Passando pela aldeia\ A terra órfã recolhe ainda raras espigas.\ Seus olhos arregalam-se redondos e dourados no crepúsculo,\ E seu colo espera o noivo divino.\ Na volta\ Os pastores acharam o doce corpo\ Apodrecido no espinheiro.\ Sou uma sombra distante de lugarejos escuros.\ O silêncio de Deus\ Bebi na fonte do bosque.\ Na minha testa pisa metal frio\ Aranhas procuram meu coração.\ Há uma luz, que se apaga na minha boca.\ À noite encontrei-me num pântano,\ Pleno de lixo e pó das estrelas.\ Na avelãzeira\ Soaram de novo anjos cristalinos. SALMO - Há uma luz que o vento apagou. \ Há uma taberna, de onde à tarde sai um bêbado.\ Há um vinhedo, queimado e negro com buracos cheias de aranhas.\ Há um aposento que caiaram com leite.\ O louco morreu. Há uma ilha do mar do sul\ Para receber o Deus Sol. Rufam os tambores.\ Os homens executam danças guerreiras.\ As mulheres balançam os quadris em trepadeiras e flores de fogo\ Quando canta o mar. Oh, nosso paraíso perdido.\ As ninfas abandonaram as florestas douradas.\ Enterra-se o desconhecido. Então cai uma chuva cintilante.\ O filho de Pã surge na figura de um trabalhador rural\ Que dorme ao meio-dia no asfalto em brasa.\ Há mocinhas num pátio com roupinhas pobres que dilaceram o coração!\ Há quartos repletos de acordes e sonatas.\ Há sombras que se abraçam diante de um espelho embaçado.\ Nas janelas do hospital aquecem-se convalescentes.\ Um vapor branco no canal traz sangrentas epidemias.\ A irmã desconhecida ressurge nos sonhos ruins de alguém.\ Descansando na avelãzeira, brinca com as estrelas dele.\ O estudante, talvez um sósia, contempla-a longamente da janela.\ Atrás dele está o seu irmão morto, ou desce a velha escada em espiral.\ Na escuridão dos castanheiros empalidece a figura do jovem noviço.\ O jardim cai a noite. No claustro esvoaçam os morcegos.\ Os filhos do guardião param de brincar e procuram o ouro do céu.\ Acordes finais de um quarteto. A pequena cega atravessa a aléia tremendo,\ E mais tarde sua sombra tateia frios muros, envolta em contos de fadas e lendas sagradas.\ Há um barco vazio, que à noite desce o negro canal.\ Na sombriedade do velho asilo desmoronam-se ruínas humanas.\Os órfãos mortos jazem no muro do jardim.\ De quartos cinzentos saem anjos com asas sujas de excrementos.\ Vermes gotejam de suas pálpebras amareladas.\ A praça da igreja está escura e silenciosa, como nos dias da infância.\ Sobre solas prateadas deslizam vidas passadas,\ E as sombras dos condenados descem às águas soluçantes.\ No seu túmulo o mágico branco brinca com suas serpentes.\ Silenciosos sobre o Calvário, abrem-se os olhos dourados de Deus. HUMANIDADE - Humanidade posta ante abismos de chama,\Um rufo de tambores, frontes de guerreiros tenebrosos,\ Passos pela névoa de sangue; negro ferro exclama;\ Desespero, noite em cérebros pesarosos:\ Aqui a sombra de Eva, caça e rubra dinheirama.\ Nuvens que a luz atravessa, vespertina refeição.\ Em pão e vinho deve um doce silêncio residir.\ E aqueles lá reunidos, doze são.\ À noite sob ramos de oliveira gritam ao dormir;\ São Tomé mergulha na ferida a mão. Poemas do poeta expressionista austríaco Georg Trakl (1887-1914). Veja mais aqui, aqui e aqui.

 


Sou aquela que é a mãe natureza de todas as coisas, senhora e regente de todos os elementos, progenitora inicial dos mundos, chefe dos poderes divinos e rainha de todos que estão no inferno, soberana daqueles que habitam o céu, manifesta através de uma só e única forma em todos os deuses e deusas. Os planetas do céu, os ventos salutares que sopram do mar e o os silêncios lamurientos do inferno estão dispostos segundo minha vontade. Meu nome, minha divindade, é adorada em todas as partes do mundo, de diversas maneiras, com costumes variados e segundo várias denominações”.
(Discurso da deusa, Apuleio, O asno de ouro).

RETORNO DA DEUSA – O livro O retorno da deusa, de Edward Christopher  Whitmont (1912-1998), aborda temas como o dilema moderno, a consciência em evolução, os mitos patriarcais, um mito para nossa época, visão para uma nova era, desejo, violência, agressão, mito, Dioniso e Apolo, a morte de Deus, o bode expiatório, o feminino e a repressão, ética, individuação e destino, entre outros assuntos.

Oh Mãe, enlouquece-me com teu amor!
Que necessidade tenho eu de conhecimento ou razão?
Embriaga-me com o Vinho do Teu Amor,
Oh, tu que roubas o coração de Teus bhaktas
Afoga-me no fundo do mar de Teu amor!
(Deusa Mãe, canção entoada por devotos hindus - bhakta)

UMA TEOFANIA MODERNA – CAPÍTULO 1 – “Uma mulher dona de casa tiranizada... carente de lugar e propósito, repleta de fel... era como ela se descrevia. Estava à beira de um sério colapso. Há cerca de um ano, começara a ouvir uma voz que lhe ordenava pegar uma faca e com ela esfaquear e esquartejar seu único filho, um menino de cinco anos. Ela resistia, mas estava aterrorizada. A voz insistia, incessante. E continuou chamando, até ela sentir que estava usando toda a sua força e seu poder pessoal para resistir. Não ousava olhar para objetos pontiagudos nem se aproximar do filho, com receio de que sua resistência esmorecesse e ela o atacasse fisicamente. Assustada, desesperada, procurou socorro psiquiátrico. Seu primeiro terapeuta investigou com ela os principais acontecimentos de sua infância e casamento. Ela havia crescido numa pequena cidade; sua família era de classe media e conservadora. Havia pouco afeto genuíno, e só uma porção ainda mais reduzida dele podia ser abertamente manifestada. No lugar do amor havia a pressão para ser alegre e bem-sucedida, para se conformar, para fazer o melhor possível (segundo os ditames petrificados de sua mãe, da Igreja e da escola). As crianças aprenderam a ocultar seus sentimentos. Manifestações de necessidades individuais e sexuais eram tabu. Seus pais a tinham forçado a romper um apaixonado romance infantil, porque ali não havia futuro. A seguir, ela desposara um professor de ginásio, inteligente e instruído, que considerava entediante e ineficaz. Seu primeiro terapeuta diagnosticara com exatidão uma enorme quantidade raiva reprimida, primeiro contra a mãe dominadora que a havia frustrado em seu desenvolvimento emocional e sexual, e depois contra as circunstancias da vida, em particular seu casamento, que sustentava seu cativeiro e, assim lhe parecia, anulava quaisquer esperanças de encontrar em si mesma um autentico ser humano. Também tinha raiva dos homens de sua vida, do pai ausente e do marido fraco (pelo menos a seu ver). Também era claro que a atmosfera e os valores restritivos de sua infância tinham produzido uma espécie de paralisia psicológica. A religião e a moralidade tradicionais não tinham conseguido conferir-lhe um senso eficiente de individualidade nem dar um significado à sua vida, e a ameaça iminente de destruição proveniente de uma violência perigosamente contida tornara-se completamente real. Sendo uma mulher inteligente, compreendia as razões de seus padecimentos e apreendia o ódio e o ressentimento assim engendrados, mas compreender a crise e os motivos de sua existência de nada adiantavam. A voz continuava dizendo-lhe que matasse seu filho [...]”

O céu é meu, a terra é minha / Eu sou guerreira eu sou / Há algum deus que possa medir-se comigo? / Os deuses são pardais, eu sou falcão / Os deuses fazem rodízio / Eu sou uma esplêndida vaca selvagem”.
(Canção de Inanna).

O espírito da fonte nunca morre.
É o mistério feminino,
E à porta da fêmea escura
Encontra-se a raiz do céu e da terra.
É frágil, frágil, mal existe;
Mas toca-a; nunca se esgota.
(Lao Tse, Tao Te Ching)

REFERÊNCIA
WHITMONT, Edward. O retorno da desua. São Paulo: Summus, 1991. Veja mais Trajetória da Mulher.


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terça-feira, julho 29, 2014

ROSABETTY MUÑOZ, JENNY ERPENBECK, GERMAINE DULAC, MENCKEN & LITERÓTICA

 


ANJANA DA CANTÁBRIA – O dia ainda não amanhecera e saí numa caminhada. Ideias às passadas, imaginação à solta. O prazer da andança, lonjuras sobrepujadas. Fui levado pelos pensamentos e nem me dera conta: havia muito me afastado e me muito, a me deparar em um ermo nunca antes visto. A escuridão reinava e mal conseguia distinguir o caminho. Vi-me perdido: em apuros e sem saída, a quem pedir ajuda, o Sol logo surgiria. Fiquei imóvel, coração em disparada. Era equinócio da primavera. Logo percebi um vulto se aproximando: Seria uma moura da Galiza ou Lâmia basca, acho que não, ou coisa parecida, talvez. Pelo andar era mesmo uma mulher que esplandecia. Dava pra ver seus olhos brilhantes como longínquos faróis das embarcações distantes: um olhar sereno e amoroso, mais de perto. Tinha lá suas semelhanças com Xana das Astúrias. Deu até pra ver uma cruz vermelha na testa, quase encoberta pelos cabelos longos de azeviche, coroada por decoração floral e laços de seda na cabeça. Vestia uma túnica branca com manchas cintilantes e uma capa azul destacando sua pele branca reluzente. Sua voz suave e doce, um rouxinol aos ouvidos: Não se apavore, venha! Siga-me. O seu encanto iluminava ao redor e ela levitava, parecia possuir asas invisíveis, só sendo. Deixava à mostra, a cada pisada, as sandálias marrons de pele de doninha com fivela fulgurante. Não demorou muito e logo se insinuavam os primeiros raios clareando o dia e a vi saudada pelo chilreio buliçoso dos passarinhos. Ouvi que cantarolava uma música muito alegre como se quase dançasse, conversando com tudo que encontrasse pela estrada: pássaros, árvores, fontes e águas que se agitavam com sua presença, aumentando o sopro dos ventos. Remotas vozes cantavam: Anjana de compaixão \ alivia meu coração\ me dê um pouco de conforto\ daquele que diz que você desceu do céu\ me dê um pouco de alegria\ nas horas deste dia\ me dê um pouco do mel\ e fazer a dor estil \ Anjana garota de sorte\ minhas tristezas são de morte\ me dê sua bênção\ e alivie meu coração. Outra voz oculta, sei lá, entoou: Anjana Branca, tenha piedade de mim. \ Guie-me através da escuridão e da neblina. \ Livra-me dos perigos e dos maus pensamentos... Algumas vozes femininas incógnitas ecoavam cantantes: Que venham as anjanas \ Com os reis sagrados, \ Vamos alegrar a manhã \ Para as meninas e meninos. \ Rezaremos \ Pelas suas alegrias \ Rezaremos, \ Pelas noites e pelos dias… Seguia embalado por aquele ritual matinal e logo a vi espalhando pétalas de rosas na brisa. Ao ouvido soou-me um cochichado ábdito, não sei se de fantasmas ou seres de outro mundo, que repetiam reiteradamente: Quem encontrar uma dessas pétalas será feliz. Desconfiado olvidei, seguia incontinenti. Ela mudou de direção e seguiu por um atalho de difícil acesso, virou-se pra mim: Venha, não tenha medo. Não hesitei e continuei a segui-la: Aqui é a gruta Fuentona de Ruente, seja bem-vindo! Uma tempestade despencou do céu com raios e trovões, tudo escurecera novamente. Convidou-me a entrar. Lá dentro testemunhei um piso revestido de ouro e as paredes de prata. Tanta riqueza, disse-me: para distribuí-la aos pobres. Não acredito. A anfitriã sorriu e a vi desfazer-se de utensílios que trazia escondido às mãos. Explicou-me: era o báculo– que parecia mais um cajado verde com uma estrela brilhante na ponta e com poderes mágicos para apascentar feras e mudar qualquer situação, com certeza. Também depositou sobre a mesa uma estranha garrafa que retirou debaixo da túnica e continha um líquido curativo, o elixir da saúde. Estava cada vez mais curioso com a anfitriã que logo se pôs a contar dos seus afazeres, penteando os cabelos com pentes de coral, diante de um enorme espelho: há quatro séculos a Ninfa da montanha... Depois colocou sobre a cabeça laços de seda, falando que possuía poderes de se transformar no que quisesse e até tornar-se invisível. Havia quem dissesse se tratar de uma bruxa celta, contrastava com sua natureza altruísta, meticulosa, inteligente, bela. De fato, era um dos espíritos elementais, que compreendiam todos os segredos e forças da natureza. Disse-me que gostava de dar presentes e todos os dias secava lágrimas dos amantes em apuros, aliviava a angústia dos caminhantes perdidos no nevoeiro e na neve. Mas não era tão boa assim: punia quem desobedecesse. Nesse momento olhei pela porta aberta e a chuvada se mantinha intensa. Fique calmo, o temporal não vai parar tão cedo, relaxe. Vi-a desaparecer recinto adentro, ajeitei-me no luxuoso divã e lá fiquei pensando como me metera naquilo tudo. Acho que adormeci e só despertei não sei quanto tempo depois. Levantei-me até a porta e o panorama estava ensolarado. Ao sair logo a vi descansando pacificamente na margem de um riacho perto. Comia morangos e me ofereceu. Estava mais linda do que a vira antes, com uma coroa de flores silvestres na cabeça. Fez um gesto para que eu me aproximasse e falou-me de paixão, com uma voz harmoniosa. Levantou-se descalça e me disse que seu coração era uma rosa grandiosa, com muitas gotas de mel nas folhas e orvalho das lágrimas de mãe Dana. Depois virou-se e veio de volta, em minha direção, falando-me do báculo, não mais a satisfazia na cópula. Apenas servia de calçadeira para deslizar macio com a fricção. Precisava de algo real. Sim? Disse que eu possuía o que ela queria. Claro, em retribuição à hospitalidade. Então, ela colou seus lábios aos meus e apalpou meu sexo com firmeza. Depois sussurrou ao meu ouvido: É isso que eu quero! Venha. E me puxou pelo pênis porta adentro, atravessamos corredores e me empurrou numa alcova iridescente. E se deitou sobre mim e me amou como nunca. Horas, beijos, pernas, braços e entregas. Estava ainda enlevado com o prazer dela, quando mencionou que ela não poderia se apaixonar: perderia sua essência. E toda sua juventude. Já era tarde e eu completamente enfeitiçado pela paixão. Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

DITOS & DESDITOS - Tarefa internacional das mulheres: criar coisas novas e de acordo com seu próprio espírito... É inaceitável que metade da humanidade continue a ser descartada... O cinema comercial e de vanguarda, ou a arte e a indústria cinematográfica, formam um todo inseparável. Na verdade, tive vontade de ser dramaturga, mas quando algumas circunstâncias pecuniárias me obrigaram a abandonar este primeiro caminho para escolher aquele, na altura mais lucrativo, do cinema, não me arrependi. Porém, no início não compreendi a importância da expressão cinematográfica na sua totalidade. Só com recurso às ideias, às luzes e à câmara é que consegui, na altura em que fiz o meu primeiro filme, compreender o que era o cinema, arte da vida interior e da sensação, nova expressão dada ao nosso pensamento… uma arte não tributária do as outras artes, uma arte original com significado próprio, uma arte que faz realidade, foge dela ao mesmo tempo que a incorpora: o espírito cinematográfico dos seres e das coisas! Acredito que o trabalho cinematográfico deve nascer de um choque de sensibilidade, de uma visão de um ser que só se expressa no cinema. O diretor deve ser um roteirista ou o roteirista um diretor. Como todas as outras artes, o cinema provém de uma emoção sensível… Para valer alguma coisa e “trazer” alguma coisa, essa emoção deve vir de uma única fonte. O roteirista que “sente” sua ideia deve ser capaz de encená-la. A partir disso, a técnica segue... Pensamento da cineasta, roteirista, produtora e crítica de cinema francesa Germaine Dulac (Charlotte Elisabeth Germaine Saisset-Schneider, 1882-1942).

 

ALGUÉM FALOU: O pior governo é o mais moral. Um governo composto de cínicos é frequentemente mais tolerante e humano. Mas quando os fanáticos tomam o poder, não há limite para a opressão. Todo homem decente se envergonha do governo sob o qual vive. Pensamento do jornalista, ensaista, satirista e crítico cultural estadunidense Henry Louis Mencken (1880-1956). Veja mais aqui, aqui e aqui.

 

VISITAÇÃO - […] Lar. Quando chove, você pode sentir o cheiro das folhas da floresta e da areia. É tudo tão pequeno e ameno, a paisagem ao redor do lago, tão administrável. As folhas e a areia estão tão próximas que é como se você pudesse, se quisesse, puxá-las pela cabeça. E o lago sempre bate na margem tão suavemente, lambendo a mão que você mergulha nele como um cachorrinho, e a água é macia e rasa. [...] O que significa que no final há certas coisas que você pode levar quando fugir, coisas que não têm peso, como música [...] mas a cada passo que você dá enquanto foge, sua bagagem cresce cada vez menos, com mais e mais coisas deixadas para trás, e mais cedo ou mais tarde você simplesmente para e fica sentado ali, e então tudo o que resta da vida é a própria vida, e todo o resto é jazendo em todas as valas ao lado de todas as estradas numa terra tão enorme quanto o ar, e certamente aqui também você pode encontrar aqueles dentes-de-leão, essas cotovias. [...] Uma casa é a sua terceira pele, depois da pele feita de carne e roupas. [...] Nada é mais agradável do que mergulhar de olhos abertos. Mergulhando até as pernas brilhantes de sua mãe e de seu pai que acabaram de voltar da natação e agora estão caminhando para a costa em águas rasas. Nada mais divertido do que fazer cócegas neles e ouvir, abafados pela água, como eles gritam porque sabem que isso deixará seu filho feliz. [...]. Trechos extraídos da obra Visitation (New Directions, 2010), da escritora e diretora de ópera alemã Jenny Erpenbeck.

 

TRÊS POEMASFONTE - Olhando pela janela, \ seus olhos formam um afluente \ que se funde com os canais externos. \ Este olhar turva \ o que eram águas cristalinas. \ E embaça o vidro \ e faz cair uma nuvem quebrada. \ Rio tempestuoso \ que também carrega troncos de árvores e restos \ de animais em decomposição. \ Move-se sobre a página em branco \ com uma varinha mágica \ até encontrar o fluxo, a fonte. MISTÉRIOS DOLOROSOS - Se eu esconder os cobertores debaixo da cama \ Se eu cobrir o colchão com a colcha \ Se eu enrolar o bebê na toalha \ Se eu colocar na mochila Se eu \ vestir o uniforme \ Se eu sair para a escola, como sempre \ Se eu andar devagar \ Se ninguém olha para mim \ Se em vão chamei-a em vão esperei \ o leite escorrer de seu seio \ um impulso sombrio tomou conta de minha vontade \ e segui meu caminho desfraldando cavidades, \ orifícios, poros \ todos abertos para receber. \ De um túnel para outro. \ Eu previ o prazer de lamber, \ mas as mãos em volta do meu pescoço... \ A paisagem interior mudou. \ Como bandeiras gastas, \ as membranas \ ondulam sobre a trilha recém-aberta. \ O prazer agora está trançado para sempre \ com o suspiro desesperado da morte. ÁGUAS - Ninguém fala dos rios escondidos. \ Ninguém nomeia suas águas \ ou tenta ouvir sua corrente cristalina. \ Permanece ali \ a reserva e o fundo de outra paisagem. \ As palavras e a água têm esse pacto secreto, \ um zelo pela expressão \ que cobre a transparência nua. \ Um zelo por murmúrios impossíveis. Poemas da poeta e professora chilena Rosabetty Muñoz Serón.

 

A PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNG Carl Gustav Jung (1875-1961) é autor da teoria da personalidade denominada de Psicologia Analítica, com enfoque no crescimento interior em lugar do cultivo das relações sociais. Desenvolveu a teoria do Inconsciente Individual, contendo as lembranças, os impulsos, os desejos, as percepções indistintas e outras experiências da vida do individuo suprimidas ou esquecidas, como sendo o local em que se armazena o que em algum momento foi consciente, e do Inconsciente Coletivo que é o nível mais profundo da psique que contem as experiências herdadas das espécies humanas e pré-humanas. As tendências herdadas e armazenadas no Inconsciente Coletivo são os arquétipos que consistem em determinantes inatos da vida mental que levam o individuo a comportar-se de modo semelhante aos ancestrais que enfrentaram situações similares. Os arquétipos que ocorrem com mais fequência são a persona, a anima e o animus, a sombra e o self. Além disso, desenvolveu os conceitos de introversão e extroversão, as funções e atitudes dos tipos psicológicos, entre outros. A NATUREZA DA PSIQUE -  A obra A natureza da psique, de Carl G. Jung (1875-1961), trata da sicronicidade, a função transcendente, considerações gerais sobre a teoria dos complexos, o significado da constituição e da herança para a Psicologia, determinantes psicológicas do comportamento humano, instinto e inconsciente, a estrutura da alma, considerações sobre a natureza do psíquico, aspectos gerais da psicologia do sonho, da essência dos sonhos, o fundamento psicológico da crença nos espíritos, espírito e vida, o problema fundamental da Psicologia Moderna, psicologia analítica e cosmovisão, o real e o supra-real, as etapas da vida humana e a alma e a morte. PSICOLOGIA DO INCONSCIENTE – O livro Psicologia do inconsciente, de Carl G. Jung, trata acerca da Psicanálise, a teoria do Eros, a vontade de poder, o problema dos tipos de atitude,  o inconsciente pessoal e o inconsciente suprapessoal ou coletivo, o método sintético ou construtivo, os arquétipos do inconsciente coletivo, a interpretação do inconsciente e noções gerais da terapia, os novos caminhos da psicologia, os primórdios da psicanálise e a teoria sexual. OS ARQUÉTIPOS E O INCONSCIENTE COLETIVO – O livro Os arquétipos e o inconsciente coletivo, de Carl. G. Jung, aborda questões acerca do conceito de inconsciente coletivo, significado psicológico do inconsciente coletivo, o método de comprovação, o arquétipo com referência especial ao conceito de anima, aspectos psicológicos do arquétipo materno, o complexo materno do filho e da filha, a hipertrofia do aspecto maternal, a exacerbação do Eros, identificação e defesa contra a mãe. MEMÓRIAS, SONHOS, REFLEXÕES – A obra Memórias, sonhos, reflexões, de Carl. G. Jung, trata da infância, anos do colégio e de estudo, atividade psiquiátrica, Sigmund Freud, confronto com o Inconsciente, gênese da obra, a Torre, viagens, África do Norte, os índios Pueblos, Quênia e Uganda, Índia, Ravena e Roma, visões, sobre a Vida depois da Morte, últimos pensamentos, retrospectiva, cartas, Théodore Flournoy, Richard Wilhelm, Heinrich Zimmer, sobre o Livro Vermelho e Septem Sermones ad Mortuos. O HOMEM E SEUS SÍMBOLOS – O livro O homem e seus símbolos, de Carl G. Jung, aborda temas como chegando ao inconsciente, a importância dos sonhos, o passado e o futuro no inconsciente, a função dos sonhos, a análise dos sonhos, o problema dos tipos, o arquétipo no simbolismo do sonho, a alma do homem, a função dos símbolos, curando a dissociação, os mitos antigos e o homem, o processo de individuação, o simbolismo nas artes plásticas, a ciência e o inconsciente. ASPECTOS DO DRAMA CONTEMPORÂNEO – O livro Aspectos do drama contemporâneo, de Carl G. Jung, trata sobre Wotan, depois da catástrofe, a luta com as sombras, o significado da linha suíça no espectro europeu, a aurora de um novo mundo, Keyserling: a revolução mundial e a responsabilidade do espírito. O ESPÍRITO NA ARTE E NA CIÊNCIA – O livro O espírito na arte e na ciência, de Carl G. Jung, trata sobre Paracelso, Sigmundo Freud: um fenômeno histórico-cultural, Em memória de Richard Wilhelm, relação da psicologia analítica com a obra de arte poética, psicologia e poesia, Ulisses & James Joyce: um monólogo, Picasso, entre outros assuntos. ESTUDOS PSIQUIÁTRICOS – A obra Estudos psiquiátricos, de Carl G. Jung, aborda sobre a psicologia e patologia dos fenômenos chamados ocultos, um caso de sonambulismo com carga hereditária, relato das sessões, desenvolvimento das personalidades sonambúlicas, os romances, ciência mística, desfecho, o estado de vigília, o semissonambulismo, os automatismos, a mudança de caráter, atitude perante o ataque histérico, relação com as personalidades inconscientes, transcurso, o aumento do rendimento inconsciente, erros histéricos de leitura, criptomnésia, distimia maníaca – distúrbios de humor na mania, um caso de estupor histérico em pessoa condenada à prisão, sobre a simulação de distúrbio mental, parecer médico sobre um caso de simulação de insanidade mental, vida pregressa, observações na clínica, sobre o diagnóstico psicológico de fatos. ESTUDOS EXPERIMENTAIS – O livro Estudos experimentais, de Carl G. Jung, aborda assuntos como estudos diagnósticos de associações, investigações experimentais sobre associações de pessoas sadias, análise das associações de um epiléptico, o tempo de reação no experimento de associações, observações experimentais sobre a faculdade da memória, psicanálise e o experimento de associações, o diagnóstico psicológico da ocorrência, associação, sonho e sintoma histérico, a importância psicopatológica do experimento de associações, distúrbios de reprodução no experimento de associações, o método das associações, a constelação familiar, pesquisas psicofísicas, sobre os epifenômenos psicofísicos no experimento de associações, investigações psicofísicas com o galvanômetro e o pneumógrafo em pessoas normais e doentes mentais, pesquisas adicionais sobre o fenômeno galvânico, pneumográfico e a respiração em pessoas normais e doentes mentais, dados estatísticos de um recrutamento, novos aspectos da psicologia criminal: uma contribuição ao método empregado no diagnóstico psicológico da ocorrência, os métodos psicológicos de pesquisa utilizados na clínica psiquiátrica de Zurique, exposição sumária da teoria dos complexos, sobre o diagnóstico psicológico da ocorrência. PSICOGÊNESE DAS DOENÇAS MENTAIS – A obra Psicogênese das doenças mentais, de Carl G. Jung, trata da psicologia da dementia praecox: um ensaio, exposição crítica das concepções teóricas sobre a psicologia da dementia praecox, o complexo de tonalidade afetiva e seus efeitos gerais sobre a psique, a influência do complexo de tonalidade afetiva sobre a valência da associação, dementia praecox e histeria: um paralelo, os distúrbios emocionais, anormalidades de caráter, distúrbios intelectuais, a estereotipia, análise de um caso de demência paranoide enquanto paradigma, história clínica, associações simples de palavras, associações contínuas,  a satisfação do desejo, o complexo de lesão, o complexo sexual, o conteúdo da psicose, a interpretação psicológica dos processos patológicos, crítica a E. Bleuler: sobre a teoria do negativismo esquizofrênico, a importância do inconsciente na psicopatologia, o problema da psicogênese nas doenças mentais, doença mental e psique, a psicogênese da esquizofrenia, novas considerações sobre a esquizofrenia. FREUD E A PSICANÁLISE – O livro Freud e a psicanálise, de Carl G. Jung, trata da teoria de Freud sobre a histeria, resposta à crítica de Aschaffenburg, a teoria freudiana da histeria, a análise dos sonhos, contribuição à psicologia do boato, contribuição ao conhecimento dos sonhos com números, a teoria da sexualidade infantil, o conceito de libido, neurose e fatores etiológicos na infância, as fantasias do inconsciente, o complexo de Édipo, a etiologia da neurose, princípios terapêuticos da psicanálise, um caso de neurose infantil, aspectos gerais da psicanálise, questões atuais da psicoterapia, correspondência entre C.G. Jung e R. Loÿ, a importância do pai no destino do indivíduo, divergência entre Freud e Jung. SÍMBOLOS DA TRANSFORMAÇÃO – No livro Símbolos da transformação, Carl G. Jung aborda sobre as duas formas de pensamento, o hino ao Criador, o canto da mariposa, sobre o conceito de libido, a transformação da libido, o nascimento do herói, símbolos da mãe e do renascimento, a luta pela libertação da mãe, a dupla mãe, o sacrifício. TIPOS PSICOLÓGICOS – No livro Tipos psicológicos, Carl G. Jung trata sobre o problema dos tipos na história do pensamento antigo e medieval, a psicologia na antiguidade, Tertuliano e Orígenes, as disputas teológicas na Igreja Antiga, o problema da transubstanciação, nominalismo e realismo, o problema dos universais na antiguidade, o problema dos universais na Escolástica, tentativa de conciliação de Abelardo, a controvérsia entre Lutero e Zwínglio sobre a ceia, as ideias de Schiller sobre o problema dos tipos, as cartas sobre a educação estética do homem, a função superior e inferior, sobre os instintos fundamentais, sobre a poesia ingênua e sentimental, a atitude ingênua, a atitude sentimental, o idealista e o realista, o apolíneo e o dionisíaco, o problema dos tipos no conhecimento das pessoas, considerações gerais sobre os tipos em Jordan, apresentação específica e crítica dos tipos de Jordan, a mulher introvertida, a mulher extrovertida, o homem extrovertido, o homem introvertido, o problema dos tipos na arte poética, Prometeu e Epimeteu  de Carl Spitteler, a tipificação de Spitteler, comparação do Prometeu de Spitteler com o de Goethe, o significado do símbolo de união, a concepção bramanista do problema dos opostos, a concepção bramanista do símbolo de união, o símbolo de união como norma dinâmica, o símbolo de união na filosofia chinesa, a relatividade do símbolo, culto à mulher e culto à alma, a relatividade do conceito de Deus em Mestre Eckhart, a natureza do símbolo de união em Spitteler, o problema dos tipos na psicopatologia, o problema das atitudes típicas na estética, o problema dos tipos na filosofia moderna, os tipos de James, os pares de opostos característicos dos tipos de James, crítica à concepção de James, o problema dos tipos na biografia, descrição geral dos tipos, a atitude geral da consciência, a atitude do inconsciente, as peculiaridades das funções psicológicas básicas na atitude extrovertida, o pensamento, o sentimento, sinopse dos tipos racionais, a sensação, a intuição, sinopse dos tipos irracionais, as peculiaridades das funções psicológicas básicas na atitude introvertida, tipos psicológicos, tipologia psicológica. A ENERGIA PSIQUICA – No livro A energia Psíquica, Carl G. Jung aborda acerca das observações gerais sobre o ponto de vista energético na Psicologia, a  possibilidade da determinação psicológica quantitativa, o sistema subjetivo de valores, a avaliação quantitativa objetiva, a aplicação do ponto de vista energético, o conceito psicológico da energia, a conservação da energia, a entropia, energetismo e dinamismo, os conceitos básicos da teoria da libido, progressão e regressão,extroversão e introversão, o deslocamento da libido, a formação do símbolo, o conceito primitivo de libido. PRESENTE E FUTURO – No livro Presente e futuro, Carl G. Jung, trata sobre a ameaça que pesa sobre o indivíduo na sociedade moderna, a religião como contrapeso à massificação, o posicionamento do Ocidente diante da questão da religião, a autocompreensão do indivíduo, cosmovisão e modo de observação psicológico, o autoconhecimento e o sentido do autoconhecimento. PSICOLOGIA E RELIGIÃO – No livro Psicologia e religião, Carl G. Jung aborda a autonomia do inconsciente, dogma e símbolos naturais, história e psicologia de um símbolo natural. PSICOLOGIA E ALQUIMIA – No livro Psicologia e alquimia, Carl G. Jung faz uma introdução à problemática da psicologia religiosa da alquimia, símbolos oníricos do processo de individuação, o método, os sonhos iniciais, o simbolismo do mandala, os mandalas nos sonhos, a visão do relógio do mundo, os símbolos do si-mesmo, as ideias de salvação na alquimia, os conceitos básicos da alquimia, a atitude espiritual em relação ao opus, meditação e imaginação, alma e corpo, o espírito na matéria, a obra da redenção, a matéria prima, designações da matéria, o increatum, ubiquidade e perfeição, o rei e o filho do rei, o mito do herói, o tesouro oculto, o paralelo lapis-Cristo, a renovação da vida, testemunhos a favor da interpretação religiosa, Raimundo Lulo, o“Tractatus aureus”, Zózimo e a doutrina do Anthropos, Petrus Bonus, a Aurora Consurgens e a doutrina da “Sapientia”, Melchior Cibinensis e a paráfrase alquímica da missa, Georgius Riplaeus, os epígonos, o simbolismo alquímico no contexto da história das religiões, o inconsciente como matriz dos símbolos, as fases do processo alquímico, concepções e símbolos da meta, a natureza psíquica da obra alquímica, a projeção de conteúdos psíquicos, o tema do unicórnio como paradigma, o unicórnio nas alegorias da Igreja, o unicórnio no gnosticismo, o escaravelho unicórnio, o unicórnio nos Vedas, o unicórnio na Pérsia, o unicórnio na tradição judaica, o unicórnio na China, o cálice do unicórnio. ESTUDOS ALQUIMICOS – No livro Estudos alquímicos, Carl G. Jung trata sobre “O segredo da flor de ouro”, por que é difícil para o ocidental compreender o Oriente, a psicologia moderna abre uma possibilidade de compreensão, os conceitos fundamentais, Tao, o movimento circular e o centro, os fenômenos do caminho, a dissolução da consciência, animus e anima, a consciência desprende-se do objeto, a realização (plenificação), as visões de Zósimo, generalidades sobre a interpretação, ato sacrifical, as personificações, o simbolismo da pedra, o simbolismo da água, a origem da visão, Paracelso: um fenômeno espiritual, as duas fontes do saber: a luz da natureza e a luz da revelação, magia, alquimia, doutrina secreta, o homem primordial, De vita longa: uma exposição do ensinamento secreto, o iliastro, o aquastro, Ares, Melusina, o filius regius como substância arcana, o estabelecimento do uno ou centro por destilação, a conjunção na primavera, o mistério da transformação natural, a luz da escuridão, a união das duas naturezas do ser humano, a quaternidade do homo maximus, a aproximação do inconsciente, comentário de Gerardo Dorneo, a melusina e o processo de individuação, o hierosgamos do homem eterno, espírito e natureza, o sacramento da igreja e a opus alquímica, o espírito mercurius, o conto do espírito na garrafa, esclarecimentos sobre a floresta e a árvore, o espírito na garrafa, a relação entre o espírito e a árvore, o problema da libertação de Mercurius, observações preliminares, o Mercurius como mercúrio, ou seja, água, Mercurius como fogo, Mercurius como espírito e alma, Mercurius como espírito do ar, Mercurius como alma, Mercurius como espírito em sentido incorpóreo, metafísico, Mercurius como natureza dupla, Mercurius como unidade e trindade, as relações de Mercurius com a astrologia e com a doutrina dos arcontes, Mercurius e o deus Hermes, o espírito mercurius como substância arcana, a árvore filosófica, representações individuais do símbolo da árvore, contribuições à história e interpretação do símbolo da árvore, a árvore como imagem arquetípica, a árvore no tratado de iodocus greverus, a tetrassomia, sobre a imagem da totalidade na alquimia, sobre a natureza e a origem da árvore filosófica, a interpretação da árvore em Gerardo Dorneo, o sangue rosa e a rosa, o estado de espírito do alquimista, diversos aspectos da árvore, localização e origem da árvore, a árvore invertida, pássaro e serpente, o nume feminino da árvore, a árvore como pedra, a periculosidade da arte, compreensão como meio de defesa, o tema do suplício, a relação do suplício com o problema da conjunção, a árvore como ser humano, interpretação e integração do inconsciente. MYSTERIUM CONIUNCTIONES – No livro Mysterium coniunctiones, Carl G. Jung trata dos componentes da coniunctio (união), os opostos, o quatérnio (grupo de quatro), o órfão e a viúva, alquimia e maniqueísmo, os paradoxa, a substância do arcano e o ponto, a scintilla (centelha),  o enigma bolognese, as personificações dos opostos, Sol, Sulphur (enxofre), Luna (Lua), a A importância da Lua, o cão, allegoria alchymica (alegoria alquímica), a natureza da Lua, Sal, o sal como substância do arcano, o amargor, o Mar Vermelho, o quarto dos três, subida e descida, a viagem pelas casas dos planetas, regeneração na água do mar, interpretação e significado do sal, Rex e Regina, ouro e espírito, a transformação régia, a cura do rei, o lado sombrio do rei, o rei como Ánthropos, a relação do símbolo do rei com a consciência, a problemática religiosa da renovação do rei, Regina, Adão e Eva, Adão como substância do arcano, a estátua, Adão como o primeiro adepto, a natureza contraditória de Adão, o “velho Adão”, Adão como totalidade, a transformação, o redondo – cabeça e cérebro, a conjunção, a concepção alquímica da união dos opostos, etapas da conjunção, a produção da quintessência, o sentido do processo alquímico, a interpretação psicológica do processo, o autoconhecimento, o Monocolus, conteúdo e sentido dos dois primeiros graus da conjunção, o terceiro grau da conjunção: o unus mundus, o si-mesmo e a restrição da parte da teoria do conhecimento, os dois unípedes, a “revelação do oculto”, o poder civil e o eclesiástico, o par régio, a nigredo, o motivo do olho em representação moderna, o motivo do olho em representação moderna, a tradição, as fontes, o problema da datação, os manuscritos, Aurora Consurgens, início do Tratado do Beato Tomás de Aquino: “O surgir da aurora”, o que é a sabedoria, dos que ignoram e negam esta ciência, do nome e do título deste livro, da estimulação dos insensatos, primeira Parábola: da Terra negra, na qual sete planetas criaram raízes, segunda Parábola: do dilúvio das águas e da morteque a mulher introduziu e expulsou, terceira Parábola: da porta de aço e do ferrolho de ferro do cativeiro da Babilônia, quarta Parábola: da fé filosófica, que consiste no número três, quinta Parábola: da casa dos tesouros que a Sabedoria construiu sobre a pedra, sexta Parábola: do céu e do mundo e do lugar dos elementos, sétima Parábola: do diálogo do Amado com a Amada, será Tomás de Aquino o autor de “Aurora Consurgens”?. A PRÁTICA DA PSICOTERAPIA – No livro A prática da psicoterapia, Carl G. Jung trata sobre os problemas gerais da psicoterapia, princípios básicos da prática da psicoterapia, medicina e psicoterapia, psicoterapia e atualidade, o valor terapêutico da ab-reação, a aplicação prática da análise dos sonhos, a psicologia da transferência, a fonte de mercúrio, o rei e a rainha, a verdade nua, a imersão no banho, a coniunctio, a morte, a ascensão da alma, a purificação, o retorno da alma, o novo nascimento. O DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE – No livro O desenvolvimento da personalidade, Carl G. Jung trata sobre os conflitos da alma infantil, a importância da Psicologia Analítica para a Educação, o bem-dotado, a importância do inconsciente para a educação individual, da formação da personalidade, o casamento como relacionamento psíquico. A VIDA SIMBÓLICA – No livro A vida simbólica, Carl G. Jung trata sobre os fundamentos da Psicologia Analítica, conferências e discussões, símbolos e interpretação dos sonhos, o sentido dos sonhos, as funções do inconsciente, a linguagem dos sonhos, o problema dos tipos na interpretação dos sonhos, o arquétipo no simbolismo dos sonhos, a função dos símbolos religiosos, a cura da divisão, a vida simbólica (Seminário Guild of Pastoral Psychology), sobre o ocultismo, sobre fenômenos espíritas, psicologia e espiritismo, psicogênese das doenças mentais, o estado atual da psicologia aplicada, sobre Dementia Praecox, um exame da psique do criminoso, a questão da intervenção médica, Freud e a psicanálise, resenhas da literatura psiquiátrica, a importância da teoria de Freud para a neurologia e a psiquiatria, duas cartas sobre psicanálise, sobre a ambivalência (1910), contribuições ao simbolismo (1911), individuação e coletividade (1916), sobre alucinação (1933), a psicologia profunda (1948), cartas sobre sincronicidade, entre outros assuntos. SINCRONICIDADE – O livro Sincronicidade, de Carl G. Jung, trata do princípio de conexões acausais, experimento astrológico, os precursores da sincronicidade e exposição. Veja mais aquiaqui, aqui, aqui e aqui.

REFERÊNCIAS
JUNG, Carl. Obras completas. Petrópolis: Vozes, 1961.
______. A natureza da psique. Petrópolis: Vozes, 1980.
______. A psicologia do inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1980.
______. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Vozes, 2000.
______. Sincronicidade. Petrópolis: Vozes, 2005.
______. O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986,
______. Memória, sonhos, reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986
______. Aspectos do drama contemporâneo. Petrópolis: Vozes, 1990.
______. O problema psíquico do homem moderno. Petrópolis, Vozes, 1993.
______. Símbolos de transformação. Petrópolis: Vozes, 1986.
______. Psicologia e religião. Petrópolis :Vozes, 1978.


PROGRAMA TATARITARITATÁ – O programa Tataritaritatá que vai ao ar todas terças, a partir das 21 (horário de Brasilia), é comandado pela poeta e radialista Meimei Corrêa na Rádio Cidade, em Minas Gerais. Confira a programação desta terça aquiLogo mais, a partir das 21hs, acontecerá mais uma edição do programa Tataritaritatá Especial Ariano Suassuna, com apresentação de Meimei Corrêa e na programação a voz, a poesia e arte armorial de Ariano Suassuna e Quinteto Armorial. Veja mais aqui.

SERVIÇO:
O que? Programa Tataritaritatá Especial Ariano Suassuna
Quando? Hoje, terça, 29 de julho, a partir das 21hs
Onde? Aqui no blog do Programa Domingo Romântico
Apresentação: Meimei Corrêa

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